O
ano 2018 poderá ser considerado no Cazaquistão como ano de descomunização. O
país está se livrando do passado comunista em forma de monumentos e topónimos,
resgatando a história nacional e recordando as repressões comunistas que atingiram
nas décadas de 1920-1930 mais de 200.000 pessoas.
No
dia 20 de junho a cidade de Esil
oficialmente se livrou do monumento local do Lenine. Anteriormente, em 17-18 de
maio de 2018 na cidade de Aqtöbe
foi legalmente desmontado o monumento do Levon Mirzoyan, o 1º
líder do Cazaquistão soviético e chefe do PC do Cazaquistão em 1933-38. Arménio
étnico, nascido fora do Cazaquistão e sem nenhuma ligação especial ao país, Mirzoyan
participou ativamente no processo de repressões comunistas, o que não o salvou.
Ele foi executado em fevereiro de 1939 em Moscovo, no auge do Grande Terror estalinista.
O mapa dos campos de concentração soviéticos do sistema GULAG em 1954 |
Desde
o abril de 2018 no Cazaquistão funciona o fórum legal de oposição liberal e
pró-ocidental, chamado Zana
Kazakstan (Novo Cazaquistão), que pede a proibição da ideologia comunista,
início do processo de descomunização do país, apresentando o seu anteprojeto-lei
de reconhecimento da Grande Fome, semelhante ao que foi aprovado na Ucrânia.
Holodomor é recordado no Cazaquistão |
Em
2018 os eventos em memória das vítimas da repressão comunista decorreram em
todas as regiões do Cazaquistão. Descendentes dos mortos e sobreviventes, que
passaram fome e privação, compartilhavam as histórias dos seus familiares,
colocando aos monumentos erguidos (mais de 60 em todo o país) as flores com as fitas
pretas. Muitos deles nem sequer podem visitar as sepulturas dos familiares e
antepassados, porque ninguém sabe onde as vítimas foram enterradas. Em 2018 na
cidade de Aqtöbe foi erguido um novo monumento em honra das vítimas de
repressões e da Grande Fome.
É
de recordar também que só na onda do Grande Terror estalinista em 1938-38, mais
de 100.000 cidadãos foram vítimas de repressões comunistas no Cazaquistão,
cerca de ¼ deles foram condenados à morte. No território do Cazaquistão
funcionavam 11 campos de concentração de GULAG, os maiores eram “Dalniy”, “Peschaniy”,
KarLag, ALZHIR
(o campo infantil), “StepLAG” e “KamyshLAG”.
As crianças no GULAG soviético, ler mais |
Naturalmente, todas essas mudanças provocam a verdadeira irra da extrema-direita russa e dos socialistas cazaques, ambos consideram que “a ideologia da extrema-direita começa tomar conta do Cazaquistão, mesmo sem o Maydan”:
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