O coletivo fotográfico brasileiro o R.U.A (Registro Urbano Autoral) dedicado
ao fotojornalismo e à fotografia documental, nascido durante as manifestações
que tomaram as ruas brasileiras em 2013, também está atento ao mundo fora do
Brasil, possuindo pelo menos duas reportagens interessantes sobre Ucrânia.
Uma história ucraniana
Ucrânia, Desna, outubro
de 2014
No ano de 2014, a
Ucrânia esteve no foco dos holofotes internacionais. Uma crise política que
reviveu o clima da guerra fria mergulhou o país inteiro em uma sangrenta guerra que envolve outros países, como a Rússia.
Depois da queda do
governo de Viktor Yanukovych, favorável a uma aproximação ainda mais intensa
das políticas russas, o país se dividiu completamente. No leste do país, forças
separatistas apoiadas pela Rússia lutam por independência. No oeste do país, um
forte movimento visando adesão à União Europeia. Em Kyiv, no centro do país, existem diversos
grupos nacionalistas que querem uma Ucrânia independente de qualquer país ou
bloco económico.
A milícia nacionalista,
que se destacou durante a revolta de 2014, chama-se Praviy Sector (Setor da
Direita) e, hoje, luta contra os rebeldes separatistas ao lado do exército
ucraniano, deixando clara a visão política que se opõe ao novo Presidente ucraniano,
Petró Poroshenko. É uma milícia formada por voluntários heterogéneos. Existem
russos, ucranianos e armênios. Classe média e classe baixa. Mecânicos, médicos,
professores e técnicos da informação. A arrecadação é feita por comissões
financeiras ou voluntárias por simpatizantes. A principal base de treinamento
fica à 60 Km de Kyiv, em uma vila chamada Desna. O quartel encontra-se dentro
de uma antiga base soviética de treinamento que, hoje, pertence ao exército
ucraniano. A parceria é quase um segredo, uma vez que governo e PS divergem nas
políticas públicas.
Aqui, é possível
encontrar um dia de treinamento com o batalhão do comandante “Berkut” (todos
usam cognomes). Um dia de luto em que dois guerreiros amigos morreram em um
bombardeio na cidade de Donetsk. Até hoje, abril de 2015, apesar de diversas
tentativas internacionais, a luta continua sem perspectiva de uma resolução
pacífica.
“Tudo que queremos é um
governo para quem vive na Ucrânia, não importando a religião ou etnia. Não
queremos mais empresas ou governos externos controlando o povo ucraniano”, –
diz voluntário “Tanchik”.
Ver as fotos da
reportagem: http://www.ruafotocoletivo.com/#/uma-historia-ucraniana
RIP Mykola Flerko, nom de guerre "Tanchik", 28/02/2015 |
(No dia 28 de fevereiro
de 2015, nos arredores da vila de Pisky na região de Donetsk, morreu o
voluntário do 5º Batalhão do Corpo Voluntário Ucraniano (DUK) do “Setor da
Direita”, Mykola Flerko, conhecido como “Tanchik” (Blindadinho). Flerko,
natural de Kamianets-Podilskyi,
deixou a viúva e três filhos. O voluntário acampanhava o fotógrafo
ucraniano Serhiy Nikolaev, ambos foram vítimas mortais de um morteiro dos
russo-terrorista (fonte).)
Um inverno ucraniano
Ucrânia, Kyiv,
fevereiro de 2014
Durante o inverno ucraniano
de 2013/2014 mais de 1 milhão de pessoas foi às ruas, se concentrando na praça
da Independência de Kyiv que ficou conhecida como Maydan (praça em ucraniano).
A intenção era pressionar o governo de Viktor Yanukovych a assinar um acordo
económico com a União Europeia. A resposta aos protestos foi a repressão
policial que desencadeou revolta e violência, matando centenas de pessoas em um
conflito que derrubou o governo no final de fevereiro. O fim do inverno
ucraniano chegou e mais uma era de conflitos surgiu na primavera de 2014 que
levou a guerra que dura até hoje.
RIP Mykhaylo Zhiznevskiy (1988-22/01/2014), o primeiro ativista morto pela polícia |
As imagens retratam a
ocupação de espaços públicos em volta da Maydan durante uma pequena trégua
entre governo e manifestantes. Durante esse curto período o inimigo mais temido
foi o frio.
Linha da frente em Kyiv em janeiro-fevereiro de 2014 |
Ver as fotos da
reportagem: http://www.ruafotocoletivo.com/#/inverno-ucraniano
Blogueiro
Nas ruas da cidade de Mariupol foram colocadas as fotos dos voluntários do regimento “Azov” que deram as suas vidas para libertar a cidade das forças russo-terroristas. Estamos cientes da fama sem proveito que o regimento tem nos certos circuitos ideológicos, principalmente à conta do seu símbolo (usado por pelo menos 16 cidades na Alemanha Federal). Deixando as ideologias de lado, temos que admitir: o regimento “Azov” é bastante efetivo, o regimento é extremamente disciplinado; o regimento faz aquilo que deve e não faz aquilo que não deve. Em soma, a sua única “falha de caráter” pelos vistos, é mesmo a runa wolfsangel, pois os adversários até agora não conseguiram apresentar nenhuma outra...
Blogueiro
RIP "Ernesto" (18 anos), morreu 14/02/2015 |
RIP "Brat" (Irmão), 25 anos, morreu 11/02/2015 |
RIP "Accíon" (20), morreu 28/08/2014 |
RIP "Cossaco" (29), morreu 15/02/2015 |
RIP "Khoma" (18), morreu 28/08/2014 |
4 comentários:
Por favor, como faco para entrar em contacto com os que promovem o bloqueio da Crimeia
Na verdade o símbolo usado pelo Azov não é Wolfsangel, apesar de ser extremamente parecido. Leia a entrevista à partir da 8a pergunta: http://uktk.org/azov-reconquista-interview-with-oleg-odnorozhenko-text-photo-video/ ou "Myth 3" http://ukrainiancrusade.blogspot.com/2014/10/the-ukrainian-conflict-ukrainian.html
Estimados leitores,
1) os brasileiros que não participaram com as armas nas mãos nas formações russo-terroristas, apenas escrevendo na Net e angariando fundos e pessoas, em primeiro lugar violam as leis brasileiras e devem ser denunciadas no Brasil e não na Ucrânia.
2) O contato com a pessoa ligada ao bloqueio cívico da Crimeia, o jornalista Ayder Muzhdabaev https://www.facebook.com/ayder.muzhdabaev
3) ABIN http://www.abin.gov.br/modules/faleconosco/?op=O
4) PF http://www.pf.gov.br/servicos/fale-conosco/denuncias
Façam a vossa quota-parte!
Aquele de Manaus, o moreno, denunciado naquele artigo sobre o paranaense, pegou em armas. Esse ultimo que denunciei, o estalinista cossaco, esteve no Donbass, se pegou em armas ou não, eu não sei, mas, no mínimo, cometeu crime de entrar ilegalmente na ucrania. Muitos podem ate não ter pego em armas, mas entraram irregularmente e o próprio apoio em si aos terroristas não seria tb um delito pelas leis ucranianos.
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