O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev,
inaugurou na capital do país o monumento em memória das vítimas do Holodomor. O monumento se
situa na parte antiga da cidade, no cruzamento das avenidas da República e Abay
e se chama “1932-1933 жылдардағы ашаршылық құрбандарына тағзым”.
O complexo monumental é composto
por “muro de lamentações” em forma de uma yurt do tipo Kerege e um grupo escultural,
representado pela mulher e criança.
“Nos recordamos duas datas
trágicas. Neste ano se completa 80 anos do início de fome massificada no nosso
país e 75 anos do início das repressões políticas. A fome atingiu não apenas
Cazaquistão. Na Rússia, Ucrânia, Belarus, no total, morreram de fome 7 milhões
de pessoas. Destes, mais de um milhão e meio cabe no Cazaquistão”, disse Nursultan
Nazarbayev durante a inauguração.
“Estamos aqui, para homenagear a
memória popular e inaugurar o monumento em memória dos cazaques que morreram da
fome. Coletivização se revelou uma experiência cruel, ela destruiu o modo
secular da vida da aldeia, foram abalados os alicerces da civilização nómada
milenar na nossa terra. Tudo isso levou ao sofrimento de milhões de pessoas.
Fome e as suas consequências terríveis se tornaram a maior catástrofe do
período soviético”, disse ele. Na visão do chefe do estado, além de mais de 1,5
milhão dos cazaques que morreram, mais de 600 mil cazaques abandonaram o país,
se salvando da fome e das repressões.
“A causa da fome, deportações,
morte massificada das pessoas foi a política cruel do regime soviético. O
culpado principal é o sistema totalitário desumano”, afirmou o presidente.
A ideia do monumento pertence ao próprio
presidente Nazarbayev.
Fonte:
Fotos:
Sobre o tema
“Um dia estive em Kyiv. […] Os ucranianos
elogiaram a minha boa pronúncia. Isso não é difícil. Sob Estaline,
milhares de ucranianos ocidentais eram deportados para o Norte de Cazaquistão.
Por que? Por simpatizar com Stepan Bandera. É Ospan Batyr ucraniano.
Durante o almoço foi levantado o
tema de Holodomor. Colega
me perguntou:
– Mas o que? Vocês também tiveram o genocídio dos ucranianos?
Eu bebi a horilka e disse
calmamente:
– Sim. Cerca de 200 mil
ucranianos morreram durante (o Holodomor) no Cazaquistão.
Não é a culpa dos nossos amigos
que eles desconhecem a tragédia do Cazaquistão. É a nossa culpa que não
contamos sobre ela”.
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