sexta-feira, fevereiro 10, 2023

A segunda volta do recrutamento do Wagner nas cadeias russas

Ilustração: Sonya Vladimirova / Mediazona
Os recrutadores da EMP Wagner voltam a percorrer as colónias penais russas, de onde anteriormente já levaram prisioneiros - mas agora poucos acreditam nas promessas do «cozinheiro do Putin».

No verão, a EMP Wagner começou a recrutar ativamente prisioneiros russos para participar da guerra - Yevgeny Prigozhin vinha pessoalmente para convence-los. Assim, milhares de condenados acabaram na Ucrânia. Muitos já morreram. No final do ano passado, recrutadores começaram a percorrer as colónias pela segunda vez, apurou Mediazona. Mas agora há muito menos voluntários, e o «rádio prisional boca-a-boca» informa os prisioneiros do futuro sombrio na linha da frente. No contexto de falhas de recrutamento, a imprensa / mídia de Prigozhin lançou uma campanha de relações públicas, durante a qual eles falam regularmente sobre prisioneiros que sobreviveram e já voltaram para casa.

O principal sobre o recrutamento de prisioneiros

  • No inverno, recrutadores de Wagner começaram a vir pela segunda vez às colónias, de onde já haviam levado os prisioneiros no verão e no outono.
  • Yevgeny Prigozhin já não faz mais campanha pessoalmente, chegando de helicóptero, mas envia os subordinados.
  • Desta vez, há muito menos voluntários: se depois da primeira visita de Prigozhin várias centenas de prisioneiros se inscreveram para a guerra, agora são mais algumas dezenas.
  • Os presos dizem que não acreditam mais no perdão, e notícias e conversas com recrutas os convencem de que o risco de morte é proibitivamente alto.
  • Nesse contexto, a mídia associada a Prigozhin começou a falar ativamente sobre os prisioneiros que sobreviveram na Ucrânia e voltaram para casa após seis meses de contrato.
  • Em algumas colónias, eles até prometem trazer para lá, para os efeitos da propaganda, os prisioneiros libertados que foram levados à guerra na Ucrânia dessa mesma colónia.

Desde o final do ano passado, recrutadores da EMP Wagner vêm pela segunda vez às colónias, onde no verão ou no outono já recrutaram voluntários para a guerra na Ucrânia. Mas agora isso não é tão bonito: os prisioneiros não se alinham mais no pátio e o próprio Yevgeny Prigozhin não chega mais de helicóptero - são enviados os recrutadores de nível inferior.

Os presos também deixaram de acreditar nas promessas dos wagneritas: notícias na mídia e conversas telefônicas com os recrutas convenceram muitos de que nem tudo era “tão maravilhoso” na linha da frente / no front, como dizem o fundador de Wagner e os seus subordinados.

Não se sabe quantos presos estão lutando nas fileiras de Wagner. Em novembro, Mediazona descobriu que entre setembro à outubro de 2022, o número de detidos no sistema prisional russo diminuiu em 23.000 pessoas. Depois disso, o Serviço Penitenciário russo não atualizou as estatísticas por dois meses, e finalmente divulgou novos dados no final de janeiro: conclui-se que o número de presos parou de cair após uma queda recorde no outono, ou seja, a taxa de recrutamento de Wagner provavelmente caiu significativamente.

Segundo os Estados Unidos, são os prisioneiros que constituem uma parte significativa dos destacamentos de Prigozhin e 40.000 dos 50.000 mercenários que lutam na Ucrânia são condenados recrutados nas cadeias russas. Aproximadamente a mesma avaliação foi feita pela chefe da Fundação “Rus presa”, Olga Romanova, segundo a qual “no final de dezembro, 42-43 mil” prisioneiros foram recrutados.

Agora eles não aceitam estrangeiros e ameaçam com a marreta 

Ilustração: Sonya Vladimirova / Mediazona

No final do ano passado, os recrutadores também chegaram à cadeia IK-2 na região russa de Yaroslavl, que o fundador de Wagner já havia visitado no verão. Desta vez, a administração da colónia estava empenhada no pré-cadastro de voluntários, de 200 voluntários apenas cerca de 40 pessoas foram selecionadas, disse um dos presos ao Mediazona. O fato de as novas listas passarem a ser compiladas pelos próprios funcionários do Serviço Penitenciário russo também foi citado pelo autor do canal Zhitel MLS.

Segundo um prisioneiro do IK-2, o recrutador ofereceu as mesmas condições que Prigozhin no verão, mas pediu aos “cidadãos estrangeiros que não se inscrevessem”, pois poderiam ser perseguidos em seus países de origem. “Ou seja, antes eles prometiam um passaporte russo, agora não se falava em nada disso”, diz ele.

Talvez isso se deva à ressonância devido à morte de um estudante da Zâmbia, Lemehani Nyirenda, na guerra: ele foi condenado a 9,5 anos de prisão depois de ser preso por tráfico de drogas. Prigozhin confirmou que o zambiano foi recrutado por Wagner. Segundo o prisioneiro do IK-2, no verão um outro estrangeiro também foi levado de sua colónia - cidadão da Tanzânia Tarimo Nemes Raymond, que foi abatido pelas FAU no final de outubro perto de Bakhmut.

Além disso, todos os países da Ásia Central se opuseram fortemente à participação de seus cidadãos na guerra da Ucrânia e, após o anúncio na rússia da mobilização das embaixadas desses estados, também recordaram, aos seus cidadãos, sobre a responsabilidade criminal pelo mercenarismo.

[...] 

O preso diz que o representante dos mercenários também insinuou a execução possível com uso de marreta - após a publicação do vídeo com a execução de um dos prisioneiros, Nuzhin, a “EMP Wagner”, sem hesitar, fez da marreta seu símbolo.

«Ele disse (não exatamente textualmente): «Se alguém se render, Wagner o trocará por 15 pessoas [entre os POW ucranianos capturados], por 20, conforme necessário, e essa pessoa será executada em público perante os seus camaradas». 

3 comentários:

Anónimo disse...

Já imaginou o tovarisch Kris sendo recrutando para lutar no Wagner?

Anónimo disse...

A mais nova teoria da conspiração sobre o assassinato da filha do homem que pediu a matança de ucranianos.
https://euvsdisinfo.eu/report/french-secret-services-organised-the-murder-of-daria-dugina

Jest nas Wielu disse...

Cris ou alias Vladimir ou como ele foi batizado, é alternativamente dotado, mas nada parvo, em 8 anos não colocou os pés na Donbas por alguma razão, mesmo agora, expulso da rússia anda passear nas ruas de Varsóvia )))