sábado, junho 01, 2019

As mutações de animais de Chornobyl: o que nos sabemos

O acidente de Chornobyl de 1986 resultou em uma das maiores liberações não intencionais de radioatividade na história da humanidade. O moderador de grafite do IV reator foi exposto ao ar e inflamado, disparando nuvens de precipitação radioativa através da Belarus, Ucrânia, Rússia e por toda a Europa.

por: Anne Marie Helmenstine, Ph.D. em Ciências Bioquímicas, ThoughtCo

Embora poucas pessoas moram perto de Chornobyl agora, os animais que vivem nas proximidades do local do acidente nos permitem estudar os efeitos da radiação e medir a recuperação [da natureza] após o desastre.

A maioria dos animais domésticos foram afastados [na realidade foram abatidos] da área do acidente e os animais de criação deformados, que nasceram não se reproduziram. Após os primeiros anos após o acidente, os cientistas se concentraram em estudos de animais selvagens e animais de estimação, que haviam sido deixados para trás, a fim de aprender sobre o impacto de Chornobyl.
Este potro de oito patas é um exemplo de uma mutação animal de Chornobyl.
foto: Sygma via Getty Images / Getty Images
Embora o acidente de Chornobyl não possa ser comparado aos efeitos de uma bomba atómica porque os isótopos liberados pelo reator diferem daqueles, que são produzidos por uma arma nuclear, tanto os acidentes, como as bombas causam mutações e cancro/câncer.

É crucial estudar os efeitos do desastre para ajudar as pessoas a entender as consequências sérias e duradouras das liberações nucleares. Além disso, compreender os efeitos de Chornobyl pode ajudar [a Humanidade] a reagir a outros acidentes em fábricas/usinas nucleares.

A relação entre radioisótopos e mutações

Você pode se perguntar como, exatamente, radioisótopos (os isótopos radioativos) e mutações estão conectados. A energia da radiação pode danificar ou quebrar moléculas de ADN. Se o dano é grave o suficiente, as células não podem se replicar e o organismo morre. Às vezes o ADN não pode ser reparado, produzindo uma mutação. O ADN mutado pode resultar em tumores e afetar a capacidade de reprodução do animal. Se uma mutação ocorre em gametas, pode resultar em um embrião não viável ou com defeitos congênitos.
Chornobyl 30 anos depois: os animais de Chornobyl
Além disso, alguns radioisótopos são tóxicos e radioativos. Os efeitos químicos dos isótopos também afetam a saúde e a reprodução das espécies afetadas.

Os tipos de isótopos em torno de Chornobyl mudam ao longo do tempo à medida que os elementos sofrem decaimento radioativo. O césio-137 e o iodo-131 são isótopos que se acumulam na cadeia alimentar e produzem a maior parte da exposição à radiação a pessoas e animais na zona afetada.

Exemplos de deformidades genéticas domésticas
Igor Kostin fotografou mutações em animais que podem indicar vazamentos de sarcófagos de Chornobyl.
foto: Sygma via Getty Images / Getty Images
Os pecuaristas notaram um aumento nas anomalias genéticas nos animais de criação imediatamente após o acidente de Chornobyl. Em 1989 e 1990, o número de deformidades disparou novamente, possivelmente como resultado da radiação liberada do sarcófago destinada a isolar o núcleo nuclear. Em 1990, cerca de 400 animais deformados nasceram. A maioria das deformidades era tão severa, que os animais viviam apenas algumas horas.

Exemplos de defeitos incluíram malformações faciais, anexos extras, coloração anormal e tamanho reduzido. Mutações em animais domésticos foram mais comuns em bovinos e suínos. Além disso, vacas expostas a precipitação radioativa e alimentadas com ração radioativa produziram leite radioativo.

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