sexta-feira, janeiro 18, 2008

30 anos sem Clarice Lispector

por: Tânia Maria André Tymus,
União da Vitória – Paraná

Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia no dia 10 de Dezembro de 1920. Com dois meses de idade Clarice, seu pai, mãe e duas irmãs chegam ao Brasil e passam a residir em Recife e alguns anos mais tarde mudam-se para o Rio de Janeiro. Em 1943 casa-se com o colega da faculdade de Direito Maury Gurgel Valente que, por concurso, ingressa na carreira diplomática.

Em 1944 muda-se para Nápoles onde seu marido vai trabalhar. Quando chega à Itália, depois de um mês de viagem, escreve: “Na verdade não sei escrever cartas sobre viagens, na verdade nem mesmo sei viajar.” Lá termina o seu segundo romance: “O Lustre.” Recebe o prémio Graça Aranha com o seu primeiro romance “Perto do Coração Selvagem”, considerado o melhor romance de 1943. Em função do trabalho do marido, mudam-se para Suíça. Lá nasce seu primeiro filho Pedro em 1948. Mais tarde voltam ao Brasil mas retornam a Europa indo morar na Inglaterra. Escreve o romance “Cidade Sitiada” e a crónica “Lembrança de uma fonte, de uma cidade”.

Em 1953 nasce Paulo, seu segundo filho nos Estados Unidos. A mãe Clarice Lispector divide seu tempo entre os filhos, “A maçã no escuro”, os contos de “Laços de Família” e a literatura infantil. Em 1967 lança o livro infantil “O mistério do coelho pensante”. Nos anos seguintes escreve “Hino ao amor: Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” e “Água Viva”.

Além de escritora, cronista e contista, Clarice também foi colunista, entrevistadora, pintora, jornalista e repórter. Clarice morre no Rio de Janeiro, no dia 9 de Dezembro de 1977, um dia antes de completar 57 anos.
Clarice
veio de um mistério,
partiu para outro.
Ficamos sem saber
a essência do mistério.
Ou o mistério não era essencial,
era Clarice viajando nele.

Carlos Drummond de Andrade

Em 2002, a embaixada do Brasil na Ucrânia e a prefeitura de Tchetchelnik se associam em homenagem à memória da escritora, inaugurando uma placa com dados biográficos gravados em ucraniano e em português, afixada na entrada da sede da administração municipal. Em artigo publicado no jornal “The New York Times”, no dia 11 de março de 2005, a escritora foi descrita como a equivalente de Kafka na literatura latino-americana. A afirmação foi feita por Gregory Rabassa, tradutor para o inglês de Jorge Amado, Gabriel Garcia Márques, Mario Vargas Llosa e de Clarice.


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