domingo, março 31, 2013

Cristo Ressuscitou! Feliz Páscoa!


Feliz Páscoa à todos os (as) católicos (as), à toda Diáspora ucraniana, aos ucranianos que moram no Brasil e aos leitores do nosso blogue. Uma Páscoa cheia de alegrias, felicidade e saúde, vida longa e uma vida em Cristo!

Apreciam e composição “Cristo Ressuscitou!”, texto: N. Kuryan; música: Tarás Kurczik, legendas em português: Brazuk:

Tanques britânicos Mark V na história da Ucrânia

Os blindados britânicos Mark V em Kyiv: rua Hrushevskoho e bairro Podil
Em 1917 — 1918 os armeiros britânicos da Vickers Armstrong produziam o blindado Mark V em três modificações: «Male» (dois canhões e quatro metralhadoras), «Female» (apenas metralhadoras) e «Hermaphrodite» ou «Composite» (tipo misto). No total foram fabricados cerca de 400 «Machos» e «Fémeas» e apenas alguns «Mark V Composite».
Mark V em Kyiv, atual rua Hrushevskoho (em frente do estádio do FC Dynamo Kyiv) 
Durante a guerra civil russa, o blindado № 9186 foi fornecido às forças monárquicas russas, que o batizaram de “Derzki” (Atrevido) e deslocaram ao leste da Ucrânia, até a cidade de Luhansk. No inverno de 1919-1920, as unidades monárquicas se retiram em direção da Crimeia, onde se juntaram ao exército “branco” do barão Pyotr Wrangel. Seis blindados, juntamente com “Atrevido” foram entregues à 1ª unidade da recém-formada 1ª divisão.
O mesmo Mark V, do outro ângulo, Kyiv, cerca de 1940
No outono de 1920, metade dos 60 blindados foram capturados pelo Exército Vermelho, que usou os tanques para formar a sua unidade blindada e mais tarde, Esquadra Blindada de Kharkiv. Os bolcheviques chamavam Mark V de “Ricardo”, por causa da marca do seu motor. Em 1930 eles foram retirados do exército, mas algumas unidades serviram até 1941.
O mesmo Mark V de Kyiv durante a ocupação nazi, foto de 1941-42 (?), @e-Bay
Em 1938, o Comissário Popular da Defesa da URSS, Kliment Voroshilov, ordenou a entrega dos 14 blindados às diversas cidades soviéticas, entre outras Voroshilovograd (Luhansk), Kyiv e Kharkiv, para seu uso como “monumentos memoriais da guerra civil”. Os blindados № 9186 («Atrevido») e № 9344 foram enviados ao Luhansk, onde fizeram parte do memorial dos Combatentes da revolução. A lenda local reza que quando na década de 1950, Voroshilov caiu em desfavor político, a cidade recebeu a ordem de retirar os tanques do memorial e os enviar à fundição. Mas por iniciativa dos operários da fábrica de locomotivas da cidade, os blindados foram enterrados no território da unidade fabril e após a subida ao poder do Leonid Brejnev (1964), novamente ocuparam o seu antigo lugar. Na década de 1990, os blindados foram movidos para o Museu Histórico Provincial de Luhansk.
Mark V, número 9436 na baixa de Kyiv, bairro de Podil, atual praça Sahaydachniy, década de 1940
Neste momento, em todo o mundo existem apenas 5 exemplares de Mark V (três deles na Ucrânia) e todos fora da Grã-Bretanha. A sociedade histórica britânica, Friends of the Lincoln tank, mostrou o interesse em financiar ¾ da sua reconstrução. Com este propósito, o presidente da sociedade, Robert Scott, visitou a cidade de Luhansk, mas o presidente da Câmara municipal não encontrou o tempo para se reunir com ele. De qualquer maneira, em 2009 os dois blindados foram reconstruídos localmente e voltaram ao seu antigo lugar ao lado do monumento dos heróis da revolução.

Blindados em Kyiv, Kharkiv e Luhansk
Mark V de Kyiv, atual rua Hrushevskoho
Dois blindados Mark V historicamente se encontravam em Kyiv, um nas imediações da atual praça da Europa, outro na baixa da cidade. Um foi levado pelas forças da Alemanha nazi em 1943 para um destino desconhecido, outro foi fundido após a II G.M., por decisão do poder soviético.
Mark V de Luhansk, década de 2000, a situação atual é desconhecida
Em Kharkiv, o blindado foi retirado da praça da cidade e levado à Fábrica de Tanques para a sua reconstrução (durante longo período de tempo o blindado era apenas pintado). O tanque deveria voltar à exibição pública nas vésperas do Euro-2012, mas essa promessa não foi cumprida. A sua localização atual é desconhecida (fonte).
Mark V, cidade de Kharkiv, década de 2000, a situação atual é desconhecida
Ler mais e ver as fotos dos Mark V ucranianos:

sexta-feira, março 29, 2013

Tudo se ilumina no céu da Ucrânia

Guto Pasko filmando na Ucrânia em 2011

2011 foi um ano muito especial para a Ucrânia. O país comemorou os 20 de anos de sua Independência, depois de integrar, por quase 70 anos, a URSS. Do outro lado do Atlântico, no Brasil, celebrava-se outra data importante: os 120 anos da chegada da primeira leva de imigrantes ucranianos ao país, onde vivem em torno de 500 mil descendentes, número apenas menor do que o encontrado nos Estados Unidos (1,5 milhão) e Canadá (1 milhão).

por: Paulo Camargo – Gazeta do Povo

Como parte das comemorações a esse marco na história da presença ucraniana no Brasil, uma comitiva composta por 186 integrantes viajou, há dois anos, ao país da Europa Oriental, percorrendo suas diversas regiões, participando de eventos festivos, alguns com a presença de autoridades de ambas as nações. No grupo, além de muitos descendentes, estavam alguns ucranianos há décadas vivendo no Brasil, e que jamais haviam retornado à terra natal, e até dois grupos curitibanos de música e dança folclórica: o Barvinok (da Sociedade Ucraniana) e o Poltava, do clube que leva o mesmo nome.
Guto Pasko e Andréa Kaláboa
Também a bordo dessa comitiva estavam os cineastas Guto Pasko e Andréa Kaláboa, que, apesar de terem levado com eles equipamentos para registrar os vários momentos da viagem e das comemorações, não pensavam, em princípio, na ideia de produzir um filme. A experiência, no entanto, foi tão memorável em vários aspetos, que a dupla (além de sócios na produtora GP7 são namorados) se empolgou. Foram registradas em torno de 75 horas de imagens, que mostram desde momentos mais íntimos de descontração compartilhada pelos viajantes até cerimônias oficiais das quais participaram. Desse material todo nasceu o documentário “Sim, também somos ucranianos”, que depois de 357 horas de edição, deve entrar em breve em fase de finalização, tão logo os diretores e produtores consigam levantar os recursos necessários para esse fim, estimados em cerca de R$ 30 mil – o orçamento total do longa deve ficar em trono de R$ 120 mil.

Russificação

Guto Pasko vem dedicando parte substancial de seu trabalho como diretor a obras que abordam de forma direta ou indireta a sua ascendência. Em Made in Ucrânia (2006), documentário depois transformado em série para a televisão, ele faz um resgate histórico da imigração ucraniana no paraná. Já em Ivan, de Volta para o Passado (2011), ele acompanha o tocante retorno de Iván Bojko, que deixou a europa em 1948, na juventude, ao país onde nasceu, e seu reencontro com a família que deixou para trás.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Guto Pasko conta que, para boa parte dos integrantes da comitiva, principalmente para os muitos que foram pela primeira vez à Ucrânia, a experiência de 2011 foi muito emocionante, como não poderia deixar de ser, mas também um pouco perturbadora, uma vez que encontraram um país moderno, muito diferente daquela terra ancestral idealizada, construída a partir de relatos por vezes transmitidos de geração em geração, cheios de nostalgia.
Andréa Kaláboa, co-diretora do "Sim, também somos ucranianos"
Ele conta que a Ucrânia contemporânea, apesar de teoricamente independente há duas décadas, ainda é profundamente influenciada pela força imperialista da Rússia. O idioma da gigantesca vizinha rivaliza com a língua local, também de raiz eslava, e se impõe entre os jovens e até mesmo em instâncias do poder público e da vida universitária. Ao ponto de ter emergido, diante desse acelerado processo de russificação, uma campanha popular em defesa da cultura e da língua locais, intitulada “Sim, somos ucranianos”, de onde nasceu o nome do filme de Guto Pasko e Andréa Kaláboa, “Sim, também somos ucranianos”.

Fonte:

quinta-feira, março 28, 2013

A porta-voz do procurador ucraniano


No dia 18 de março deste ano, entrou em funções a nova porta-voz do procurador da cidade de Sumy (leste da Ucrânia), Yulia Nedokus (na foto em cima).

O seu cargo foi criado pelo despacho do Procurador-Geral da Ucrânia no fim de 2012. Logo que a decisão foi conhecida ao público, os internautas se interessaram pelas fotos da Sra. Nedokus, publicadas no seu perfil numa das redes sociais.

Por exemplo, os internautas repararam na foto em que a Sra. Nedokus, com um vestido branco e curto está se apoiar no capô de um jeep com as luzes ligados e sem as placas de matrícula, no lugar exigido pela lei. O ativista social Oleksiy Zakharchenko, que achou a foto, escreveu que olhando para a foto da nova-porta voz pensa: “ela é uma verdadeira PROFISSIONAL”, escreve Censor.net.ua

De seguida, a foto foi retirada do perfil da Sra. Nedokus, originando uma discussão acalorada. Mas as senhoras profissionais deveriam saber que Internet é uma coisa onde nada se perde e tudo se torna público… 

Oito dias depois, no dia 26 de março, Sra. Nedokus foi despedida da procuradoria "ao seu próprio pedido", o que significa que a voz da sociedade civil ainda serve para alguma coisa.  

quarta-feira, março 27, 2013

Cidade de Kyiv: neve, caos e sexo


A nevasca que se abateu sobre a capital ucraniana transformou a cidade de Kyiv, paralisando as estradas, dificultando as deslocações e abastecimento, revelando solidariedade dos cidadãos e má preparação do poder local.

Além disso, a neve ajudou a revelar coisas inesperadas, caso de duas meninas anônimas, que apaixonadamente gozaram a experiência de snowboard numa das ruas mais antigas da cidade, Andriivsky Uzviz (local da feira permanente de artesanato ao céu aberto).

No dia 25 de março duas meninas completamente nuazinhas faziam aqui esqui e snowboard. Elas foram flagradas pela apresentadora da TV Solomia Vitvitska, que escreveu no seu perfil numa rede social: “Se alguém reconheceu as meninas – avisem!!! Queremos que bonitonas fiquem famosas!!! Moreninhas, respondem!” A jornalista também publicou as fotos das jovens corajosas.

As imagens rapidamente se transformaram no fenómeno viral, suscitando, como de costume, as reações opostas. Uns são contra, pois dizem que nu integral no inverno faz mal à saúde, outros gostam e saúdam a audácia das moças, por enquanto à espera dos seus “15 minutos de fama”.

Fonte & Fotos:

No entanto, os sinópticos alertam que em breve a neve que cobriu a cidade irá se derreter e ai a urbe poderá esperar as cheias, tão grandiosas, como a nevasca atual. A título de exemplo, em resultado das cheias de 1970 foi submersa a ilha Trukhaniv e Hidropark. Apenas o reservatório de Kyiv (concluído em 1966), impediu que o nível das águas fosse maior. Água chegou aos 96,1 metros sob o nível de mar (o nível médio das águas do rio Dnipró é de 91,8 m).

Ver as fotos das diversas cheias em Kyiv (1845, 1877, 1895, 1908, 1931, 1970 e 1979): http://www.istpravda.com.ua/artefacts/2013/03/26/117994

Mas por enquanto os moradores de Kyiv formam as filas intermináveis à espera do transporte público, principalmente nos bairros periféricos da cidade:

Ver em vídeo no FB:

Mamã no Skype


A casa editorial ucraniana Editora do Velho Lviv, apresentou recentemente o seu projeto literário e social, chamado “Mamã no Skype”, dedicado à problemática da migração laboral da Ucrânia. O livro aborda as roturas comunicativas familiares, ausência dos pais e a comunicação à distância. A narrativa é composta por onze contos de onze escritores ucranianos, homens e mulheres, uns mais, outros menos famosos.

Não tenho nenhumas ilusões que o nosso livro irá mudar a situação no país e devolverá os pais às crianças, ou ajudará aos pais resolver a ausências dos salários e proteção social no país, causa da sua emigração”, explicou a autora da ideia e coordenadora do livro, a editora Marjana Savka.

No último dia 15 de março o livro também foi publicado na Alemanha, sob o título de “Skype mama: Erzählungen aus der Ukraine” (editora Fototapeta, ISBN 9783940524232, preço € 12,80). A edição alemã foi apoiada pela Fundação Robert Bosch.

O tema do livro é atual não apenas para a sociedade ucraniana, mas é universal para a maioria dos países, – considera Kati Brunner, a coordenadora da edição alemã e tradutora de língua ucraniana. – Na Alemanha, assim como na Ucrânia, os pais e os filhos lidam com os problemas de separação temporária, viagens constantes e comunicação via Skype. Estou confiante que “Mamã no Skype” irá provocar a discussão na sociedade quer na Ucrânia, quer na Alemanha e chamará a atenção ao problema no qual tendem não reparar”, escreve edição online Day.kiev.ua

Uma das autoras do livro, Marianna Kijanowska, explica a sua participação no projeto:

«Tenho a minha própria experiência: os meus pais viviam no estrangeiro, eu crescia com avó, depois, já quando eu própria me tornei mãe, passava temporadas longas no estrangeiro e já a minha criança tive me no Skype. Sinto em mim toda a tragédia da situação quando os pais e filhos são separados pelas fronteiras, quando é impossível sentir a pessoa que te é próxima e apenas existem as cartas, trechos das frases, as conversas curtas no Skype».

A TV ucraniana “Inter” sobre o projeto:


Ler sobre o livro em alemão:

terça-feira, março 26, 2013

As crônicas da Kyiv sitiada

Blindados usados para retirar os carros da neve

Os relatos que os moradores de Kyiv publicam nas redes sociais mais parecem com as crônicas de um país em guerra, do que com uma cidade sob a nevasca (mesmo se essa for bastante forte).

Pelo 4º dia executivo o supermercado Silpo  não tem leite fresco, apenas o leite em pó e iogurtes. Não há arroz mais económico e nenhuma batata. Praticamente esgotaram todas as bolachas, mesmo as mais caras, acabam os doces. Não há pão da fábrica, apenas as peças que são produzidas pelo próprio supermercado. Os funcionários já nem reagem à pergunta: “Quando haverá o pão?”

*A neve foi mal limpa, em resultado a neve formou uns flocos que são mais duros do que a calçada. Meia hora de viajem numa estrada daquelas e não tem a celulite.
*A neve começa cair dos telhados, umas vizinhas quase foram apanhadas em cheio, conseguiram ouvir o barulho da massa à deslizar e saíram à tempo.
*O lixo não é retirado, escreve a jornalista Irina Kovalchuk

Outra usuária, Ludmila Gurina, acrescenta que alguns bairros de Kyiv na mesma rede de supermercados não há nem leite nem ovos, mas apareceu o pão e alguns legumes. Também começou ser retirado o lixo…

segunda-feira, março 25, 2013

Ucrânia: colapso de neve e hussardos


Em resposta da fortíssima e inesperada nevasca que se abateu sobre Ucrânia e a incapacidade do poder local de lidar com a força de natureza, os empresários e cidadãos ucranianos comuns se organizam para ajudar ao próximo.

Em Kyiv, na Avenida de Vitória, dois voluntários, Olexander Zub e seu amigo Pavló (que quer permanecer anônimo), ajudam aos automobilistas em apuros, retirando-os das montanhas da neve. Os dois voluntários usam um jeep vermelho com rodas enormes (na foto em cima), quando os motoristas agradecidos os perguntam se podem pagar-lhes ou pelo menos oferecer chá, respondem com bravura: “Os hussardos não aceitam o dinheiro!

A comunidade I Hate Ukr Avto Dor (Eu Odeio Serviço de Estradas da Ucrânia) criou o mapa dos voluntários de Kyiv que ajudam aos cidadãos retidos na neve (VER O MAPA). Legendas: VERDE (offroad) – voluntários com carros, retiram da neve; AZUL () – voluntários poderão escavar, empurrar o seu carro; AMARELO (chá) – oferecem chá, local aquecido; VIOLETA (chá + pá). Quem quer se tornar voluntário, poderá escrever para snihopad@yandex.ru
cidade de Kyiv, bairro de Troeshyna (50 mil toneladas de neve é isso mesmo)...
Os voluntários informam que a estrada nacional Kyiv – Zhytomyr está parcialmente cortada, as pessoas circulam em colunas pelas estradas secundárias М06 e Т1019, por vezes em contramão, escreve Petró Koshukov.

Contatos, voluntários, empresas que organizam-se e ajudam às pessoas:

domingo, março 24, 2013

Cadernos ucranianos e cadernos russos do Igort


Após lançar em 2010-2011 a novela gráfica «Les Cahiers Ukrainiens. Mémoires du temps de l'URSS» (editora Futuropolis, ISBN 9782754802666), o seu autor, desenhador italiano, radicado em Paris, Igor Tuveri (Igort), lançou «Les Cahiers Russes. La guerre oubliée du Caucase» (Futuropolis, 2012).

Em “Les Cahiers Ukrainiens” (saídos em 2010 e corrigidos em 2011), Igort conta a história do Holodomor ucraniano, a grande fome de 1932-1933, que se transformou no genocídio. Para isso, Igort usa duas fontes bem diferentes. Por um lado, testemunhos pessoais. Por outro lado, os arquivos de época do NKVD. Obtém, deste modo, uma mistura de estilos que alguns dizem poder chamar-se “uma comédia” (à italiana).

Já em «Les Cahiers Russes», Igort segue os passos da jornalista Anna Politkovskaia e a questão chetchena para nos mostrar como funciona a democracia russa.

Para fazerem uma primeira apreciação gráfica, ficam de seguida algumas páginas destes álbuns:

quinta-feira, março 21, 2013

História da Ucrânia em cartoon


A história da Ucrânia é bastante complicada. A simples lista dos seus reis, hetmans, escritores, territórios, diversos ocupantes, não responde à questão: quem são os ucranianos e o que eles fazem naquela terra…

Dai o surgimento da ideia dos irmãos Kapranov (escritores, editores, publicistas e ativistas políticos ucranianos) de criar um cartoon descomplicado e claro, que poderá reunir Ucrânia, desde os cimérios à Independência nacional e desde à Transcarpátia até Crimeia.

As imagens estão a cargo dos 5 desenhadores das diversas regiões da Ucrânia, os retratos das personalidades históricas são criados pelo Yurko Zhuravel, pintor e líder da banda rocabilly ucraniana, Ot-vinta.

Os textos são da autoria dos irmãos Kapranov que prometem um trabalho real e sério, que interessará “aos miúdos e graúdos”, consultores são historiadores renomados. Os irmãos também informam que neste momento já foi acabada cerca de metade do cartoon e uma grande parte dos retratos históricos. Falta acabar o resto, “limar” o texto, criar os mapas da Ucrânia das diversas épocas com os imagens dos respetivos acontecimentos históricos, fazer o layout e publicar, pouca muita coisa…
Votar no projeto, o 269º voto é meu!
Por isso, os Kapranov submeteram a sua ideia ao julgamento popular no projeto chamado Idea X da Nescafe Ucrânia, que no caso da vitória lhes poderá garantir 100.000 UAH (12.510 USD). O dinheiro será usado para pagar o trabalho dos desenhadores, criação do layout, impressão, entre outros. Além disso, o patrocínio permitirá que o produto final terá um preço simpático aos leitores.

Ver e votar:

quarta-feira, março 20, 2013

Arquivo do movimento de libertação na Internet


Cerca de 10.000 documentos inéditos sobre a história da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) e Exército Insurgente Ucraniano (UPA), foram colocados online na página do “Arquivo eletrónico do movimento de libertação” (http://avr.org.ua). O arquivo foi criado em resultado da cooperação entre a Universidade Nacional de Lviv Ivan Franko e o Centro de Estudos dos movimentos de libertação (CDVR) com a participação do Museu Memorial Cadeia na Lonckoho. A sua criação demorou cerca de três anos.

Os documentos são sistematizados tematicamente e cronologicamente, o próprio e-arquivo é renovado constantemente. Todos os documentos têm o acesso livre, os internautas podem consulta-los online a copia-los livremente em formato PDF.

Nos planos do arquivo é o seu apetrechamento contínuo, colocação online dos documentos que descrevem a história da Ucrânia no século XX, apresentam as estruturas do movimento de libertação, desvendam as repressões políticas dos regimes totalitários comunista e nazi.

O e-arquivo será sobremaneira útil quer aos historiadores profissionais, estudantes, graduados e pós-graduados especializados na história ucraniana, mas também aos cidadãos que se interessam pela história da Ucrânia, URSS, Europa Central e do Leste, II G.M., luta dos povos da URSS pela sua independência nacional, história dos regimes totalitários e das repressões, escreve IstPravda.com.ua.

Visitar o arquivo online: http://avr.org.ua

terça-feira, março 19, 2013

Assinatura que custou 138 vidas


Estranhamente ou não, os crentes neo-estalinistas continuam com a sua crença do que, ora na URSS não havia as repressões, ora Estaline desconhecia a sua existência. É muito difícil discutir com as pessoas que negam o evidente. Os documentos existem, são perfeitamente conhecidos e bem claros, de maneira que os comentadores não têm muita coisa para adicionar.

por: Jan Rachinski, sociedade Memorial (Facebook)  

Eis a nota que o camarada-chefe do NKVD, Nikolay Yezhov, apresentou ao camarada Estaline no dia 26 de julho de 1938: “Ao camarada Estaline. Envio a lista dos detidos, sujeitos ao julgamento do Colégio Militar na primeira categoria”.

E eis a resolução do camarada Estaline: “Pelo fusilamento (assim no original) de todos 138 pessoas”. Mais em baixo a assinatura do segundo carrasco mais importante – Molotov.

Inicialmente a lista continha 139 nomes, Estaline riscou (até a segunda ordem), o nome do marechal Alexander Yegorov e emendou a cifra 139 para 138, significa que leu a lista.

A lista continha os nomes dos: 9 chefes das circunscrições militares, chefes da Força Aérea e da Frota militar, 5 Comissários de povo e uma dúzia de vice-comissários, diretor do Instituto Central de Aerodinâmica (TsAGI) e diretor da fábrica de aviação, 2 chefes do Planeamento estatal, chefes dos Departamentos do Comité Central do PC(b), primeiros secretários do partido comunista na Quirguízia e Arménia, secretários distritais dos comités do partido e até o comandante do Kremlin…

Todos eles tiveram o mesmo destino: o “processo” no Colégio Militar durou cerca de 10 minutos (sem presença de advogados, testemunhas e direito ao apelo) e fuzilamento. Camarada Vasiliy Ulrikh executava as ordens do ditador soviético de uma maneira extremamente operativa: 45 pessoas foram condenadas e executadas já no dia 28 de junho, no dia seguinte foram outros 67 e mais 14 no dia 1 de agosto. Nove pessoas viveram até dia 19 de agosto, um até 10 de setembro e mais um até o dia 3 de março de 1939. É desconhecido apenas o destino do Trofim Chubar, irmão do membro do Bureão Político, Vlas Chubar (ele próprio fuzilado em fevereiro de 1939).

O marechal Yegorov, retirado da lista, foi fuzilado (ou morreu na cadeia?) em 23 de fevereiro de 1939 (acusado de espionagem e participação na preparação do golpe do estado). É preciso notar, que todas as pessoas da lista foram mais tarde reabilitadas, menos três oficiais do NKVD, corresponsáveis pelos crimes estalinistas: Agranov, Bulakh e Leplevski.

Fonte:

Ver o autógrafo em formato maior:

segunda-feira, março 18, 2013

Cossacofilia literária polaca


Cossacofilia é uma subcultura de literatura polaca da época de Romantismo, datada dos anos 1820-1830. O seu representante mais proeminente é o poeta romântico, escritor e alpinista polaco Antoni Malczewski (1793-1826).

O poeta também era um dos fundadores (cofundadores) da “escola ucraniana” da literatura polaca. No entanto, o retrato do Malczewski, em cima, onde ele aparece vestido a cossaco, foi feito antes de surgimento da própria cossacofilia ou da “escola ucraniana”.

A lenda literária reza que em 1818, Malczewski conheceu em Veneza o Lord Byron, à quem ofereceu a ideia da poema “Mazeppa”, dedicada a Ucrânia e ao Hetman Ivan Mazepa. Esta obra foi terminada em 1819, escreve Volodymyr-Okarynskyi.

Ler o poema "Mazeppa" em inglês:

Ler em ucraniano:

domingo, março 17, 2013

Espingardas ucranianas de nova geração


O Consórcio estatal ucraniano Ukroboronprom apresentou duas espingardas de precisão de nova geração, produzidas na fábrica Mayak de Kyiv.

As espingardas, «VPR.308» e «VPR.338LM» já receberam o interesse dos responsáveis da defesa do Azerbaijão e Paquistão.
VPR.308
As espingardas possuem o sistema de tranca e a caixa de cano que são criações da própria empresa. Caixa de cano é fabricada em aço inox especialmente temperado e tem uma construção fechada, para assegurar a durabilidade do mecanismo. As caixas de cano têm duas modificações: padrão e comprida, as espingardas podem usar os carregadores. O mecanismo de disparo pode ser regulado.
VPR.308LM
As espingardas de precisão «VPR.308» e «VPR.338LM» é o primeiro projeto ucraniano realmente sério em matéria de armas de fogo pessoais.

Fonte:

sábado, março 16, 2013

Perseguição da igreja greco-católica ucraniana na URSS


O filme documental “Liquidação da Igreja Greco-Católica. Saiba a verdade” (2005) conta a história do Concílio de Lviv (1946), em que sob a coerção direta do poder estatal soviético, a igreja católica ucraniana da Ucrânia Ocidental decide “unir-se” à Igreja Ortodoxa Russa (IOR).

Em resultado o poder comunista efetuou a “ortodoxização” da região de Transcarpátia, liquidando os mosteiros e missões católicas, destruindo a estrutura da Igreja Greco-Católica Ucraniana (UGCC) nos territórios da Polônia e Eslováquia atuais.

Desde 1946 e até os finais da década 1990, a UGCC funcionou na clandestinidade, perseguida judicialmente até 1965 e administrativamente até 1988-1989. O caso da UGCC é mais um caso de instrumentalização da IOR, leal ao regime comunista, sua transformação no instrumento de assimilação dos ucranianos e de disseminação da política colonial no domínio da fé e de liberdade religiosa.

O filme foi realizado pelo Roman Yarkevych da TV regional de Lviv (12º canal). 

Qualidade: TVRip, formato: AVI, duração: 00:20:06, vídeo: MPEG Video 1.943 Kbit/sec., áudio: MPEG Áudio 224 Kbit/sec.

Ver no YouTube:
Bónus

No dia 14.02 em Kyiv foi planeada a apresentação pública do livro pró-estalinista do historiador negacionista russo Nikolai Starikov. No entanto, o autor não conseguiu levar ao cabo a sua ação propagandística e foi retirado do edifício pela porta traseira. O boicote foi organizado pelo partido VO Svoboda (Liberdade). Não conseguindo imaginar apresentação do livro nazista em Jerusalém, não é razoável esperar que os cidadãos da Ucrânia serão complacentes com os livros pró-estalinistas e os seus autores, promotores e apoiantes...

sexta-feira, março 15, 2013

Serviço de Segurança da OUN em filme


«Serviço de Segurança da OUN. Portas fechadas», o novo filme do realizador ucraniano Vitaly Zahoruyko é a primeira tentativa documental de revelar o verdadeiro perfil do mais profissional e mais secreto departamento da Organização dos Nacionalistas Ucranianos, o seu temido e respeitado Serviço de Segurança (SB da OUN).

Criado em 1940 para resistir contra NKVD e Gestapo, e para conduzir as operações de inteligência e contrainteligência, SB deixou pouca informação sobre si, mas muitos rumores, fofocas, que nas bocas da gente simples e propaganda dos inimigos se transformaram em histórias macabras e secretas.

Muitos documentos que testemunhavam as suas atividades desapareceram nos arquivos, outros foram destruídos pelos membros de SB nos últimos momentos das suas vidas. Até pouco tempo os estudos acadêmicos sobre este assunto eram classificados de secretos. Por isso hoje existe um grande interesse sobre este tema.

Realizador e cenarista do filme Vitaly Zahoruyko é natural de Donetsk, se dedica ao cinema documental e televisão. O seu filme exibe a entrevista única do veterano de SB, de uma agente de ligação de UPA e do segurança pessoal do general Roman Shekhevych.

Os consultores do filme foram o Centro de Estudos dos Movimentos de Libertação e Arquivo da secreta ucraniana (SBU). No filme participaram cerca de 70 membros da Associação histórica Memoria.com.ua, foram usadas viaturas blindadas e camiões, elementos da pirotecnia. As filmagens decorreram no edifício do Museu-memorial das vítimas dos regimes de ocupação “Cadeia na Lonckoho”, vários outros locais na cidade e província de Lviv.

Ver o filme no YouTube:

Descarregar o filme da Internet:
Duração: 00:55:07, qualidade: DVDRip, codex: XviD, bit: 5131 Kb/s, língua: ucraniana
Comprar DVD: m_dmytriv@i.ua / video_memoria@i.ua

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