sexta-feira, março 28, 2008

Presidente ucraniano no céu

Presidente da Ucrânia Viktor Yushchenko, realizou o seu sonho de voar, a bordo do caça ucraniano Su-27 (código NATO: Flanker), que faz parte da 40ª Brigada da aviação táctica ucraniana do Comando “Centro”. Voo que durou cerca de 35 minutos foi realizado na cidade de Vasylkiv , nos arredores de Kyiv.

O avião foi pilotado pelo Vice – Comandante da Força Aérea da Ucrânia, chefe – aviador, General – Major, Vasyl Nikiforov.

Presidente ucraniano gostou da experiência e prometeu ajudar na recuperação da Força Aérea da Ucrânia.

Foto: Mykola Lazarenko
Fonte:
http://ledilid.livejournal.com/133198.html

O genocídio na Ucrânia

A base da identidade cultural dos ucranianos remonta ao século nove, com o surgimento do Principado de Kyiv. Durante os séculos seguintes, o povo foi subjugado por diversos invasores, até ser absorvido pela URSS em 1922. O Império soviético desmoronou em 1991.
Há 75 anos, milhões de ucranianos foram vitimados pela fome, uma tragédia planeada por Stalin. Chegou a hora de reconhecer o genocídio...



por: Pedro Miskalo

Entre os anos 1932 e 1933, os ucranianos protagonizaram, a contragosto, algumas das páginas mais tristes e menos conhecidas da história soviética. Foram “páginas em branco”, porque omitidas durante décadas pelo regime capitaneado, à época, por Stalin.
A Ucrânia era considerada, até então, o “celeiro da Europa”, graças à fertilidade de seu solo negro (chernozem), explorado pela maioria de seus cidadãos, historicamente agricultores.
Em 1929, com plenos poderes ditatoriais, Stalin forçou a implantação de uma indústria estatal e a colectivização das actividades agrícolas, através de kolkhozes (cooperativas agrícolas) em seu vasto império. Naturalmente, essa política económica encontraria sérios obstáculos entre os agricultores ucranianos mais prósperos e favoráveis à economia de mercado (chamados pejorativamente de kurkuls).
A reacção do Stalin foi dar uma “lição aos nacionalistas renitentes”. Primeiramente, acabou com os kurkuls. Muitos proprietários abonados foram assassinados e os demais (2.800.000) foram deportados para o Kasaquistão e a Sibéria. O segundo passo foi a nacionalização das pequenas propriedades privadas, obrigando a filiação de seus donos às kolkhozes. Finalmente, decretou o confisco dos alimentos. Pela primeira vez no Estado moderno alguém utilizaria a fome como uma arma de destruição colectiva.

Mecanismos perversos
Em língua ucraniana, o neologismo Holodomor (Grande Fome provocada artificialmente) identifica a tragédia que varreu o país, transformando-o em uma estepe vazia onde rastejava, em completa inanição, a população inocente. Os sobreviventes não tinham forças para sepultar seus mortos.
Através de uma intolerável política fiscal, todos os recursos monetários foram exauridos pelo Estado soviético. A totalidade da produção agrícola era obrigatoriamente requisitada pelas cooperativas. A chamada “lei das cinco espigas”, proposta pessoalmente pelo ditador em agosto de 1932, exigia a morte por fuzilamento ou a prisão por dez anos para o infeliz surpreendido roubando comida.
As mercadorias da população foram confiscadas e proibido o seu comércio, sob pena de fuzilamento ou prisão por dez anos. Outras regiões da URSS estavam proibidas de ajudar aquelas populações. Foram retidos os passaportes internos, de modo que as famílias não podiam procurar alimentos em outras áreas da URSS. A repressão foi acompanhada por um ataque impiedoso à cultura ucraniana, à fé ortodoxa e à consciência nacional. Apenas na Ucrânia, pelo menos três milhões de meio de pessoas morreram por inanição ou em consequência dela, como canibalismo, suicídios e epidemias.

Silêncio!
A direcção da polícia política secreta decretou: “É categoricamente proibido a qualquer organização ter o registro dos casos de doença ou morte por fome, excepto os órgãos da polícia política”. Em 1934, ela decidiu que todos os registros do censo de 1932-1933 fossem enviados a repartições especiais, onde, com toda a probabilidade, foram destruídos. Como se aquela gente jamais tivesse existido. Na verdade, elas foram mortas duas vezes. Primeiramente pela fome. Em seguida, pela omissão a que foram submetidas por mais de setenta anos pelo regime soviético.

Não se pode esquecer
O actual presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, quer evitar a perda da memória histórica de seu povo: "O mundo deve saber a verdade sobre todos os crimes contra a humanidade. Somente dessa forma teremos a certeza que a indiferença nunca mais irá atrair os criminosos". Ele declarou 2008 o ano da memória pelas vítimas da Holodomor.

Nota sobre o autor:

Natural de Paraná, 59 anos de idade. Filho de Gregor Mieskalo, já falecido, ele próprio nascido na antiga Jugoslávia e de Ana Biletski, a brasileira de nascimento e ucraniana de origem.
É casado com a Inês Kisil, pai de quatro filhos: André, Ivan, Vítor e Luciana. Vive em São Paulo.

Formado em Ciências Sociais e em Pedagogia, durante 34 anos fui professor no ensino médio, ora de Sociologia e Filosofia, ora de História e Geografia. Exerceu simultaneamente o cargo de Orientador Educacional durante duas décadas em uma escola em São Paulo. Nesta mesma escola fui Director Pedagógico durante sete anos.

Neste momento é aposentado, colabora na redacção da revista mensal “Mundo e Missão”, dirigida por padres católicos.

quinta-feira, março 27, 2008

Hacker ucraniano cria partido político

Alegado hacker (pirata informático), pretende criar um partido político populista, próximo da grande oligarquia que apoia o Partido das Regiões (derrotado nas últimas eleições e encabeçado pelo Viktor Yanukovych)

O jornalista e blogger americano, Brian Krebs, autor do blog de segurança do Washington Post, escreve na sua página, que cidadão ucraniano, Dmytro Holubov, de 25 anos de idade, natural da cidade de Odessa, pretende criar Partido da Internet da Ucrânia.

FBI e Serviço de Inspecção Postal dos EUA (U.S. Postal Inspection Service), acusam Dmytro Holubov de ser o famoso hacker (pirata informático), conhecido no mundo cibernético pela alcunha de “Script”. Depois de muita insistência americana e somente apôs a vitória da Revolução Laranja, em 2005, Sr. Holubov chegou a ser preso e até encarcerado, acusado de ser a cabecilha da fraude cibernética no caso de Carderplanet.com, um fórum, que alegadamente facilitava a compra e venda das informações confidenciais dos cartões do crédito e do débito, e que era usado por cerca de 7.000 hackers de todo o mundo.

Mas apôs somente seis meses na prisão, alguns políticos ucranianos convenceram um juiz em emitir a nota de soltura de Holubov. O que é realmente interessante, porque como Krebs indica no seu blog e o Serviço de Inspecção Postal americano teme, se Dmytro Holubov conseguir um assento no parlamento ucraniano, essa posição lhe concederia a imunidade parlamentar automática da qualquer prossecução judicial pelas actividades criminais, como determina a lei ucraniana.

No sítio da Internet do partido é possível ler a biografia do Dmytro Holubov, onde ele afirma que: “pertence à uma rara categoria das pessoas, que vão para a política não para obter os dividendos, mas pela ideia. [...] Não estou interessado em dinheiro, como meta da toda a vida. [...] Estou contente, ajudando às pessoas e nisto eu gostaria de dedicar a minha vida”.

Alem disso, partido IPU declara no seu programa que pretende: “acabar com a corrupção pública e reduzir a burocracia estatal”, “apostar na computorização do Governo e de todo o país”, “dar as aulas gratuitas de línguas estrangeiras e computação para os cidadãos”, “criar as zonas off shore em certas regiões do país” e organizar a Ucrânia como “paraíso fiscal livre de impostos, para atrair a entrada do capital estrangeiro do todo o mundo”.

Partido IPU também pretende fazer reformas profundas e de cariz populista nas áreas dos impostos e da agricultura. Partido do Dmytro Holubov defende a necessidade da Ucrânia de novo adquirir a sua capacidade nuclear, mas manifesta-se abertamente contra a entrado do país na NATO.

Depois de ler os documentos do Partido, fiquei com a forte sensação do que Dmytro Holubov tenta criar nem tanto o partido político real, quanto um grupo de pressão, que no futuro lhe permitirá negociar um lugar elegível nas listas do Partido de Regiões pela região de Odessa.

Fonte:
http://blog.washingtonpost.com_holubov/
http://www.ipu.com.ua/

quarta-feira, março 26, 2008

Carro para o gigante ucraniano

Presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko ofereceu o carro particular ao homem mais alto do mundo, ucraniano Leonid Stadnik.

Alguns meses antes, Leonid Stadnyk fiz o pedido ao presidente ucraniano, para lhe arranjar um carro. O chefe do estado formulou o pedido especial à fábrica nacional ZAO "ZAZ" (foram eles que em tempos fabricavam a “Távria” e depois alguns modelos coreanos como “Lanos”). A fábrica usou um dos modelos de Chevrolet, adaptando os interiores e principalmente os bancos para a estatura do Leonid.
Presidente ucraniano pessoalmente sentou-se no banco do novo carro e junto com Leonid Stadnyk fiz uma volta em frente da Presidência da República.

É de lembrar, que Leonid Stadnyk é o médico veterinário de profissão, a sua altura é de 2.55 sm (e continua a crescer), ele é natural da aldeia de Podolyany na província ucraniana de Zhytomyr.

Foto: Reuters
Fonte:

Escola ucraniana em Pretória

No dia de Sto. Nicolau, 19 de Dezembro de 2007, na capital da República da África do Sul, cidade de Pretória, foi solenemente inaugurada a escola sabática ucraniana.

Neste momento a escola tem 12 alunos e alguns professores, maioria deles ligados à Embaixada da Ucrânia naquele país.

A criação da escola ucraniana sabática foi abençoada pelo padre Georgiy (ucraniano Yuriy Zolotenko, que até o Dezembro de 2006 era sacerdote da Igreja Ortodoxa Grega em Moçambique), hoje sacerdote da Igreja Ortodoxa Grega de Sto. Jorge, na cidade de Joanesburgo (RAS).

Fonte:
Escola sabática ucraniana na RAS

terça-feira, março 25, 2008

Belarus: dia de Liberdade

Hoje, dia 25 de Março é o 90º aniversário da Proclamação da República Popular da Belarus.

Os belarusos irão celebrar o dia da proclamação da sua Independência com marchas pacíficas e comícios populares em toda a Belarus e na Diáspora. Hoje, o comício principal será na capital, Mensk (Minsk), na praça Yakub Kolas, às 18h00 (19h00 em Maputo) e ao longo das seguintes avenidas: Avenida de Independência, Valadarski e Haradski Val até o monumento do Maksim Bahdanovich, junto ao edifício da Opera de Mensk.

Espera-se que o regime opressivo e ditatorial do Aljaksandar Lukašenka não interferirá no direito dos belarusos em celebrar a sua Independência. Pois como disse o jornalista e ensaísta Ales Krautsevich: “se não fosse aquela data, não existirá a República da Belarus e o actual regime não existirá também.”

Fonte:
http://www.charter97.org/
Governo da Belarus no exílio

Carta ao Presidente da Ucrânia

Na sequência das trágicos acontecimentos em Kosovo, onde em resultado dos distúrbios provocados pelos grupos armados sérvios, morreu o polícia ucraniano Ihor Kinal, primeiro alferes do batalhão ucraniano do UNMIK, o presidente da República do Kosovo, Dr. Fatmir Sejdiu, escreveu uma carta de condolências, ao presidente ucraniano, Viktor Yushchenko.

Prishtina, 18 March 2008
His Excellency Victor Yushchenko
President of Ukraine

Dear President Yushchenko,

On behalf of the people of Kosovo and myself, please allow me to express our most sincere condolences to Your Excellency on the tragic death of your national, policeman Ihor Kynal, member of the 155 policemen’ contingent of Ukraine in Kosovo.
Policeman Kynal passed away serving in the sacred mission designed to maintain order and rule of law in Kosovo, therefore people of my country will always remember him with highest esteem.
At this time of grieve, we ask you, Mr. President, to convey our deepest sympathy to the Kynal family alike.

God Bless policeman Kynal!

Respectfully,
Dr. Fatmir Sejdiu

President of the Republic of Kosovo

Prishtina, 18 March 2008
Major Bogdan Salyug

CommanderUkrainian Police Contingent
UNMIK

Dear Commander Salyug,

It is with deep sadness to learn the death of your national, the policeman Ihor Kynal. On behalf of the people of Kosovo and myself, please allow me to express our most sincere condolences to You personally and, to all members of your contingent.
The policeman Ihor Kynal passed away after having been wounded while serving his role in the sacred mission designed to maintain order and rule of law in Kosovo, therefore, our nation will always remember him with highest esteem.

May God Bless policeman Kynal!

Respectfully,
Dr. Fatmir Sejdiu
President of the Republic of Kosovo

Fonte:
http://www.president-ksgov.net/?id=5,67,67,67,e,713

p.s.
Entretanto, a Independência do Kosovo até hoje já foi reconhecida por Afeganistão, Albânia, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Canada, Costa Rica, Croácia, Dinamarca, Eslovénia, Estados Unidos, Estónia, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malásia, Noruega, Panamá, Paquistão, Peru, Polónia, Reino Unido, Senegal, Suécia, Suíça, Taiwan e Turquia.

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kosovo

segunda-feira, março 24, 2008

A redescoberta das igrejas ucranianas

Projecto vai catalogar as principais edificações ucranianas do Paraná (Brasil) e incentivar a preservação


por MARIA GIZELE DA SILVA

Ponta Grossa – Elas estão escondidas em pequenas construções de madeira na área rural, mas também ocupam áreas centrais dos municípios paranaenses. As igrejas ucranianas são o símbolo mais expressivo da cultura desse povo – a segunda principal etnia no Paraná, atrás dos poloneses, em número de descendentes. Para resgatar a importância dessas construções para a formação da identidade cultural nacional está sendo desenvolvido o projecto Arquitectura da imigração no Paraná – capelas ucranianas: uma documentação necessária pelo Instituto ArquiBrasil, de Curitiba.
Patrocinado pelo programa Petrobras Cultural, o levantamento começou em novembro de 2007 para ser concluído em dezembro deste ano. Das 190 igrejas visitadas pela equipe do projecto, as 20 mais importantes estão sendo catalogadas. O resultado da pesquisa será demonstrado em livros, CDs e na formatação de uma exposição itinerante. Além de escolas e bibliotecas, o material será levado às comunidades onde as igrejas estão localizadas. “Nosso desejo é sensibilizar essas comunidades para que elas percebam a importância da construção e zelem pela sua preservação”, afirma o arquitecto Key Imaguire Júnior, consultor do projecto.
Além da influência da cultura ucraniana, representada pelos bordados e pelas pysankas (ovos pintados), a arquitectura das capelas expressa o modo de pensar dos descendentes. No lugar de torres com cruzes voltadas para o alto estão as cúpulas e, para substituir as imagens de santos, aparecem os ícones que são pinturas típicas da etnia. Os ícones estão no altar, que é separado do público por uma parede transparente. As cruzes latinas, que têm as extremidades rectas, são trocadas pelas gregas, cujas pontas são arredondadas. Outra característica das capelas ucranianas é a construção em madeira de araucária, que era material farto no Paraná do início do século 20, em vez da alvenaria.
O bispo auxiliar da diocese ucraíno - católica, em União da Vitória, dom Daniel Kozlinski, explica que as cruzes gregas representam a simbologia do rito bizantino e as cúpulas arredondadas demonstram o zelo de Deus sobre seus seguidores. “As cúpulas lembram o amor de Deus que nos cobre com a sua protecção”, comenta. Dos 500 mil descendentes de ucranianos que moram no Brasil, cerca de 90% são católicos, conforme o bispo.
A historiadora ucraniana Oksana Boruszenko, especialista em movimentos migratórios, afirma que 78% dos descendentes vivem no Paraná, sendo que os demais estão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os antepassados começaram a chegar em 1891, mas a principal leva de imigrantes ucranianos ocorreu quatro anos depois. O avanço da dominação napoleônica na Europa e a falta de terras para os ucranianos trabalharem na agricultura, aliada ao período de pós – abolição da escravatura brasileira, favoreceram a instalação dos ucranianos no Brasil. No Paraná, eles encontraram condições favoráveis para desenvolver as culturas de trigo, na região central do estado, e de café, no Norte, expandindo-se para outras áreas nos dias atuais.
Um incentivo à preservação

Das 190 capelas ucranianas analisadas pelo projecto do Instituto ArquiBrasil somente três, localizadas em Mallet, Prudentópolis e Antônio Olinto, são tombadas pelo património cultural do Paraná. A mais antiga – a igreja de São Miguel Arcanjo, de Mallet, de 1903 – está em condições precárias. A esperança é o projecto de restauração que custará R$ 550 mil e será financiado pelo governo federal através da Lei Rouanet. O deputado federal Ângelo Vanhoni (PT) já teve uma emenda parlamentar, no valor de R$ 300 mil, aprovada pela Câmara dos Deputados para a obra. A luta dos idealizadores do projecto, conforme o consultor Key Imaguire Júnior, é para preservar as construções originais. “As pessoas têm uma visão errada de que a construção em madeira é frágil”, afirma.O bispo dom Daniel Kozlinski, no entanto, diz que a manutenção é difícil. “Hoje em dia, o custo é muito elevado. Outro detalhe é que o corte da araucária é proibido por lei e não podemos fazer a manutenção substituindo uma madeira nobre pelo pinus, por exemplo”, afirma. Os principais exemplares das capelas ucranianas estão nas cidades de Prudentópolis, Ponta Grossa, Marechal Cândido Rondon, Mallet, Guarapuava, Pitanga, Apucarana, Paulo Frontin e União da Vitória. (MGS)

Fonte (obrigado ao Guto Pasko):
http://br.groups.yahoo.com/group/ajub/message/4255

quinta-feira, março 20, 2008

Ucranianos atacados em Kosovo

No dia 17 de Março, durante operação especial de desocupação do edifício do tribunal na cidade de Mitrovica, houve o confronto entre as forças policiais da ONU e os grupos armados sérvios. As milícias ilegais sérvias atacaram a esquadra da polícia, usando as armas automáticas e granadas. Em resultado deste ataque 21 polícias ucranianos do Batalhão Especial da Paz em Kosovo foram feridos. Atingido pelos estilhaços, em resultado das múltiplas feridas e apesar duma operação atempada, morreu o vice – comandante do Batalhão, primeiro alferes Ihor Kinal. Natural da cidade de Ternopil, Ihor Kinal tinha apenas 25 anos.

Desde muito novo, Ihor Kinal tinha o jeito para as línguas estrangeiras, depois de terminar o liceu especializado na sua cidade natal, ele foi graduado pela Academia do Interior na cidade de Kharkiv. No Batalhão Especial da Paz em Kosovo Ihor desempenhava a tarefa de tradutor.

Optimista por natureza, Ihor acreditava num mundo melhor, por isso escolheu a sua profissão de maneira absolutamente consciente. Os seus passatempos preferidos eram o sky e passeios no montes Cárpatos. Namorava dois anos com Oksana, embora ainda não se falava em casamento. Mesmo estando em Kosovo ele falava com a sua amada todos os dias, menos o dia 17 de Março, quando não entrou on-line...

O corpo do Ihor Kinal será transportado primeiramente para a capital, Kyiv, depois para a sua base militar em Zolochiv, onde terá uma cerimónia militar de despedida. Com direito a uma orquestra militar e tiros das armas dos seus camaradas.

Fonte:
http://a-ingwar.blogspot.com/2008/03/blog-post_18.html

Faro recorda Holodomor

Exposição de Artes Plásticas

Cidade de Faro (Portugal) recorda a história do genocídio ucraniano, Holodomor, (extermínio pela fome), que entre 1932 a 1933 ceifou a vida de 10 milhões de ucranianos

De 15 a 29 de Março de 2008 encontra-se patente na Biblioteca Municipal de Faro António Ramos Rosa uma exposição dedicada ao tema "Holodomor (Extermínio pela fome) de 1932 a 1933 na Ucrânia – um acto de genocídio contra o povo ucraniano", uma iniciativa de reconstrução da memória organizada pela Associação dos Ucranianos no Algarve.
APRESENTAÇÃO
"A Ucrânia e as suas comunidades da diáspora assinalam, no biénio 2007/2008, o 75.º aniversário de um dos mais trágicos acontecimentos do século XX: a Grande Fome de 1932-1933. Durante o domínio soviético esta história esteve encoberta. Em 2006, o Parlamento da Ucrânia aprovou uma resolução que condena Holodomor como acto de genocídio contra o povo ucraniano.
Em resposta aos apelos das autoridades ucranianas e da diáspora, um número crescente de países e de organizações internacionais têm manifestado igualmente a sua solidariedade com as vítimas de Holodomor.
A Associação dos Ucranianos no Algarve convida a comunidade portuguesa a conhecer esta página trágica da história ucraniana cuja inauguração será no dia 15 de Março (próximo sábado), pelas 16h00, no átrio da Biblioteca Municipal de Faro."

Na inauguração, às 16:00 horas, estarão presentes representantes da Embaixada da Ucrânia em Portugal, bem como do executivo da autarquia de Faro. E o professor universitário António Rosa Mendes dará uma palestra sobre o tema.

quarta-feira, março 19, 2008

Poesia ucraniana em português

Uma amiga e colega pediu me hoje para preparar uma pequena colectânea da poesia ucraniana. Fiz aquilo em dois tempos, ainda me sobrou algum tempo para exercitar a minha capacidade para tradução português – ucraniano e vice versa. Este pequeno ensaio é uma poesia do genial poeta ucraniano Pavlo Tychyna, cujo enorme talento foi usurpado e destruído ao belo prazer do regime comunista da URSS.

O verso “Na praceta junto à igreja” foi escrito em 1918, exortando o esforço dos patriotas ucranianos em defender a Primeira República ucraniana. Esforço falhou e brevemente todo o território da Ucrânia foi ocupado pelas tropas soviéticas. Mas isso já é uma outra história...

Na praceta junto à igreja, (1918)

Na praceta junto à igreja
decorrendo a revolução.
- Que pastor! – gritaram todos, -
seja o nosso chefão.

Adeus, aguardem liberdade, -
aos cavalos, seguem o trilho!
Ferveu, fez barulho de verdade –
Apenas bandeiras floriram...

Na praceta junto à igreja
mães ficaram do véu:
ilumina então seu caminho,
lua clara que esta no céu!

Na praceta poeira se baixa.
Calam as conversas...
Escurece.
Noite cai.

p.s. quem achar que essa tradução tem falhas, que faça uma muito melhor!



Mais poesia ucraniana em português:
http://membres.lycos.fr/mazepa99/1page.htm

segunda-feira, março 17, 2008

Embaixador da Ucrânia em Curitiba

O governador do Estado brasileiro do Paraná, Roberto Requião recebeu nesta segunda-feira (10) o embaixador da Ucrânia, Volodymyr I. Lákomov, no Palácio das Araucárias. A delegação ucraniana começou pelo Paraná uma visita a diversos Estados brasileiros, que vai culminar com a entrega da carta diplomática ao Presidente Lula. “O Paraná é o Estado que tem a maior comunidade ucraniana no Brasil, é uma grande uma ponte que nós temos entre os dois países”, afirmou o embaixador.A Embaixada estuda sediar, em Junho, no Paraná, a reunião trimestral do conselho administrativo da Alcântara Ciclone Space, consórcio binacional criado para o lançamento de foguetes e satélites a partir da base de Alcântara, no Maranhão. “Com a parceria aero-espacial, nossa relação está chegando agora ao seu maior patamar histórico. O que buscamos é estreitar ainda mais esses laços”, afirmou Lákomov.

O embaixador assumiu suas funções em Brasília em Março de 2007, e esta é sua primeira visita oficial ao Paraná. Curitiba e Região Metropolitana têm a maior comunidade ucraniana no Brasil, com cerca de 60 mil descendentes.

O Prefeito da cidade brasileira de Curitiba, capital do estado de Paraná, Sr. Beto Richa recebeu nesta terça-feira (11) o embaixador da Ucrânia no Brasil, Volodymyr Lákamov.
"Queremos agradecer a atenção que o prefeito de Curitiba tem dado à comunidade ucraniana. Realmente estamos encantados com o tratamento e com a cidade", disse o embaixador, que está há três na capital.
O embaixador falou em estreitar relações com Curitiba em projectos relacionados à área de tecnologia. Lákamov também convidou Richa para conhecer as estações de metro de Kyiv, que funcionam também como museus de arte. "As portas estão abertas para intensificarmos as conversas e fecharmos parcerias que sejam interessantes para ambos", disse Richa.
"O interesse de parceiros internacionais por Curitiba demonstra o reconhecimento das experiências bem sucedidas da cidade nos mais variados sectores", disse o secretário de Relações Internacionais e Cerimonial, Eduardo Guimarães, que acompanhou a visita do embaixador.
Também acompanharam a visita a embaixatriz Olga Lakomova, 2º Secretário da Embaixada da Ucrânia Yuliy Tatarchenko, o Cônsul da Ucrânia em Curitiba, Olekandr Markov, o Cônsul da Ucrânia em Paranaguá, Mariano Czaikowske, o deputado estadual Felipe Lucas e o representante da comunidade ucraniana no Paraná Vitório Sorotiuk.
Lákamov foi conselheiro de Cooperação Económica na Embaixada da Ucrânia no Brasil, entre 1997 e 2002. Na função, desenvolvia parcerias com bilateral nas áreas da indústria aeroespacial, maquinaria pesada e energia. Antes de assumir a embaixada no Brasil, entre 2005 e 2007 foi embaixador da Ucrânia na República de Angola.

Ucrânia homenageia Felipe Lucas

Deputado estadual brasileiro Felipe Lucas recebe homenagem do governo ucraniano

Nesta segunda-feira (10/03), em solenidade realizada no salão nobre da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, o deputado Felipe Lucas (PPS) recebeu das mãos do Embaixador da Ucrânia no Brasil, Volodymyr Lákomov, a comenda da Ordem de Honra ao Mérito de 3.º Grau – a maior honraria concedida pelo governo ucraniano. A distinção é uma homenagem pelos esforços despendidos pelo parlamentar para que o Brasil reconheça o Holodomor, como um acto de genocídio contra o povo ucraniano. No encontro, Vitório Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira também foi homenageado.
A reunião foi comandada pelo presidente da Casa, Nelson Justus e teve o prestígio dos deputados Alexandre Cury, Luiz Cláudio Romanelli, Cida Borghetti e Dr. Batista. Da comitiva do embaixador estiveram presente o cônsul da Ucrânia, Oleksandr Markov, o cônsul honorário Mariano Czaikowski e a vice-prefeita do município de Irati, Marisa Lucas, além do prefeito Celso Kubaski, de Imbituva e do ex-prefeito Markiano Antônio, de Prudentópolis, cidades com grande predominância de ucranianos no Estado.
O embaixador Lákamov destacou que, até hoje, apenas poucos estrangeiros foram agraciados com a comenda, entre eles, os ex-presidentes Bill Clinton (Estados Unidos) e Boris Yeltsin (Rússia). “O deputado Felipe Lucas é um amigo do povo ucraniano e teve reconhecido seus méritos por assumir a luta de toda uma nação, tentando restaurar uma verdade histórica”, declarou. A autoridade argumentou que este período sombrio não pode ser “deletado” da história mundial.
Emocionado, o deputado Felipe Lucas, que já tinha sido homenageado pelo presidente ucraniano Victor Yuschenko, por ocasião do 16.º aniversário da independência daquele país, agradeceu a honraria, estendendo a distinção a todos os deputados da Assembleia que aprovaram por unanimidade o projecto por ele apresentado, reconhecendo a luta do povo ucraniano. O parlamentar aproveitou para informar que o governo daquele país mantém estreitas parcerias comerciais com os paranaenses. Holodomor é um dos mais trágicos acontecimentos do século XX: a “Grande Fome de 1932-1933”. Estima-se que morreram entre 3 a 6 milhões de ucranianos - sobretudo camponeses - em consequência de uma fome artificialmente provocada pelo regime soviético dirigido por Stalin. Este genocídio teve como principal objectivo “castigar” os camponeses - a base social da nação ucraniana - devido à sua resistência à colectivização da agricultura e ao apego que manifestavam pela cultura e tradições nacionais.
Felipe Lucas é ex-vereador e ex-prefeito de Irati (1993 a 1996), ele é médico do município de Irati e da região há 30 anos, e tem participado activamente das campanhas para obtenção de recursos para a sua comunidade. Em 2004, ainda enquanto suplente, por exemplo, acompanhou a entrega de equipamentos para atendimento de casos de gestação de alto risco destinados a Santa Casa de Irati. Lucas também acompanhou a liberação dos recursos ao Consórcio Municipal de Saúde – C.I.S, entre outras conquistas.
Contactos do Deputado Felipe Lucas:
Telefone: +55 41 - 33504000
E-mail: felipelucas arroba alep pr gov br

Afro – ucraniano procura pai

Jovem afro – ucraniano, Denis Gensior (nascido aos 4 de Abril de 1981 na cidade de Odessa), procura o seu pai, natural da Angola, Dr. Daniel António, que em 1981 foi graduado pelo Instituto Médico de Odessa (Pirogov), hoje Universidade Médica Estatal de Odessa, regressando de seguida à Angola, sendo o seu filho, Denis, ficou viver com a mãe, Sra. Valentina Gensior.

Denis Gensior foi graduado pela Escola de Jovens Oficiais do Exército na cidade de Kryviy Rig, estudou na Escola Náutica de Odessa, mas ... a sua vida inesperadamente deu uma curva e neste momento ele ganha o seu pão trabalhando como soldador no interior da província de Odessa.
Solicitamos à ajuda de todo o mundo para encontrar o Dr. Daniel António, pois acreditamos que tanto ele precisa do seu filho, como este precisa do pai.

Mais:

Cidadã azeri, Nadezhda Egorova, procura em Moçambique seu ex-marido, militar de carreira, Sr. Nhongo Manuel António (1961) e seu filho Nhongo Jeraldo Manuel (1986).
Qualquer correspondência entre o casal cessou em 1995, última carta conhecida continha este endereço: Moçambique, Av. Mártires da Mueda, M.D.N, C.P. № 3136, Gabinete Jurídico.

sexta-feira, março 14, 2008

Ucraniana fazendo sucesso no México

Ana Layevska é uma actriz mexicano – ucraniana, fazendo sucesso no México.

Filha de Serhiy Layevskiy e Inna Rastsvetaeva, Ana Layevska nasceu em Kyiv aos 10 de Janeiro de 1982, mas desde os seus nove anos de idade vive no México.
Entre os idiomas que domina se encontram ucraniano, espanhol e inglês, também vem de uma família bastante apegada a religião ortodoxa. Sua família chegou ao México quando Ana tinha nove anos de idade, desde então sempre está ligada ao ambiente artístico. Desde muito pequena tem amor a arte, pelo qual se dedicou a prática do violino, instrumento que domina na perfeição.
No México, Ana, começou apreender a arte de representar no Centro de Educação Artística da Televisa (CEA). O talento que possui a levou a participar em novelas como “Preciosa” (1998) e “Amor gitano” (1999), mas foram papeis relativamente pequenos, que serviram para sua formação de actriz.
Posteriormente o produtor Pedro Damián a chamou para participar da telenovela Primer Amor: A 1000xHora (2000), graças ao qual recebeu o prémio “TvyNovelas” como melhor revelação, assim como o prémio “Palmas de Oro”; cabe mencionar que nesta telenovela mostrou seus dotes de cantora, pois interpretou um tema musical.
Fez na televisão o filme “In the Time of the Butterflies”, em que teve a oportunidade de actuar ao lado de Salma Hayek e Edward James Olmos. Também deu o melhor de si na peça teatral “Las Mariposas son Libres” e por isso a Asociacion de Periodistas Teatrales a galardoou com o prémio APT como melhor revelação teatral.
Outras telenovelas em que Ana Layevska participou foram El Juego de la Vida, Clap… el lugar de tus sueños, La Madrastra, Casi divas, entre outras.

Fonte:
http://ana-layevska.tripod.com/id1.html
http://www.imdb.com/name/nm0493521

Mês do Taras Shevchenko

(9 de Março de 1814 – 10 de Março de 1861)

Por: Atanas Kobryn

O Presidente John F. Kennedy disse em 25 de Março de 1961, “Eu estou satisfeito em adicionar a minha voz àquelas que honram o grande poeta ucraniano Taras Shevchenko. Nós honramo-lo pela sua contribuição rica à cultura não somente de Ucrânia, que ele amou tão fortemente e descreveu tão elegantemente, mas do Mundo. Seu trabalho é uma parte nobre da nossa herança histórica.” Taras Shevchenko – pintor, poeta, activista político e um dos maiores humanistas europeus da sua época – exortou os seus compatriotas, “Leiam, estudem / E aprendem dos estrangeiros / mas não tenham vergonha do que é vosso.” (Poema “Aos mortos, aos vivos, aos não nascidos”, 1845).

Nascido há 194 atrás em 1814 e falecido em 1861, em seu poema "Zapovit" (Testamento), Shevchenko pede aos seus compatriotas em recordá-lo “com palavras bondosas, ditas amavelmente.” Ucranianos assim como muitos não ucranianos que são familiarizados com os tesouros poéticos, literários e artísticos deste indivíduo original, recorda-o e, por todas as indicações, nunca esquecer-se-á dele. Mas em vez de recordá-lo com “com palavras bondosas, ditas amavelmente”, seus poemas estão sendo recitados. Os poemas que se transformaram em canções populares (e até em música rock), estão sendo cantados por cantores e por choros em todo o mundo. Os trabalhos de investigação são escritos e discutidos em principais universidades ucranianas e as discussões aquecidas de seus ideais e das visões de uma sociedade justa de Ucrânia livre, “sem servos e sem mestre”, entre as nações livres está ocorrendo.

Auto – retracto:

segunda-feira, março 10, 2008

Memórias do Holodomor

Aproveito para vós dar o conhecimento de dois excelentes sítios australianos sobre o Holodomor, com destaque para um conjunto de iniciativas, a decorrer nos próximos dias:


http://www.theage.com.au/multimedia/ukrainefamine/main.html
http://www.ozeukes.com/

Por fim, envio as imagens do impressionante projecto do Memorial do Holodomor, a construir em Kyiv:
http://www.ukrainianworldcongress.org/Holodomor/index.html

Via: Luís M. Ribeiro

Entre Hip – Hop e Hopak

Música, migrações africanas e a questão de identificação racial na Diáspora africana radicada na Ucrânia.
Apresentação da Dra. Adriana Helbig, preferida no Instituto Ucraniano da Arte Moderna em Chicago, EUA.

sexta-feira, março 07, 2008

Letónia e Holodomor

O Parlamento da Letónia brevemente votará a Declaração do Reconhecimento do Holodomor ucraniano como acto do genocídio

KYIV, February 1 / UKRINFORM. Chairman of Ukrainian Parliament (Verkhovna Rada), Arseniy Yatsenyuk met Latvian Foreign Minister Maris Riekstins Friday, discussing Ukrainian – Latvian relations.
The parties to the meeting discussed the issue of Latvia's recognition of the 1932-1933 Holodomor in Ukraine as the genocide of Ukrainians. According to Maris Riekstins, soon the Latvian parliament will listen to a draft declaration on historical events in Ukraine that is the recognition of the Holodomor and expressed his hope that the declaration will soon be adopted. In his turn, Yatsenyuk thanked the Latvian diplomat for support of Ukraine in this issue.
The two officials also exchanged opinions on Ukrainian – Latvian cooperation and foreign relations. They, in particular, discussed the topic of European and Euro – Atlantic integration of Ukraine. Yatsenyuk said Ukraine's membership in influential global organizations will be preceded with public debates, with a view of informing the society about their about aims and tasks.
The Latvian diplomat confirmed the aspiration of official Riga to comprehensively support reforms and democracy in Ukraine.
Mais, no passado dia 6 de Fevereiro, Historiador português, Dr. Luís M. Ribeiro e o Embaixador da Ucrânia em Portugal, Sr. Rostyslav V. Tronenko tiveram uma reunião estimulante e positiva com deputados da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros da Assembleia da República Portuguesa, a propósito da petição sobre o reconhecimento do Holodomor.

http://www.saeima.lv/saeima9/lasa?dd=LM0373_0 (em letão)
http://www.ukrinform.com/eng/order/?id=118932&ulq=holodomor (inglês)

América Latina e Ucrânia

A situação geopolítica actual na América Latina torna-se bastante favorável à Ucrânia. Pode parecer uma afirmação tanto quanto arriscada, mas vejamos essa ideia ao pormenor.

Por um lado, temos na região um grupo de países, encabeçados pelos lideres muitíssimo anti – EUA, casos óbvios de Venezuela e Bolívia. Por outro lado, temos uma decisão estratégica (e diga-se de passagem pragmática), da Rússia em apostar em dois países separadas pelas opções ideológicas: Venezuela e Argentina. Ao mesmo tempo, quer a Venezuela esquerdista, quer a Argentina neo – liberal, são dois opositores naturais e históricos do Brasil. E também existe a mais recente descoberta dum dos maiores campos petrolíferos do mundo no Brasil, que está prestes a tornar este país no principal produtor do petróleo da sua região e num dos maiores do mundo. (Os brasileiros sabem do que estou a falar, pois no país é pública a frase do Hugo Chavez que chamou Lula do “príncipe do petróleo” na recente cimeira ibero – americana).

Toda a gente sabe (mas ninguém diz publicamente), que Brasil pretende ter a sua arma nuclear. País tem a tecnologia, capacidade financeira e os cérebros nacionais necessários para o efeito. Mas adquirir uma arma nuclear convencional parece que fica mal e Brasil não quer ser confundido com Correia do Norte ou com Irão. Por outro lado, Brasil não pode se projectar internacionalmente (pretendendo obter o lugar permanente no futuro Conselho de Segurança alargado da ONU, por exemplo), sem ter essa capacidade superior de persuasão, perante os vizinhos instáveis ou até potencialmente agressivos. E por fim, não se pode esquecer, que vivemos num mundo, onde infelizmente, são respeitados os fortes e onde as riquezas naturais de um determinado país, são e serão cada vez mais cobiçadas quer pelos vizinhos, quer pelas grandes potencias mundiais.

O Ministro da Defesa do Brasil, Dr. Nelson Jobim fez recentemente uma digressão pela França e pela Rússia, na procura da tecnologia de ponta para indústria da defesa brasileira. Prepara-se a sua visita aos EUA. Mas EUA não estão interessados em partilhar essa tecnologia, Rússia já fez a sua opção estratégica e neste momento não pode satisfazer a demanda brasileira, sem enfurecer a Venezuela e Argentina (ucranianos da Argentina que perdoem a minha maneira directa de dizer as coisas). Apenas a França parece que aceita construir para Brasil um submarino com capacidade de carregar os mísseis balísticos, inclusivamente com a carga nuclear. Acho que não é preciso explicar, que numa Europa presa ao politicamente correcto, Nicolas Sarkozy é a única figura que neste momento tem a ousadia de desafiar dois impérios de actualidade: EUA e a Rússia e tem meios suficientes próprios para faze-lo.

E aqui que nesta história entra a Ucrânia. País, que actualmente está fora dos blocos militares, mas tendo o claro rumo euro – atlântico, a Ucrânia possui vários interesses no Brasil. Primeiro, por causa da forte diáspora ucraniana (mais de 400.000 pessoas e hoje em dia a língua é um mercado), segundo porque a diversificação da demanda energética ucraniana claramente faz parte da politica da defesa e segurança do país. Já para não falar do projecto cósmico brasileiro (cosmódromo de Alcântara), desenvolvido em parceria com o sector público e privado da Ucrânia.

Ucrânia tem um grande potencial na indústria da defesa, e é a obrigação do país procurar os parceiros fora dos circuitos habituais de venda de armamento. Nesta situação, vender armamento ucraniano ao Brasil torna-se quase um imperativo patriótico e do bom senso, pois atenderemos as aspirações legitimas de um país – amigo em se tornar mais seguro e também ganharíamos um parceiro de peso em vários projectos internacionais, que interessam a Ucrânia: desde o reconhecimento do Holodomor, até à internacionalização e diversificação mais rápida da economia ucraniana.

Neste contexto é muito importante mencionar o equilíbrio das forças, que neste momento se sente na política interna ucraniana. Por um lado, a parte mais beneficiada de todos os contactos e contractos com o Brasil, será o Leste industrial ucraniano (tradicionalmente bastante disperso culturalmente e politicamente). Por outro lado, importante é o facto do que actual Governo ucraniano é dirigido por Yulia Timochenko, líder histórico do BYuT – partido do centro – esquerda, que conseguiu nas últimas eleições desalojar do governo ucraniano o Partido de Regiões, “guarda – chuva” da grande oligarquia ucraniana.

Na minha recente deslocação ao Brasil, tive a honrosa oportunidade de conversar com dois políticos brasileiros mais brilhantes da sua geração, que embora pertencem a duas famílias políticas diferentes, são grandes, permanentes e fieis amigos da Ucrânia. Assim proponho vós os trechos das conversas que tive com um dos mais influentes políticos da oposição liberal, Senador Heráclito Fortes (eleito pelos Democratas) e com a Senadora mais bonita, elegante e charmosa, afecta à base governista, Sra. Serys Slessarenko do Partido dos Trabalhadores. As nossas conversas tiveram lugar no Senado brasileiro, entre dias 13 e 14 de Fevereiro de 2008.

Por questões da cortesia e do género, começaremos pela Senadora Serys Slessarenko:
— Como Senadora e membro da Comissão das Relações Exteriores e Defesa Nacional, até que ponto a Senhora é envolvida nas relações actuais entre Brasil e Ucrânia? Ao seu ver, o que poderá ser feito, para aumentar os níveis de cooperação entre nossos países?

— Tenho excelentes e permanentes contactos com a Embaixada da Ucrânia, com anterior e actual (Sr. Volodymyr Lákomov) embaixador ucraniano. Vejo a minha posição como facilitadora de relações entre nossos países, esforço pelo qual recebi a diploma de honra do Governo ucraniano. Fiquei muito feliz ver que uma mulher se tornou a Primeira – Ministra da Ucrânia. Neste momento estamos fazer esforços para que Yúlia_Timochenko visite o Brasil, pensando em incrementar as relações comerciais entre nossos países. Se isso acontecer, gostaria contribuir ao máximo para desenvolvimento de temas como: questões de género, mudanças climáticas, bio – combustível, etc. Alem disso temos a perspectiva de ver o Presidente Lula da Silva ir visitar a Ucrânia e chefe do Parlamento Ucraniano (Sr. Arseniy Yatsenyuk), visitar o Brasil. Enfim, posso dizer que estamos fazer um esforço grande, para que de forma concreta, através de visitas e contactos bilaterais chagar aos progressos políticos na relação entre nossos países.

— Fazendo parte do Grupo Parlamentar Brasil – Ucrânia (grupo misto composto pelos parlamentares da Câmara de Deputados e do Senado do Brasil, presidido pelo advogado Cláudio Cajado ), como define as prioridades nas relações bilaterais entre Brasil e Ucrânia?

— Estamos emprenhados no aprofundamento da política de inter – relações entre Brasil e Ucrânia. Neste momento a questão em que estamos a trabalhar é a questão de supressão dos vistos de entrada dos brasileiros na Ucrânia e ucranianos no Brasil. Temos que superar este problema do visto turístico, embaixador Lákomov já fez o pedido formal neste sentido junto ao Itemaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Ministro Dr. Celso Amorim ), mas Itemaraty ainda não mandou essa proposta para o Senado. Obviamente, essa questão só pode ser resolvida do ponto de vista de facilitação bilateral. O próprio Presidente Lula quer que a resolução seja bilateral, por isso temos que ter a paciência necessária para esperar.

Alem disso, apesar de existir o esforço definido pelo grupo parlamentar em aproximar nossos países, terá que haver o esforço pessoal de cada membro do grupo. Assim já ocorreram algumas missões parlamentares da Câmara de Deputados e do Senado à Ucrânia (eu ainda não foi, mas pretendo se deslocar à Ucrânia na próxima oportunidade). Como também missões dos parlamentares ucranianos já visitaram o Brasil. Acredito que nós parlamentares, temos que fazer maior esforço legislativo neste sentido.

— Tendo a forte ligação familiar com ucranianos, a senhora mantêm alguns contactos com associações ucranianas no Brasil?

— Tenho contacto permanente e directo com a Embaixada da Ucrânia, mas também mantenho os contactos com as colónias dos ucranianos, pretendo se deslocar (ao Paraná) para manter um contacto mais directo, para conversar com a comunidade ucraniana residente no Brasil.

***
Presidente da Comissão das Relações Exteriores e Defesa Nacional e membro do Grupo Parlamentar Brasil – Ucrânia, Senador Heráclito Fortes foi um dos mentores de trazer a exposição sobre o Holodomor ao Senado brasileiro. Acção fortemente e pouco civilizadamente contestada pela Embaixada da Rússia no Brasil, que chegou ao cúmulo de espalhar no Senado uns panfletos que em tentou desmentir a ocorrência do Holodomor, a maior tragédia da Nação ucraniana.

— Como Senador e Presidente da Comissão das Relações Exteriores e Defesa Nacional, como define as relações entre Brasil e Ucrânia?

— Brasil está interessado em ampliação das relações diplomáticas e comerciais com todos os países da Europa. A partir da sua independência, a Ucrânia tornou-se um parceiro individual muito importante para o Brasil. Pois o Brasil está interessado em manter a sua balança comercial equilibrada, aumentando oportunidades de negócio. País não pode ficar apenas o parceiro da União Europeia, pois a curto prazo seremos afectados pelas decisões muito problemáticas tomadas em bloco (recente embargo da carne brasileira na UE). Por isso, no aspecto comercial é muito mais vantajoso ter um mercado seguro individual, do que depender das decisões tomadas em bloco.

— Ao seu ver, o que poderá ser feito, para aumentar os níveis de cooperação entre nossos países?

— Temos que fortalecer os grupos de amizade parlamentar. Fundamental que sejam incrementadas as idas recíprocas dos parlamentares para aumentar os níveis do conhecimento mútuo e para o fortalecimento das relações bilaterais.
Temos no Brasil uma comunidade ucraniana muito grande e isso foi muito positivo para formação do povo brasileiro. É muito importante preservar e fortalecer essas relações.

— A Ucrânia tem um grande potencial na indústria da defesa, abundância dos cientistas e da tecnologia que Brasil precisa. Porque as empresas brasileiras são tão tímidas em estabelecer os contactos bilaterais com a contraparte ucraniana?

— Classe empresarial brasileira ainda não absolveu totalmente a noção do que a URSS já não existe. Empresário quando oiça sobre uma fabrica ucraniana pensa que isso fica na Rússia. Eu sei muito bem que a Ucrânia é responsável pelas pesquisas, pela ciência, mas para nós, brasileiros, a Ucrânia é o Chornobyl. A Embaixada da Ucrânia, ao meu ver, terá que fazer um trabalho mais intenso para desmistificar isso, falar com jornalistas, com fazedores de opinião.

— O que pode ser feito em termos práticos, para vencer este desafio?

— Por exemplo, o cargueiro ucraniano Antonov. Seria muito interessante se a marca Antonov, optar por fazer uma parceria com a Embraer brasileira. Principalmente na produção do modelo AN – 320. Rússia não quer passar a tecnologia, isso não convém ao Brasil. Se Ucrânia trazer a tecnologia, se partilha-la, trocando os conhecimentos, então haverá o interesse mútuo, haverá aceitação desta cooperação.

Ministro (da Defesa do Brasil) Nelson Jobim foi a Rússia, França, irá para EUA. Mas em termos práticos ninguém quer partilhar o conhecimento. Por isso o país que quiser partilhar o conhecimento com o Brasil, sempre será bem vindo.

Meu modo de ver as coisas: se os países que fabricam os aviões não ficarem atentos, ficaremos por traz, ultrapassados pelos mercados asiáticos. Filosofia asiática é baixar o preço. Se eles dominarem a tecnologia aérea – baixarão os preços drasticamente. Por isso, quer Brasil, quer a Ucrânia tem que unir os esforços para criar sinergias na indústria de construção aérea.

segunda-feira, março 03, 2008

Embaixador da Ucrânia visitará Paraná

Embaixador da Ucrânia Sr. Volodymyr Lákomov visitará o Paraná entre os dias 9 e 15 de Março de 2008.

No dia 9 de Março às 10:00 horas depositará um ramo de flores no Monumento em Homenagem ao Poeta Taras Shevchenko na Praça da Ucrânia em Curitiba. Toda a comunidade está convidada a comparecer com suas camisas bordadas. Em seguida visitará às 11:00 o Memorial Ucraniano.

Às 12:30 horas haverá almoço típico em Curitiba com a presença do Embaixador e as lideranças da comunidade ucraniana brasileira na Sociedade Ucraniana do Brasil – SUBRAS, à Rua Augusto Stelfeld, 797. As reservas para participar do almoço com o Embaixador poderão ser feitas com o Sr. Wolodomyr Galat – fone (41) 3335 1220 - à Rua Brigadeiro Franco, 374, entre 9:00 e 12:00 horas, entre os dias 26 de Fevereiro e 6 de Março.

No dia 10 de Março (Segunda Feira ) a agenda do Embaixador será:
12:30 horas – Audiência e Almoço com o Governador do Estado do Paraná – Roberto Requião de Mello e Silva
14:30 horas – Audiência com o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
15:30 horas – Assembleia Legislativa do Estado do Paraná

No dia 11 de Março (Terça Feira) terá audiência às 11:00 horas com o Prefeito Municipal de Curitiba e à noite às 19:30 horas – Encontro com a Comunidade Ucraniana em União da Vitória

Dia 12 de Março (Quarta Feira)
9:30 horas – Visita à Igreja na Serra do Tigre.
12.00 horas – Visita a cidade de Irati.
19:30 horas – Encontro com a Comunidade Ucraniana em Prudentópolis

Dia 13 de Março (Quinta Feira) visita ao Museu do Milênio em Prudentópolis e Igreja Matriz de São Josafat
15:00 Audiência na Reitoria da Unioeste – Guarapuava

Dia 14 de Março (Sexta Feira)
10:00 horas - Audiência com o Prefeito Municipal de Foz do Iguaçu. Visita ao Parque Nacional do Iguaçu. Visita à Itaipu Binacional.
Mais informação:
http://www.pessoal.cefetpr.br/ucrania/embaixador_visita_parana.html

Momento poético com Andrea Bulka Sahaiko (Paraná, Brasil)

Ucraína de Taras
Casa de Francó
Rimas raras
Ao luar do Dnipró
Na perene alegria
Incessante Ucraína, de luz e magia
A os olhares de menina...

Nelson Jobim visitará Ucrânia

No dia 26 de Fevereiro de 2008, o Embaixador da Ucrânia no Brasil, Sr. Volodymyr Lákomov, teve um importante encontro com o Ministro da Defesa do Brasil, Dr. Nelson Azevedo Jobim.

Durante o encontro, Embaixador Lákomov entregou ao Dr. Nelson Jobim a carta pessoal do Ministro da Defesa da Ucrânia, Dr. Yuriy Yekhanurov, com o convite de visitar a Ucrânia, que foi prontamente aceite. Ministro Jobim em breve visitará a Ucrânia, no período que será determinado pelos habituais canais diplomáticos.

Austrália reconhece Holodomor

A Assembleia Legislativa do Estado de Vitória (Austrália) reconheceu o Holodomor como acto de genocídio, no dia 27 de Fevereiro!

UKRAINIAN FAMINE

Via: Luís Matos Ribeiro