Proponho-vos mais dois artigos sobre a obra e a vida do Miguel Bakun (Mallet, 1909 – Curitiba, 1963), um pintor pós-impressionista e expressionista ucraniano – brasileiro, considerado um dos pioneiros da Arte Moderna no Paraná.
De mãos dadas com Bakun
Publicado em 02/08/2009 MARCIO RENATO DOS SANTOS – Gazeta do Povo
Depois de uma década de pesquisa, Eliane Prolik produz um livro e viabiliza uma exposição com obras de um dos mais importantes artistas do século 20
Eliane Prolik caminha pelas dependências da Casa Andrade Muricy, não sorri em um primeiro momento, mas está muito contente. Até mais feliz do que estaria se a exposição em cartaz fosse com obras de sua autoria. Nas paredes, mais de 50 quadros de Miguel Bakun. Depois de dez anos pesquisando o universo do pintor, ela finalmente conseguiu compartilhar com a comunidade um recorte da produção desse expressivo artista.
Pinheiros. Fundos de quintal. Paisagens marítimas e urbanas. Bakun recriou com verve única, ou palheta autoral, a aldeia em que esteve inserido. Eliane sabe que o talento do artista foi lapidado na adversidade. De origem humilde, lutou muito para se tornar um personagem, seguramente um dos protagonistas, no cenário artístico paranaense, que para muitos não passa de miragem, ou no máximo ficção.
O que impressiona Eliane é que Bakun se reinventou a cada novo quadro. Não seguia nem mesmo os próprios padrões. Cada pincelada era uma nova descoberta. A arte como resultado de um mergulho no desconhecido – no caso dele, na tela em branco. De pois de vários passos, muitas palavras, Eliane sorri. Mas fica melancólica ao lembrar que a exposição termina dia 9 de Agosto.
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Bakun, o maior
Publicado em 04/08/2009 FABRICIO VAZ NUNES * – Gazeta do Povo
A pintura de Miguel Bakun aparece no mesmo período que vê nascer a revista Joaquim, na segunda metade da década de 1940. Naquele tempo, os jovens artistas e escritores do Paraná buscavam superar o atraso da produção artística da província, actualizando as suas poéticas em conexão com o que acontecia no resto do Brasil e no mundo. Essa busca de actualidade incluía uma crítica violenta de tudo o que representava a tradição, encarnada na pintura ainda académica de Alfredo Andersen e na poesia simbolista de Emiliano Perneta. Por outro lado, o fim da Segunda Guerra Mundial era uma lembrança muito próxima e assustadora, que impelia os artistas a reconsiderar, globalmente, o seu papel na sociedade. Importava ser não apenas actual, mas também universal, respondendo ao novo momento histórico; criticando Emiliano, Dalton Trevisan afirmava que “para nós, neste instante, são as fronteiras do mundo, e não as da Rua XV, que procuramos atingir”.
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Serviço
Miguel Bakun – a Natureza do Destino. Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915), (41) 3321-4798. De segunda a sexta, das 10 às 19 horas; sábado e domingo, das 10 às 16 horas. Até 9 de Agosto.
* Fabricio Vaz Nunes é crítico e historiador da arte e professor da Escola de Música e Belas-Artes do Paraná (Embap).
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