O
jovem russo Mikhail Shamonin
foi
uma criança abandonada pelos pais (nada se sabe deles). Aos 13 anos Misha, esfomeado,
roubou dois pães, foi denunciado, detido pela milícia (polícia) e fuzilado em 9
de dezembro de 1937 nos arredores de Moscovo.
No
seu processo, arquivado na Direção-geral do Ministério do Interior da região de
Moscovo (volume VI, pág. 270), como a data de nascimento é mencionado ano de 1922
e como a data de fuzilamento 9 de dezembro de 1937.
Transporte de prisioneiros na URSS, conhecido como "Corvo Negro" |
O
jovem com estatuto social de “sem abrigo”, sem nenhuma educação formal, russo
étnico, nascido em Moscovo, foi detido em 4 de dezembro de 1937 e fuzilado
apenas 5 dias depois, em 9 de dezembro. O local do seu fuzilamento e da
sepultura (na vala comum) é o Polígono
de Butovo, nos arredores de Moscovo.
No
dia 7 de abril de 1935, o Comité Central Executivo da URSS e o Conselho dos
Comissários Populares da URSS adotaram uma lei sem precedentes, permitindo que
as crianças à partir de 12 anos poderiam ser fuziladas. No caso de Misha
Shamonin, existe a informação de que a data do seu nascimento foi emendada, de
1924 para 1922. Os chekistas soviéticos
lhe “acrescentaram” mais dois anos e menino foi fuzilado. É de
notar que na época o NKVD fuzilava por “crimes” muito menores, por exemplo,
pela tatuagem do Estaline numa perna.
O dia em que URSS decidiu fuzilar as crianças |
Ultimamente,
os fãs da URSS e do comunismo lançaram na Internet o “desmentido”, negando a
existência do caso, argumentando que não há provas que Misha Shamonin foi
fuzilado. Naturalmente isso não é verdade, por isso publicamos a cópia da resposta
oficial do FSB russo, emitida em 27 de dezembro de 2017. O documento da secreta interna
russa confirma que Mikhail Shamonin foi fuzilado (e sepultado) em 9 de dezembro
de 1937 no Polígono de Butovo.
Os
fãs da URSS e do comunismo um pouco mais intelectuais usam outro tipo de argumentação:
“Misha é um ladrão e foi bem feito...”, conversa fiada do costume. Eles não têm
a razão. Misha perdeu os seus pais, sozinho no mundo e sem nenhuma “safety net”, ele ficou vis-à-vis com o
estado soviético. Não quis entrar no orfanato (uma espécie de cadeia para os jovens
e crianças que poderiam não cometer nenhum crime). Foi colhido pela onda de
repressões em massa, que acabou com a sua vida.
Num
país capitalista Misha poderia receber o apoio de uma misericórdia católica ou
de alguma caridade protestante. Podia prestar pequenos serviços aos cidadãos e
ser pago pelo seu esforço...
Nada disso existia na
URSS comunista em 1937, o país vivia no auge do Grande Terror e todas as
pessoas estavam apavoradas. A ética cristã e o sentimento de auto-ajuda
desapareceram. Reinava a lógica do GULAG: “morre você hoje, para que eu puder
morrer só amanha”. A culpa de toda essa catástrofe social é o comunismo
soviético e não do Misha Shamonin.
1 comentário:
https://bancada.pt/futebol/grandefutebol/o-dia-em-que-russia-boicotou-e-roubou-a-ucrania-para-jogar-o-mundial
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