quarta-feira, junho 19, 2019

Abate do MH17: mandados de captura internacionais para 4 suspeitos

Quatro suspeitos vão enfrentar acusações de assassinato pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines em 2014. Os procuradores holandeses acusaram três cidadãos russos: Igor Girkin, Sergey Dubinsky e Oleg Pulatov e um separatista ucraniano: Leonid Kharchenko.
O Boeing do voo MH17 da Malaysia Airlines, foi abatido com um míssil russo quando sobrevoava o leste da Ucrânia, controlado por separatistas pró-russos.

Entre os acusados está Igor “Strelkov” Girkin, um dos principais líderes separatistas no início do conflito, Sergei “Khmuriy” Dubinskiy [segundo dados ucranianos ele controlava o transporte da lançadora russa “Buk” da Rússia ao leste da Ucrânia], Oleg Pulatov, ex-oficial das forças armadas russas [e vice do Dubinskiy] e o separatista ucraniano Leonid “Krot” Kharchenko.
Sergei “Khmuriy” Dubinskiy
[Os investigadores holandeses possuem uma entrevista do Leonid Kharchenko, em que este, em 2015 se apresentava como “chefe do 2º departamento do gru da dnr”. O seu destino após 2015 é desconhecido. Existe informação que ele se mudou de Donetsk para a Rússia, vivia na região de Rostov, onde foi assassinado por desconhecidos.

Oleg "Gyurza" Pulatov
Sabe-se que é um cidadão da Ucrânia, natural de Donbas. No verão de 2014 ele chefiava várias unidades ilegais armadas da dita “dnr”, era o subordinado dos cidadãos russos Oleg "Gyurza" Pulatov e Sergei “Khmuriy” Dubinskiy, escreve a publicação ucraniana Fakty.ua].
Leonid “Krot” Kharchenko
O procurador Fred Westerbeke, que dirige a equipa de investigação holandesa, diz que “o seu objetivo nessa altura foi ganhar terreno às custas do Estado ucraniano e das suas forças armadas. Durante essas batalhas, foi usado armamento anti-aéreo. A procuradoria acredita que os planos e ações dos quatro suspeitos em julho de 2014 conduziram à queda do voo MH17”.

O processo arrancará em março do próximo ano, mas os suspeitos deverão ser julgados à revelia, já que os investigadores não acreditam que a Rússia irá colaborar, nem entregar nenhum dos indivíduos em questão.

Mas as acusações formais foram bem recebidas por familiares de algumas das 298 vítimas mortais.

Silene, que perdeu o filho Bryce, diz que “é de certa forma um alívio”, pois queria “ter uma data e nomes, é um bom começo”. Robby, que perdeu a filha Daisy, é da mesma opinião, porque “agora há uma data para o verdadeiro início do processo. Será no próximo ano, em 2020, e temos os nomes dos suspeitos neste caso”.

Ucrânia apelou ao Moscovo para que reconheça a sua responsabilidade. O Reino Unido afirmou que o Kremlin deve “cooperar integralmente” com a procuradoria holandesa e o secretário-geral da NATO considerou a acusação formal como um “momento chave” para o “esclarecimento de toda a verdade” em torno do incidente.

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