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Os militares soviéticos na "estrada da morte" entre Menongue e Cuito Cuanavale, Angola, 1988 |
Desde
a sua criação, a URSS participava ativamente na disseminação do “incêndio da
revolução proletária” em redor do mundo. Até o fim da década de 1940, as suas
ações se centravam, maioritariamente na Europa, depois o “internacionalismo
proletário” espalhou-se pelo mundo em desenvolvimento. Os diversos países da
Ásia, Americas e África levaram com a “ajuda fraterna” soviética que quase
sempre significava a chegada das AK-47, blindados e RPG.
O
custo humano dos países de acolhimento é contabilizado aos milhões de mortos,
feridos e refugiados, o preço humano pago pela União Soviética é bastante menor,
mas também existencial. A publicação russa “Slon” reuniu os dados dos conflitos
internacionais em que a URSS participou desde 1945, usando as fontes oficiais
para calcular o número dos seus mortos. Entende-se que os números reais podem
ser maiores (sabe-se que desde 1946 à 1990 a URSS participou em pelo menos 32 guerras e conflitos regionais e em outras 6 conflitos após 1991, cujos veteranos são oficialmente reconhecidos pela lei federal russa “Sobre os Veteranos”).
Guerra
civil na China (março de 1946 — maio de 1950)
Perdas
soviéticas: 936 mortos
Guerra
na Coreia (25/6/1950 — 27/7/1953)
Perdas
soviéticas: 315 mortos (1% do seu contingente militar)
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Militar americano junto ao destruído blindado soviético, setembro de 1950, foto @AP/Gene Herrick |
Invasão
da Hungria (23/10 — 9/11/1956)
Perdas
soviéticas: 669 mortos
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Equipamentos militares soviéticos nas ruas de Budapeste, outubro de 1956, foto @AP |
Guerra
civil em Laos (1960–1975)
Perdas
soviéticas: 5 mortos
Guerra
no Vietname (1/11/1957 — 30/4/1975)
Perdas
soviéticas: até 16 mortos (muito difícil de acreditar, tendo em conta que apenas
oficialmente, o contingente militar soviético no Vietname era de 6.000 pessoas)
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Os militares soviéticos da defesa antiaérea na cidade de Hanói, fevereiro de 1966, foto @Wikipédia |
Desminagem
da Argélia (1962–1964)
Perdas
soviéticas: 25 mortos
Perdas
soviéticas: 2 mortos
Guerras
árabes – israelitas (1967–1974)
Perdas
soviéticas: 49 mortos (outros dados apontam 51 oficiais e 1 general,
contingente soviético até 10.000 pessoas)
Invasão
da Checoslováquia (21/08 — 11/09/1968)
Perdas
soviéticas: 98 mortos
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Blindados soviéticos nas ruas de Praga, agosto de 1968, foto @Getty Images / Hilmar Pabel |
Perdas
soviéticas: 58 mortos e 98 feridos, a ilha Zhenbao / Damansky ficou na posse da
China de facto e desde 1991/2004 de jure.
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Soldados Petró Turchenko e Anatoliy Ivanov, foto @TASS |
Guerra
civil em Moçambique (1976–1992)
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Contingente militar soviético em Moçambique |
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Militar soviético em Lichinga, 1987-1988 |
Perdas
soviéticas: 8 mortos (os dados não oficiais apontam 11 mortes de militares e 21 entre os
militares e civis; o contingente soviético que passou pelo país é avaliado em mais de 4000 militares).
Desminagem
de Bangladesh (1972–1974)
Perdas
soviéticas: 1 morto
Guerra
civil em Angola (1975–1992)
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Região de Cuando-Cubango, 1988, foto @União dos Veteranos de Angola |
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Angola, década de 1980, foto @arquivo O. Lavrentieva |
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Comissários políticos angolanos e soviéticos, 1981, foto @União dos Veteranos de Angola |
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Furriel soviético Nikolay Pestretsov, capturado em Angola pelo Batalhão Búfalo 32,
na foto último à esquerda, foto @União dos Veteranos de Angola |
Perdas
soviéticas: 54 pessoas (pelas contas da 10ª Direção Geral do Estado-maior das
Forças Armadas da URSS, entre 1975 e 1991 pela Angola passaram 10.985 militares
soviéticos. Morreram 54 cidadãos, entre eles 45 oficiais, 5 furriéis, 2
soldados e 2 funcionários civis; foram feridas 10 pessoas). Além disso, 1 militar soviético foi capturado pelas forças sul-africanas, furriel Nikolay Pestretsov, na última foto é último à esquerda.
Números não oficiais:
novembro
1975 – novembro 1979: 12 mortos
dezembro
1979 – dezembro 1992: 72 mortos
janeiro
1993 – dezembro 2006: 16 mortos
Perdas
soviéticas: 33 mortos (dados não oficiais avaliam o contingente soviético em 11.143
militares; dos quais morreram 79 pessoas, incluindo 2 generais e 69 oficiais).
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Militar etíope junto ao cartaz que exorta a amizade soviética - etiópe contra Somália, fevereiro de 1978, foto @Getty Images |
Guerra
no Afeganistão (25/12/1979 — 15/2/1989)
Perdas soviéticas: 15.051 mortos
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Helicóptero soviético Mi-17 abatido pela resistência afegã no Afeganistão |
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Retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, 1989, foto @TASS |
Guerra
no Líbano (6/06 — setembro de 1982)
Perdas
soviéticas: 35 mortos
A
URSS desapareceu, mas a herdeira dos seus deveres e direitos, a federação russa,
não parou de exercer o seu dever internacionalista fora das fronteiras
nacionais...
Guerra
de Alto Karabakh (1992 — 12/5/1994)
Perdas
russas: 51 mortos
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Combates em Hadrut, maio de 1992, foto @TASS |
Guerra
civil no Tajiquistão (5/5/1992 — 27/6/1997)
Perdas
russas: 302 mortos
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Militares russos transportam os membros da oposição de Tajiquistão, foto @Getty Images / Chuck Nacke |
1ª
e 2ª guerras na Chechénia (11/12/1994 – 15/4/2009)
Perdas russas: 11.600 mortos
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Militares russos no centro de Grozny, praça Minutka, fevereiro de 2000, foto @Getty Images |
Guerra
na Geórgia (5 — 22 de agosto de 2008)
Perdas
russas: 67 mortos
Invasão
da Ucrânia (março de 2014 – até hoje)
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Dorzhi Batomunkuev (20), 5ª unidade especial de blindados Nr. 46108 (cidade Ulan-Ude),
número de identificação 200220, caderneta militar 2609999 |
Os
dados do Ministério da defesa russo revelam que até 1 de fevereiro de 2015, as
forças armadas russas perderam na Ucrânia mais de 2.000 militares mortos e
outros 3.200 militares foram gravemente feridos (fonte).
Guerra
civil na Síria (30/09/2015 – até hoje)
Perdas
militares confirmadas: mais de 20 mortos (os primeiros três: o técnico de aviação Vadim Kostenko, que suicidou-se ou foi assassinado; piloto do Su-24, tenente-coronel Oleg A. Peshkov, abatido pela força aérea turca no dia 24/11/2015 e marinheiro (fuzileiro naval) Aleksandr Pozynich, que fazia parte da equipa de salvamento que tentava resgatar o 2º piloto do Su-24 abatido).
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Vadim A. Kostenko (19), unidade militar Nr. 20926, morreu / foi assassinado / suicidou-se na Síria |