Quatro
suspeitos vão enfrentar acusações de assassinato pela queda do voo MH17 da
Malaysia Airlines em 2014. Os procuradores holandeses acusaram três cidadãos
russos: Igor Girkin, Sergey Dubinsky e Oleg Pulatov e um separatista ucraniano:
Leonid Kharchenko.
O
Boeing do voo MH17 da Malaysia Airlines, foi abatido com um míssil russo quando
sobrevoava o leste da Ucrânia, controlado por separatistas pró-russos.
Entre
os acusados está Igor “Strelkov” Girkin, um dos principais líderes separatistas
no início do conflito, Sergei
“Khmuriy” Dubinskiy [segundo dados ucranianos ele controlava o transporte
da lançadora russa “Buk” da Rússia ao leste da Ucrânia], Oleg
Pulatov, ex-oficial das forças armadas russas [e vice do Dubinskiy] e o separatista
ucraniano Leonid “Krot” Kharchenko.
Sergei “Khmuriy” Dubinskiy |
[Os
investigadores holandeses possuem uma entrevista do Leonid Kharchenko, em que
este, em 2015 se apresentava como “chefe do 2º departamento do gru da dnr”. O seu destino após 2015 é desconhecido. Existe informação que ele se mudou de Donetsk
para a Rússia, vivia na região de Rostov, onde foi assassinado por
desconhecidos.
Oleg "Gyurza" Pulatov |
Sabe-se
que é um cidadão da Ucrânia, natural de Donbas. No verão de 2014 ele chefiava várias
unidades ilegais armadas da dita “dnr”, era o subordinado dos cidadãos russos Oleg "Gyurza" Pulatov e Sergei
“Khmuriy” Dubinskiy, escreve a publicação ucraniana Fakty.ua].
Leonid “Krot” Kharchenko |
O
procurador Fred Westerbeke, que dirige a equipa de investigação holandesa, diz
que “o seu objetivo nessa altura foi ganhar terreno às custas do Estado
ucraniano e das suas forças armadas. Durante essas batalhas, foi usado
armamento anti-aéreo. A procuradoria acredita que os planos e ações dos quatro
suspeitos em julho de 2014 conduziram à queda do voo MH17”.
O
processo arrancará em março do próximo ano, mas os suspeitos deverão ser
julgados à revelia, já que os investigadores não acreditam que a Rússia irá
colaborar, nem entregar nenhum dos indivíduos em questão.
Mas
as acusações formais foram bem recebidas por familiares de algumas das 298
vítimas mortais.
Silene,
que perdeu o filho Bryce, diz que “é de certa forma um alívio”, pois queria “ter
uma data e nomes, é um bom começo”. Robby, que perdeu a filha Daisy, é da mesma
opinião, porque “agora há uma data para o verdadeiro início do processo. Será
no próximo ano, em 2020, e temos os nomes dos suspeitos neste caso”.
Ucrânia
apelou ao Moscovo para que reconheça a sua responsabilidade. O Reino Unido
afirmou que o Kremlin deve “cooperar integralmente” com a procuradoria
holandesa e o secretário-geral da NATO considerou a acusação formal como um “momento
chave” para o “esclarecimento de toda a verdade” em torno do incidente.
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