Depois surgiram muitas fotos semelhantes. Porém, neste dia nos lembraremos de Iryna Filkina, de 52 anos, que foi morta em 5 de março de 2022.
Cerca de 4 semanas se passaram após a morte de Iryna, quando os jornalistas chegaram à libertada vila de Bucha, nos arredores de Kyiv e mostraram ao mundo as consequências da invasão russa.
Filkina estava entre os mortos que jaziam na beira da estrada.
Um ano após a invasão em grande escala, jornalistas da Reuters falaram com a família e amigos de Iryna. Os seus caminhos divergiam devido ao conflito. Mas eles estão unidos pela dor de uma mulher cuja morte parece tão sem sentido para eles.
«Em 5 de março, foi como se o mundo tivesse caído sobre mim», admite a irmã mais velha de Iryna Filkina, Svitlana Safonova, enxugando as lágrimas no túmulo da irmã nos arredores de Bucha.
Safonova soube do ocorrido por meio de suas sobrinhas, filhas de Iryna.
«Uma coisa é quando alguém morre após uma longa doença e é enterrado. A outra é se alguém for morto inesperadamente e sem motivo», disse a mulher de 60 anos.
Iryna trabalhou como operadora de uma estação de geração de calor em Kyiv. Ela foi baleada por soldados russos quando voltava para casa de bicicleta.
Iryna Filkina morreu na rua Yablunska, uma longa e agora infame rua na periferia sul de Bucha, onde ocorreram dezenas de outros assassinatos.
Somente no início de abril, as imagens da mão de Irina e de outras vítimas começaram a se espalhar na Internet. Foi então que a maquiadora Anastasia Subachova reconheceu sua cliente pela foto.
«Quando eu estava navegando pelo meu feed do Instagram e vi uma postagem com fotos de Iryna e sua mão, parei de respirar», disse ela à Reuters na capital lituana, onde agora vive e trabalha.
«Olhei nossas mensagens e comparei as fotos que tirei com uma foto da Internet. Era ela. Comecei a gritar... estava muito vazia e magoada», conta Anastasia.
«Iryna era uma pessoa bonita. Quando penso nela, quero sorrir. Ela me inspirou a viver porque ela mesma viveu a vida ao máximo. Ela estava brilhando», diz a maquilhadora.
As filhas de Iryna Filkina fundaram o fundo de caridade «Mama Ira» em sua homenagem para arrecadar fundos para crianças que sofreram violência em Bucha.
«Agora sua mão, mãe, será a mão da esperança para todas as crianças da Ucrânia. Eu prometo», escreveu a filha no primeiro post da página do fundo na rede social.
Fotos – Reuters, texto serviço ucraniano da BBC.
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