O
nosso blogue já contou vários casos dos terroristas
russos presos nas cadeias da Ucrânia. Situação absolutamente normal e bastante
lógica. No entanto, cerca de meio milhar de terroristas russos, estão presos
nas cadeias dos separatistas de Donbas. Tendência bastante interessante para
apreciar e estudar.
O
terrorista russo Alexey veio ao Donbas no verão de 2014. Desmobilizado do
exército russo, endoutrinado pela TV russa, queria defender o “mundo russo”
contra os “fascistas”. Serviu em vários grupos armados ilegais, em 2015, ele e
mais dois russos foram detidos pela secreta separatista – “mgb” da dita «dnr».
«Espancaram
apenas durante a detenção, — conta Alexey. — Ao colega que tentou exigir os
“direitos”, deram tiro na palma da mão […] Acusações eram habituais — porte
ilegal de armas, apropriação ilegal dos bens alheios […] No primeiro dia
propuseram “resolver tudo amigavelmente” — por 100.000 rublos (1.602 dólares
americanos) […] meses depois o preço subiu ao 1 milhão de rublos (16.200
dólares). Dizem que agora “resolução amigável” custa em Donetsk à partir de 50.000
dólares.
[…]
Com ajuda dos familiares, o terrorista russo consegui reunir 800.000 rublos
(12.840 dólares) […] mas ai os separatistas apresentaram mais uma exigência:
“Antes
de libertação devo confessar, gravado de vídeo, todos os meus crimes, incluindo
aqueles sobre os quais não gostaria de contar. Foi avisado, qualquer tentativa
de exigir “os direitos” – gravação será colocada na Internet e será a base do
processo judicial contra mim na Rússia. […] Um sapador me contou que foi
liberto na condição de “lavar [seus crimes] com o sangue. […] A sua unidade de
punição, afinal era EMP “grupo Vagner” na Síria”.
As
consequências do terrorismo
O
número exato dos cidadãos russos detidos em “dnr” é desconhecido. Segundo os
dados “oficiais” dos separatistas, em 4 anos de conflito eles prenderam mais de
480 russos. Alguns deles foram acusados em … espionagem ao favor da Rússia (!)
Neste momento nas cadeias separatistas ainda estão cerca de 150 russos, o
destino dos restantes é desconhecido.
«Segundo
as leis internacionais, qualquer militante pode ser considerado criminoso, —
conta um dos “oficiais” da dita “dnr”. — Desde primavera à outono de 2014
vivíamos no caos total, os comandantes do campo levavam para si e para as suas
unidades quaisquer viatura ou outros bens. Os “comandantes dos batalhões”
colhiam as propinas em todas as empresas comerciais no território sob o seu
controlo — desde quiosques aos salões de beleza, desde minas às fábricas
metalúrgicas”. […]
O
propagandista russo Roman Manekin, que veio em Donetsk em março de 2014 e desde
aí foi raptado por duas vezes, conta que desde outono de 2017 tive a lista de 300
cidadãos russos, presos nas cadeias, controladas pelos separatistas de Donbas.
[…]
«Empurrados,
sanita abaixo»
A
“legislação” da dita “dnr” é uma mistura do Código penal da Ucrânia e do CP
russo, com uso de algumas normas do CP da Ucrânia Soviética da década de 1960.
Segundo
o “decreto” assinado pelo fuhrer dos separatistas de Donetsk, Olexander
Zakharchanko, qualquer cidadão pode ser detido por 30 dias. Alguns estão presos
há anos, sem apresentação de qualquer acusação. Além de colónias oficias (pertencentes
antes de ocupação russo-terrorista) ao Ministério da Justiça da Ucrânia, os
separatistas possuem várias cadeias não oficiais, chamadas popularmente de
“caves” ou “buracos”.
[…]
O russo Vladimir
Ustyancev (nom de guerre «Zhuk»,
literalmente besouro), veio ao Donbas da Sibéria em 2014, comandava a 6ª
subunidade do bando ilegal armado “brigada Prizrak”, chegando ao posto de
“comandante militar” da cidade de Torez.
O terrorista foi condenado, pelos separatistas, aos 21 anos da cadeia do regime
severo “sem direito de apelação” (!), por apropriação de viaturas e
apartamentos.
[…]
Uma fonte na “união dos voluntários de Donbas” (estrutura terrorista russa que
enviou ao combates do leste da Ucrânia mais de 10.000 cidadãos russos) diz que
até hoje cerca de 500 russos estão nas cadeias da dita “dnr”.
«As
autoridades russas não fazem nada para a libertação dos seus cidadãos, — explica
o interlocutor. — Eles estão fora da lei. Logo que eles passaram a fronteira
[ucraniana], eles simplesmente foram empurrados sanita abaixo».
Rússia
não quer saber deles
Os
familiares dos terroristas russos escrevem ao Ministério dos Negócios
Estrangeiros / das Relações Exteriores russo, suplicando pela ajuda. Em
resposta, recebem a explicação de que, caso um cidadão russo for detido na
Ucrânia, Rússia lhe daria assistência consular. No caso da dita “dnr” isso já não
é possível. Os separatistas respondem aos familiares russos que estes deveriam
se dirigir à Comissão de Minsk da resolução do conflito.
As
“autoridades” da dita “dnr” recebem uma ordem [russa] não declarada para manter
lá o maior número possível dos terroristas russos. Até aplicando às penas
perpétuas. Eles devem apodrecer no Donbas, ou, então, visitando “grupo Vagner”,
desaparecer silenciosamente na Síria.
As
duas histórias elucidativas do terrorista russo e da separatista ucraniana, ambos
adeptos do «mundo russo», que foram raptados pelos separatistas de Donbas.
Conta
o terrorista russo Vitaly
Chernyshev:
[…]
Em 2015 o edifício da nossa fundação foi visitado pela [secreta terrorista] MGB.
Se apropriaram de vários camiões/caminhões de alimentos, roupas, medicamentos
[…] levaram os bens no valor de 3 milhões de dólares. Eu fui acusado de
espionar ao favor da Rússia. […] Me espancavam, colocaram uma sacola plástica na
cabeça, amarravam as mãos atrás das costas (famosa tortura soviética “andorinha”),
quebraram as costelas, esmagaram os dedos na perna, partiram os dentes com a
coronha da pistola, causaram o traumatismo craniano. […]
A
separatista Lyudmila Chaykivska (concubina do Vitaly
Chernyshev) por duas vezes foi raptada pelos separatistas de Donbas:
[…]
No dia 6 de fevereiro de 2015 […] no mercado central [de Donetsk] levaram os [nossos]
bens no valor de alguns centenas de milhares de rublos […] era unidade do [comandante
do campo] “Chempion” (Campeão),
pertencente ao “ministério da defesa da dita “dnr”.
Me
algemaram numa sala com piscina. Fiquei lá por mais de um mês. Estava muito
frio. Era levada à casa de banho / ao banheiro duas vezes por dia. Prometiam me
separar dos meus filhos para sempre. Éramos içados com as mãos atrás das costas
(a famosa forma de tortura medieval chamada cavalete).
Os sequestradores estavam interessados em uma questão: “Onde está o dinheiro?” Supostamente,
eu deveria receber um grande valor em dinheiro. Na realidade era cerca de 100
mil rublos (1.602 dólares). Mas nas fantasias dos sequestradores, os rublos se
transformavam em euros, depois a soma aumentou aos dois milhões.
[…]
A separatista soube que estava grávida, apresentou uma declaração médica aos
seus sequestradores, mesmo assim foi proibida de receber as roupas quentes e
acabou por abortar. Confessou os seus crimes (um dos iniciais era a “espionagem
ao favor da Rússia”), foi libertada em novembro de 2016 e se refugiou na
Rússia, pedindo o asilo. Recebeu a recusa oficial, pois, como lhe explicaram, a
sua vida não corria o perigo na dita “dnr”.
Blogueiro:
os apoiantes brasileiros dos terroristas russos (e dos estrangeiros), costumam
acusar o nosso blogue de ser “politicamente motivado” (embora não por palavras
tão elaboradas), quando chamamos os terroristas brasileiros de terroristas. No
entanto, eis a prova provada, os piores russos são condenados pelos piores
ucranianos às penas de prisão de até 21 anos e possivelmente até as penas
perpétuas. Alguma coisa isso significa e não deve ser coisa boa por parte dos
terroristas.
Bónus
Chegou
a informação nova sobre dois terroristas mortos na Síria (ambos mercenários da
EMP russa “grupo Vagner”), ambos liquidados na famosa limpeza
da área em Deir ez-Zor, efetuada pelas forças americanas em 7/02/2018.
Terrorista do "grupo Vagner", cidadão ucraniano Pyotr (Petró) V. Poberezhniy "Umka" |
Um
dos abatidos é cidadão ucraniano Pyotr (Petró) V. Poberezhniy “Umka”, nascido
em 15.10.1976 na cidade de Brianka da região de Luhansk; separatista de Donbas.
Outro é cidadão da Armênia, Gevorg Grachyan, participou nas atividades terroristas
na Donbas; nascido em 11/11/1980.
Terrorista do "grupo Vagner", cidadão arménio Gevorg Grachyan |