domingo, fevereiro 25, 2018

O ex-diretor de campanha de Trump é suspeito de financiar grupos pro-Rússia

foto @Justin Lane/EPA
Paul Manafort – o ex-diretor de campanha de Trump – terá financiado políticos europeus influentes, pertencentes ao “Hapsburg Group” para tomarem posições pró-Governo pró-russo da Ucrânia, em 2012 e 2013, quando o país era dirigido por Viktor Yanukovych, um seguidor de Moscovo.

por: Pedro Raínho, Observador.pt

Paul Manafort foi o homem de confiança de Donald Trump na campanha que conduziu o atual presidente dos Estados Unidos à Casa Branca — e que é suspeito nas investigações sobre a ingerência russa no resultado das eleições presidenciais. No decurso dessa investigação, o procurador especial Robert Mueller terá chegado a informações que provam que, pouco antes de ser chamado para dirigir a campanha de Trump contra Hillary Clinton, Manafort financiou o “Hapsburg Group”, de que faziam parte influentes figuras da política europeia. Esses senadores terão sido pagos para assumir posições favoráveis a um líder ucraniano pró-Moscovo.

A informação é avançada este sábado pelo jornal britânico The Guardian e reforça o clima de suspeição que já pairava sobre o líder norte-americano e sobre a forma como alcançou a vitória a 8 de novembro de 2016. Os novos dados que chegaram às mãos de Mueller foram apresentados num tribunal do estado da Virginia esta sexta-feira e apontam para o facto de Manafort ter, alegadamente, “atuado com agente não registado de um Governo e de forças políticas estrangeiras”.

O ex-diretor de campanha de Trump é acusado de “representar o Governo da Ucrânia” e a força política pró-russa de Viktor Yanukovych, o Partido das Regiões. E, durante o período em que trabalhava a favor de interesses de Moscovo, entre 2012 e 2013, Manafort terá financiado o funcionamento do “Hapsburg Group”, um grupo que reuniu nomes de peso na política europeia. A acusação de Robert Mueller refere que o ex-braço direito de Donald Trump e um sócio seu, Rick Gates (que também teve responsabilidades na campanha do atual presidente dos EUA), “manteve de forma secreta um grupo de antigos políticos europeus para que assumissem posições favoráveis à [ao Governo pró-russo da] Ucrânia, incluindo fazendo lobbying nos Estados Unidos”.

O objetivo era que, apesar de serem pagos, esses nomes influentes da cena política europeia assumissem como suas determinadas posições, quando na verdade estavam a ser pagos para defender esses pontos de vista, políticas e projetos favoráveis a Yanukovych — favoráveis à Rússia. Uma nota do próprio Manafort, de junho de 2012, a que o procurador responsável pela investigação teve acesso, deixava claro essa intenção.

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