O
jornalista russo Pavel Kanygin, na companhia da cidadã russa Svetlana Ageeva,
visitaram o filho desta, cabo
das FA russas no ativo, Victor
Ageev, detido na cadeia SIZO ucraniana na cidade de Starobelsk, na região de Kharkiv.
Primeiro,
a mãe falou com filho na presença dos jornalistas, apenas ocidentais, mais o russo Pavel Kanygin, afinal, Svetlana Ageeva exigiu (Sic!) que a imprensa ucraniana não esteja presente no seu encontro com o filho e SBU consentiu essa exigência, impensável, na maioria das situações semelhantes, depois deste enconro, as autoridades ucranianas permitiram que mãe e filho fiquem conversar à
sós.
Svetlana
Ageeva trouxe ao filho doces e roupa. O mercenário russo está em boa forma física,
embora é visível que está bastante nervoso, a visita da mãe foi uma surpresa para
ele, os dois não se viam por quase quatro meses. Ele agradeceu a oportunidade
de se encontrar com a mãe.
Como
escreve Pavel Kanygin,
desde a sua prisão em 24 de junho de 2017, Ageev não recebeu nenhuma visita do
nenhum responsável russo, embora a Rússia possui o consulado ativo na cidade de
Kharkiv. Svetlana Ageeva conta que não recebeu nenhuma resposta ao seu apelo
público ao presidente russo e aos ministros da defesa e dos negócios
estrangeiros. Embora nas vésperas da visita à Ucrânia (3 dias atrás), recebeu um
telefonema do FSB em que foi lhe aconselhado à “ter cuidado na Ucrânia”.
As
únicas autoridades que ajudaram organizar o encontro são Administração
Presidencial da Ucrânia e a secreta ucraniana SBU. Que, deve ser dito,
cumpriram todas as suas promessas, que fizeram à mãe do terrorista detido.
Bastante
interessante é ouvir o que a mãe do terrorista russo detido tem à dizer sobre a
sua percepção da situação atual em que se encontra o seu filho e o tratamento
que ela e o seu filho recebem na Ucrânia, país à onde Victor Ageev foi ilegalmente
para matar os ucranianos e destruir a infra-estrutura da região ocupada.
Svetlana
Ageeva (SA): “o que vi em dois dias após estar na Ucrânia: a recepção
tolerante; tratamento amigável; tentaram me dar a atenção; alojaram no hotel;
tratamento é muito bom, humano; as pessoas tratam do nosso caso; sinto que
estão tratar do nosso caso e estou muito grata”.
SA (ao filho): eu quero muito para que você volte para casa.
Victor
Ageev (VA): eu também quero...
SA: ...tirar as ilações...
VA:
não vou conseguir esquecer...
Pavel
Kanygin (PK): diga, então, pelo menos uma ilação [que retirou do caso]!
SA:
as pessoas não devem atirar uns contra outros ... não devem estar em guerra,
mas na amizade... políticos devem pensar nisso... a imprensa...
PK:
mesmo Solovyov e Kiselev? [os propagandistas russos mais assanhados na propaganda
anti-ucraniana que roça abertamente e xenofobia].
SA:
com toda o respeito sim... não se deve atirar a lenha à fogueira e precisa
fazer o esforço na direção um ao outro... não se pode viver assim... é assim
meu filho [se dirigindo ao filho].
Formalmente
acusado de terrorismo
O
chefe do SBU, general Vasyl Hrytsak, disse na conferência de imprensa,
decorrida neste sábado em Kyiv que “as ações do Ageev são qualificados de
terrorismo”. O general Hrytsak também informou que o respetivo processo-crime
será concluído em breve.
O
próprio Victor Ageev confirmou publicamente ser um militar russo no ativo: «Sou
militar. Unidade № 65246»
(aquartelada na cidade de Novocherkassk, regimento de comunicações e Centro de
formação de força aérea e cósmica do exército russo). O mesmo foi dito pela sua
mãe, com toda a convicção e com diversos pormenores, desde o primeiro dia em
que se soube da detenção do mercenário russo na Ucrânia.
Apesar
de todas essas evidências, as forças separatistas e autoridades russas teimam em
não reconhecer o óbvio: a dita “lnr” continua a dizer que Ageev é “cidadão da
lnr”; e o serviço de imprensa da Circunscrição Militar Sul (YuVO) afirma que “desde
a primavera de 2016 Ageev passou à reserva e não tem mais a relação com o
serviço militar [russo]”.
Nunca
esquecer, nunca perdoar!
A ucraniana Iryna Dovhan maltratada publicamente em Donetsk. Fotos @Maurício Lima (NYT) |
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