quinta-feira, fevereiro 09, 2023

As «Dançarinas russas» do Degas renomeados em «Dançarinas em trajes ucranianos»

O Metropolitan Museum de Nova York renomeou a pintura do artista francês Edgar Degas «Dançarinas russas» em «Dançarinas em trajes ucranianos», informa o serviço de imprensa do Ministério da Cultura e de Política de Informação da Ucrânia.

Anteriormente, a National Gallery em Londres respondeu aos pedidos de representantes de arte ucranianos para corrigir os títulos das pinturas de Degas. A galeria renomeou a pintura mencionada em meados de março de 2022.

A descrição da pintura no site do Metropolitan Museum afirma que, em 1899, Degas criou uma série de composições dedicadas a dançarinas em trajes folclóricos ucranianos, nas quais combinou cores, linhas e formas interconectadas para criar pinturas semelhantes a tapeçarias.

Degas os chamou de suas «orgias coloridas». Esta figura foi retirada de um pastel totalmente desenvolvido do mesmo ano (coleção particular), mas o trabalho foi quase certamente feito pelo artista francês como um desenho separado destinado à venda. Outra obra da série está na coleção de Robert Lehman Metropolitan (1975.1.166). O tema reflete o aumento do interesse francês pela arte e cultura da Ucrânia, então parte do império russo, após a aliança política da França com aquele império em 1894.

O Ministério da Cultura lembrou que o Museu Getty em Los Angeles não mudou de nome, mas na primavera de 2022, após a invasão russa em grande escala na Ucrânia, em resposta a inúmeros pedidos de representantes da comunidade cultural ucraniana, acrescentou uma explicação para a pintura, escreve a página ucraniana Bykvu.

«As chamadas dançarinas russas neste pastel são dançarinas ucranianas, elas se apresentaram na França no final do século XIX como parte de grupos de dança folclórica. É provável que Degas tenha visto artistas ucranianas em Paris, dado o grande interesse dos franceses por tal cultura após a dupla aliança entre a França e a rússia em 1894. Infelizmente, apesar da importância e singularidade da cultura ucraniana, na França essas dançarinas eram geralmente chamadas de «dançarinas russas», porque naquela época a maior parte da Ucrânia ainda fazia parte do império russo, e o czar Alexandre II seguiu uma política de russificação em todo o império. O próprio Degas (erroneamente) chamou assim uma série de obras, e seus nomes permaneceram, embora respeitasse os ucranianos por preservarem sua cultura e tradições, apesar de um século de repressão», diz a descrição no site do museu.

Blogueiro

Estamos perante um caso do muito típica «apropriação cultural», em que um poder colonial, neste caso império russo, tenta se apropriar da cultura, de uma nação subjugada. Achando que uma determinada manifestação cultural possui um grande valor estético ou cultural, e não possuindo a sua própria manifestação cultural ao mesmo nível, o poder colonial simplesmente proclama a cultura alheia como sua, usando para o efeito um vasto rol de meios, desde a coerção física até a propaganda internacional. Graças à conjuntura internacional favorável, Ucrânia, embora muitíssimo lentamente, consegue reverter certas tendências do passado, devolvendo aquilo que é seu por direito, personalidades históricas ou as manifestações culturais, desde arte à gastronomia.

Illia Repin (Illia Efimovich Repin), ucraniano


4 comentários:

Anónimo disse...

Foi removido o monumento do Vatutin. Maravilha!!! Que todos os monumentos pró-Sovok e Erefii sejam apagados da história ucraniana.

Anónimo disse...

Aqui no Brasil a situação é a mesma. O imperialismo brasileiro rouba ícones regionais como se fossem nacionais (ex. bandeirantes, farroupilhas). Note que os nacionalistas brasileiros (o armênio, o comandante da marinha) apoiam a Erefii enquanto que os separatistas apoiam e entendem a Ucrânia.

Jest nas Wielu disse...

A-kov é um barrão que apoio o atual presidente contra P., não creio que lhe acontecerá alguma coisa que seja, não irá para a cadeia certamente.
Não tenho nenhum apreço especial pelo Sashko, era um agiota com alguma consciência nacional, mas não mais que isso, pretendia se tornar um atamane regional e neste âmbito creio que a decisão do A., foi a mais acertada naquele momento difícil.

Anónimo disse...

Acho a morte do Sashko um absurdo. Ainda mais ele sendo um caçador de orcs por excelência junto com o Oleg Berkut. Tenho maior respeito e apreço por todos do UNA-UNSO e o "internacionalismo erefiisófobo" que eles pregavam.

A mídia da Erefii na época dizia que o Yarosh tinha mais de 40% das intenções de voto para presidente em 2014 e sabemos o quão irrisório foi a votação nele.

O Sashko foi assassinado e o Yarosh continuou vivo. Naquele momento o Yarosh era mais "perigoso" aos olhos da Rashka do que o velho Biliy. Tenho certeza que ele iria agregar muito nesse conflito que está ocorrendo. Experiência e carisma ele tinha de monte.

Além disso, Sashko nunca propôs formar confederação com o Kapstan como, por exemplo, o Biletsky queria em meados dos anos 2000 e nem mesmo era amiguinho do Dugin como o Arestovich.

Sashko merece respeito na minha opinião. O preconceito que ele tinha contra um determinado grupo era fruto da sociedade soviética antissemita. Não foi um santo, mas está longe de ser uma aberração como o Avakov e a Erefii o apresentavam.