terça-feira, outubro 27, 2015

A primeira morte russa confirmada na Síria

Desde o início oficial das operações russas na Síria, apareceram diversas notícias sobre a morte dos seus militares. No entanto, até agora sem nenhuma confirmação. Mas em 25 de outubro, durante o monitoramento das redes sociais foi achada a informação sobre a morte do Vadim Alexandrovich Kostenko (19), recruta da unidade militar № 20926 (834º centro de treino da Força Aérea russa, cidade de Zernograd, região de Rostov), nascido aos 18/04/1996, “morto na Síria em serviço militar”. 

Verificando o seu perfil nas redes sociais e os perfis dos seus amigos e parentes, foram encontradas as confirmações de que ele era um militar contratado que terminou o serviço militar obrigatório em junho de 2015 e logo à seguir assinou o contrato.
Uma jovem mulher escreve nas redes sociais que Vadim Kostenko foi morto no sábado, 24 de outubro de com outros “9 rapazes russos”. A jovem menciona as pessoas de localidade de Akhtary, onde se situa a base aérea militar Primorsko-Akhtarsk (região de Krasnodar), a unidade militar №75387. Lá se baseia o 960º regimento de assalto da 1ª Divisão Aérea Mista da Guarda do 4º Exército (Força Aérea e Defesa Antiaérea). Todos os Su-25 “Frogfoot” russos que atualmente estão na Síria pertencem à aquele regimento. O mais provável que após terminar o SMO na unidade militar № 20926, Vadim Kostenko assinou o contrato com o 960º regimento aéreo (a unidade militar № 75387).

Dois meses antes de sua morte e depois de ter terminado o SMO e ter assinado o contrato, Vadim Kostenko publicou uma foto em que ele veste a uniforme da Força Aérea da Rússia.
Recentemente, a agência Reuters publicou a informação sobre a morte de 3 militares russos, ocorrida no dia 20 de Outubro, no entanto, a morte do Vadim Kostenko se deu no dia 24. Isso significa que a sua morte não está relacionada com a notícia da Reuters. Em 23 de outubro The Wall Street Journal publicou um artigo sobre o envolvimento da Rússia no conflito na Síria, intitulado “Russia Said to Redeploy Special-Ops Forces From Ukraine to Syria” (A Rússia diz que retira as Forças Especiais da Ucrânia para a Síria), que fala sobre as primeiros baixas russas na Síria. Uma fonte do Ministério da Defesa da Rússia confirmou ao WSJ a morte de um militar, mas afirmou que o soldado morreu devido ao uso incorreto de armas e não em situações de combate:
O Ministério da Defesa nega publicamente quaisquer mortes russas que têm ocorrido como resultado de suas operações. Mas o funcionário do ministério que confirmou (o uso) das forças especiais, também disse que um soldado russo morreu na Síria devido à manipulação descuidada de armamento.

O artigo foi publicado um dia antes da morte de Kostenko, mas um incidente devido a manuseio incorreto da munição poderia atingir mais do que um militar, assim ele poderia ter sido ferido e morrer já após a publicação do artigo do WSJ. Por outro lado, os familiares e amigos de Vadim Kostenko dizem que ele foi morto. A experiência da guerra na Ucrânia mostra que quando um militar morre em acidente, os parentes sabem a causa da morte imediatamente. Há também o boato sobre outros 9 soldados mortos.

Os ativistas sírios confirmaram que na noite de 23 de outubro foi vista uma forte fumaça vinda da base aérea russa em Latáquia:
A causa real da morte do Vadim Kostenko não está clara: existiram as informações sobre o seu suicídio através do enforcamento, morte violenta pelo enforcamento, morte à tiro, e, finalmente, que o corpo simplesmente foi achado sem a vida. Sabe-se ao certo que a morte ocorreu à partir das 15h00 do dia 24 de outubro, depois disso, o corpo foi evacuado para Rússia num caixão de zinco em um avião de carga.

Em breve, o corpo será sepultado na localidade de Grechanaya Balka, distrito de Kalininski, região de Krasnodar. O militar morto não era um piloto, mas pertencia ao pessoal de apoio e serviu na base da Força Aérea russa de Latáquia.

Fonte:

Blogueiro: a morte de um jovem é sempre uma pena, ainda mais, jovem de origem ucraniana. Em 1979 – 1989 os jovens da sua idade nascidos na URSS, morriam no Afeganistão para cumprir “o dever internacionalista”. Hoje, os jovens russos morrem na Síria simplesmente para subir na vida, pois o exército russo tornou-se quase único “elevador social” acessível aos jovens do interior. 
UPD: A informação oficial do Ministério da Defesa da Rússia, divulgada pela TV russa TV Rain, aponta o causa da morte do soldado anónimo, o suicídio, a razão do sucedido: problemas pessoais com a namorada” (de apelido Suprun, também de origem ucraniana). A mesma estação televisiva informa que os familiares do Vadim não acreditam na versão oficial e consideram que o seu ente querido foi assassinado.

UPD2: O corpo do soldado russo morto na Síria já chegou à sua vila natal, onde foi sepultado com as honras militares, mas sem a missa religiosa, nas palavras do pároco local até o fim de investigação. Embora oficialmente, a causa da morte continua ser a asfixia, o corpo apresenta os mais diversos sinais da morte violenta: o nariz, maxilar e pescoço são quebrados (Sic!), a nuca com sinais de perfuração, os joelhos raspados. A família telefonou (o telefonema foi gravado e possui o valor igual à um pedido escrito) à polícia local, exigindo a nova exumação do corpo, informa o jornal moscovita Novaya Gazeta.   

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