Na
torre da TV de Tallinn está situado o museu do quotidiano da Estónia Soviética,
com detalhes cuidadosamente recriados de interiores, com objetos do uso diário dos
cidadãos e recorte das ordens do partido comunista.
Dentro
do museu podemos encontrar as réplicas de lojas com montras vazias, frascos de
3L de “sumo de bétula” (na realidade água, misturada com acido cítrico), ravióli
em pacotes de cartolina e leite em pacotes triangulares (a indústria soviética
não sabia fazer os pacotes de qualidade, era habitual estes se descoserem pelas
bordas coladas). Falta apenas a vendedora gorda e mal criada que gritasse para
com os visitantes: “vocês são muitos e eu estou aqui sozinha!”
“Vocês são muitos e eu estou aqui sozinha!” |
O
museu é um verdadeiro must in de todos os jovens da União Europeia, e mesmo dos
jovens do resto do mundo, principalmente os millennials
americanos, que parece adorarem muito o comunismo e socialismo, sem nunca
os experimentar. Por outro lado, a exposição é bastante apolítica, o seu foco
maior é design e a vida quotidiana.
Sala de aula da escola tipicamente soviética, deferentes são apenas cartazes em estónio |
Estónio
Uno da cidade de Tűri criou
esta viatura que chamou de “Pisuhänd” (que Google Tradutor traduz como garota
ou moça).
Sorvetaria
metálica que nos cafés soviéticos era usada para servir o gelado, muita gente
ainda tem este tipo de loiça em casa, ou, ao menos, na dacha ou na fazenda, na casa de campo.
Hoje
em dia cidadão precisa decidir que tipo de leite deve comprar. Na URSS tudo era muito mais
simples, as escolhas eram N-vezes menores: 2-3 tipos de leite (na melhor das
hipóteses), apenas um tipo de ovos, apenas 2-3 tipos de manteiga (nem sempre), apenas um tipo de pelmeni
(uma espécie de ravióli), sempre de mesma marca “Russkie” (russos). Data de
validade? Nem se sabia o que isso é, tudo era comido no mesmo dia.
"Tetrapack" triangular soviético |
A
senhora da caixa usava ábaco para contar e a máquina registadora para emitir o cheque
comprovativo de compra. O que tinha mais? Macarrão, vinagre, café numa lata
metálica, sal, chá e sumo nos frascos de 3L. Alguns alimentos eram produzidos localmente,
possivelmente enlatados de peixe ou marisco que não se vendiam ou eram um
deficit tremendo fora da Estónia no resto da União Soviética.
Pontos
de recepção de vasilhame.
Os adultos bebiam, os pobres, alcoólicos ou algumas crianças o recolhiam e
entregavam neste espécie de “ecopontos” à troco do dinheiro vivo. Garrafa 0,33 –
valia 10 copeque; garrafa 0,5 – 20 copeque; meia duzia de garrafas – valiam um almoço
numa cantina estudantil ou 1-2 maços de cigarros.
Apartamentos
tipicamente soviéticos.
Lavatório com banheira (as vezes junto com WC, outras vezes separados) |
Quarto de dormir, cama-casal |
Sala de estar, que muitas vezes servia como quarto de dormir |
Nos
matines dançantes era possível visitar as discotecas,
naturalmente sem se esquecer de que Sex Pistols fazem propaganda do punk e da
violência e Pink
Floyd homenageavam a Centena Celestial ucraniana, isso é, distorciam
a política externa soviética.
Ler mais: Rock-n-roll na URSS |
A
vista absolutamente fantástica do topo da torre de TV de Tallinn.
Fotos:
Alkopona | GettyImages | arquivo | Texto: essencialmente @Ucrânia em África
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