quarta-feira, junho 20, 2018

Os cossacos russos do Wehrmacht exibem a sua arte de matar (+18)

No decorrer da II G.M. nas diversas unidades de Wehrmacht serviram entre 50.000 à 80.000 cossacos russos de Astrakhan, Don, Kuban, Terek, Sibéria e Urais. No total, em 1945, se renderam aos aliados mais de 135.000 cossacos, cerca de 50.000 deles foram entregues, à força, às autoridades soviéticas.

Estado-maior de tropas cossacos de Kuban, Terek e Don (ao serviço de Wehrmacht),
cidade de Melitopol (sudoeste da Ucrânia), 1944
Durante os primeiros anos da guerra nazi-soviética, milhares de cossacos russos se aliaram aos nazis. Formando até 20 divisões (nos meados de 1943) e grupos auxiliares, que foram treinadas principalmente para executarem as tarefas policiais, na luta contra os partisanes soviéticos ou na segurança das infra-estruturas. Sob comandos militares alemães funcionavam várias centenas de cossacos, por exemplo duas centenas de cossacos de Don estavam localizadas na Stanytsia Luhanska e mais duas – em Krasnodon (Sorokyne desde 2016), ambas na região de Luhansk. Na sua passagem, os cossacos russos se destacaram pela sua crueldade. Principalmente contra as populações civis e outros “inimigos do 3º Reich”.


Na Ucrânia, a partir do outono de 1941, as tropas ocupantes húngaras também se dedicavam às funções de segurança, com as quais contavam com auxílio dos cossacos russos. O seu inimigo comum eram os partisanes soviéticos.

Uma série de nove imagens perturbadoras foi feita em outono de 1941 em algum lugar da Ucrânia ocupada. Dificilmente poderemos saber mais sobre essa incrível série de fotos, do que apresentaremos neste histórico. Um cossaco russo com um sabre cossaco (shashka) executa dois civis ucranianos, possivelmente os prisioneiros do Exército Vermelho (RKKA) ou partisanes soviéticos, num ritual macabro especial. Num pátio espaçoso, os militares húngaros assistem o evento e tiram as fotos.
Se colocarmos as imagens em linha, a história se desenrolará perante os nossos olhos. Primeiro homem é morto pelo cossaco, que cavalga ao seu redor, mostrando a virtude cossaca, com apenas um golpe sacrificando a vítima, e ao segundo homem, na “demonstração” é dissecada a orelha, antes do golpe letal.
As fotografias foram entregues à Coleção Fotográfica do Museu da História Contemporânea (depois o Museu do Movimento dos Trabalhadores da Hungria, agora departamento de Fotografia Histórica do Museu Nacional da Hungria), em 1965, por um ex-correspondente de guerra que fotografou o evento.

A série foi feita por capitão húngaro Zsolt Bedő, que provavelmente pertenceu ao Diretório de Oficiais do 2º exército real húngaro. Neste local, apenas um correspondente de guerra ou um oficial do exército poderia fotografar. Não se sabe se as mesmas imagens foram publicadas na impressa da época.

Durante a II G. M., foi feito um número relativamente grande de fotografias de várias atrocidades e execuções. Os eventos horríveis eram fotografados quase compassivamente, por aqueles que tinham uma câmara, e graças à eles uma grande parte destas imagens foi preservada. Tais fotografias podem ser uma fonte particular, às vezes primordial, das pesquisas históricas, já que os acontecimentos semelhantes raramente foram acompanhados pelas fontes escritas e documentação.

Imagens chocantes e dramáticas permaneceram no museu húngaro por décadas. Tamás Stark publicou duas delas em 1991 no seu álbum fotográfico “Hadak Útján” (O Exército Real Húngaro na Segunda Guerra Mundial). A série inteira está sendo publicada pela primeira vez [fonte].

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A mesma crueldade que os cossacos russos mostraram ao serviço do 3º Reich, foi aplicada aos próprios, pelas autoridades soviéticas. Os cerca de 50.000 cossacos que foram entregues à URSS pelos aliados tiveram destinos tristes: a sua liderança foi executada pelo NKVD e os cossacos de baixos patentes foram condenados aos longos termos prisionais (até 25 anos) no sistema de GULAG soviético.  
Os jovens cossacos russos de Kuban, filiados na organização neonazi russa "Kuban-88"
(eram ativos na Donbas no verão de 2014-15, usando o nome mais neutro de Kornilovtsi)
Novamente os cossacos russos de Kuban apareceram na Ucrânia no decorrer na guerra russo-ucraniana, em 2014, mais uma vez se destacando pela crueldade desmesurada contra civis e prisioneiros ucranianos de guerra. A história de repete sempre...
Chefão cossaco russo Nikolay Kozitsin da "Guarda Nacional Cossaca",
região ucraniana de Luhansk, cerca de 2014

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