Em
2015, o cidadão americano William Paul Reilly (1986) veio ao Donbas “para ajudar”
aos separatistas e desapareceu sem deixar rastos. Apenas recentemente foi
achada a sua sepultura. William foi morto e sepultado na dita “dnr”.
Não
se sabe, ao pormenor, o que tinha acontecido no terreno. Se William foi acusado
de ser espião americano e executado ou simplesmente foi assassinado devido ao
roubo, dado que tinha levado consigo alguns dólares em dinheiro vivo. Sabe-se,
ao certo, que aos territórios ocupados da Ucrânia ele entrou, ilegalmente, via
cidade russa de Rostov, o seu itinerário pela Rússia foi recuperado pela página
russa 1rnd.ru.
Reilly
chegou dos EUA ao Moscovo no dia 15 de maio de 2015. Na capital russa foi
recebido pelo conhecido ajudante do comandante terrorista russo Igor “Strelkov”
Girkin – Mikhail Polynkov, dedicado à angariação e envio dos cidadãos russos
para a guerra no Donbas. Após o encontro Reilly foi para a cidade de Rostov.
Em
Rostov o apoiante das “repúblicas populares” foi vítima de roubo – lhe roubaram
2.000 dólares em dinheiro e cartões bancários, usados para levantar dinheiro e fazer
pagamentos. Reilly não fez queixa da polícia, preferindo dizer aos familiares
que “perdeu” dinheiro e cartões. No dia 24 de junho de 2015 ele desapareceu
para sempre, o seu telefone ou cartões nunca mais foram usados.
Os
seus pais entraram em contacto com Mikhail Polynkov, este, num inglês macarrónico
explicou que Reilly foi detido pelos serviços secretos russos e aconselhou aos
pais contactar CIA ou FSB.
Bentley Russel Bonner (20.06.1960), nom de guerre Texas |
Um
outro americano, membro dos grupos armados ilegais dos separatistas de Donbas
— Bentley Russel
Bonner (20.06.1960), nom de guerre
Texas, tentou descobrir o paradeiro do Reilly. Ele ligou para um dos números, registados
nas comunicações do americano. Telefone foi atendido por um tal Bronya (ou Borya) Kalmyk, que ordenou nunca mais lhe fazerem quaisquer perguntas
sobre o caso.
Segundo
os parentes do Reilly, o Governo dos Estados Unidos e o Departamento de Estado tentaram
o encontrar por meios diplomáticos. Sabe-se que William Paul Reilly nunca saiu oficialmente
da Rússia. Os separatistas da dita “dnr” sempre diziam que ninguém, com este
nome, tinha entrado na sua “república”. Família pediu ajuda à Interpol.
Passaporte americano do William Paul Reilly |
Até
que no dia 1 de dezembro de 2018, a página russa Rostov.ru
informou, citando as fontes anónimas, que Reilly foi finalmente achado. Morto e
sepultado no território da dita “dnr” nos meados de 2015. Ou seja, logo após o
seu desaparecimento.
As
fontes russas não adiantam quaisquer pormenores, tentam sugerir que Reilly foi
vítima dos bombardeamentos. Dado que cidadão americano foi roubado ainda em
Rostov, e devido às palavras do Polynkov, que disse que este foi detido pelo
FSB, americano não tinha qualquer hipótese de chegar à linha da frente.
Mais
uma história épica. Os “antifascistas” russo-separatistas não apreciaram o
impulso do idealista americano (bacharel em biologia de formação). Será uma lição aos outros tolos ingénuos
que vivem no Ocidente (no sentido mais abrangente do termo) e apoiam a agressão
russa contra Ucrânia. Esperamos que este caso receba a devida divulgação e as
pessoas interessadas saberão como as “repúblicas populares” trataram voluntário, que acreditou no cliché de “luta contra o fascismo” e pretendia pessoalmente participar
nela.
Se foi dessa forma que os
separatistas trataram um cidadão americano, podemos imaginar quantos cidadãos ucranianos
anónimos desapareceram nessa zona cinzenta, sem deixar rasto e para sempre.
Somente no território de Luhansk ocupada e apenas em 2016, as 573 pessoas eram
dadas como desaparecidas. Possivelmente, um número maior desapareceu na região ocupada
de Donetsk, escreve o jornalista ucraniano Denis
Kazansky.
Sem comentários:
Enviar um comentário