sexta-feira, março 31, 2023

🔥Revelado o segredo do nome do howitzer «Pion»

O fotógrafo ucraniano Arsenii Gerasymenko tirou fotos incríveis do canhão autopropulsor/motor 2S7 «Pion» na linha da frente. Este é um canhão superpotente de 203 mm, que recebeu o nome, que literalmente significa «peônia». 

RIP Mykhaylo «Ryba», operador do «Pion» das fotos acima e abaixo...
 


Pelas fotos de Arsenii, agora fica bem claro o porquê, pois quando disparado, o canhão cria uma composição ígnea, semelhante a uma flor de peônia. Elas são assim — peônias ucranianas.

Mykola Mikhnovsky, o «apóstolo da Independência da Ucrânia»

Ucrânia celebra o 150º aniversário do Mykola Mikhnovsky, «apóstolo da Independência da Ucrânia», historiador, autor do documento programático da Fraternidade Tarasivtsi «Profession de foi dos Jovens Ucranianos» e da brochura «Ucrânia Independente» (1900)

Foi o fundador do primeiro partido nacionalista ucraniano, o Partido Popular da Ucrânia (1902), preparou o esboço da Constituição da Ucrânia (1905).

Em 1904, quando a rússia czarista comemorava o 250º aniversário da anexação da Ucrânia, o Partido Popular decidiu explodir o monumento ao poeta russo Pushkin na cidade de Kharkiv como sinal de protesto contra ocupação russa. Monumentos aos imperadores russos foram planeados para explodir em Kyiv e Odessa. A ação em Kharkiv foi realizada com sucesso pela estrutura militar clandestina do PPU «Defesa da Ucrânia», liderada por Viktor Chekhivskyi. No local do monumento foram espalhados os panfletos com um apelo à «luta pela libertação nacional da Ucrânia».

Em 1924, Mikhnovsky retornou a Kyiv, onde foi preso pela GPU, mas libertado em pouco tempo. Em 3 de maio de 1924, Mikhnovsky foi encontrado enforcado em um jardim pertencente a seu aliado político de longa data, Volodymyr Shemet. Oficialmente, sua morte foi considerada suicídio, no entanto, havia rumores de envolvimento dos serviços secretos soviéticos.

Svitlana Fialka: Tenho dez. Vivia em Mariupol / I'm ten. Lived in Mariupol


— Tenho dez. Vivia em Mariupol.

— Tenho seis. Vivi em Chernihiv.

— Tinha três. Vivi em Hostomel.

— Tenho catorze. Vivia em Kyiv.

— Sobrevivi e vivo em Lublin.

— Tive sorte e cheguei ao Lviv.

— Me receberam em Berlim.

— Até hoje durmo numa escola em Ternopil.

— Fui sepultada num quintal de Irpin,

— Fiquei para sempre em Makariv.

— Sou um anjo quieto e triste,

— Perdi um braço. Tive a sorte.

— Nunca mais verei pai e mãe.

— Me perdi num comboio na evacuação.

— A minha escola deixou de existir.

— Durmo com a roupa de inverno...

— Nasci numa estação de metro!

— Um militar me salvou do incêndio!..

— Levei com estilhaços, através da janela,

Minha mãe cobriu-me com o seu corpo...

***

Eles falam em coro

Ao mundo, às armas, ao céu,

Infelicidade os engasgou

Olham para si, inimigo.

Autora: Svitlana Fialka / Світлана Фіялка

Tradução: @Universo Ucraniano

«««»»»

— I'm ten. Lived in Mariupol.

— I'm six. Lived in Chernihiv.

— I were three. Lived in Hostomel.

— I'm fourteen. Lived in Kyiv.

— I survived and live in Lublin.

— I got lucky and got to Lviv.

— They received me in Berlin.

— To this day I sleep in a school in Ternopil.

— I was buried in Irpin's yard,

— I stayed forever in Makariv.

— I am a quiet and sad angel,

— I lost an arm. I was lucky.

— I'll never see my Father and Mother again.

— I got lost on a evacuation train.

— My school exist no more.

— I sleep in my winter clothes...

— I was born in a subway station!

— A soldier saved me from the fire!

— I were hit by shrapnel, through the window,

My mother covered me with her body...

***

They speak in chorus

To the world, to weapons, to heaven,

Misfortune choked them

They look at you, enemy.

Author: Svitlana Fialka / Світлана Фіялка

Translation: @Ukrainian Universe

A arte militar ucraniana da Solomiia Gorobiuk

O tríptico da artista ucraniana Solomiia Gorobiuk «Guerreiros» em técnica de litogravura colorida. O tamanho da imagem é 50x70. O tamanho da folha é 70x100. Como tudo é frágil, vivo e tátil, o número de cópias é bastante limitado.
Solomiia Gorobiuk com a sua arte



Com dúvidas e sugestões, acesse a página da autora no Instagram: https://www.instagram.com/solomiia_gorobiuk ou no Facebook: https://www.facebook.com/solomia.gorobiuk

A história do Ruslan Zubarev, o «Predator» ucraniano

Conversa com Ruslan «Predator» Zubarev, soldado do 22º batalhão da 92ª brigada das FAU, que recebeu a distinção de honra Cruz de Ouro por uma batalha bem-sucedida e uma espingarda/rifle automática/o M4A1 das mãos do comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, general Valery Zaluzhny.
Ruslan é condecorado pelo general Zaluzhny

Foi interessante entender o motivo de ações conscientes tão enérgicas no combate, que teve o lugar em 16 de fevereiro, como «Predator» de 21 anos sobreviveu e venceu o primeiro combate corpo-a-corpo da sua vida (no decorrer do combate, ele liquidou até possivelmente 8 oponentes russos, que pertenciam às forças especiais, à julgar pelos seus equipamentos e modos de agir).

Soldado Ruslan «Predator» Zubarev de apenas 21 anos: «Eu disparo de todos os tipos de armas de infantaria, incluindo a metralhadora DShK de 12,7 mm. Melhorei minhas habilidades táticas no jogo PUBG, tenho uma classificação alta no clã NO MERCY».

1. Ele agiu sem parar e conscientemente durante os 30 minutos da batalha, manteve uma alta capacidade de combate, embora sua trincheira estivesse sendo constantemente alvejada por espingardas/rifle automáticas e metralhadoras a uma distância de 5-6 metros e pelo menos 6 granadas de mão explodiram no parapeito próximo a ele, com as quais os russos tentaram atingi-lo.

2. Monitorou constantemente a situação dos flancos e da frente da posição, ergueu a cabeça acima do parapeito, independentemente do alto risco.

3. Tentou conduzir fogo exclusivamente direcionado, independentemente da superioridade numérica do inimigo, que atacou a sua posição. Ele nunca atirou ao estilo «somali», mas sempre tentou ver onde estava disparando.

4. Usou dois disparos cumulativos e 1 de fragmentação do lançador de granadas RPG-7, um lançador de granadas AT-4 (deliberadamente deixado na reserva o «Matador» para combater veículos blindados), um lançador incorporado de granadas VOG-25 e mais de 30 granadas, 6 granadas de mão, uma metralhadora de 7,62 mm e duas metralhadoras de 5,45 mm. Além disso, na batalha, as suas armas automáticas encravaram mais que uma vez, assim como um disparo de RPG-7, mas ele não entrou em pânico, tentou corrigir as falhas de tiro o mais rápido possível, trocou de arma e continuou a batalha .

5. Comunicado constantemente, informou claramente o comandante da situação e perguntou sobre a situação para entender a posição do inimigo de acordo com os dados do quadricóptero e ajustar seu próprio fogo. Relatou o consumo de munição.

6. Dava comandos claros e constantes ao seu parceiro inexperiente, a quem tentava acalmar com sua voz e maneira de se dirigir. 5 vezes durante a batalha ele se dirigiu a seus camaradas, dizendo «por favor».

As conclusões do jornalista ucraniano Yuriy Butusov:

1. «Predador» é uma pessoa responsável e consciente em termos de trabalho de combate. Ele tem comandantes em quem confia, entende a lógica das ordens e procura desempenhar bem suas tarefas.

2. «Predador» tem uma boa educação, respeita os mais velhos, trata todas as pessoas com respeito, é focado e focado na comunicação. «Até os 15 anos, joguei futebol constantemente em Zaporizhzhia. Entrei para o exército sob contrato porque não queria perder um ano e meio da minha vida no serviço militar, é melhor realmente aprender alguma coisa.»

3. Ele percebe que a infantaria é um trabalho cíclico constante difícil e tenta fazê-lo da maneira mais eficiente possível. «Procuro não comer muito, meu peso me atrapalharia. Como soldado de infantaria, suporto cargas pesadas, preciso de resistência, não de massa. Tenho que carregar grandes cargas a pé para posições off-road, tudo comigo por um ou dois dias, então, em condições limitadas, executo tarefas por um ou dois dias de cada vez, é por isso que tento me manter constantemente na forma e no modo em que estou na guerra.»

4. Acostumei-me a registrar minhas ações em vídeo e analisá-las: «Tenho uma câmera Go-Pro 10. Ela foi danificada por um pedaço de estilhaço, numa outra batalha, quando estava usando a metralhadora pesada DShK, não ouvi como um quadricóptero russo pairou sobre nós e lançou/jogou uma granada contra mim. Um dos estilhaços atingiu a câmera, mas eu a colei, funciona bem. Na frente, comecei a fazer vídeos para o Tik Tok, gente gosta, vou continuar. Vou hospedar um canal, talvez abro um canal no YouTube. Gosto de filmar, montar os vídeos sobre isso, as pessoas gostam de assistir.»

5. «Aprendi manejar todas as armas que minha unidade possui. Eu estava em Odessa de licença após a batalha e me diverti muito, jogamos muito paintball. Eu gostaria de ter feito isso antes. Paintball é um esporte muito bom para a preparação ao combate de contato, eu o recomendo fortemente.»

6. «De onde obtenho o pensamento tático? Eu me comunico com os comandantes, já tenho alguma experiência. Treino o pensamento tático no jogo PUBG, também é um jogo de tiro multiplayer. Tenho uma classificação alta neste jogo, jogo no clã NO MERCY, então quando eles retornam de missões de combate, e às vezes tenho algumas horas livres - eu jogo PUBG.»

7. «Tento me comunicar com as pessoas que me escrevem, gosto. Graças à ajuda dos seguidores, minha unidade comprou dois quadricópteros Mavik-3. Agora tenho muitas pessoas escrevendo para mim, quero responder, sinto-me honrado por tantas pessoas me respeitarem. Recebo ajuda significativa e atenção de voluntários, isso é muito inspirador e me motiva a trabalhar cada vez mais em busca da vitória. Não tenho dúvidas sobre a nossa vitória e tento fazer tudo o que um soldado da infantaria deve fazer por isso.»

Visitar o canal do «Predador» no Telegram: https://t.me/lost_generation_21

quinta-feira, março 30, 2023

Imagens horríveis que feriram para sempre corações e almas

Arredores de Kyiv, primeiros dias da guerra
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy: Imagens horríveis que feriram para sempre nossos corações e almas. Há um ano, o mundo viu a verdade sobre a rússia. Viu que só traz celas de tortura, as execuções e saques.
As ruas de Bucha...




Todos os assassinos russos, todos os organizadores dessa agressão, todos aqueles que garantem a guerra contra Ucrânia e o terror contra os ucranianos devem ser punidos. Não temos dúvidas de que serão responsabilizados. Não temos dúvidas de que passo a passo vamos limpar nossa Ucrânia desse mal.


Membros da defesa territorial (TrO) mortos pelos ocupantes russos

Civil ucraniano executado pelos ocupantes russos
Fotos: Aris Messinis para AFP, Vadim Ghirda para AP, Rodrigo Abd para AP, Wolfgang Schwan, Diego Herrera

As origens da cidade de Bakhmut, o inferno dos ocupantes russos

A fortaleza de Bakhmut, 1702-1703, Wikipédia
O nome Bakhmut vem do rio Bakhmutka, conhecido pelo menos desde 1571. Existem várias versões principais da origem do topônimo. O mais provável está relacionado com a transformação do nome turco Mahmut. Provavelmente, o nome do rio foi identificado com o caminho Mahmutsky, mencionado nos séculos XVI e XVII.

No final do século XVII, devido ao povoamento de grandes áreas transfronteiriças e ao renascimento do comércio, a necessidade de sal aumentou. Novas áreas para colonização tornaram-se locais ao sul do Tor, acima do rio Bakhmutka, onde foram descobertos ricos depósitos de sal. Isso mudou a pesca na região.

Cidade de Bakhmut no séculoXIX, imagem: Wikipédia

Os cossacos de Don também precisavam de sal. A partir de 1683, eles se aventuravam no rio Bakhmutka. As condições de produção aqui eram melhores do que perto de Tor, mas os cossacos de Don não tinham força suficiente para conquistar e povoar o espaço. Durante uma pausa na pesca sazonal dos cossacos de Don, em 1700-1701, esses territórios foram ocupados pelos cossacos de Izyum. Um ano depois, a fortaleza Bakhmut foi construída sob a liderança do empreendedor coronel de Izyum, Fedor Shidlovskyi, escreve a página ucraniana História Local.

Ler mais em ucraniano ⟶ bit.ly/3ZlkbKi

Antes de 24.02.2022 e depois dessa data

A primeira ilustração mostra um mapa de Bakhmut, provavelmente do século XVII. O mapa também mostra seções transversais das paredes da fortificação. É mantido nos Arquivo Nacional da Suécia.

🐱O gato Stepan voltou ao Kharkiv com a sua namorada Stefania

O gato ucraniano Stepan, provavelmente conhecido em todo o mundo, voltou ao seu antigo apartamento em Kharkiv, no bairro de Saltivka. Novas fotos do Stepan e a sua namorada apareceram no Instagram.



A dona de Stepan, Anna, diz que a namorada do Stepan, a gata Stefania foi trazida com eles de Nice para Ucrânia. Ela é mais nova que Stepan, ainda não tem um ano de vida.

Fotos: loveyoustepan

Munição JDAM e espingarda ASVK contra os ocupantes russos

O vídeo mostra o alegado uso de munição JDAM (Joint Direct Attack Munition): bombas aéreas ucranianas com um dispositivo americano JDAM no local de concentração dos ocupantes russos.

JDAM (Joint Direct Attack Munition) são kits para converter bombas aéreas não guiadas e transformá-las em munições de barragem de alta precisão.

Bónus

O franco-atirador ucraniano com uma espingarda/rifle imaterial russa/o ASVK, capturada/o aos ocupantes russos. ASVK dispara cartuchos de 12,7 x 108 mm de grande calibre. Está ao serviço das forças russas há cerca de dez anos.


quarta-feira, março 29, 2023

O sistema de favores ou serviços sexuais do exército russo

O conceito de VPZh («as mulheres da guerra e do campo») surgiu na União Soviética na II G.M., floresceu na guerra do Afeganistão e continuou nas duas guerras chechenas. Parece que está voltar em força na guerra da agressão russa contra Ucrânia.

Trata-se de mulheres que são coagidas, de várias formas, de prestar os favores / serviços sexuais aos oficiais, à troca de protecção, comida e outras comodidades, que podem ser bastante escassas no exército, principalmente no período, quando o país está em guerra.

Por quase dois meses, Margarita, uma militar sob contrato, que foi para a guerra na Ucrânia, está em reabilitação. Ela visita um psicólogo, toma antidepressivos fortes, tentando esquecer o que aconteceu com ela ultimamente. Mas não consegue esquecer. Acima de tudo, Margarita tem medo de voltar ao seu regimento, onde, segundo seu depoimento, mulheres da companhia médica foram persuadidas por ameaças a manter relações sexuais com oficiais. Ela contou isso ao correspondente da Sever.Realii.

Margarita foi convidada a assinar o contrato com exército russo no verão de 2022, em 2017, após 11 anos do serviço militar ela já era a aposentada militar. Diz que queria ajudar aos filhos e pagar as dívidas ao banco. Ela não foi aceite como a responsável de comunicações, sua profissão militar, mas aceitaram na unidade médica como ordenança do setor hospitalar. Teve que aprender tudo muito rápido, porque não havia tempo para pensar.

Mas Margarita não entrou imediatamente na unidade médica. Segundo ela, o coronel, que gostou dela, a nomeou ao quartel-general. E quando fui para a sede trabalhar, foi lhe dito pelos funcionários dos RH: «Coronel está de olho em você. Provavelmente você será a sua esposa de campo». Margarida perguntou como seria, e eles disseram: «cozinhar, lavar e oferecer os favores sexuais».

Percebendo que Margarita não iria se tornar uma esposa de campo voluntariamente, coronel ordenou criar-lhe as condições de vida insuportáveis para que ela cedesse.

«Por um mês dormi na rua. Enquanto outros pernoitavam em tendas e casas, eu dormia no chão, perto da estrada, numa pequena floresta. Junto com ratos do campo. Tentei me manter aquecida, é claro. Mas quando você está com frio, você nunca vai dormir. Você também pode deixar com fome».

Sobreviveu, recusou às ofertas e foi imediatamente colocada na unidade de artilharia, na linha da frente. Por ordem do coronel, talvez pensado que ia morrer ali.

Segundo Margarita, havia sete mulheres de 23 a 38 anos com ela na unidade médica, e todas elas foram «colocadas» sob algum oficial de pelotão. 

Uma foi para reconhecimento, outra para os tanques, a terceira para a infantaria. Entenderam que não havia como voltar atrás. –  Eu vi com meus próprios olhos como um oficial de pelotão atirou na «sua namorada», Svetlana. Eles bebiam ali, ou era algum tipo de ciúme, não sei, conta Margarida. –  Oficialmente foi dito como se fosse um ataque dos ucranianos. Oficial deu um tiro no próprio braço, como se estivesse defendendo Svetlana, e três semanas depois voltou do hospital.

Como resultado, quase todas as meninas, por meio de ameaças ou bullying que tornam a vida insuportável, foram quebradas e forçadas a oferecer os serviços sexuais. Algumas delas, segundo Margarita, chegaram a dormir com vários homens. Mas ninguém as condenou por essa decisão, porque elas só precisavam sobreviver de alguma forma.

– Alina foi entregue em setembro de 2022. Oficiais apenas a colocam perante uma decisão tomada - você ficará com aquele, ele gostou de você. Ela também é da minha cidade. Eu tinha um homem lá, um motorista que sempre andava comigo, estava por perto. O motorista sussurrou para mim em segredo que oficiais simplesmente a usaram bastante e, portanto, coronel não a manda de volta à unidade, tudo ficou  conveniente lá. A moça aceitou. Na maioria das vezes, as meninas estavam resignadas. Decidiram que é melhor viver no paraíso nesta guerra –  alimentadas e com cigarros. Certa vez, um oficial me disse: «Vendemos Alina, mas vamos vender você também!» Mas eu olhei para ele, de forma que ele imediatamente acrescentou: «Ok, estou brincando».

As mulheres não tentaram fugir para a rússia, porque simplesmente não teriam permissão para cruzar a fronteira, diz Margarita. As próprias, segundo ela, poderiam ser facilmente baleados por isso.

Maxim Arzamastsev, professor associado da Escola Superior de Economia de São Petersburgo, em seu trabalho científico sobre assédio sexual, cita estatísticas segundo as quais uma em cada quatro mulheres soldados do exército russo foi submetida a assédio sexual de uma forma ou de outra.

A secretária do Comité de Mães de Soldados da rússia, Valentina Melnikova, diz que não só as mulheres, mas também os homens são vítimas de assédio sexual no exército russo, uma vez que existem predadores homossexuais em unidades militares «ao nível de capitães e majores». E o problema das relações homossexuais nas fileiras do exército existia mesmo nos tempos soviéticos.

– Nós (o Comité das Mães dos Soldados) trabalhamos desde 1989. Na era do Gorbachev, foi criada uma comissão para investigar as causas de morte e ferimentos no exército. E eu trabalhei nisso. Durante sua existência, quase quatro mil pessoas vieram até nós.

A França reconheceu o Holodomor como genocídio do povo ucraniano

O Parlamento francês votou 168-2 ao favor do reconhecimento do Holodomor como um genocídio contra os ucranianos. Holodomor, também conhecido como Grande Fome, ocorreu de 1932 à 1933. Como resultado, estima-se que Ucrânia perdeu 10-15% da população, de 3,5 à 7 milhões de pessoas.

O reconhecimento do parlamento francês do Holodomor de 1932-1933 como genocídio do povo ucraniano é importante e significativo. Somos gratos pela forte contribuição da França em expor os crimes da totalitária federação russa – do passado e do presente. Ao estabelecer a verdade e a justiça e, portanto, as responsabilidades. 

Merci France!

Ler o trabalho do Rafael Lemkin «Genocídio Soviético na Ucrânia» (1953)

Blindados ocidentais ao serviço do exército ucraniano

A foto tirada pelo Ministro da Defesa da Ucrânia. Os blindados ocidentais ao serviço da Ucrânia: Challenger 2 da Grã-Bretanha, Stryker & Cougar dos EUA e Marder da Alemanha.
O Ministério da Defesa britânico exibiu um minifilme sobre como os militares ucranianos dominam o tanque Challenger 2. A fita dura quase meia hora. Demonstra o treino de operadores de blindados em movimento em diferentes tipos de superfícies — asfalto, picada, terreno difícil.

Foi confirmada à Ucrânia chegada dos 14 blindados Challenger 2 britânicos. O ministro da Defesa ucraniano, Olesksiy Reznikov, twittou um vídeo na terça-feira de si mesmo levando um britânico Challenger 2 para um test drive, confirmando a chegada de 14 tanques. “Essas máquinas fantásticas logo começarão suas missões de combate”, escreveu ele, agradecendo ao Reino Unido.

segunda-feira, março 27, 2023

Blindados Z-STS de terroristas russos danificados na ponte da Crimeia

Em 26 de março, um comboio de cinco veículos Z-STS da 34ª Brigada Separada de Infantaria Motorizada teve um «acidente de percurso» na ponte da Crimeia na direção da Crimeia ocupada, informa a secreta militar ucraniana GUR MOU.

De acordo com dados oficiais, eles foram impedidos de chegar ao destino final por «excesso da velocidade e não manutenção de uma distância segura enquanto se deslocam em conjunto». Como resultado, quatro viaturas das cinco presentes necessitará de reparos significativos.

A unidade subordinada ao kadyrov, conhecida como «ahmat» estavam se dirigindo para a parte ocupada da região de Kherson e deveria complementar as unidades dos ocupantes que operavam na direção do trans-Dnipro.

O crime russo na cidade ucraniana de Slovyansk

É assim ficou a cidade ucraniana de Slovyansk após o bombardeamento russo de hoje. Atualmente, são conhecidos 2 mortos e 29 feridos.


Foto: Kostiantyn e Vlada Liberov


A história de militar ucraniano, filho do pai angolano

O soldado Gomes Richard Ferreira da 128ª Brigada de Assalto na Montanha é um afro-ucraniano, filho de uma ucraniana de origem russa e do pai angolano, fala fluentemente ucraniano, odeia os ocupantes russos e se considera um verdadeiro ucraniano.

A história de Richard é um exemplo de como a rússia transforma até mesmo aqueles que antes lhe eram leais em seus inimigos.

Os pais de Richard se conheceram no Instituto Politécnico de Kyiv. O pai, cidadão angolano, representante da etnia ovimbundu, estudou engenharia informática, e a mãe, ucraniana de etnia russa, estudou o design.

A jovem família não resistiu ao teste dos difíceis anos 1990 e se separou logo após o nascimento da criança. O pai partiu para sua terra natal, mas não perdeu o contato com o filho.

— Estamos em constante comunicação, já estive várias vezes em Angola, — conta Richard. — O meu pai vive em Luanda, trabalha como um dos principais gestores de um banco de investimento e tornou-se um homem rico. Possui imóveis em vários países europeus e uma frota de caros de luxo.

Com o pai em Portugal

Richard foi criado por sua mãe e avó, que, após a separação da família, mudou-se para Sokyryany em Bukovyna (região de Chernivtsi).

Desde a adolescência, Richard se envolveu seriamente em artes marciais — aikido, judô, boxe, praticava o futebol. Aos 16 anos, conquistou a Taça da Ucrânia de boxe e recebeu o título de mestre do desporto, para poder se defender. Mas ele nunca usou os punhos para se afirmar.

Após o ginásio, o graduado ingressou na prestigiosa Universidade Nacional de Educação Física e Desporto da Ucrânia, em Kyiv. De onde foi expulso meio ano antes da defesa de sua tese de bacharelado por... faltas injustificadas.

— Trabalhei e viajei muito: ganhava a vida vendendo carros dos EUA, fui corretor, trabalhei para uma empresa de marketing e até fotógrafo em um navio de cruzeiro — explica Richard.

A história de Richard é uma ilustração de como as atrocidades dos russos mudam drasticamente a visão de uma pessoa apolítica, transformando-a em um patriota da Ucrânia.

— Desde tenra idade, meu ambiente consistia em russos étnicos — diz Richard. — Assistíamos principalmente aos canais de TV russos e sempre ouvíamos as saudações de putin pelo Ano Novo. E isso influenciou muito nossa perspectiva.

Quando os russos tomaram a Crimeia em 2014 e as hostilidades começaram na Donbas, eu realmente acreditei que a razão para isso eram os residentes locais, rebeldes que queriam estar com a rússia. Apesar de minha mãe ter assumido imediatamente uma posição radicalmente pró-ucraniana, ela entendeu o que estava acontecendo. E eu ainda era um estudante na época e não sabia muito sobre política...

— Estudei e trabalhei muito ao mesmo tempo — explica Richard. - E aí veio o covid com todas as restrições, e perdi meu emprego. Tanto meu pai quanto meus amigos me convenceram a me mudar para o exterior — para os EUA ou a Europa. Eu planeava fazer isso, mas primeiro decidi servir nas Forças Armadas da Ucrânia.

No verão de 2020, Richard inesperadamente assinou um contrato de três anos com as FAU.

Com colegas no exército

— No Comissariado Militar, perguntaram onde eu queria servir — nas serras ou na cidade — lembra Richard. — Escolhi as montanhas — visitei os Cárpatos muitas vezes em reuniões desportivas. Foi assim que ele entrou na 128ª Brigada Transcarpática separada de Assalto da Montanha.

Os pais ficaram, para dizer o mínimo, desapontados com a decisão do filho.

— Mãe ficou com raiva, pai ficou muito desapontado — diz Richard. — Ele tinha certeza que eu me mudaria para ele em Portugal em setembro, e eu já estava servindo na brigada em junho.

Não era bravata juvenil, algo assim: se você quer ser homem de verdade, tem que servir no exército. Não, dei um passo consciente.

Anteriormente, representei a Ucrânia no boxe e decidi que tinha certas obrigações para com meu país. Eu pensei assim: eu serviria, e então estaria livre e poderia ir pelo menos nas quatro direções.

Até o momento, o soldado Gomes serviu nas Forças Armadas por 2,5 anos. Mesmo antes da invasão em grande escala, ele serviu uma rotação completa na região de Donetsk e recebeu o status de combatente.

Mas se a guerra não terminar em seis meses, você terá que cumprir mais tempo, apesar do término formal do contrato.

— Eu sou um civil, então no começo era meio perdido no exército, — lembra Richard. — Aqui depende muito do humor do comandante, e quando levantaram a voz para mim, reagia como um pugilista. Com o tempo, fui ficando mais tranquilo quanto a isso.

E com o início de uma invasão em grande escala, tudo mudou, principalmente a relação entre comandantes e soldados. Muitas pessoas mobilizadas vieram até nós. Veteranos sérios que lutaram em 2014-2015 e pessoas totalmente inexperientes.

Mas mesmo os iniciantes entendem onde chegaram e encontram seu nicho, aprendem uma nova especialização. Alguns com armas, alguns com equipamento militar, alguns com drones.

O exército não é muito confortável em termos de qualidade de vida. Mas a tropa não é o lugar para procurar conforto. Em geral, pelo ano 2022, eu daria as FAU a pontuação mais alta.

Ler o texto integral: https://www.pravda.com.ua/articles/2023/03/26/7395097

A cidade ucraniana de Vuhledar em resultado da «libertação» russa

Apenas um ano atrás Vuhledar era uma cidade ucraniana pacífica, que vivia uma vida absolutamente normal. Agora a cidade está neste estado. Graças às tentativas da sua «libertação» pelo «mundo russo».


@kazansky2017 / ver fotos Kostiantyn e Vlada Liberov

Na Ucrânia foi liquidado o herói da federação russa Dmitry Lissitzky, coronel do 247º Regimento Aerotransportado de Assalto da Guarda, que em 2014 participou no ataque do exército regular russo contra as forças ucranianas em Ilovaisk.

UPD: os canais russos escrevem que Dmitry se suicidou, pois estava deprimido, aguardando uma investigação formal da procuradoria militar sob acusação de «ações ilegais dirigidos aos subordinados».

O mesmo deu a ordem sobre o alvejamento de militares ucranianos, que estavam à sair do cerco de Ilovaisk pelo «corredor verde», uma via negociada e garantida «por honra» dos oficiais russos como segura e livre de hostilidades.

Nove anos depois, ele finalmente, recebeu o seu troco justo. Descobriu, em primeira pessoa, que agora não é tão divertido lutar na Ucrânia como era às escondidas em 2014.