Na
Venezuela, o dólar americano atingiu o novo máximo histórico no mercado
paralelo de câmbios: 6 milhões de bolívares. Em resposta, o regime aboliu o subsídio
estatal de combustível, os preços subiram imediatamente até 750 vezes (Sic!)
Taxa do câmbio paralelo: 1 dólar vs milhões de bolívares |
O
ex-motorista de autocarro/ônibus, Maduro, prometeu aumentar o salário mínimo em
35 vezes, o que significará apenas, que em vez de ir às compras com um saco, os
cidadãos terão que levar a mochila ou uma carrinha de mão, igual à que são
usadas nas obras de construção civil nos países pobres.
Chávez
deixou o poder quando 1 dólar valia no mercado paralelo cerca de 15-20 bolívares.
Em apenas cinco anos da presidência atual, a moeda nacional venezuelana já se
desvalorizou 300.000 vezes (Sic!). Naturalmente, Maduro não é o culpado
primordial, pois como dizia a saudosa Margaret Thatcher: “O socialismo dura até
acabar o dinheiro dos outros”.
O
socialismo bolivariano apostou em franjas mais lumpen da sociedade
venezuelana, comprando a sua lealdade em forma de diversos subsídios. Uma decisão
até que de certa forma sábia, pois dessa maneira os mais marginalizados continuavam
na absoluta miséria, e seguramente, sempre votando no partido e no regime que
lhes garantia os seus subsídios. Diferentemente do aumento salarial, quando a classe
média, começa exigir as mudanças reais, fim (ou ao menos diminuição) da corrupção
ou aplicação dos princípios da boa governação. Mas assim, quando subsídio acaba
– acaba a lealdade.
Os
cidadãos venezuelanos fogem do país em massa, os países vizinhos introduzem ou
ponderam a introdução de medidas para limitar a entrada destes mesmos refugiados,
em alguns casos, como no caso brasileiro, já foram registados os confrontos
entre os refugiados e a população local. A explosão social venezuelana sempre irá
atingir os seus vizinhos continentais, na maior proporção, quando mais tempo a
região irá tolerar o regime bolivariano nas suas portas.
A
comunidade internacional está ocupada: a União Europeia não sabe o que fazer com
os seus próprios refugiados e com problemas económicos na sua periferia sul; a
ONU está habitualmente dormindo; os vizinhos latino-americanos estão em
processos de grande turbulência económica e social. Os EUA aparentemente não estão
interessados em entrar “no barulho”, pelo menos, por enquanto, embora a sua decisão
pode mudar de um momento para outros, devido à grande instabilidade da sua administração
presidencial e naturalmente, para defender os ativos das empresas americanas,
nacionalizadas pelo regime bolivariano desde 2007.
ConocoPhillips
recupera o seu investimento na Venezuela
Nesta
segunda-feira, dia 20 de agosto à americana ConocoPhillips
informou que a empresa estatal petrolífera venezuelana Petróleos de Venezuela, S.A.
(PDVSA) pagará à contraparte americana 2 biliões de dólares pela nacionalização
dos seus ativos em 2007. O primeiro pagamento no valor de 500 milhões de
dólares terá que ser efetuado dentro de 90 dias, o restante valor sera
amortizado durante 4,5 anos. Os detalhes do acordo são confidenciais.
Em
2007 o presidente da Venezuela Hugo Chevéz assinou o decreto da nacionalização
de jazigos de petróleo no delta do rio Orinoco (nomeadamente os investimentos
de ConocoPhillips em projetos de petróleo pesado em Hamaca e Petrozuata, além
de outros medidas de expropriação). Decreto previa que as empresas estrangeiras
sejam forçadas à vender à PDVSA não menos de 60% de sua participação nestes
projetos. As americanas ConocoPhillips e ExxonMobil se recusaram à entrar no
esquema e viram os seus projetos nacionalizados. ConocoPhillips recorreu aos
tribunais internacionais, nomeadamente à Câmara Internacional do Comércio (ICC),
que em abril de 2018 acordou que a PDVSA deve pagar à empresa cerca de 2
biliões de dólares. Em maio de 2018, os tribunais das ilhas holandesas, Curaçãu,
Bonaire, Sint Eustatius e Aruba decidiram a congelação dos ativos da PDVSA, que
usava os portos, fábricas de processamento e sistemas de armazenamento destas ilhas.
Mais uma vez, o
socialismo bolivariano durou até acabar o dinheiro dos outros...
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