domingo, fevereiro 26, 2017

Marcha em memória do Boris Nemtsov: “Putin é a guerra”

Nas diversas cidades russas e em redor do mundo neste domingo decorreram as marchas em memória do Boris Nemtsov, político liberal russo, assassinado em Moscovo em 2015. Na marcha em Moscovo, legal e autorizada, a polícia local impediu fisicamente a exibição do banner “Putin é a guerra”. 
"Putin é a guerra". Moscovo, 1/03/2015
O início da marcha se atrasou em meia hora devido a apreensão do banner “Putin é a guerra” e a detenção temporal dos cidadãos que o seguravam. Além disso polícia aprendia os cartazes em que estava mencionado o nome do Putin e as bandeiras da Ucrânia, por isso neste ano a marcha praticamente não exibia as cores ucranianas. Em Moscovo foi detido o vice-chefe do movimento “Solidariedade” (fundado pelo Nemtsov) da cidade de São Petersburgo, Konstantin Yershov. O político estava distribuindo os panfletos, quando foi insultado pelos “nacionalistas” pró-poder russos, em resultado a polícia deteve apenas o ativista liberal, não incomodando os “nacionalistas” patrioteiros, informa a TV russa TV rainPelas contas dos organizadores até 15h00 (hora de Moscovo), na marcha participaram 15,2 mil pessoas; a polícia moscovita contou apenas na manif os 5.000 cidadãos.
Moscovo, 26/02/2017; 14h36
Boris Nemtsov foi assassinado em Moscovo, nas proximidades do Kremlin na tarde de 27 de fevereiro de 2015. A justiça russa deteve cinco polícias e ex-polícias chechenos, a família do Nemtsov considera que o organizador do assassinato também é um checheno, ex-vice-chefe do batalhão “Sever” do Ministério do Interior da Chechénia, Ruslan Geremeev. Ele não possui um estatuto claro neste processo, foi chamado à depor mas não apareceu e acredita-se que atualmente pode estar à residir nos Emirados Árabes Unidos.
"Boris Nemtsov. Não esquecemos! Não perdoamos!" 26/02/2017, São Petersburgo
As marchas em memória do Nemtsov decorreram e decorrerão em mais de 30 cidades em redor do mundo, nomeadamente em Nova Iorque, Praga, Londres, Varsóvia, entre outras, escreve TV rain.
A entrada para a marcha em Moscovo, 26/02/2017; 15h03
A foto com o cartaz “Putin é a guerra” é da marcha em memória do Nemtsov que decorreu em Moscovo em 1 de março de 2015, logo após o assassinato do político, um dos últimos opositores ao regime do presidente Putin e à sua guerra na Ucrânia.

Armata T-14: as expetativas e realidade

Apesar das declarações constantes sobre a inutilidade das sanções ocidentais e até sobre a sua mais-valia para a economia russa, graças às sanções e após a corte, pela Ucrânia, do fornecimento de diversos componentes vitais aos seus armamentos, o plano estatal russo de modernizar as suas forças armadas não está nada famoso para um país que pretende ser uma potência, pelo menos regional.

“O programa estatal de armamentos prevê o fornecimento ao exército [russo] de 2.300 unidades do [blindado] «Armata» até 2020” (embora ainda em setembro de 2015 o diretor-geral da fábrica produtora do blindado, “UralVagonZavod”, previa a extensão do prazo de entrega da mesma quantidade até 2025).


Apenas um ano depois, em setembro de 2016, surge a informação de que até o fim de 2019 – início de 2020 o exército russo receberá apenas 70 blindados em série (não protótipos) do famoso T-14.
Ou seja, apenas dois anos de “sanções risíveis” deram cabo aos 2230 (!) blindados “sem igual”. Afinal, os “Iskanderes” já não estão rindo?
Mais, a recusa da Ucrânia em vender os componentes vitais, corrigiu a situação em diversas outras áreas do plano armamentista russo (ver a infografia em baixo): 

sábado, fevereiro 25, 2017

Ucrânia e Brasil, rica parceria

A Ucrânia e o Brasil estabeleceram relações diplomáticas há 25 anos, em fevereiro de 1992 – dois meses após a realização do referendo nacional que aprovou a Independência, a integridade territorial e a soberania ucranianas.

por: Rostyslav Tronenko, mestre em relações internacionais, embaixador da Ucrânia no Brasil

No entanto, a história em comum de nossos países tem mais de 125 anos, período de rica troca cultural e econômica.

Os ucranianos deram ao Brasil as tradições de pêssankas e bordados coloridos que atualmente são os símbolos do Estado do Paraná, enriqueceram o patrimônio cultural brasileiro com a arquitetura de suas igrejas e fizeram uma contribuição importante no cooperativismo agrário do Brasil.

Todos conhecem personalidades de origem ucraniana que marcaram a cultura brasileira – as escritoras Clarice Lispector e Helena Kolody, o arquiteto Gregori Warchavchik, o pintor Miguel Bakun.

A Ucrânia sempre considerou o Brasil como um parceiro importante na região da América do Sul e se converteu num sócio confiável, buscando desenvolver as parcerias nas áreas de interesse comum.

Está hoje comprometida com a cooperação de longo prazo nas áreas política, econômica, cultural e científica. Dez estudantes brasileiros que fizeram o curso aeroespacial ucraniano, por exemplo, estão agora contratados pela Agência Espacial Brasileira.

Em 2009, os dois Estados deram um passo adiante e elevaram as relações até o nível da parceria estratégica. Foram criados os mecanismos intergovernamentais necessários para definir os caminhos para o diálogo e a realização dos acordos celebrados em cinco encontros de nossos presidentes.

Estamos convencidos de que o comércio e investimentos devem ser acompanhados também pela cooperação na área internacional, com prioridade de atenção aos problemas de cumprimento do direito internacional, da promoção dos direitos humanos, da segurança global, da luta contra o terrorismo e o crime organizado.

Neste contexto, esperamos que, em face da luta contínua da Ucrânia pela soberania e integridade territorial na resolução de conflitos internacionais, a posição do Brasil seja mais visível e se junte às vozes de outras nações democráticas.

Nossos países defendem a necessidade de reforma no Conselho da Segurança da ONU. A Ucrânia apoia a candidatura do Brasil ao conselho, do mesmo modo que o Brasil apoiou a participação da Ucrânia na qualidade do membro não permanente para o período de 2016-2017.

Os primeiros 25 anos de relações diplomáticas dão-nos a confiança de que estamos no caminho certo. Graças aos intensos intercâmbios humanos, através de arte e cultura, tradições, história e esportes, a Ucrânia e o Brasil se descobrem mutuamente para o fortalecimento da cooperação abrangente entre os governos e povos.

Publicado em Folha de São Paulo (conteúdo restrito a assinantes e cadastrados)
Ler o texto na página da Embaixada da Ucrânia no Brasil

Bónus
O Embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko fala sobre a situação sociopolítica da Ucrânia (o programa “Roda Viva” da TV Cultura de 14/04/2014, duração cerca de 80 min.).

Os crimes do comunismo soviético: fuzilados por criticarem o estalinismo

Nos dias 7 à 13 de fevereiro de 1952, o colégio militar do Tribunal supremo da URSS julgou, à porta fechada, o caso dos 16 jovens moscovitas, pertencentes à organização clandestina de esquerda, chamada “União da luta pela causa revolucionária”. Três organizadores foram condenados à morte, 10 – sentenciados à 25 anos e outros 3 aos 10 anos de GULAG soviético.
Os jovens fuzilados
Os 16 jovens, liceistas e universitários, foram acusados de disseminar os panfletos, produzidos por meio de um hectógrafo, denunciando o sistema eleitoral soviético como antidemocrático. Além de traição, também eram acusados de planear o assassinato do membro do Bureau Político do PCUS e um dos capangas do Estaline, Geórgiy Malenkov. Além disso, uma dos membros do grupo, Susana Pechuro (1933 — 2014), foi acusada de agir de elo de ligação entre a “União” e as “organizações sionistas judaicas”.
Susana Pechuro após a sua libertação do GULAG
A acusação também rezava que “um grupo de nacionalistas judaicos criou uma organização dos traidores, terroristas, cujos membros tinham por objetivo derrubar o regime existente na União Soviética por meio de um levantamento armado e através dos atos terroristas contra os líderes do governo soviético e do Partido Comunista”. Os líderes da organização, Boris Slutsky (1932-1952), Vladlen Furman (1932-1952) e Yevgeny Gurevich (1931-1952) foram fuzilados em 26 de março de 1952, as suas cinzas foram enterradas no cemitério moscovita Donskoy. A única que não se declarou culpada no decorrer do julgamento foi Maya Ulanovskaya (1932). Os sobreviventes condenados viram as suas sentenças reduzidas drasticamente após a reavaliação do caso em 1956, de seguida foram libertados do GULAG. Em 1989, todos os acusados ​do caso, alguns à título póstumo, foram reabilitados “por ausência dos atos de corpo de delito”.

O perfil da “União da luta pela causa revolucionária” (SDR)

O grupo anti-estalinista de esquerda foi formado em 1950 por jovens de 16-17 anos que se reuniam no clube literário do Palácio de Pioneiros de Moscovo. A organização elaborou um programa e manifesto, onde falava da degeneração do socialismo ao capitalismo de Estado, descreveu o regime estalinista como bonapartista e notou a falta de liberdades civis, denunciou as eleições fraudulentas, a natureza imperial de política soviética externa e o estado desastroso de agricultura. A SDR também declarava o desejo de retorno aos “princípios leninistas da sociedade soviética”, que foram “deturpados pelo regime bonapartista estalinista”.
Maya Ulanovskaya no GULAG em 1955
A organização foi desmantelada pelo MGB soviético e os seus membros foram detidos em janeiro – fevereiro de 1951. Após a morte do Estaline, em 1956 o caso foi reapreciado pelo tribunal, as sentenças foram substancialmente reduzidas e os membros sobreviventes libertados. Apenas em 1989 todos os membros do grupo foram reabilitados pelo Tribunal Supremo da URSS.   

Os membros da SDR:

Sentenciados à morte:
Yevgeny Gurevich (1931-1952)
Boris Slutsky (1932-1952)
Vladlen Furman (1931-1952)

Sentenciados à 10 anos de prisão:
Tamara Lazarevna (1932)
Galina Smirnova (1931)
Nina Uflyand (1934)

Sentenciados à 25 anos de prisão:
Irena Arginskaya (1932)
Ida Vinnikova (1931)
Felix Voin (1931)
Grigory Mazur (1931)
Vladimir Melnikov (1932)
Yekaterina Panfilova (1932)
Susanna Pechuro (1933-2014)
Alla Reif (1931)
Maya Ulanovskaya (1932)
Inna Elgisser (1930)

Os herdeiros do MGB-KGB de Donetsk atual

No edifício da atual Academia Musical de Donetsk, anteriormente se situava o KGB, e anteriormente o MGB e NKVD. Antes da guerra russo-ucraniana, o edifício possuía esta placa:
Neste momento a placa foi removida. Em Donetsk ocupada pelos terroristas funciona um órgão punitivo, usando os mesmos métodos e até o mesmo nome – o MGB. Aparentemente, a placa acidentalmente chamou a atenção de alguns oficiais do FSB russo (que fazem se passar pelo MGB). Mais uma prova do que os ocupantes da “dnr” são forasteiros, pois todos os locais conheciam a existência da placa e apenas os forasteiros “libertadores” a viram apenas por acidente, por isso só agora esta foi removida.
O desaparecimento da placa memorial mostra inequivocamente quem tomou o poder em Donetsk. Embora na cidade funcionam os cafés e as pessoas andam calmamente pelas ruas, a situação no território é semelhante ao do grande terror soviético de 1937. As pessoas são detidas e trancadas nas prisões, acusadas de espionagem, dos “crimes” que podem levar ao fuzilamento. Os habitantes dos territórios ocupados desaparecem sem deixar o rasto, os seus bens são expropriados...

O MGB dos terroristas realmente não é diferente do NKVD e do KGB é lógico que os ocupantes removeram a placa, logo que a viram (fonte).

Porsche ucraniano: a estória do coupé ZAZ “Sport-900”

Na década de 1960 nasceu a ideia de transformar a viatura ZAZ 965, fabricada na Ucrânia em 1960-1969, num caro desportivo semelhante ao Porsche 911. Os especialistas dos institutos moscovitas NAMI e MZSA criaram um coupé elegante MKZ-NAMI “Sport-900”.
O primeiro protótipo foi fabricado em 1963. No chassi do ZAZ-965A foi instalada a carroçaria de fibra de vidro elegante com 3.725 mm de cumprimento e de apenas 1.170 mm de altura. O design possuía as características visíveis dos coupés ocidentais de motor traseiro, casos de Renault Caravelle, Volkswagen Karmann-Ghia ou NSU Prinz.
O coupé “Sport-900” apostava na formula 2 + 2, ou seja, os seus criadores conseguiram manter o banco traseiro de dois passageiros. A consola central original possuía uma certa inclinação, muito habitual em diversas viaturas desportivas modernas.
O uso de carroçaria de fibra de vidro permitiu reduzir o peso da viatura até 500 kg. Assim, mesmo com um motor de 900 cc, de apenas 27 cavalos de potência e com a transmissão manual de 4 velocidades, a viatura atingia as velocidades superiores aos 100 km/h.
Os criadores esperavam receber a permissão de fabricar ZAZ “Sport-900” na cidade ucraniana de Zaporizhia. No entanto, as autoridades soviéticas recusaram o projeto e a produção não foi além dos 5-6 protótipos. Algumas destas viaturas exclusivas sobreviveram até os dias de hoje, mas todas exigem uma restauração séria (fonte).

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O atual tuning ucraniano do ZAZ 965:

Bónus 2

Os exemplos dos protótipos e até as viaturas de série ocidentais da mesma época:
Pontiac Banshee XP-833, 1964
Bizzarrini Manta (ItalDesign), 1968
Alfa Romeo 33 Stradale, 1968
Blogueiro: muito interessante é verificar o perfil dos institutos que criaram o conceito do ZAZ “Sport-900”. O instituto NAMI, criado na década de 1920, desde 1924 se dedicava à autorização de todas as compras soviéticas de automóveis ocidentais (qualquer entidade pública soviética que pretendia comprar alguma viatura ocidental era obrigada solicitar uma licença à este instituto). Mais tarde, o instituto, de facto, estava se dedicar à espionagem industrial, comprando as viaturas no Ocidente, cujas elementos de construção depois eram copiadas pela indústria automóvel soviética, atrasada em relação ao ocidente em cerca de duas décadas.

A fábrica experimental moscovita MZSA foi criada em 1948 e no início se dedicava à produção das diversas empilhadeiras, mas em 1955 se tornou a unidade fabril fechada, “caixa postal № 4111”, passando à produzir para o Ministério da Defesa da URSS. Ou seja, muito provavelmente, se dedicando à mesma espionagem industrial, mas já para o exército soviético.

quinta-feira, fevereiro 23, 2017

As fronteiras da Ucrânia: informação útil aos turistas

A página do Serviço Estatal da Gurada-fronteira da Ucrânia lançou o renovado mapa interativo de todos os seus pontos fronteiriços ativos. Os postos aéreos, ferroviários e rodoviários usam o sistema de cores para mostrar a sua capacidade de carga momentânea, toda a informação é atualizada à cada três horas.
Fazendo o click no respetivo símbolo é possível obter a informação sobre os horários de funcionamento do posto, a sua localização exata, quantidade de viaturas ligeiras e pesadas na fila, o número de viaturas, por hora, que passaram pelo posto. Alguns postos também oferecem aos internautas as imagens das câmaras de CCTV.
A cor verde significa que o tempo de espera não ultrapassa uma hora, cor azul significa que este tempo é de até 2 horas e a cor vermelha significa o tempo de espera superior à 2 horas. Usando o serviço, o turista poderá planear as suas viagens de forma mais eficaz, escolhendo os trajetos mais favoráveis em termos de espera.

quarta-feira, fevereiro 22, 2017

Recordar Olena Teliha, a poetisa ucraniana fuzilada pelos nazis

Em fevereiro de 1942, na tristemente famosa ravina de Babyn Yar em Kyiv, foi fuzilada pelos nazis a poetisa e ativista política ucraniana Olena Teliha (1906-1942), membro proeminente da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN-M).   

A sua vida curta parecia um relâmpago: «Amor louco da vida e o desprezo imprudente pela morte. Poderá haver uma junção mais bela e mais profundo?» Assim escrevia e assim agia Olena Teliha – poetisa, crítico literário, figura pública e política, sem dúvida, uma das figuras mais proeminentes da Diáspora ucraniana. Ela entrou na vida como se fosse numa “dança despreocupada”, e saiu dela como uma guerreira corajosa. Nascida nos arredores de Moscovo em 1906, ela viveu na República Checa e na Polónia, mas sempre sonhou e pensou principalmente em Ucrânia. Morreu também na Ucrânia – em Kyiv ocupada pelos nazis.

Por pertencer liderança da OUN-M, ela era procurada pela Gestapo. Foi detida nas instalações da União dos Escritores da Ucrânia, que foi por si liderada durante a ocupação alemã, presa e executada em 22 de fevereiro, em Babyn Yar. O seu marido – Mikhaylo Teliha, sem nenhuma relação à literatura (era um engenheiro), acompanhou, de forma voluntaria, a esposa até a morte.

«Aqui estava encarcerada e daqui vai ao fuzilamento Olena Teliha», – raspou ela na parede da sua cela na rua Korolenko № 34 (espaço pertencente ao NKVD-Gestapo-MGB-KGB), agora a rua Volodymyrska № 33. E ainda por cima – desenhou o tridente ucraniano. De lá, ela foi levada à morte.

Eu não vi a pessoa que morria tão heroicamente como esta bela mulher”, – disse um dos oficiais alemães antes da execução da poetisa. Pode-se dizer que a sua vida se duvidiu em duas metades: a primeira – bastante burlesca e despreocupada, e a segunda – a ideológica e heróica. Olena cresceu num ambiente russo. A sua família viveu em São Petersburgo, desde 1918 – em Kyiv. O pai de Olena – Ivan Shovheniv era professor no Instituto Politécnico de Kyiv, na 1ª República ucraniana (1917-1920) dirigiu um dos Departamentos do Ministério dos Caminhos-de-ferro. Após a derrota da revolução ucraniana, a família emigrou para a Checoslováquia. Olena frequentou a faculdade de história e de filologia do Instituto Pedagógico Ucraniano de Praga. Na época de estudante, a falante de língua russa até então, ela opta pela sua identidade ucraniana.

Em 1926 casou com engenheiro ucraniano Mikhaylo Teliha. Na Checoslováquia ganhou o nome como poetisa e crítico literário. Mais tarde, após um encontro com o poeta Oleg Olzhych, em 1939, adere às fileiras da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN-M), trabalha no seu departamento cultural. Prepara os textos de folhetos, manifestos, e outros materiais que eram enviados a Ucrânia. Após o início da guerra soviético-alemã, em julho de 1941, juntamente com o escritor Ulas Samchuk entra ilegalmente na Ucrânia, passa pelo Lviv e no dia 22 de outubro de 1941 chega a Kyiv. Aqui a poetisa mergulha na vida cultural e organiza a União de Escritores Ucranianos, colabora com o jornal “Ukrayinske slovo”, onde publica o complemento literário e artístico “Litavry”. As atividades notadas pelos nazis, Olena Teliha recebeu o aviso do perigo de ser presa, a pediram deixar Kyiv, mas ela respondeu: “As pessoas estão esperando por mim. Eu não posso deixar de vir por medo da prisão... Quando eu não voltar, não se esquecem de mim. Quando eu morrer, sei que cumpri o meu dever até o fim...”
O monumento da Olena Teliha em Babyn Yar
No dia 22 de fevereiro de 1942, Olena Teliha, juntamente com o seu marido e outros membros da OUN-M foram fuzilados em Babyn Yar. O poder soviético sempre ignorou e silenciou este facto. Um monumento dedicado aos patriotas ucranianos, foi colocado no local do seu fuzilamento apenas em fevereiro de 2017, no 75º aniversário da sua morte.

A ação internacional “Tryzub é Ucrânia”

Anunciamos a ação internacional do tipo flash-mob, “Tryzub é Ucrânia“ (“Tridente é Ucrânia”), aberto à qualquer amigo e simpatizante da Ucrânia. A meta principal da ação é divulgar a informação, entre a comunidade internacional, sobre os símbolos nacionais e estatais da Ucrânia.
Recentemente, surgiu uma necessidade de melhor identificar, no exterior, os símbolos nacionais e estatais ucranianos. Devido a fraca cultura geral, falta de informação e a propaganda anti-ucraniana, surgiu a situação em que os símbolos nacionais da Ucrânia são confundidos com a simbologia dos movimentos da direita extraparlamentar. Essa situação permite às forças de esquerda extremista, usar os símbolos ucranianos para a sua propaganda anti-ucraniana, desinformando às sociedades de acolhimento sobre a Diáspora ucraniana e sobre a situação na Ucrânia.
A presente ação é organizada pelo Congresso Mundial das Organizações Juvenis Ucranianas (CKYMO) e pelo grupo interparlamentar “Cooperação: Ucrânia – Diáspora”. O flash-mob começou na cidade ucraniana de Volnovakha, mostrando que Donbas realmente é Ucrânia, as fotos da ação podem ser vistas na página social do evento.

Aderir à ação:

1) Imprimir o cartaz com o slogan “Tridente é Ucrânia” ou “Trident is Ukraine” e fazer uma foto horizontal.
2) Publicar a foto na página oficial da ação www.facebook.com/events/234505363677566 e no seu perfil nas páginas sociais com hashtag #ТризубцеУкраїна #TridenteéUcrânia #TridentisUkraine e a cidade do país, onde foi feita a foto: Curitiba, Brasil #TridenteéUcrânia.
3) É possível fazer as fotos em grupo, das pessoas vestindo as camisas bordadas ou com símbolos da Ucrânia, ou a foto em que as pessoas formam o tryzub. A criatividade é vossa!
4) Marcar os seus amigos nas redes sociais e lhes passar este desafio.
5) Enviar as fotos de boa qualidade (para e impressão) ao e-mail: tridentisukraine@gmail.com

Os cartazes já prontos em ucraniano e inglês:

No fim de agosto de 2017, na cidade de Dnipro, no decorrer do Fórum da Juventude Ucraniana da Diáspora “Dnipro 2017” é planeada uma exposição fotográfica de melhores e mais originais fotos.

Glória à Ucrânia!

terça-feira, fevereiro 21, 2017

Ucranianos de Portugal afugentam o embaixador russo

Nesta terça-feira os ativistas da diáspora ucraniana em Lisboa impediram o Embaixador russo à discursar no seminário organizado pelo Instituto da Defesa Nacional (IDN) e pelo Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa (IPRI-UNL), denominado “A Federação da Rússia no Sistema Internacional”.
Como explicavam os organizadores, o evento, inserido no ciclo de seminários sobre os BRICS, inscreve-se no seu esforço “em proporcionar um contraste de visões sobre o posicionamento da Federação da Rússia na região e no mundo”.
Conhecendo, em primeira mão, o «posicionamento da Federação da Rússia na região e no mundo», a comunidade ucraniana de Portugal montou o seu piquete na entrada ao seminário com o slogan próprio: «não se fala sobre o combate contra o terrorismo com os terroristas!»
Conforme o programa do mesmo seminário, foi prevista a intervenção programática do embaixador russo em Portugal, Oleg Belous, que simplesmente não veio ao encontro por causa da manifestação da comunidade ucraniana. O líder da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavló Sadokha, escreveu no seu Facebook, que a informação sobre a recusa do embaixador de aparecer no evento devido à intervenção dos ativistas ucranianos foi confirmada pelos organizadores do certame.
Sabe-se que os ativistas ucranianos planearam a sua manifestação com antecedência, algo que não foi divulgado publicamente, para se tornar uma verdadeira surpresa aos organizadores do seminário e, especialmente, aos diplomatas russos em Lisboa.

Oligarca Dmytro Firtash à um passo de extradição aos EUA

Nesta terça-feira o Tribunal Superior Regional de Viena decidiu a extradição do oligarca ucraniano Dmytro Firtash aos EUA. Na saída do tribunal Firtash foi surpreendido com a sua detenção, uma medida, aparentemente, sem a conexão com a decisão de extradição, escreve a página ucraniana Novynarnia.

O Tribunal satisfez o apelo da Procuradoria austríaca (MP), contra a decisão anterior do Tribunal Criminal Regional de Viena em recusar a extradição, na base de sua crença de haver as razões políticas na base do pedido de extradição, formulado pelos Estados Unidos.
Firtash, momentos antes da sua detenção, mas já sabendo da decisão de extradição
A porta-voz da procuradora de Viena explicou aos jornalistas que, tecnicamente, a detenção do Firtash não está ligada à decisão de o extraditar aos EUA e é feita na base de uma ordem judicial espanhola, em que oligarca é acusado de lavagem de dinheiro, escreve a Deutsche Welle. A decisão final sobre a extradição caberá ao Ministro federal da Justiça da Áustria.

Os EUA acusam o oligarca ucraniano, dono do grupo industrial DF Group, anteriormente o chefe do monopolista energético “RosUkrEnergo”, conhecido pelos seus laços próximos com Moscovo em acto de suborno no valor de 18,5 milhões de dólares, para a obtenção, fora do concurso, da licença de exploração depósitos de titânio na Índia. Em 2014 os EUA solicitaram a sua extradição da Áustria, Firtash saiu em liberdade, sob a fiança de 125 milhões de Euros. Em 30 de abril de 2015 o Tribunal Criminal Regional de Viena recusou a sua extradição.

Dmytro Firtash, dono de uma fortuna avaliada em 3,3 biliões de dólares, ainda tentou impugnar o acordo de extradição entre Áustria e os EUA (Sic!), mas o tribunal simplesmente se recusou a apreciar o caso. Nos EUA Firtash se arrisca à uma pena prisional de até 50 anos e confisco de todos os seus bens.

Vitaly Churkin: na cama com Lenine (+18)

O representante da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, aceitou #ExplosionChallenge dos terroristas Motorola e Givi, morrendo em Nova Iorque. Não sentimos nenhuma pena, as suas mentiras mataram tantos ucranianos, como as armas dos mercenários terroristas. Ficou apenas uma única incógnita: quem será o próximo?
Pouca gente sabe, mas na sua meninice o embaixador Churkin era garroto-ator de cinema, num dos seus papéis ele até partilhou a cama com próprio Lenine, o líder do proletariado mundial.
Nascido em 1952, Churkin participou em alguns dos filmes soviéticos, nomeadamente “Caderno azul” (1964); “Zero três” (1964) e “Coração da mãe” (1965). Quer o “Caderno azul”, quer “Coração da mãe” são dedicadas ao Lenine, um tema imbatível no cinema soviético, pois a figura do Lenine era equiparada na URSS à santíssima trindade: Lenine era Deus, seu filho e espírito comunista, tudo simultaneamente. O “Caderno azul” até era a película bastante liberal, mostrando, pela primeira vez em décadas, o líder comunista Grigory Zinoviev como colega e companheiro do Lenine e não como traidor imperialista. Estreado nos cinemas em 1964, o filme foi retirado da exibição pública logo após a queda do Khrushev, em outubro do mesmo ano.
A filmografia do jovem Churkin
Desde o início da guerra russo-ucraniana Churkin usava muito da sua preparação artística para manter a face, desmentindo o envolvimento direto do seu país na ocupação da Ucrânia, ou acusando Ucrânia dos “crimes” simplesmente inventados (fonte).