Ciber
espaço. Neste campo de batalha não existem os acordos de cessar-fogo,
fronteiras ou acordos de Minsk. A sua rede engloba o domínio económico,
militar, informativo e outras áreas de gestão e comunicação de qualquer país do
mundo. A agressão informativa e cibernética da Rússia contra a Ucrânia começou muito
antes da anexação da Crimeia e da invasão militar na Donbas, mas a fase final
da “guerra híbrida” e sua transição ao conflito convencional expôs não apenas o
problema de equipamento do exército, mas a vulnerabilidade dos sistemas de
informação da Ucrânia.
Desde
março de 2014 no auge do movimento voluntário e patriótico surgiram alguns grupos
e ativistas individuais que se comprometeram a atuar na área de proteção
pró-ativa do Estado ucraniana na área de informação e do ciberespaço.
InformNapalm,
«Myrotvorets», Ciber Exército Ucraniano e outros grupos e comunidades criaram uma
série de iniciativas eficazes para a recolha e análise de informação, identificação
de formas de combater a influência do inimigo. As funções de inteligência e contra-inteligência
foram tomadas pelos voluntários que recolhiam os dados de aquartelamento e
circulação de armas e equipamentos inimigos, bloqueado os servidores e páginas que
produziram a propaganda de terroristas russos, bloqueando as contas bancárias dos
terroristas, conduziam e continuam a realizar o importante trabalho voluntário
no espaço de informação.
O
ano de 2016 foi o período de exacerbação de ciberguerra.
Também
foi um ano de unificação dos hacktivistas ucranianos. Os grupos de
programadores como FalconsFlame, Trinity, RUH8, alguns ativistas do CyberJunta
e outros voluntários fundaram a poderosa Ciber Aliança Ucranianos (UCA) que elevou
o hacktivismo ucraniano ao nível mundial. 90% das operações ucranianos da
Aliança possuem a importância operacional, as ligações descobertas do inimigo
levam aos novos níveis e revelam novas relações entre os agentes agressores,
por isso apenas 10% das operações são revelados ao público.
InformNapalm
tornou-se o líder de análise e revelação dessa informação para um amplo público
internacional. A combinação das possibilidades dos hacktivistas ucranianos da
Ciber Aliança com o suporte criativo e informativo revelou-se um poderoso golpe
para o agressor.
Vamos nos lembrar de algumas mais importantes operações da UCA, gravadas na história do
hacktivismo ucraniano em 2016.
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Em
março de 2016 foi hackeado o telemóvel do representante do Serviço Federal
Penitenciário russo. Graças às fotos, que tinham os dados gráficos e os vídeos
contidos no aparelho foi possível provar, sem a sombra de duvida, a
participação do sujeito nos combates no leste da Ucrânia.
Também
foi hackeada a página “oficial” do assim chamado “ministério dos negócios
estrangeiros” da organização terrorista russa “dnr”.
Em
abril, no decorrer da operação Donbas-leaks os grupos FalconsFlame e Trinity efetuaram
centenas de operações bem-sucedidas de hacking de páginas e e-mails dos
terroristas, propagandistas e seus curadores, foram hackeados os e-mails das
organizações terroristas da Donbas e dos seus curadores russos. Dezenas de GB
de informação útil pararam nas mãos dos hacktivistas ucranianos.
Hacking
dos e-mails da «União dos Voluntários de Donbass», cujo curador é
ex-“primeiro-ministro” da organização terrorista “dnr”, tecnólogo político,
major-general do FSB e cidadão russo Akexander Boroday, levou ao facto do que
os CV´s, as cópias de documentos e pedidos dos mercenários e militares russos
no ativo se tornaram as armas que podem ser usadas contra eles. Essa informação
foi parcialmente divulgada pela comunidade internacional InformNapalm.
Em
abril de 2016 foi hackeado o telefone de um militar russo e recebidas as
provas, que as forças armadas russas usaram a estação de interferências R-330Zh
«Zhytel» nos combates pelo Debaltseve. Foram divulgadas as fotos do terminal
funcional da estação.
O
grupo RUH8 divulgou publicamente o projeto do informe «Sobre as principais
linhas da política regional na Federação Russa». Sobre a preparação deste
informe no dia 29 de abril informou a chefe do Conselho da Federação russa,
Valentina Matvienko.
Um
poderoso golpe contra a propaganda russa revelou-se o hacking da agência propagandista
«Anna-news», página da qual ficou 5 dias fora do ar, perdendo, de forma
permanente, uma parte da sua informação. Na página hackeada foi colocado um
vídeo pró-Ucrânia que usou o meme de «metro de Lviv», em alusão ao triller
alemão «Who Am I / Kein System ist sicher». No vídeo os hacktivistas ucranianos
se dirigiram à sociedade ucraniana exortando à consolidação dos esforços na
luta conjunta contra o agressor russo. O vídeo teve uma boa projeção social: mais
de 270.000 visualizações no YouTube, foi traduzido em 6 idiomas, mostrado
ativamente nas notícias ucranianas e divulgado por mais de 100 páginas e
recursos informativos.
A
exortação foi um pequeno empurrão para a criação da Ciber Aliança Ucraniana, serviu
de base para unificação dos esforços dos grupos de hacktivistas ucranianos.
Assim,
já em maio de 2016 a Ciber Aliança Ucraniana (UCA) efetuou uma série de
operações contra os sistemas e páginas inimigas. «Operação 9 de maio» e
«Operação 18 de maio» denunciaram uma série de recursos do poder de ocupação na
Crimeia, das regiões parcialmente ocupadas de Luhansk e Donetsk. Nas páginas
inimigas foram colocados as exortações ucranianas.
Ao
mesmo tempo, o grupo RUH8 efetuou as operações de sucesso no país agressor e
ocupante. Foi efetuado uma série de ataques contra as páginas estatais e
informativas da região russa de Oremburg, nas vésperas das manif espontânea no
Cazaquistão, também foram atacadas as páginas estatais nas regiões russas de
Chelyabinsk e Belgorod.
Em
junho de 2016 a Ciber Aliança passou aos voluntários da comunidade
internacional InformNapalm uma grande quantidade de dados, conseguido dos
e-mails e dos “nuvens” dos jornalistas e propagandistas russos. Foi divulgada a
correspondência dos propagandistas russos sobre Boeing-777 do voo MH-17; sobre
os bombardeamentos da Ucrânia e tentativas russas de influenciar, de forma
informativa, a opinião pública não apenas na Ucrânia, mas também nos EUA. Nomeadamente,
foram divulgados os detalhes interessantes da atividades do jornalista e
propagandista do «1º Canal» estatal da TV russa, Sergey Zenin e os dados da sua
colaboração com a TV Russia Today e as tentativas de desacreditação da agência
ANB dos EUA.
Dedicando
ao 20º aniversário da Aprovação da Constituição da Ucrânia, a UCA efetuou a
operação chamada «O Dia de Constituição». No decorrer da mesma, durante algumas
horas foram hackeadas 17 páginas dos terroristas russos e foi publicado, nos
seus recursos o novo vídeo do «Metro de Lviv».
Julho
de 2016 também decorreu de forma produtiva. Foi revelado que assessor do
deputado da Duma estatal russa financia as páginas dos terroristas russos. Foi
quebrado o esquema de coordenação dos propagandistas russos: tarefas, tarifas, relatórios
foram apresentados ao público geral. Além disso, pela primeira vez os
hacktivistas ucranianos acederam ao servidor de troca de informações do
Ministério da Defesa da Rússia e revelaram os dados sobre os contratos estatais
na área da defesa da Rússia.
Agosto
de 2016 foi assinalado com uma série de hacking das páginas dos propagandistas
russos. Novamente foi hackeado o e-mail do Gennadiy Dubovoy, conhecido pelo seu
histerismo após o hacking dos seus perfis nas redes sociais. Foi acedido o
conteúdo da correspondência do militante da organização terrorista «lnr» conhecido
como «Grom» e graças à isso foi revelada a preparação da provocação em Lviv no
Dia da Independência da Ucrânia.
Para
assinalar o Dia da Independência da Ucrânia os hacktivistas da UCA acederam ao
controlo das 25 páginas das organizações pró-russas e páginas “oficiais” dos
grupos terroristas «lnr/dnr». Nestas páginas foi publicado o conteúdo que
felicitava os cidadãos da Ucrânia pelo Dia da Independência.
Início
de setembro de 2016 foi assinalado com o hacking de mais 11 páginas inimigas. Em
setembro a UCA efetuou uma operação de grande envergadura, dedicada ao Dia do
Programador de TI. Numa só noite foram destruídas ou acedidas mais de 33
páginas inimigas. Nas diversas páginas propagandistas dos terroristas russos
foi publicado o videográfico da comunidade InformNapalm com identificação dos
33 tipos de equipamentos militares russos usados no leste da Ucrânia na Donbas e
outros vídeos, que provam, sem sombra de dúvida a agressão militar russa contra
Ucrânia.
Além
disso, os hacktivistas ucranianos obtiveram o acesso aos e-mails dos 13
“departamentos regionais” do dito «comando militar» dos terroristas da «dnr». Durante
dois meses destes e-mail eram, de forma operativa, passada a informação para
análise da comunidade InformNapalm, do centro «Myrotvorets» e a comunidade de
inteligência da Ucrânia – SBU e SSO (Forças de Operações Especiais).
No
mesmo período os hacktivistas ucranianos bloquearam uma série de páginas e
grupos nas redes sociais, afiliados com a Direção do spetsnaz do Centro
especial do FSB (situado em Moscovo, na Avenida Vernadsky). Foram recebidas as
provas da ligação do FSB russo com a preparação e colocação do conteúdo
anti-ucraniano na rede Internet.
Em
outubro de 2016 Ciber Aliança obteve cerca de 240 páginas de correspondência
(anterior) via e-mail do líder malfadado do bando «Prizrak» da organização
terrorista «lnr» Aleksey Mozgovoy. A correspondência demonstrou que nas
vésperas da sua liquidação Mozgovoy estava totalmente dependente das ordens do
agente «Deva».
Também
foi revelada a correspondência e os vídeos do telefone do líder terrorista
Arsen «Motorola» Pavlov, liquidado pelo FSB. A investigação levou ao grande
interesse social, mais de meio milhão de usuários russos foram consultar os
dados revelados.
O
início de novembro foi importante no decorrer da operação SurkovLeaks. Os dados
recebidos do e-mail do gabinete do assessor do presidente russo Vladislav
Surkov, levaram a grande repercussão internacional. E quando uma parte da
comunidade jornalística zombava dos detalhes incómodos da cooperação de uma
série dos políticos e jornalistas ucranianos com o agressor russo, na imprensa
ocidental a correspondência SurkovLeaks foi bastante apreciada. Os dados de
correspondência revelada do assessor do presidente russo foram verificados e a
sua autenticidade foi confirmada pelos organismos internacionais. A autenticidade
dos dados foi confirmada pelos peritos da comunidade internacional
InformNapalm, Bellingcat, Atlantic Council e diversos outros.
As
publicações dedicadas ao SurkovLeaks apareceram na imprensa tradicional escrita
e on-line, como os casos da BBC, Time, The Daily Mail, The Times, «Rádio
Liberdade», The Guardian e vários outros. Foi engraçado ler a opinião de alguns
peritos ocidentais,
supondo
que SurkovLeaks foi a obra da CIA, dado que a publicação de SurkovLeaks, na sua
opinião, foi efetuada num alto nível profissional e em várias línguas
ocidentais.
Ou
seja, a operação da Ciber Aliança Ucraniana que acompanhou o esforço dos
voluntários da comunidade InformNapalm foi vista como a obra dos serviços
secretos dos EUA.
O
hacking de correspondência do assim chamado «ministério do carvão e da energia»
da dita «dnr» revelou os planos dos ocupantes em relação à indústria de carvão
de Donbas ocupada: os ocupantes pretendem liquidar a maior parte das empresas
da indústria decadente e retirar, parcialmente, uma parte dos equipamentos e
funcionários ucranianos para a Rússia.
O
fim de novembro foi assinalado com um novo hacking do Ministério da Defesa da
Rússia. Foi retirada a informação confidencial sobre os contratos estatais
russos na área da defesa no biénio de 2015-2016.
O
dezembro de 2016 foi assinalado com a operação de grande envergadura FrolovLeaks
– foram revelados 5 dos 7 episódios da correspondência confidencial, retirados
do e-mail do vice-diretor do Instituto dos Países da CEI, o porta-voz da União
dos Cidadãos Ortodoxos, «perita ortodoxo» Kirill Frolov. A Ciber Aliança
divulgou a correspondência do Frolov no período de 1997-2016. Graças à isso foi
possível detetar a preparação da agressão da Federação Russa contra Ucrânia muito
antes de 2014.
A
intervenção era preparada ao mais alto nível através da Igreja Ortodoxa Russa, padres,
que eram «colocados» como confidentes dos políticos ucranianos do topo, os
representantes da imprensa e ativistas que eram coordenados pelos curadores
russos. A correspondência mostra abertamente as ligações do Frolov com assessor
do presidente russo nas questões da política de integração regional, Sergey
Glaziev, com o patriarca da IOR Vladimir Gundiaev (aka Kirill) e também o
membro do Conselho da Política Externa e da Defesa, o deputado da Duma Estatal
russa e diretor do Instituto dos Países da CEI, Konstantin Zatulin. Na
correspondência são figurados centenas de apelidos de uma ou de outra maneira
ligados às atividades subversivas das organizações da «quinta coluna» russa na
Ucrânia.
Durante
as festas do Ano Novo e Natal Ortodoxo, em janeiro de 2017 a Ciber Aliança e
InformNapalm felicitaram os ucranianos com a revelação de pormenores de mais
uma operação especial importante. Os hacktivistas ucranianos conseguiram
capturar a correspondência entre o chefe da «inteligência militar» do 2º corpo
militar de tropas russas de ocupação de Donbas, o 12º comando russo de reserva
militar na cidade russa de Novocherkask e as unidades de inteligência que
servem os interesses do dito «2º corpo»: nomeadamente, os drones russos, as
unidades de inteligência rádio-eletrónica e espacial.
Durante
algum tempo os voluntários e hacktivistas analisavam praticamente on-line a
informação recebida a repassando aos militares ucranianos. Uma parte da
informação perdeu a importância operativa e foi divulgada como a prova clara da
agressão russa na Ucrânia, nomeadamente o uso de drones militares russos nas
operações de espionagem e correção de fogo da artilharia de tropas de ocupação
na guerra contra Ucrânia.
Isso
foi apenas uma parte das vitórias dos hacktivistas e voluntários da Ciber
Aliança Ucraniana, que podem ser revelados como os resultados do ano 2016.
Qualquer
urso russo, que entra no quintal ucraniano pode ser vencido com ataque certeiro
das abelhas. O principal é agir ativamente, pois a verdade e o Deus estão ao
lado ucraniano!
Uni-vos
e que 2017 nos traga mais vitórias.
Glória à Ucrânia!
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