segunda-feira, dezembro 03, 2018

Voluntário americano desaparecido finalmente foi achado na Donbas

Em 2015, o cidadão americano William Paul Reilly (1986) veio ao Donbas “para ajudar” aos separatistas e desapareceu sem deixar rastos. Apenas recentemente foi achada a sua sepultura. William foi morto e sepultado na dita “dnr”.

Não se sabe, ao pormenor, o que tinha acontecido no terreno. Se William foi acusado de ser espião americano e executado ou simplesmente foi assassinado devido ao roubo, dado que tinha levado consigo alguns dólares em dinheiro vivo. Sabe-se, ao certo, que aos territórios ocupados da Ucrânia ele entrou, ilegalmente, via cidade russa de Rostov, o seu itinerário pela Rússia foi recuperado pela página russa 1rnd.ru.

Reilly chegou dos EUA ao Moscovo no dia 15 de maio de 2015. Na capital russa foi recebido pelo conhecido ajudante do comandante terrorista russo Igor “Strelkov” Girkin – Mikhail Polynkov, dedicado à angariação e envio dos cidadãos russos para a guerra no Donbas. Após o encontro Reilly foi para a cidade de Rostov.

Em Rostov o apoiante das “repúblicas populares” foi vítima de roubo – lhe roubaram 2.000 dólares em dinheiro e cartões bancários, usados para levantar dinheiro e fazer pagamentos. Reilly não fez queixa da polícia, preferindo dizer aos familiares que “perdeu” dinheiro e cartões. No dia 24 de junho de 2015 ele desapareceu para sempre, o seu telefone ou cartões nunca mais foram usados.

Os seus pais entraram em contacto com Mikhail Polynkov, este, num inglês macarrónico explicou que Reilly foi detido pelos serviços secretos russos e aconselhou aos pais contactar CIA ou FSB.
Bentley Russel Bonner (20.06.1960), nom de guerre Texas
Um outro americano, membro dos grupos armados ilegais dos separatistas de Donbas — Bentley Russel Bonner (20.06.1960), nom de guerre Texas, tentou descobrir o paradeiro do Reilly. Ele ligou para um dos números, registados nas comunicações do americano. Telefone foi atendido por um tal Bronya (ou Borya) Kalmyk, que ordenou nunca mais lhe fazerem quaisquer perguntas sobre o caso.

Segundo os parentes do Reilly, o Governo dos Estados Unidos e o Departamento de Estado tentaram o encontrar por meios diplomáticos. Sabe-se que William Paul Reilly nunca saiu oficialmente da Rússia. Os separatistas da dita “dnr” sempre diziam que ninguém, com este nome, tinha entrado na sua “república”. Família pediu ajuda à Interpol.
Passaporte americano do William Paul Reilly
Até que no dia 1 de dezembro de 2018, a página russa Rostov.ru informou, citando as fontes anónimas, que Reilly foi finalmente achado. Morto e sepultado no território da dita “dnr” nos meados de 2015. Ou seja, logo após o seu desaparecimento.

As fontes russas não adiantam quaisquer pormenores, tentam sugerir que Reilly foi vítima dos bombardeamentos. Dado que cidadão americano foi roubado ainda em Rostov, e devido às palavras do Polynkov, que disse que este foi detido pelo FSB, americano não tinha qualquer hipótese de chegar à linha da frente.  

Mais uma história épica. Os “antifascistas” russo-separatistas não apreciaram o impulso do idealista americano (bacharel em biologia de formação). Será uma lição aos outros tolos ingénuos que vivem no Ocidente (no sentido mais abrangente do termo) e apoiam a agressão russa contra Ucrânia. Esperamos que este caso receba a devida divulgação e as pessoas interessadas saberão como as “repúblicas populares” trataram voluntário, que acreditou no cliché de “luta contra o fascismo” e pretendia pessoalmente participar nela.

Se foi dessa forma que os separatistas trataram um cidadão americano, podemos imaginar quantos cidadãos ucranianos anónimos desapareceram nessa zona cinzenta, sem deixar rasto e para sempre. Somente no território de Luhansk ocupada e apenas em 2016, as 573 pessoas eram dadas como desaparecidas. Possivelmente, um número maior desapareceu na região ocupada de Donetsk, escreve o jornalista ucraniano Denis Kazansky.

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