Em
maio de 1980, um ex-informador do MGB, responsável da morte de três
guerrilheiros ucranianos de OUN-UPA, ocorrida em maio de 1951, escreve ao KGB da
região ucraniana de Ternopil, pedinchando um presente nominal (um item valioso que contenha o seu nome, por exemplo, um relógio,
punhal, porta-cigarros, etc.).
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[É de notar que os três guerrilheiros ucranianos
mortos devido à sua denúncia, foram emboscados, pelo então MGB soviético, na casa da prima do
informador, o que significa que aqueles homens ou pelo menos um deles também
podiam fazer parte da família do traidor, Vasyl M. Pankevych].
Exemplo de porta-cigarros nominal de NKVD (força de guarda-fronteira): a) face b) interior c) reverso com dedicatória "ao major Terminov N. M., 1/10/1943" | imagem: meshok.net |
Na
conversa com ex-informante (colocado na reserva operativa em 1956) os oficiais do KGB lhe
explicaram que a pátria socialista não esquece os seus préstimos e no passado
lhe foram dadas várias gratificações monetárias e outro tipo de ajuda,
nomeadamente na compra de material de construção. Mas se KGB lhe oferecer algum
presente nominal, algo que contenha o seu nome, alguém poderá ver e assim perceber
da sua traição ao serviço ao MGB-KGB. Então assim o traidor ficou sossegado e
diz que entendeu o seu erro de pedir o presente por escrito e que se contentará
com oferta de tijolos para acabar o exterior da sua casa. KGB em resposta, promete
que os tijolos lhe serão fornecidos, pois os tijolos nunca são nominais, não
levam marca e não podem denunciar a traição.
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Tijolos não, mas os arquivos
do SBU, abertos na Ucrânia aos investigadores, sim, ou como se dizia na URSS “o
papel não arde”...
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