O
líder comunista soviético Leonid Brejnev (1966-1982) gostava de receber as medalhas
e condecorações, conduzir os carros às altas velocidades e beijar outros
líderes mundiais: comunistas, não-alinhados e até os capitalistas.
Geralmente
Brezhnev agarrava o seu homólogo estrangeiro nos braços e o beijava firmemente
por 3 vezes: na bochecha esquerda, depois na bochecha direita e finalmente na
boca. Considerando o estatuto do Secretário-geral do PCUS e líder do estado
soviético, poucas pessoas conseguiram se esquivar de tal “honra” que até
recebeu o nome próprio – o “triplo Brejnev”.
Em
1968 Yasser Arafat visitou a URSS pela primeira vez, onde foi recebido pelo
Brejnev. O líder palestiniano rapidamente ganhou a confiança do Kremlin, e, como
consequência, ficou com o direito de receber o beijo triplo. Seguramente Arafat
não ficou escandalizado, nas tradições árabes, o beijo triplo é generalizado,
como um gesto de confiança e boa disposição para com o seu interlocutor.
Consta-se
que uma vez Brejnev beijou o líder da ex-Jugoslávia, Josip Broz Tito (foto em cima), de tal
forma fortemente, que lhe rasgou o lábio.
Não escapou ao triplo beijo a esposa
do Tito, Jovanka (Budisavljević) Broz, quando visitou a URSS juntamente com a
delagação do seu país.
O
beijo de Leonid Brejnev ao Secretário-geral do Partido Comunista da
Checoslováquia, Gustáv
Husák (em cima) impressionaram os checos e eslovacos de tal maneira, que este feito histórico
ainda está vivo na memória da geração de 1970.
Leonid Brejnev e Nicolae Ceauşescu na URSS em Yalta (1976) |
Brejnev
também tentou beijar o líder comunista romeno, Nicolae Ceauşescu. No entanto, o
ditador romeno foi o único que rejeitou direta e categoricamente esse ritual,
pois ele era extremamente averso aos contatos físicos e eternamente
preocupado, de forma praticamente patológica, com a limpeza e a sua saúde.
Em
1971, houve uma outra tentativa malsucedida de triplo Brejnev, desta vez a sua vítima
era a Primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher. No entanto, a Dama de
ferro conseguiu se evadir deste gesto com muita classe e tacto, de facto, inaceitável
para alguém com educação britânica clássica.
Em
1973, quando a Cortina de Ferro foi ligeiramente entreaberta, na sequência da famosa
détente entre EUA e
União Soviética, uma delegação dos Estados Unidos visitou a URSS. A atriz
norte-americana Jill St. John
(na altura a namorada do Henry Kissenger, na foto em cima) fazia parte da delegação. A blogosfera
russa conta a história do alegado beijo ardente entre Jill e Brejnev, beijo do
qual não ficou o registo fotográfico, além dos olhares carnais que líder
comunista soviético lançava
ao corpo da atriz.
Por alguma razão misteriosa os blogueiros russos inventaram o
nome e uma profissão à atriz que chamam nos seus artigos de “Annie Hallman, a
discreta professora de coreografia”.
Jimmy
Carter, o 39º presidente dos Estados Unidos, foi o único presidente americano a
receber o beijo do beijoqueiro líder soviético, aconteceu em Moscovo em 1 de
janeiro de 1979 (foto em cima).
Indira Gandhi e Leonid Brejnev, Moscovo, 28 de setembro de 1971 |
Do
mesmo jeito, não há registos conhecidos do alegado “beijo apaixonado” entre
Brejnev e a 1ª Ministra da Índia, Indira Gandhi (foto em cima), que alegadamente pode ser visto nos seus apartamentos,
transformados em museu, em Nova Deli, juntamente com outras relíquias
associadas ao nome da estadista indiana.
Em
janeiro de 1974, Brejnev, pela primeira vez visitou a Cuba. Consta-se que Fidel
Castro que já sabia do “triplo Brejnev”, como também sabia que este gesto não
será muito bem apreciado pelos cubanos.
Para evitar os embaraços, o ditador
cubano usava o cigarro, possivelmente o protocolo soviético também pediu ao
Brejnev para não avançar como o seu ritual habitual. Nota-se em todas as
fotografias oficiais que Brejnev nunca beija os líderes cubanos, apenas os
abraça.
Mas
o beijo mais famoso foi dado pelo Brejnev ao Erich Honecker, líder da RDA, em
1979 (as imagens em cima). Este ato icónico foi retratado no muro de Berlim por talentoso e jovem artista Dmitri
Vrubel. O graffiti com o título Meu
Deus, ajuda-me à sobreviver a este amor mortal, tornou-se o símbolo da
queda do Muro de Berlim e do fim do comunismo na Europa.
Ler mais sobre este graffiti | imagem @Wikipédia |
Alguns
outros beijos públicos do Brejnev:
Beijo ao Alexander Dubček (o pai da Primavera de Praga) |
Beijo ao Antonín Novotný (o líder estalinista da Checoslováquia) |
Fotos:
GettyImages | Alamy Stock Photo | RIAN | ČTK | Internet | Texto: i-fakt e
Ucrânia em África
Bónus
[Os
melhores beijos do Brejnev ou 50 tons do escuro]:
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