A
Rússia pode estar se preparando para falsificar ou lançar um ataque com armas
químicas na Ucrânia, a fim de criar um falso pretexto para escalar agressão contra
Ucrânia. Diz o sumário
analítico Russia in Review do americano Institute for the Study
of War.
A
Rússia está estabelecendo condições militares para preparar suas forças para um
conflito aberto com Ucrânia. A Rússia já está criando o pretexto para escalar,
divulgando a falsa narrativa de que a Ucrânia e o Ocidente estão preparando
ataques iminentes, incluindo um ataque com armas químicas, no leste da Ucrânia.
A Rússia pode fabricar provas de um ataque com armas químicas – ou pode
conduzir um ataque com armas químicas – perto de áreas da Ucrânia [ocupadas
pelos separatistas] apoiados pela Rússia para criar o caos, justificar o
envolvimento das Forças Armadas russas e estabelecer condições para futuras
operações militares. A inação da OTAN após a escalada da Rússia no Mar de Azov
está provavelmente encorajando Putin a continuar desafiando o Ocidente na
Ucrânia. A OTAN deve reavaliar a ameaça que a Rússia representa para a
segurança europeia e a ordem internacional baseada em regras e responder
decisivamente para deter uma escalada militar russa cada vez mais provável na
própria Ucrânia.
A
Rússia está dando passos em direção ao conflito aberto com a Ucrânia. A Rússia
vem travando uma guerra secreta contra a Ucrânia usando forças separatistas proxie no leste da Ucrânia desde 2014.
As forças armadas russas estão agora preparando suas forças para o envolvimento
militar direto. O Kremlin está reforçando elementos terrestres, navais e aéreos
em seu Distrito Militar do Sul – o comando provavelmente responsável por
administrar a guerra em curso na Ucrânia. Moscovo pode achar que a comunidade
internacional não responderá de maneira significativa se a visibilidade de seu
papel na guerra agora aumentar.
O mapa do alegado avanço das FAU no dia 14/12/2018, divulgado pelos separatistas |
A
Rússia pode estar se preparando para fabricar ou lançar um ataque com armas
químicas na Ucrânia, a fim de criar um falso pretexto para escalar agressão contra
Ucrânia. A Rússia está atualmente inundando o espaço da informação com
múltiplas narrativas para alarmar a população local na Ucrânia e enquadrar o
Ocidente como o agressor, provavelmente, a fim de estabelecer condições para
uma futura escalada russa. Uma narrativa do Kremlin afirma que o pessoal
ocidental está se preparando para realizar um ataque de armas químicas em
território atualmente controlado por separatistas apoiados pela Rússia [fonte].
Um porta-voz da região separatista da
república popular de Donetsk (dita “dnr”), apoiada pela Rússia, afirma que as
Forças Armadas da Ucrânia vão lançar um ataque contra [a cidade de] Mariupol em
14 de dezembro [na realidade a
cidade foi libertada pela Ucrânia em junho de 2014].
Batalhão
“Azov” na libertação de Mariupol, 13/06/2014:
Essas
falsas narrativas podem representar esforços da Rússia para criar uma
justificativa falsa para envolvimento militar antecipado. Essa fabricação seria
consistente com recentes provocações russas na Síria. A Rússia e o regime sírio
fabricaram um ataque com armas químicas na Síria em 24 de novembro [de 2018]. A
Rússia respondeu a este ataque fabricado de armas químicas com ataques aéreos
russos. Os EUA condenaram a Rússia e o regime de Assad por essa fabricação, mas
não responderam de maneira significativa. O Kremlin pode, portanto, calcular
que pode usar o mesmo jogo na Ucrânia neste momento.
A narrativa russa do alegado avanço das FAU contra a cidade de Mariupol, libertado pela Ucrânia do dia 13/06/2014 |
Putin
pode tentar criar uma distração militar ao governo [ucraniano do presidente
Petró] Poroshenko, a fim de interromper a reunião [magna da igreja ortodoxa]
que anunciará formalmente o status autocéfalo [independente] da Igreja Ortodoxa
Ucraniana em 15 de dezembro [de 2018] em Kyiv. A recente autocefalia da Ucrânia
representa uma perda de influência social que a Rússia exercia anteriormente
sobre a Ucrânia. Putin pode estar tentando causar histeria generalizada antes
da reunião para ameaçar Ucrânia e minar seus esforços para distanciar Ucrânia
da Rússia. A Rússia também pode procurar divulgar essas narrativas para
enquadrar Ucrânia como agressora antes de uma votação na Assembleia Geral da
ONU de 17 de dezembro [de 2018] para condenar formalmente a militarização russa
da Crimeia, do Mar de Azov e do Mar Negro. A Rússia está demonstrando, no
entanto, que está se preparando para envolver a Ucrânia em um conflito aberto.
Ler
o sumário completo em inglês.
Recorda-se,
que o Conselho de Unificação das Igrejas Ortodoxas Ucranianas será realizado no
dia 15 de dezembro no mosteiro de Santa Sofia em Kyiv.
Durante o Conselho de
Unificação, os representantes das três igrejas ortodoxas ucranianas vão decidir
a sua fusão numa única estrutura de igreja independente ucraniana, aceitação das propostas
do Patriarca Ecuménico Bartolomeu do seu estatuto e também irão eleger o novo
líder de igreja unificada.
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