terça-feira, julho 31, 2018

Os terroristas russos nas cadeias de Donbas: «empurrados, sanita abaixo»

O nosso blogue já contou vários casos dos terroristas russos presos nas cadeias da Ucrânia. Situação absolutamente normal e bastante lógica. No entanto, cerca de meio milhar de terroristas russos, estão presos nas cadeias dos separatistas de Donbas. Tendência bastante interessante para apreciar e estudar.

por: Georgiy Alexandrov, Novaya Gazeta (Rússia), versão curta.    

O terrorista russo Alexey veio ao Donbas no verão de 2014. Desmobilizado do exército russo, endoutrinado pela TV russa, queria defender o “mundo russo” contra os “fascistas”. Serviu em vários grupos armados ilegais, em 2015, ele e mais dois russos foram detidos pela secreta separatista – “mgb” da dita «dnr».

«Espancaram apenas durante a detenção, — conta Alexey. — Ao colega que tentou exigir os “direitos”, deram tiro na palma da mão […] Acusações eram habituais — porte ilegal de armas, apropriação ilegal dos bens alheios […] No primeiro dia propuseram “resolver tudo amigavelmente” — por 100.000 rublos (1.602 dólares americanos) […] meses depois o preço subiu ao 1 milhão de rublos (16.200 dólares). Dizem que agora “resolução amigável” custa em Donetsk à partir de 50.000 dólares.

[…] Com ajuda dos familiares, o terrorista russo consegui reunir 800.000 rublos (12.840 dólares) […] mas ai os separatistas apresentaram mais uma exigência:

“Antes de libertação devo confessar, gravado de vídeo, todos os meus crimes, incluindo aqueles sobre os quais não gostaria de contar. Foi avisado, qualquer tentativa de exigir “os direitos” – gravação será colocada na Internet e será a base do processo judicial contra mim na Rússia. […] Um sapador me contou que foi liberto na condição de “lavar [seus crimes] com o sangue. […] A sua unidade de punição, afinal era EMP “grupo Vagner” na Síria”.

As consequências do terrorismo

O número exato dos cidadãos russos detidos em “dnr” é desconhecido. Segundo os dados “oficiais” dos separatistas, em 4 anos de conflito eles prenderam mais de 480 russos. Alguns deles foram acusados em … espionagem ao favor da Rússia (!) Neste momento nas cadeias separatistas ainda estão cerca de 150 russos, o destino dos restantes é desconhecido.

«Segundo as leis internacionais, qualquer militante pode ser considerado criminoso, — conta um dos “oficiais” da dita “dnr”. — Desde primavera à outono de 2014 vivíamos no caos total, os comandantes do campo levavam para si e para as suas unidades quaisquer viatura ou outros bens. Os “comandantes dos batalhões” colhiam as propinas em todas as empresas comerciais no território sob o seu controlo — desde quiosques aos salões de beleza, desde minas às fábricas metalúrgicas”. […]

O propagandista russo Roman Manekin, que veio em Donetsk em março de 2014 e desde aí foi raptado por duas vezes, conta que desde outono de 2017 tive a lista de 300 cidadãos russos, presos nas cadeias, controladas pelos separatistas de Donbas. […]

«Empurrados, sanita abaixo»

A “legislação” da dita “dnr” é uma mistura do Código penal da Ucrânia e do CP russo, com uso de algumas normas do CP da Ucrânia Soviética da década de 1960.

Segundo o “decreto” assinado pelo fuhrer dos separatistas de Donetsk, Olexander Zakharchanko, qualquer cidadão pode ser detido por 30 dias. Alguns estão presos há anos, sem apresentação de qualquer acusação. Além de colónias oficias (pertencentes antes de ocupação russo-terrorista) ao Ministério da Justiça da Ucrânia, os separatistas possuem várias cadeias não oficiais, chamadas popularmente de “caves” ou “buracos”.

[…] O russo Vladimir Ustyancev (nom de guerre «Zhuk», literalmente besouro), veio ao Donbas da Sibéria em 2014, comandava a 6ª subunidade do bando ilegal armado “brigada Prizrak”, chegando ao posto de “comandante militar” da cidade de Torez. O terrorista foi condenado, pelos separatistas, aos 21 anos da cadeia do regime severo “sem direito de apelação” (!), por apropriação de viaturas e apartamentos.

[…] Uma fonte na “união dos voluntários de Donbas” (estrutura terrorista russa que enviou ao combates do leste da Ucrânia mais de 10.000 cidadãos russos) diz que até hoje cerca de 500 russos estão nas cadeias da dita “dnr”.

«As autoridades russas não fazem nada para a libertação dos seus cidadãos, — explica o interlocutor. — Eles estão fora da lei. Logo que eles passaram a fronteira [ucraniana], eles simplesmente foram empurrados sanita abaixo».

Rússia não quer saber deles

Os familiares dos terroristas russos escrevem ao Ministério dos Negócios Estrangeiros / das Relações Exteriores russo, suplicando pela ajuda. Em resposta, recebem a explicação de que, caso um cidadão russo for detido na Ucrânia, Rússia lhe daria assistência consular. No caso da dita “dnr” isso já não é possível. Os separatistas respondem aos familiares russos que estes deveriam se dirigir à Comissão de Minsk da resolução do conflito.

As “autoridades” da dita “dnr” recebem uma ordem [russa] não declarada para manter lá o maior número possível dos terroristas russos. Até aplicando às penas perpétuas. Eles devem apodrecer no Donbas, ou, então, visitando “grupo Vagner”, desaparecer silenciosamente na Síria.

As duas histórias elucidativas do terrorista russo e da separatista ucraniana, ambos adeptos do «mundo russo», que foram raptados pelos separatistas de Donbas.

Conta o terrorista russo Vitaly Chernyshev:

[…] Em 2015 o edifício da nossa fundação foi visitado pela [secreta terrorista] MGB. Se apropriaram de vários camiões/caminhões de alimentos, roupas, medicamentos […] levaram os bens no valor de 3 milhões de dólares. Eu fui acusado de espionar ao favor da Rússia. […] Me espancavam, colocaram uma sacola plástica na cabeça, amarravam as mãos atrás das costas (famosa tortura soviética “andorinha”), quebraram as costelas, esmagaram os dedos na perna, partiram os dentes com a coronha da pistola, causaram o traumatismo craniano. […]

A separatista Lyudmila Chaykivska (concubina do Vitaly Chernyshev) por duas vezes foi raptada pelos separatistas de Donbas:

[…] No dia 6 de fevereiro de 2015 […] no mercado central [de Donetsk] levaram os [nossos] bens no valor de alguns centenas de milhares de rublos […] era unidade do [comandante do campo] “Chempion” (Campeão), pertencente ao “ministério da defesa da dita “dnr”.

Me algemaram numa sala com piscina. Fiquei lá por mais de um mês. Estava muito frio. Era levada à casa de banho / ao banheiro duas vezes por dia. Prometiam me separar dos meus filhos para sempre. Éramos içados com as mãos atrás das costas (a famosa forma de tortura medieval chamada cavalete). Os sequestradores estavam interessados em uma questão: “Onde está o dinheiro?” Supostamente, eu deveria receber um grande valor em dinheiro. Na realidade era cerca de 100 mil rublos (1.602 dólares). Mas nas fantasias dos sequestradores, os rublos se transformavam em euros, depois a soma aumentou aos dois milhões.

[…] A separatista soube que estava grávida, apresentou uma declaração médica aos seus sequestradores, mesmo assim foi proibida de receber as roupas quentes e acabou por abortar. Confessou os seus crimes (um dos iniciais era a “espionagem ao favor da Rússia”), foi libertada em novembro de 2016 e se refugiou na Rússia, pedindo o asilo. Recebeu a recusa oficial, pois, como lhe explicaram, a sua vida não corria o perigo na dita “dnr”.

Blogueiro: os apoiantes brasileiros dos terroristas russos (e dos estrangeiros), costumam acusar o nosso blogue de ser “politicamente motivado” (embora não por palavras tão elaboradas), quando chamamos os terroristas brasileiros de terroristas. No entanto, eis a prova provada, os piores russos são condenados pelos piores ucranianos às penas de prisão de até 21 anos e possivelmente até as penas perpétuas. Alguma coisa isso significa e não deve ser coisa boa por parte dos terroristas.

Bónus

Chegou a informação nova sobre dois terroristas mortos na Síria (ambos mercenários da EMP russa “grupo Vagner”), ambos liquidados na famosa limpeza da área em Deir ez-Zor, efetuada pelas forças americanas em 7/02/2018.
Terrorista do "grupo Vagner", cidadão ucraniano Pyotr (Petró) V. Poberezhniy "Umka"
Um dos abatidos é cidadão ucraniano Pyotr (Petró) V. Poberezhniy “Umka”, nascido em 15.10.1976 na cidade de Brianka da região de Luhansk; separatista de Donbas. Outro é cidadão da Armênia, Gevorg Grachyan, participou nas atividades terroristas na Donbas; nascido em 11/11/1980.
Terrorista do "grupo Vagner", cidadão arménio Gevorg Grachyan
God bless America!

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