Em
23 de agosto, em Tallinn, na colina de Maarjamäe, foi oficialmente inaugurado o
memorial das Vítimas do Comunismo na
Estónia de 1940-1991. No local são gravados os nomes dos 22.000 estónios,
vítimas da primeira onda da ocupação e das repressões do regime soviético.
O
regime do terror comunista foi estabelecido no país com a ocupação da Estónia pelas
tropas soviéticas em 17 de junho de 1940 e terminou com a restauração da
independência do país em 20 de agosto de 1991. Como consequência da política soviética
de ocupação, Estónia perdeu um em cada cinco cidadãos, que viviam no país até
1940, no total mais de um milhão de pessoas, dos quais mais de 75.000 foram
assassinadas, presas ou deportadas. A grande maioria deles descansa em
sepulturas anónimas. Em memória de todas as vítimas do comunismo na Estónia, o
povo e o Estado estónios criaram este memorial, inaugurado em agosto de 2018.
A presidente da Estónia Kersti Kaljulaid |
“Toda
a ideologia totalitária é a inimiga de liberdade já pela sua própria natureza, e
nós sabemos o seu alto preço pela nossa própria experiência histórica”, disse a
presidente da Estónia Kersti Kaljulaid no discurso de abertura do memorial.
O
Memorial, chamado Eesti kommunismiohvrid
(https://www.memoriaal.ee/en) têm duas partes – a “Viagem”, um corredor,
formado por duas altas paredes, com as placas que indicam os nomes das vítimas,
que na sua maioria morreram longe da Estónia, e cujo local de enterro é
praticamente desconhecido. O corredor simboliza o carinho humano e a
hostilidade do regime totalitário. O “Jardim da Casa” simbólico possui vários textos
informativos e pedras de localização, marcando os locais do terror. A paz e
segurança simbolizam as macieiras no Parque Memorial e as abelhas na parede
lateral do memorial. Um monumento aos oficiais militares estónios que foram
vítimas do terror comunista também faz parte do Memorial.
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Os
cidadãos da Estónia encaram os dois regimes de ocupação, soviética e nazi, de mesma
forma. Embora, naturalmente existem diferenças temporais, devidas, sobretudo, à
duração da ocupação da Estónia por estes dois regimes. A ocupação soviética
durou 51 anos (1940-1991) e a ocupação nazi apenas 3 (1941-1944).
Como
tal, na Estónia também existem os monumentos em memória das vítimas do nazismo,
como os memoriais de vítimas do Holocausto, também foram preservados os
monumentos aos militares soviéticos que morreram durante a re-ocupação da
Estónia em 1944.
A
primeira pedra do memorial em Maarjamäe foi lançada em 4 de maio de 2018 e a data
de inauguração no dia 23 de agosto simboliza a memória do tristemente conhecido
pacto Molotov-Ribbentrop, assinado pela Alemanha nazi e URSS comunista em 1939,
que dividiu a Europa entre as zonas de influência nazi e soviética, traçando, e
marcando para sempre, o destino de milhões de pessoas na Polónia, Ucrânia,
Belarus, Moldova e Países Bálticos.
Konstantin Päts (1874-1956), foto tirada na cadeia de NKVD em 1941. |
1 comentário:
Coitado desse presidente estoniano. Sorte que a Finlândia conseguiu quebrar as pernas da URSS.
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