OSCE,
Repórteres sem Fronteiras e Amnistia Internacional criticaram Ucrânia devido a
encenação da morte do Arkady
Babchenko. Os profissionais do ramo dos direitos humanos ficaram profundamente
indignados, o jornalista não morreu, e eles perderam uma ótima oportunidade de
lamentar e de ficarem preocupados.
Na
semana passada, os representante da mesma OSCE tinham dito que “fogo [ucraniano]
na linha da frente em resposta aos bombardeamentos [terroristas] também é uma
violação de acordo de Minsk-2”.
Naturalmente,
essas ONG fazem questão de não reparar no facto de que Ucrânia esteja em guerra
pelo quarto ano consecutivo. E se o país não disparar em resposta, se não abater
os invasores, se não liquidar os terroristas, se não os colocar na cadeia, se
não executar as operações de busca e destruição dos espiões e das suas redes,
se não desinformar o inimigo, Ucrânia certamente perderá a guerra. Então milhares
de ucranianos iriam morrer e milhões sofreriam as represálias. As ONG iriam emitir
as suas lamentações do costume. Mas Ucrânia e ucranianos não desejam este futuro
para si e para os seus, por isso, apenas podem dizer uma coisa à todas essas ONG´s: vão mas é para a
puta que vós pariu e para um sítio que se rima com alho, vocês, juntamente com a vossa preocupação.
Além
disso, a OSCE condenou a operação especial da SBU. Porque dizem que não se pode mentir
ao seu povo. Mas sem desinformar o inimigo, Ucrânia não conseguiria desbobinar toda
a cadeia do comando, desde o mandante, passando pelo coordenador até o
executante e a mesma OSCE naturalmente acusaria Ucrânia de não fazer nada para
investigar este e outros assassinatos.
A
directora da Amnistia Internacional Ucrânia, Oksana Pokalchuk, considera que o
assassinato do jornalista russo Arkady Babchenko, cometido em Kyiv, é “uma
trágica ilustração do fracasso das autoridades ucranianas em proteger a
sociedade civil e a perigosa situação em que a liberdade de expressão se
encontra agora”.
Isso
naturalmente foi dito antes de saber que Arkady
Babchenko estava vivo. Como podem notar, nenhuma palavra contra as forças
que planeavam o assassinato do jornalista. Mas no dia seguinte, se soube que
Babchenko está vivo, acham que agora o pessoal dos “direitos humanos” ficou
contente? Oi, que não!
Arkady Babchenko responde às críticas da imprensa britânica |
Não
podemos, nem devemos chamar Oksana Pokalchuk, nem Christophe Deloire de put@s,
principalmente pelo respeito que merecem as profissionais do sexo.
Hoje
em dia testemunhamos a quantidade descomunal de “idiotas úteis” que adoram
ficar preocupados e de lamentar (sem ajudar em absolutamente nada, pois não
podem perder a sua “imparcialidade”), quando matam os ucranianos. Mas quando os
ucranianos respondem com sucesso, ai, minha nossa senhora, surge imediatamente uma
onda de indignação da sua parte: “mas com que direito vocês, ucranianos, não
morreram?!!”
Com
que direito o coelho se atreve à se defender do lobo, significa que tinham
pena dele em vão? Seria muito melhor se ele fosse inocente e fofo. Mesmo que morto.
O
coelho não tem nenhum direito de se fazer de morto, para depois arrear o lobo na
nuca. O coelho deve honestamente enfrentar o lobo, cara à cara, numa batalha aberta, e então depois reconheceremos que o coelho estava certo, o apoiaremos moralmente e choraremos no
seu túmulo. Traremos as flores.
...Mas não forneceremos ao coelho nenhuma arma mortal, apenas por precaução,
porque o lobo se pode ofender.
Quem
são coordenador (mandante) “G”?
O momento da sua detenção em Kyiv, 30/05/2018 | foto @SBU |
No
dia 31 de maio de 2018, o Tribunal do Bairro Shevchenko da cidade de Kyiv, divulgou
o nome do suspeito em organizar o assassinato do jornalista Arkady Babchenko
(acusado de acordo com a 1ª parte do artigo 14º, 3ª parte do artigo 27º, 3ª parte
do artigo 258º do Código Penal da Ucrânia (organização de um ato terrorista)). O
suspeito se chama Boris Lvovich German, tem 50 anos e é filho de um influente
empresário ucraniano de origem judaica, Lev Berkovich German,
que fez os seus primeiros capitais ainda sob a vigência do regime soviético.
German
Júnior estudou em duas universidades ucranianas (Universidade Nacional Económica
de Kyiv e Academia Inter-regional de Gestão do Pessoal); o seu advogado diz
que German é “jurista de formação”. No final da década de 1980, ele serviu na marinha soviética, possivelmente no submarino nuclear K-21, baseado
em Murmansk. De acordo com a publicação ucraniana Trust.ua, Boris German nasceu
em Novorossiysk e se formou na Escola Superior Militar de Leninegrado de Tropas
Ferroviárias.
A foto do Boris German, postada por ele numa das redes sociais |
German
é co-proprietário e gestor de algumas PME´s ucranianas e russas. Era co-proprietário
da empresa russa “Starbeys” (comércio de roupa e calçados por atacado). A
empresa foi fundada em 2015 e deixou de existir dois meses antes da prisão de German
pelo SBU em 30 de maio de 2018.
Além
disso, German é acionista minoritário da joint-venture ucraniano-alemã “Schmeisser”, especializada na produção
de pistolas de gás e de sinalização, pistolas e revólveres para disparar munição
de borracha e da própria munição de borracha. Em 2017 a Polícia Nacional da
Ucrânia, o Ministério Público e SBU detiveram os funcionários da empresa pela venda de armas de combate com números da série apagados.
Boris German no tribunal, Kyiv, 31/05/2018 | foto @Volodymyr Hontar / REUTERS |
No
passado, German era assessor de dois deputados do parlamento ucraniano, um
socialista e um membro do Partido das Regiões. Além do pai influente, Boris
German é cunhado do ex-presidente do Tribunal Arbitral da Ucrânia, que em
2006-2012 se elegeu ao Parlamento da Ucrânia pelo Partido das Regiões. Em 2005
este deputado foi acusado de corrupção e ligações com Viktor Medvedchuk (o
fundador e mentor do movimento pró-russo “Escolha Ucraniana”, representante especial
da Ucrânia em conversações com as organizações terroristas “dnr”/”lnr”). Segundo
a mídia, Vladimir Putin é o padrinho de filha do Medvedchuk, escreve a página Meduza.
...
e o “killer” “Ts”?
O
monge e ativista do “Setor da Direita” Oleksiy Tsymbaliuk é ex-ierodiácono da Igreja
Ortodoxa Ucraniana (Patriarcado de Moscovo) e depois da Igreja Ortodoxa Ucraniana
(Patriarcado de Kyiv). Ele se tornou o monge em 2006, adotando o nome de Aristarco.
Mais tarde, desiludido com ambas as confissões religiosas, foi o monge
eremita na região ucraniana de Transcarpátia, escreve Censor.net.ua.
Apesar
do seu estatuto monástico, Aristarco decidiu se tornar um voluntário na guerra
russo-ucraniana. Em algum momento considerou que não é tão santo para apoiar os
militares ucranianos apenas com a sua oração, e seguiu para a linha da frente. O
seu caminho no Donbas, Oleksiy “Aristarco” Tsimbalyuk começou na unidade voluntária
paramédica do Setor da Direita (depois DUK PS), chamada Hospitallers.
Aristarco na unidade paramédica voluntária Hospitallers |
Em
janeiro de 2017, a história do monge Tsimbalyuk originou uma reportagem na TV
ucraniana Hromadske.TV:
O
nome do mandante principal
Na
audiência preliminar para escolher a medida preventiva no processo relativo à
tentativa do assassinato do Arkady Babchenko, Boris German, disse que estava em
contato com cidadão russo Vyacheslav Pivovarkin (ou Pivovarnik), um ex-amigo seu, ex-cidadão ucraniano que mora em Moscovo e trabalha na Fundação
privada do presidente Vladimir Putin.
O
advogado do Boris German, não consegui explicar aos jornalistas a razão por que
o seu cliente pagou 15.000 dólares (14.000 como sinal pelo assassinato e 1.000
pela compre de arma) ao “assassino” Oleksiy
“Aristarco” Tsimbalyuk.
No
fim, o Tribunal do Bairro Shevchenko da cidade de Kyiv decidiu a prisão
preventiva do Boris German, por um período de 60 dias e sem direito à fiança.
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