No decorrer da II G.M. nas diversas unidades
de Wehrmacht serviram entre 50.000 à
80.000 cossacos russos de Astrakhan, Don, Kuban, Terek, Sibéria e Urais. No
total, em 1945, se renderam aos aliados mais de 135.000 cossacos, cerca de 50.000
deles foram entregues, à força, às autoridades soviéticas.
Estado-maior de tropas cossacos de Kuban, Terek e Don (ao serviço de Wehrmacht), cidade de Melitopol (sudoeste da Ucrânia), 1944 |
Ler
mais: Igreja
Ortodoxa russa e nazismo alemão
Na
Ucrânia, a partir do outono de 1941, as tropas ocupantes húngaras também se dedicavam às funções
de segurança, com as quais contavam com auxílio dos cossacos russos. O seu inimigo
comum eram os partisanes soviéticos.
Uma
série de nove imagens perturbadoras foi feita em outono de 1941 em algum lugar
da Ucrânia ocupada. Dificilmente poderemos saber mais sobre essa incrível série
de fotos, do que apresentaremos neste histórico. Um cossaco russo com um sabre cossaco
(shashka) executa dois civis
ucranianos, possivelmente os prisioneiros do Exército Vermelho (RKKA) ou partisanes soviéticos, num ritual macabro
especial. Num pátio espaçoso, os militares húngaros assistem o evento e tiram as
fotos.
As
fotografias foram entregues à Coleção Fotográfica do Museu da História Contemporânea
(depois o Museu do Movimento dos Trabalhadores da Hungria, agora departamento
de Fotografia Histórica do Museu Nacional da Hungria), em 1965, por um
ex-correspondente de guerra que fotografou o evento.
A
série foi feita por capitão húngaro Zsolt Bedő, que provavelmente pertenceu ao
Diretório de Oficiais do 2º exército real húngaro. Neste local, apenas um
correspondente de guerra ou um oficial do exército poderia fotografar. Não se sabe
se as mesmas imagens foram publicadas na impressa da época.
Durante
a II G. M., foi feito um número relativamente grande de fotografias de várias
atrocidades e execuções. Os eventos horríveis eram fotografados quase
compassivamente, por aqueles que tinham uma câmara, e graças à eles uma grande
parte destas imagens foi preservada. Tais fotografias podem ser uma fonte
particular, às vezes primordial, das pesquisas históricas, já que os acontecimentos
semelhantes raramente foram acompanhados pelas fontes escritas e documentação.
Imagens
chocantes e dramáticas permaneceram no museu húngaro por décadas. Tamás Stark
publicou duas delas em 1991 no seu álbum fotográfico “Hadak Útján” (O Exército
Real Húngaro na Segunda Guerra Mundial). A série inteira está sendo publicada pela
primeira vez [fonte].
Bónus
Descarregar/baixar o livro em inglês |
A
mesma crueldade que os cossacos russos mostraram ao serviço do 3º Reich, foi
aplicada aos próprios, pelas autoridades soviéticas. Os cerca de 50.000 cossacos
que foram entregues à URSS pelos aliados tiveram destinos tristes: a sua
liderança foi executada pelo NKVD e os cossacos de baixos patentes foram
condenados aos longos termos prisionais (até 25 anos) no sistema de GULAG
soviético.
Os jovens cossacos russos de Kuban, filiados na organização neonazi russa "Kuban-88" (eram ativos na Donbas no verão de 2014-15, usando o nome mais neutro de Kornilovtsi) |
Novamente
os cossacos russos de Kuban apareceram na Ucrânia no decorrer na guerra
russo-ucraniana, em 2014, mais uma vez se destacando pela crueldade desmesurada
contra civis e prisioneiros ucranianos de guerra. A história de repete
sempre...
Chefão cossaco russo Nikolay Kozitsin da "Guarda Nacional Cossaca", região ucraniana de Luhansk, cerca de 2014 |
Sem comentários:
Enviar um comentário