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anos atrás, no dia 19 de agosto de 1991, em Moscovo ocorreu a tentativa de
golpe do Estado comunista. A liderança comunista soviética tentava, à todo o custo,
preservar a União Soviética, as forças leais ao líder russo Boris Yeltsin se
recusaram à cumprir as ordens da junta político-militar, declarando as suas
ações de inconstitucionais.
A
junta (GKChP) ordenou a entrada de exército soviético em Moscovo, cerca de 300
blindados BMP, 150 blindados BTR e tanques da Divisão Kantemirovskaya. Os democratas
responderam, exortando os moscovitas à saírem às ruas em defesa da democracia. Uma
parte dos militares soviéticos passou ao lado do poder executivo russo, os
blindados ligeiros BMP da Divisão de infantaria móvel Tamanskaya içaram as
bandeiras tricolores, optando pela defesa da “Casa Branca”, edifício-sede do
governo russo, local, onde se encontrava Boris Yeltsin.
22 de agosto, Boris Yeltsin após a vitória, são visíveis várias bandeiras ucranianas... |
Na
noite de 20 à 21 de agosto de 1991 em Moscovo decorreram os confrontos entre exército
leal ao golpe comunista e defensores da “Casa Branca” — os democratas bloquearam
a coluna militar, usando os troleicarros, três jovens defensores da democracia
morrem. Após disso, na manha do dia 21 de agosto, o ministro da Defesa da URSS,
marechal Yazov ordenou a saída do exército de Moscovo.
No
dia 22 de agosto todos os membros da junta foram presos [menos o Ministro do
Interior Boris Pugo, que disparou mortalmente contra a sua esposa e suicidou-se,
de seguida], as suas ações foram classificadas como inconstitucionais. O golpe da
junta comunista não apenas não salvou a URSS, mas apressou, sobremaneira, a sua
queda.
01.
19 de agosto de 1991, exército impede o acesso à praça Vermelha de Moscovo:
02.
De seguida, o cordão militar foi levantado e praça foi preenchida pelos
manifestantes com bandeiras tricolores russas, cartazes, retratos do dissidente
soviético Andrey Sakharov:
03.
As barricadas junto ao edifício do Conselho Supremo da URSS, onde estava
sediada a liderança da Rússia, ainda soviética.
04.
Os defensores da “Casa Branca”, local, onde se encontrava o presidente russo Boris
Yeltsin:
05.
A formação das primeiras barricadas junto ao edifício do Conselho Supremo da
URSS:
06.
A formação das primeiras barricadas junto à “Casa Branca”, tudo era usado na
sua construção, como este tudo de grande tamanho:
07.
Os defensores da “Casa Branca” recebem os distintivos tricolores, para saber
quem é quem, no caso de um possível ataque da polícia ou do KGB:
08.
Vida quotidiana nas barricadas moscovitas, muito parecida com a da Maydan de
Kyiv, 22 anos depois.
09.
A cozinha de campo dos defensores da “Casa Branca”:
10.
A barricada junto ao Conselho Supremo:
11.
Em resposta à construção das barricadas, a junta comunista ordena a entrada do
exército em Moscovo:
12.
Os cidadãos bloqueiam a coluna dos BMP na praça Maneje, surgem as discussões
acaloradas entre cidadãos e militares:
13.
Blindados nas ruas de Moscovo:
14.
General Aleksandr
Lebed, vice-chefe do Exército aerotransportado soviético (VDV) passa ao
lado dos democratas, exemplo seguido por comandantes de diversas unidades. A sua
decisão, em grande parte, impediu o assalto militar contra a “Casa Branca” e
contra o edifício do Conselho Supremo da URSS, já planificado pela junta
comunista.
15.
Os militares leiam os jornais e panfletos dos democratas:
16.
Noite de 21 à 22 de agosto, os cidadãos derrubam o monumento do líder comunista
Yakov Sverdlov, nos pés do monumento está escrito “regicida”.
17.
Nos confrontos naquela mesma noite morreram três jovens, eles foram sepultados,
com honras do estado, na manha seguinte:
18.
Os defensores da democracia no momento da passagem das viaturas que levavam os
jovens caídos para o cemitério:
19.
22 de agosto, os cidadãos cumprimentam Boris Yeltsin, junto à “Casa Branca”, a
junta comunista é definitivamente derrotada e os seus líderes estão presos:
20.
23 de agosto, Mikhail Gorbachev volta ao poder.
21.
Até o fim da URSS faltam apenas alguns dias.
Foto:
GettyImages | Alan Nogues | TASS | Sovfoto | David Turnley | Texto: Maxim Mirovich e [Ucrânia em África]
Ver o cartoon
“Yeltsin e [junta comunista] GKChP:
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