quarta-feira, janeiro 26, 2011

Feriado de Reunificação: fotos exclusivas

Em 2008, o Instituto da Memória Nacional da Ucrânia lançou uma brochura comemorativa “Acto de Reunificação da República Popular da Ucrânia com a República Popular da Ucrânia Ocidental: fotos, mapas, documentos”.

A WEB-página "Verdade histórica" apresenta aos leitores algumas fotos originais da publicação. Todos são dedicados à reunificação da UNR e ZUNR (Janeiro 1919), hoje comemorado no país durante o Dia da Unidade.

Organizadores: Jaroslav Fayzulin e Vitaly Skalsky:

Versão do folheto em PDF no site oficial do Instituto da Memória Nacional

quinta-feira, janeiro 20, 2011

O perigo de celebrar o Natal

Durante mais de 70 anos da ocupação soviética, a celebração pública do Natal na Ucrânia revelava-se uma actividade bastante perigosa. Os adultos eram perseguidos pela polícia e pelo KGB, as crianças eram vigiadas pelo corpo docente.

Desde a época do “comunismo militar”, durante as purgas de Stalin e mais tarde, nos “anos de chumbo” de Brejnev, os cidadãos arriscavam as suas vidas, a sua liberdade e o seu bem-estar pelo simples desejo de seguir as tradições populares ucranianas.

por: Maria Hryciv *

Ucrânia de 1972. Aproxima-se o 50° aniversário da criação da URSS. O KGB inicia a operação de neutralização dos cidadãos que possuem uma posição cívica activa. Podemos supor que o alargamento do movimento de dissidentes era comprometedor para o sistema soviético.

O ataque massificado do KGB contra a elite intelectual da Ucrânia levou à detenção de centenas de intelectuais ucranianos, cerca de duas dezenas de condenações, com as penas mais pesadas, em relação às praticadas nos meados dos anos 1960 (durante a “primavera de Khrushev”).

KGB vigiava de perto dois grupos de jovens – dissidentes de Kyiv e Lviv, que pretendiam festejar a Kolyada, a festa tradicional ucraniana de origem pagã, celebrada na altura de ano novo e do Natal. Os jovens pretendiam desafiar a política soviética de proibição das tradições nacionais ucranianas, nomeadamente a proibição de celebrar as festas religiosas como o Natal.

A iniciativa de organizar o Vertep em Lviv partiu da Dra. Olena Antoniv, os ensaios se realizavam na sua casa que era uma espécie do “ponto de resistência”, onde os prisioneiros políticos ucranianos que voltavam dos GULAGes siberianas encontravam apoio material (roupas, dinheiro, comida), mas também o calor humano.

Os participantes aprendiam as canções de Natal (koliadky e shedrivky), depois iam actuar nas ruas de Lviv na noite de ano novo, para fugir da perseguição do poder soviético.

Sabendo de antemão sobre as actividades dos intelectuais, os quadros do partido comunista preparavam as provocações, o KGB infiltrava no movimento dissidente os seus agentes, para “revelar as actividades anti-soviéticas”. Por exemplo, Borys Kovhar, o funcionário do Museu da Arquitectura Popular de Pyrohiv, foi incumbido pelo KGB de ganhar a confiança dos dissidentes durante os preparativos de Vertep. Conhecendo melhor os dissidentes, ele passou para o seu lado, recusando-se a colaborar com KGB. Como vingança pela “traição” KGB o castigou com o internamento compulsivo no hospital psiquiátrico.

O Vertep era bastante concorrido entre a elite intelectual ucraniana, algumas fotos originais dos activistas e organizadores, feitas na noite do ano novo de 1972 sobreviveram até os nossos dias (são preservados no espólio do Museu Nacional Cadeia na Lonckoho).

Cerca de 45 pessoas participaram activamente na celebração de Natal de 1972 em Lviv, entre eles o poeta Vasyl Stus que nas vésperas do ano novo estava em tratamento médico na região. O Poeta formulou os seus sentimentos de seguinte forma: “Vocês conseguiram se preservar. Nisto reside a vossa força”.

Durante as festividades de Kolyada, os seus participantes recebiam algumas oferendas, geralmente em forma do dinheiro. Os dissidentes planeavam usar estes fundos para ajudar os prisioneiros políticos ucranianos e às suas famílias, uma parte deveria ser aplicada na edição do jornal “O Noticiário Ucraniano”, editado clandestinamente pelo jornalista Viacheslav Chornovil. Mas em breve os fundos colectados (250 rublos ou cerca de 424 USD pelo câmbio oficial da época), tinham que ser usados para o pagamento de advogados durante as perseguições judiciais desencadeadas contra os participantes da Kolyada.

O poder comunista sentia que acusação dos dissidentes em o não seguimento dos princípios ateístas do estado soviético e de celebração das festas religiosas era bastante mesquinha. Para desencadear a onde massificada das prisões era necessário um argumento mais válido, como por exemplo “a revelação da ligação entre a resistência clandestina nacionalista na Ucrânia com as organizações e centros ucranianos no exterior”.

Para o efeito, o KGB desencadeou a operação secreta contra o estudante belga de origem ucraniana, Yaroslav Dovbush. Durante a sua visita a Ucrânia, ele tentou colectar em Kyiv e Lviv samvydav ucraniano, nomeadamente o jornal “O Noticiário Ucraniano” (1970 – 1989), para a sua divulgação na Europa Ocidental, junto do Comité Ucraniano de Auxílio (fundado em 1945 em Bruxelas) e da União da Juventude Ucraniana (SUM), as organizações ucranianas da sua militância cívica.

No dia 4 de Janeiro de 1972 Yaroslav Dovbush foi detido pelo KGB no posto fronteiriço de Chop e acusado de “condução das actividades anti-soviéticas clandestinas agudas”. A notícia sobre a sua detenção foi publicada no diário do partido comunista da Ucrânia, “Ucrânia Soviética”, apenas no dia 11 de Janeiro. Era o tempo necessário para “tratamento” da vítima e a obtenção da “confissão”. Yaroslav Dovbush se declarou oficialmente como agente da OUN e dos serviços secretos ocidentais, foi julgado, fez o pedido da clemência, foi imediatamente perdoado pelo Presídio do Soviete Supremo da URSS e deportado para a Bélgica.

Na Ucrânia a sua “confissão” já no dia 12 de Janeiro de 1972 desencadeou uma acção gigantesca contra os principais líderes da oposição ucraniana. Em Kyiv foram detidos Ivan Svitlychny, Vasyl Stus, Yevhen Sversyuk, Leonid Plyushch e outros. Em Lviv foram levados para a cadeia do KGB na rua da Paz (hoje rua Stepan Bandera, onde funciona o Museu Nacional “Cadeia na Lonckoho”): Viacheslav Chornovil, Iryna Stasiv-Kalynets, Stefania Shabatura, Ivan Hel, Mykhailo Osadchy, Yaroslav Dashkevych. No total, entre os dias 12 – 14 de Janeiro de 1972 foram presas 19 pessoas: onze em Kyiv e oito em Lviv.

Durante as buscas o KGB apreendia os livros, materiais dactilografados, samvydav ucraniano e russo, apontamentos, máquinas de escrever, rádios, bobinas com as gravações, etc. Os detidos eram ameaçados com o fuzilamento, torturas físicas, repressões contra os amigos e familiares. Largamente foi usado o sistema da psiquiatria repressiva, as pessoas que dificilmente poderiam ser acusados judicialmente, eram declaradas loucas e compulsivamente internadas em hospitais psiquiátricos especiais. Também se praticavam os despedimentos laborais e expulsões dos estabelecimentos de ensino.

Mais tarde, o tribunal provincial de Lviv acusou os detidos de “preparação, divulgação e armazenamento da literatura do carácter calunioso, participação no Vertep, o sentimento de inimizade (!) contra o sistema soviético, iniciativa de criação do Comité da defesa da Nina Strokata”.

A maioria foi condenada às penas entre 5 à 7 anos dos campos de concentração em regime fechado, mais três anos de exílio. A pena máxima foi aplicada ao Ivan Hel: 10 anos de campos de concentração, mais cinco anos de exílio, pois essa foi a sua 2ª condenação.

A meta principal das repressões de Janeiro de 1972 era a neutralização da elite intelectual do movimento dissidente, repressão brutal contra os líderes mais activos, no intuito de amedrontar os restantes activistas. No total, em 1972 na Ucrânia foram presos 89 dissidentes (55 deles naturais da Ucrânia Ocidental). Como escreveu a estudiosa do movimento dissidente da URSS, Lyudmila Alexeyeva: “As prisões pareciam como a parte de um plano mais largo de eliminação de identidade nacional dos ucranianos”.

A repressão de 1972 quebrou o hábito de celebrar as tradições ucranianas publicamente, assim como interrompeu a edição massificada do samvydav ucraniano. Mas já na segunda metade dos anos 1970 o movimento dissidente se renovou com a nova dinâmica, optando na sua luta contra o sistema soviético pela defesa pública dos direitos de homem no âmbito dos Acordos de Helsínquia.

* Maria Hryciv é investigadora do Museu Nacional das Vítimas dos Regimes de Ocupação Cadeia na Lonckoho.

Fontes (com fotos e documentos da época digitalizados):
http://www.istpravda.com.ua/articles/2011/01/12/13866
Museu do Movimento Dissidente da Ucrânia

The Way Back: escape do GULAG

O filme The Way Back (ainda sem o título em português) é sem duvida uma das películas a não perder em 2011.

O filme é um drama dos prisioneiros do campo de concentração soviético do GULAG siberiano, ambientado na época da II G. M. A película foi dirigida pelo realizador Peter Weir, inspirada no livro The Long Walk (ISBN 1558216847) do Sławomir Rawicz, o prisioneiro da guerra polaco, que conseguiu fugir do GULAG em 1942.

Nos papeis principais: Colin Farrell (Valka), Ed Harris (Mr Smith), Mark Strong (Khabarov).

Veja o trecho oficial do filme no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=1Jlgenq_Ca0

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Os leitores escrevem…

Na velha imprensa soviética qualquer folha da província possuía a rubrica das cartas dos leitores. Os jornalistas chegavam a ter as metas pré – estabelecidas (a economia planificada até nisso metia os números), deveriam responder X cartas dos leitores por mês.

A rubrica das “cartas do povo” possuía os nomes tão variados como “Nós escrevem…” ou “Nós escrevemos e o poder local / o kolkhoz / a organização reagiu…”; geralmente os burocratas, principalmente da província, temiam os jornalistas, mais se estes vinham da capital e não ousavam a desafiar a imprensa, temendo as represálias do poder central.

Hoje gostaria de responder aqui às umas tantas perguntas do nosso estimado leitor brasileiro Lauro Daniel, que foram nós enviadas recentemente via blogue (são preservados o estilo e a pontuação da carta original):

Olá, eu li em alguma parte de que a Ucrânia está prestes a aderir a União Aduaneira entre Rússia, Belarus e o Cazaquistão. Qual a probabilidade disso acontecer na sua opinião?
Tudo depende da posição da União Europeia, se a UE não se importar muito, a adesão poderá acontecer, se UE se mostrar intransigente, então o projecto não vai para frente. Os capitalistas ucranianos que apoiam o Governo do Partido das Regiões cobiçam os mercados europeus.

Creio que isso significaria uma separação definitiva do país em relação ao Ocidente.
Nada nesta vida é definitivo. Nem o 3° Reich o foi, nem o 3° Roma será…

O que o ucranianos do ocidente pensariam disso?
Não são favoráveis à essa possibilidade, creio eu.

Sabe, me parece que uma parcela significativa da população ucraniana é pró-rússia mesmo que sejam de ucranianos natos, acho que o Leste do país é totalmente pró-rússia, estou enganado?
A propaganda anti-ucraniana exagera bastante os sentimentos pró – russos dos cidadãos ucranianos residentes no Leste do país.

Assim fica difícil a Ucrânia um dia aderir a UE e a Nato.
À UE nem tanto, à NATO será bastante difícil, sim.

Mesmo pq existe a chantagem da Rússia usando o preço do gás e tb, como o país tem muita minoria russa étnica, há o perigo de invasão como aconteceu na Geórgia.
Creio que não, no caso ucraniano o Kremlin usou (e com relativo sucesso) os meios pacíficos: propaganda nas media; chantagem na base do preço do gás, etc.

A península da Criméia, por exemplo, tem tendências separatista além de um Oblast com fronteira com a Rússia, não é isso?
Existem várias províncias (oblast) da Ucrânia que fazem a fronteira com Rússia, mas o separatismo regional só foi fomentado pelo pessoal do Partido das Regiões quanto isso lhes convinha. Após a consolidação do seu poder em Kyiv, o tema do separatismo foi posto do lado.

Pelo visto será difícil a Rússia não influenciar essa área pelos próximos anos. Acho que o que torna esses países da antiga URSS tão próximos, além da extinta união, é o caráter de paneslavismo por trás da política externa desses países.
O pan – eslavismo é um mito, no fundo, a própria Rússia é mais tártara, mais asiática do que eslava.

Os comboios do Holocausto

O filme documental francês Les Convois de la Honte (Os Comboios da Vergonha, realização do Raphaёl Delpard), exibido recentemente pelo Eurochannel, revela o papel da Société National des Chemins du Fer (SNCF) na deportação de 78.000 judeus (entre eles 11.000 crianças), 38.000 membros da resistência francesa e 20.000 ciganos para os campos de extermínio nazis.

Após a ocupação da França pela Alemanha nazi e consequente criação do estado francês de Vichy, os caminhos de ferro franceses asseguravam a logística do transporte de pessoas indesejadas (judeus, resistentes e ciganos), através do território francês até a fronteira da Alemanha, da onde estas pessoas eram conduzidas para os diferentes campos de concentração nazis espalhados pela Europa.

Em 1940 – 1944 SNCF contava com uma força laboral estimada em 410.000 empregados. Informalmente, os historiadores avaliam que cerca de 10% destes funcionários colaboravam activamente com os nazis, cerca de 10% militavam na resistência gaulista e comunista e a restante “maioria silenciosa” desempenhava as suas funções profissionais sem fazer perguntas e sem se preocupar com o destino das pessoas transportadas.

Não se pode esquecer que os ferroviários franceses eram vigiados de perto por cerca de 6.000 funcionários alemães e que durante a II G. M. os nazis executaram 1.700 trabalhadores de SNCF. Apesar disso, durante toda a operação de deportação apenas um maquinista francês se recusou a cumprir as ordens. No dia 31 de Outubro de 1942, Léon Bronchart se recusou conduzir o comboio que levava as pessoas para uma morte certa. O maquinista foi sancionado economicamente, foi lhe retirado o prémio do desempenho anual, mais tarde ele se juntou à resistência, conseguindo sobreviver a guerra.

Igualmente, em quatro anos de deportações, a resistência franco – belga organizou um único (!) ataque conta o comboio da morte. Aconteceu em 19 de Abril de 1943 em Flandres na Bélgica, quando três (!) jovens estudantes, armados apenas com dois revólveres e uma lanterna interceptaram o comboio de deportados judeus, que transportava 1.636 pessoas. Yora Livschits, Jean Franklemon, Robert Maistriau possibilitaram a fuga dos 232 passageiros, ou seja 1/7 de todas as pessoas transportadas. Eles não eram nem os sacanas, nem sem lei, nem mereceram (até agora) um filme sobre o seu acto real.

Isso por sua vez leva a fazer uma pergunta simples. Será que a resistência francesa ou os aliados sabiam sobre o Holocausto em curso? Membro da resistência não comunista polaca, Jan_Karski, duas (!) vezes conseguiu entrar no gueto da Varsóvia, depois atravessou toda a Europa em guerra e em 1943 se reuniu durante duas horas com o presidente dos EUA Franklin Roosevelt. No mesmo 1943, a resistência não comunista polaca elaborou o documento, que apontava para cerca de 3 milhões de judeus, exterminados até aquela data pela Alemanha nazi. O documento foi enviado para o Governo de França Livre do General de Gaulle e para todas as publicações clandestinas da resistência gaulista. Nenhuma publicação divulgou aquela informação...

Historicamente, é possível explicar a indiferença e a falta de acção da resistência gaulista por três pontos essenciais: a) fraco poderio militar nos territórios ocupados; b) opção ideológica em não distinguir os judeus entre a restante população francesa; c) medo do que a distinção especial das vítimas judeus poderia reforçar a propaganda anti-semita nazi.

Após o fim da II G. M., o estado francês criou o conceito de “parênteses de Vichy”, que consistia em declarar que a “França de Vichy é nula, nunca existiu (juridicamente)”, nas palavras do de Gaulle. Desta maneira França pretendia reforçar a unidade nacional, apagar a diferença aqueles que colaboravam com os nazis, os que militaram na resistência e a “maioria silenciosa”, cujo comportamento era pouco heróico.

Do mesmo modo, nenhuma palavra sobre o extermínio dos judeus foi publicada em toda a imprensa clandestina comunista, à começar pela L’Humanité, a voz oficial do partido comunista francês. Alias, a central sindical Confédération Général du Travail (CGT), na altura controlada pelos comunistas e muito activa na SNCF, recebeu em 1940 a ordem expressa do PC francês em não se envolver na lógica geral da resistência. Por sua vez, os comunistas receberam essa ordem directamente de Moscovo, após a assinatura do Tratado de não agressão germano – soviético. Apenas após a entrada da URSS na II G. M., as estruturas da CGT e toda a rede comunista francesa receberam a permissão de Stalin em se juntar na luta conjunta contra a Alemanha nazi. Após o fim da II G.M., os comunistas bloqueavam os inquéritos sobre o papel da liderança da SNCF na colaboração com a Alemanha nazi à troca de quatro lugares extras no Conselho Directivo da empresa.

O último comboio de extermínio (autorizado pelo responsável de Vichy Maurice Papon e tecnicamente assegurado pela SNCF) partiu da França no dia 9 de Agosto de 1944. No dia 12 de Agosto SNCF apresentou a factura deste transporte ao governo de Vichy, que acabou por ser paga em 1945...

Nenhum responsável do SNCF foi julgado ou responsabilizado pelos seus actos judicialmente. Algumas vezes os tribunais franceses declaravam ser fora da sua competência julgar este tipo de casos, outras vezes declaravam estes casos como proscritos.

@ Ucrânia em África

(Entre parênteses: não devemos esquecer que neste momento decorre o julgamento do John (Ivan) Demjanjuk, soldado ucraniano do exército soviético, acusado pelo tribunal alemão de colaboração no extermínio de judeus pelos nazis alemães. Como exactamente ele colaborava nisso? Alegadamente, Ivan Demjanjuk operava o gerador, que produzia CO2, que sufocava as pessoas até a morte. Escusado será dizer que a empresa que montou este gerador dentro do campo de concentração nazi, que prestou a assistência técnica e afim, não está presente no julgamento).

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Ucrânia na CNN

Toda essa semana (e me parece que todo o mês de Fevereiro), a CNN irá dedicar a sua atenção especial a Ucrânia, inserido no projecto i-List.

Não há duvidas, o novo governo ucraniano, que no curtíssimo espaço do tempo retrocedeu o país em matéria dos direitos humanos fundamentais e das liberdades civis individuais, procura melhorar a sua imagem entre a comunidade internacional. Mas não é menos verdade, que ninguém proibia ao governo anterior de gastar um pouco da sua atenção (e se calhar alguns recursos financeiros mínimos), para que a CNN e outras televisões internacionais prestassem mais atenção a Ucrânia.

A opção dos tópicos da CNN demonstra que estes eventualmente foram escolhidos com a “ajuda” do poder executivo ucraniano: “sociedade civil vibrante” (aparecem alegadas feministas da FEMEN), infra-estrutura do Euro-2012 (projecto do âmbito nacional, cujo relativo sucesso é clamado pelo novo executivo). Claro, sem esquecer de alguns clichés jornalísticos: desastre do Chornobyl, “velho” (imagens de foices e martelos) e “novo” (construção civil), etc. Mas a frase que me “arrasou” mesmo foi (cito da memória): “Elite behind stereotypes and pushing to new territories” (voz-off parecida com a do coordenador do projecto, jornalista Jim Clancy). Quem é essa elite ucraniana, presidente Yanukovich, que na juventude gamava os gorros de pele das pessoas? Os membros do seu partido, que frequentemente se comportam como um bando de pequenos criminosos do bairro?

Pelos vistos, o dinheiro é que manda; de qualquer maneira, aconselho nos próximos tempos estar mais atento à programação da CNN, pois qualquer projecção adicional da Ucrânia no mundo é sempre bem vinda. Quase esqueci, quem quiser mandar as fotografias da Ucrânia, poderá fazer isso até o dia 23 de Janeiro (aqui e aqui).

Ver o programa i-List na CNN (o horário é GMT):

Segunda – Feira, 17 de Janeiro, às 17h30
Terça – Feira, 18 de Janeiro, às 17h30
Quarta – Feira, 19 de Janeiro, às 17h30
Quinta – Feira, 20 de Janeiro, às 17h30

Bónus

A empreendedora americana de origem ucraniana, Susan Soorenko, dona da Moorenko’s Ice Cream Café em McLean e Silver Spring nos EUA, chamou a atenção da CNN, Washingtonpost.com e da imprensa americana em geral pela maneira inteligente e inovadora de vender o seu sorvete durante o Inverno gélido americano.

Ver o vídeo no YouTube:

Comunismo em 3-D

O Museu global do comunismo on-line chegou a um marco histórico em receber 100 mil visitantes de 150 países. A República Popular da China, Vietname e Cuba estão entre os países cujos internautas já visitaram o site.

Em 2011, o Museu irá adicionar uma exibição em 3-D sobre o GULAG soviético. Essa exibição contará com uma introdução feita pela vencedora do prémio Pulitzer, escritora Anne Applebaum, um modelo tridimensional interactivo de um campo de concentração soviético e as entrevistas em vídeo com os sobreviventes do GULAG.

Museu Global do comunismo:
http://www.globalmuseumoncommunism.org/

Museu do comunismo em Praga:
http://www.muzeumkomunismu.cz/

Museu virtual do GULAG:
http://gulagmuseum.org/

Museu da ocupação da Letónia (1940 – 1991)
http://www.omf.lv/index.php?lang=english

quinta-feira, janeiro 06, 2011

O coronel Scheremeta – PM ucraniano

O governador do estado brasileiro do Paraná, Beto Richa, anunciou o nome do novo comandante da Polícia Militar estadual, o coronel Marcos Teodoro Scheremeta, actual comandante do 1.º Comando Regional da Polícia Militar.

O Coronel Marcos T. Scheremeta é natural de Curitiba, filho de Oles Scheremeta e Eugênia Melnyk Scheremeta. Casado e tem três filhos. Oriundo do Colégio da Polícia Militar, ingressou na Escola de Formação de Oficiais em 1980. Na infância Marcos Scheremeta frequentou a “Subotna Schkola” (escola sabática ucraniana) junto da Sociedade Ucraniana do Brasil e na juventude dançou no rancho folclórico ucraniano Barvinok.

O Coronel Scheremeta é Bacharel em Direito e frequentou diversos cursos especializados, desde “Controlo de Tumultos e Distúrbios Civis” à “Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária”.

Marco T. Scheremeta é condecorado com as várias medalhas de mérito da Polícia Militar brasileira.

Publicado:
Jornal “O Lavrador”, № 433 (3878), Janeiro 2011
http://sociedadeucraniana.com.br/Lavrador.aspx