Em
1955, o fotógrafo americano Ed Clark da
revista “Life” recebeu o convite soviético para visitar a URSS. Clark foi um
dos primeiros fotógrafos ocidentais à visitar o país, num período de pelo menos
30 anos.
Após a morte do
Estaline, mas antes do fim oficial do seu culto de personalidade, a URSS
exerceu uma verdadeira campanha das Relações Públicas junto ao público
ocidental em geral e americano em particular. Podemos imaginar que a campanha
tinha dois objetivos principais: mostrar, o suposto padrão razoável da vida da
classe operária soviética e enviar um sinal sublime ao Ocidente: “os soviéticos
não são monstros, são pessoas normais, tal como vocês”.
A
reportagem que apresentamos (e que foi realizada no inverno de 1955/56), deveria
mostrar a vida quotidiana da família “típica” do operário soviético da cidade
de Leninegrado (hoje São Petersburgo). O pai, um operário metalúrgico
qualificado e membro do partido comunista, Dmitriev, a sua esposa e dois filhos
menores. Hoje não se sabe quem na realidade era o tal “operário” e qual era a
sua profissão ou a posição profissional real, no entanto, se fiar pelas imagens,
a família vivia no padrão de vida muito acima da classe média trabalhadora.
Mesmo
assim, algumas fotos mostram claramente que as imagens foram trabalhadas para
serem “politicamente corretas”, ora em termos de ideologia (obra do Lenine virada para ser apanhada de capa na
foto) ora em termos de bem-estar (as cortinas com as pontas não cozidas, o que
significa que foram colocadas às pressas nas vésperas e a dona de casa não tive
tempo de as cozer).
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