A Ucrânia continua o
processo de descomunização do seu tecido social, as mudanças nos últimos 23 anos são apresentadas aqui em forma de
uma infografia (FONTE).
Também queremos chamar
a sua atenção para um texto de Tim Judah na The New York Review of Books, chamado
“Ukraine: Inside the Deadlock”. Escrito à partir de Kyiv, é um trabalho que
mistura impressões recolhidas no terreno com referências a alguns livros
recentes sobre a Ucrânia. Eis
um dos seus pontos centrais:
Ucrânia está na corrida
contra o tempo. Se o objetivo de Putin é simplesmente desestabilizar o país, ao
invés de realmente tomar mais território seu, então o povo irritado ajusta-se aos
seus objetivos. O seu problema é que quanto mais a guerra se arrasta, o pior
será para a economia e para o futuro da Rússia também. Será que ele vai reagir,
optando, por de forma discreta, ajudar os rebeldes ainda mais ou escolhendo à retirar
delicadamente Rússia do conflito? Só fanáticos que vêem Putin como uma espécie
de messias ainda acreditam que ele não está alimentando (a guerra). Para os
próprios rebeldes e seus partidários, a realidade é que militarmente a campanha
estagnou, pelo menos por enquanto.
Outros livros sobre Ucrânia que recomendamos (em inglês):
“Conflict in Ukraine:
The Unwinding of the Post–Cold War Order” escrito por dois académicos americanos,
Rajan Menon e Eugene B. Rumer (MIT Press, 2015, ISBN: 9780262029049) é um trabalho de primeira, curto
e perspicaz que concentra-se na crise atual para dar aos leitores uma breve,
mas útil introdução à história do país.
Olhando à situação na
Ucrânia de uma forma diferente: “Ukraine Crisis: What It Means for the West” pelo
academic britânico Andrew Wilson (Yale University Press, 2014, ISBN:
9780300211597), que em 2000 escreveu “The Ukrainians: Unexpected Nation”, agora
na sua Terceira edição (Yale University Press, 2009, ISBN: 9780300154764),
dedicado à moderna história do país até o ano 2009. No seu novo livro els também
fala sobre o movimento Maydan.
Dois livros profundos
sobre a história do leste da Ucrânia. No livro “The Iron Tsar: The Life and
Times of John Hughes” (Author Essentials, 2010, ISBN: 9781907499173), Roderick
Heather conta a estraordinária vida do empresário escocês que fundou a cidade
de Donetsk em 1870, trabalhando e prosperando em carvão, ferro e aço. Outro
livro sobre a cidade de Donetsk é “Dreaming a City: From Wales to Ukraine – The
Story of Hughesovka / Stalino / Donetsk” é da autoria do Colin Thomas (Y Lolfa,
2009, ISBN: 9781847711243), que vem acompanhado de um DVD, da autoria do mesmo
autor e dos historiadores escoceses.
O famoso escritor e
produtor televisivo alemão,Christian Seidel, fez em 2014 um filme sobre os acontecimentos na Maydan (praça de Independência de Kyiv), dedicado às vítimas dos
franco-atiradores governamentais e às suas famílias.
O filme mostra e
humanisa os heróis ucranianos caídos, hoje conhecidos como a “Centena Celestial”.
Nos encontros emocionais entre o realizador e os familiares daqueles que
morreram no centro de Kyiv, podemos sentir o humanismo dos que deram as suas vidas
pela Ucrânia. O filme é sobre a Revolução de Dignidade (movimento Maydan) e
sobre o preço que foi pago para o triunfo desta mesma revolução. Como escreveu
um dos diários mais influentes da Alemanha, “Süddeutsche Zeitung”: “O filme nós toca até
as profundesas da alma”.
Christian Seidel sobre
o seu filme:
“Quendo eu, quase
casualmente se encontava em Kyiv no início de 2014, começei filmar aquilo
que via, pois fiquei muito emocionado pelos encontros com as diversas pessoas e
por aquilo que presenciei.
Testemunhei como no dia
20 de fevereiro de 2014, os franco-atiradores e (polícias) “Berkut”,
participando numa orgia-assassina sem precedentes, mataram as pessoas indefesas.
Isso, mais a propaganda mentirosa, que começou à seguir, me tocou sobremaneira.
Senti a necessidade de fazer o filme, onde poderia mostrar que pessoas estavam
na Maydan, principalmente as vítimas indefesas dos assassinatos em massa,
chamados pelo povo ucraniano de “Centena Celestial”. Não, eles não eram
terroristas ou fascistas, como diz a propaganda russa. Essas pessoas, as suas
famílias – esposas, filhos, estão no centro da atenção deste filme documental...
Fiz o filme que queria,
tal como sempre quiz faze-lo. Quero dizer, não tendo nenhum cliente, a película
foi feita de forma absolutamente independente de qualquer interferência, sem exigências
sobre o seu conceito, etc.”
Ver a versão integral
do filme no YouTube (81´13´´):
O acidente nuclear deСhornobyl,
a 26 de abril de 1986, ficará, sem dúvida, marcado para sempre como uma das
páginas mais trágicas da história do nosso planeta.
por: Rodrigo Barbosa |
Com KATERYNA KHINKULOVA
A zona de exclusão de
30 quilómetros criada há 29 anos continua em vigor, deixando a céu aberto uma
região fantasma e a cúpula de cimento – supostamente temporária – que esconde
um reator que concentra ainda elevados níveis de radioactividade. A
complexidade da estrutura que deverá selar definitivamente o local levou a
inúmeros atrasos e, hoje, os trabalhos estão ainda em curso.
A euronews falou com três
ucranianos, nascidos em Chornobyl ou nos arredores, no fatídico mês abril de
1986. A questão colocada foi: como é ser um “filho de Chornobyl?”
Olha Zakrevska (nas
fotos do início deste artigo) é fotógrafa profissional e gere o seu próprio
estúdio na capital ucraniana, Kyiv. Nasceu a 11 de abril de 1986 em Pripyat, a
localidade mais próxima da central de Chornobyl. O pai era um jovem perito em
energia nuclear.
“…alguns pais proibiam
os filhos de brincarem com o meu irmão e comigo, dizendo que eramos
radioactivos e contagiosos.”
“Vivi em Pripyat nos
primeiros 15 dias de vida. Saímos a 26 de abril de 1986 e passámos um ano com
amigos e família em Kyiv. Um ano mais tarde, deram-nos um apartamento. O meu
pai continuou a deslocar-se a Chornobyl e a trabalhar ali.
Chornobyl sempre fez
parte da história da minha família. Os nossos vizinhos também trabalhavam na
central, fazia parte do nosso quotidiano, dos controlos de rotina que tínhamos
de fazer no médico ou dos documentos que tínhamos de preencher para receber
ajudas.
Atualmente, tento ainda
compreender completamente o que Chornobyl significa para mim. Quando completei
25 anos, apercebi-me, de repente, que cresci na sombra deste acontecimento,
deste fenómeno. É por isso que procuro agora outras famílias de Chornobyl e as
convido ao meu estúdio, para fotografá-las e falar com elas. Muitos têm agora
as próprias famílias e filhos e todos se preocupam com a saúde, como é óbvio.
Quando era nova, os médicos diziam sempre: ‘Não temos ideia em que medida a
radioactividade poderá afetá-la’. Algumas coisas previsíveis, mas muitas
outras, não.
Acho que muitas
pessoas, incluíndo as que nasceram em Pripyat, ainda não estão prontas para
pensar e analisar o que significou Chornobyl para nós. Alguns preferiam
esquecer. Eu acredito que, já que aconteceu, é melhor tentar percebê-lo. Chornobyl
traumatizou-nos e, ao lidarmos com este trauma, penso que podemos viver uma
vida melhor.
Penso que algumas
feridas podem tornar-nos mais fortes e mais preparados para lidar com as
dificuldades da vida. Um dia os meus país tiveram de partir, sabendo que não
regressariam. Depois, tivemos de lidar com os preconceitos: depois de mudarmos
para longe, alguns pais proibiam os filhos de brincarem com o meu irmão e
comigo, dizendo que eramos radioactivos e contagiosos.
Fotografo famílias de
Chornobyl há algum tempo e gostava de, um dia, transformar esta coleção num
projeto propriamente dito. O que é mais importante para mim, no entanto, é
encontrar os amigos e colegas dos meus pais, os que trabalhavam em Chornobyl em
1986, e reatar relações.”
Olexiy Starynets nasceu
a 26 de abril de 1986, o próprio dia da tragédia, numa pequena localidade
alguns quilómetros a sul da capital ucraniana. Hoje em dia é um jornalista de
desporto e vive em Kyiv. Apesar da data de aniversário sempre ter sido fonte de
comentários acerca de ser um “bebé de Chornobyl”, mostra-se otimista acerca do
futuro.
“Quando era pequeno,
mudámos várias vezes e, em cada nova escola, passava por exames médicos. Era
sempre o mais saudável!”
“A minha primeira
memória de Chornobyl? Será certamente a minha primeira memória de um
aniversário, claro! As pessoas falavam sempre nisso, na escola, porque nasci no
mesmo dia da explosão. A minha mãe e o meu avô disseram-me que ouviram falar no
desastre desde o primeiro dia. Na maternidade onde a minha mãe deu à luz, eles fechavam
as janelas para tentar impedir a entrada da radioactividade e lavavam o chão
com mais frequência. A explosão ocorreu nas primeiras horas do dia 26 de abril;
eu nasci às 6 da tarde.
Quando era pequeno,
mudámos várias vezes e, em cada nova escola, passava por exames médicos. Era
sempre o mais saudável! É claro que os meus pais nunca pararam de se preocupar
com os efeitos de Chornobyl, porque viviamos apenas a 250 quilómetros e,
algumas vezes, viajávamos mesmo a sítios mais perto.
Não penso em mim como
um filho de Chornobyl. Não afetou a minha saúde, de nenhuma forma. Nunca fui a
Pripyat ou ao local da central. Tenho a certeza de que irei um dia, só para ver
como é. Mas sou bastante positivo acerca da energia nuclear. Se for lidada da
forma correta, é segura e amiga do ambiente. Tanto quanto percebi, o acidente
de Chornobyl foi provocado por um erro humano.
Claro que Chornobyl faz
parte da nossa história, mas não penso muito nisso. Mas os meus amigos
lembram-se sempre do meu aniversário!”
Yuri Vyshnevsky também
é um jornalista de Kyiv. Nasceu a 1 de abril de 1986. O pai trabalhou na zona
de exclusão, durante os meses que se seguiram ao acidente.
“Este enorme desastre
ambiental feriu não só a Ucrânia, como outros países europeus.”
“A minha mãe foi comigo
e com a minha avó para a Moldova depois do acidente e o meu pai vinha visitar
quando podia. Falavamos de Chornobyl de vez em quando mas, felizmente, não
afetou muito a nossa família. Estamos todos bastante saudáveis, apesar do ambiente,
na Ucrânia, ser bastante poluído.
Chornobyl é uma grande
pedaço da nossa história. A Ucrânia tornou-se conhecida na Europa da pior
forma, não podemos esquecê-lo. Houve um grande número de outros acontecimentos
que, no entanto, me tornam orgulhoso de ser ucraniano: a declaração da
independência ou vitórias desportivas de alguns dos meus compatriotas, como os
futebolistas do FC Dynamo Kyiv, os irmãos Klitschko no mundo do boxe ou os
campeões olímpicos ucranianos. Todas estas coisas positivas não fazem, no
entanto, esquecer este enorme desastre ambiental, que feriu não só a Ucrânia,
como outros países europeus.
Não penso em mim como
um filho de Chornobyl. Felizmente, não afetou a minha saúde. Mas, através do
meu trabalho, vejo crianças cujos pais tem estado doentes ou que estão, elas
próprias, doentes. Isso é muito triste.
Nunca estive na zona de
exclusão, mas muitos dos meus amigos estiveram. Hoje em dia é muito fácil ir
até lá, numa visita guiada, por isso a ‘exclusão’ é muito limitada.
Será o nuclear uma boa
ideia? Penso que a energia nuclear é necessária, porque muitos países não tem
recursos naturais suficientes. Mas é importante ser responsável na sua
utilização, para evitar desastre que prejudicam os humanos e a natureza.”
A atriz americana Blake Lively, mais
conhecida pelo seu papel na série «Gossip girl», apoiou o novo trend de moda, aparecendo
no público às cores da bandeira da Ucrânia (fonte
& fotos).
O ativista naziOtto Ernst Remer, era o mais jovem general do Wehrmacht, que notabilizou-se no apoio incondicional ao Hitler durante a tentativa do golpe contra o fuhrer em julho de 1944. Após o fim da II G.M., a secreta soviética MGB-KGB recrutou e financiou as atividades do ex-general, famoso pelo seu “anti-imperialismo americano”, “anti-sionismo” e pela ideia da criação do estado alemão-russo GeRússia.
Remer chegou à ser
preso pelos aliados, mas não cumpriu qualquer pena, se dedicando de seguida à
carreira política. A secreta soviética não precisou de coagi-lo, o ex-general
realmente odiava liberalismo ocidental e os judeus. Foi a plataforma perfeita
para que MGB pudesse construir a sua 5ª coluna na nova Alemanha Federal.
Otto Ernst Remer na frente Leste na II G.M.
Já em 1949 Remer cria o
Partido Socialista do Reich(PSR),
uma organização neonazi que usa os fundos soviéticos para se apresentar às
eleições regionais e nacionais das zonas ocidentais da Alemanha, promovendo a
ideia da GeRússia, o estado pan-germânico em oposição aos EUA e ao “sionismo
mundial”.
Novamente preso e
depois libertado, Remer recebe a recomendação do MGB de deixar Alemanha,
movendo-se para África e para o Extremo Oriente, onde primeiro, trabalha para o
presidente egípcio Gamal Abdel Naser e depois para o governo sírio. Na Síria, o
seu companheiro de trabalho era Alois Brunner,
o ex-chefe do campo de concentração nazi de Drancy.
Brunner era um dos criadores dos serviços secretos sírios e até o fim foi
protegido pelo regime “progressista” do clã Assad.
No entanto, o Remer
voltou à Alemanha Federal nos anos 1980, criando o Movimento Alemão de
Liberdade, partido neonazi que servia de “guarda-chuva” para cerca de 23 organizações
neonazis clandestinas. No plano politico,
os seus inimigos continuaram os mesmos: EUA, NATO e “sionismo”. Apoiado
financeiramente pelo KGB, Remer explicava o seu apoio à URSS nos seguintes termos: “russos são brancos,
quando os EUA são muito contaminados pelas minorias raciais”.
"Destrua o que te destrói": a propaganda do Remer dos anos 1980
No seu “Manifesto do
Movimento Libertário Alemão” (1983), o ex-general defendia a saída da Alemanha
da NATO, a saída dos americanos da Alemanha e da Europa; além do
desenvolvimento das parcerias com Rússia (URSS). “Para Reagan e para os
sionistas”, – escrevia Remer, – “a URSS é encarnação do mal, mas para nós é uma
grande potência vizinha, com os seus próprios requisitos de segurança e uma
doutrina que lhes corresponde”.
Antes da sua morte,
Remer novamente defendeu a confederação da Alemanha e Rússia que deveria
absorver os países da Europa Central e do Leste sob o seu domínio conjunto. O
capital do novo Reich deveria se situar em Minsk, na atual Belarus.
Em 1994, as autoridades
alemãs o condenaram à 22 meses de prisão pelo incitamento do ódio e do racismo,
mas antes de ser preso, Remer fugiu para Espanha, onde acabou por falecer um
ano mais tarde.
Neste sábado, dia 25 de abril, os terroristas russos
atacaram na localidade de Shyrokyne
as posições do batalhão da Guarda Nacional da Ucrânia, “Donbas”. Em resultado do
fogo dos morteiros de grande calibre e dos canhões auto-propulsados, foram
feridos pelo menos dois militares ucranianos. Um deles, “Mariachi”, foi
evacuado do campo da batalha, mas não chegou ao hospital de Mariupol, pois os
terroristas russos alvejaram a ambulância que transportava o combatente
ferido.
Pergunta-se novamente, quem são os neonazis desta
guerra?
Na noite de 25 para
26 de abril de 1986, na estação nuclear de Chornobyl, colocada em funcionamento
em 1977, se deu a explosão, que destruiu o 4º bloco energético, matando e
retirando a saúde de milhares “liquidadores” da avaria e mudando para sempre o
destino de milhões de ucranianos.
Alvo das críticas do
mundo ocidental e desconfiança dos seus próprios cidadãos, a União Soviética
procedeu tal, como sempre procedia nas situações semelhantes: colocando em segredo
do estado os dados sobre a maior catástrofe tecnológica do século XX.
A edição ucraniana
NV, reuniu os 5 pontos mais importantes que durante anos foram classificados de
segredo do Estado:
Edifício do hotel "Polissya"
1. A estação,
construída à maneira soviética, na antecipação das datas previstas, já dois
anos após a colocação em funcionamento do 1º bloco energético começou criar
preocupação aos especialistas e engenheiros. No informe da autoria do KGB da
Ucrânia, datado de 17 de janeiro de 1979, pode-se ler:
“Em algumas áreas da
estrutura do 2º bloco da estação nuclear de Chornobyl, foram registados os factos de desalinhamento dos projetos e da violação
de tecnologia das obras de construção e de instalação, o que pode levar às
avarias e acidentes”.
Grafiti atual
Segundo os dados, tornados
públicos pela secreta ucraniana SBU em 2006, entre 1983 e 1985 por causa dos
trabalhos de construção e de montagem de má qualidade, violação das normas
tecnológicas e regras de segurança radioativa, na estação foram registadas 5
avarias e 63 casos de mal funcionamento dos equipamentos. Último caso se deu em
fevereiro de 1986.
2. A explosão do 4º
bloco energético, colocado na sua capacidade projetada 3 meses antes do tempo
previsto (prática soviética que permitia receber os prémios e que levava às inúmeras
tragédias), se deu às 1:23 do dia 26 de abril de 1986. A avaria se deu no decorrer da experiência para estudar a possibilidade de utilizar a inércia do rotor do
gerador de turbina para produzir a eletricidade, caso no futuro, se registar a
paragem de emergência do reator.
Grafiti atual
A experiência deveria
ser conduzida em uma potência do reator de 700 MW, mas antes de início tinha
caído até 30 MW. O operador tentou restaurar a capacidade e começou a
experiência às 1:23:04 com em indicadores abaixo dos previstos em 200 MW. Alguns
segundos depois a potência do reator começou a crescer e em 1:23:40 o operador
pressionou o botão de segurança de emergência.
Mais tarde, exatamente
essas ações serão classificados como a versão oficial do acidente. No entanto,
de acordo com Anatoly Dyatlov, o engenheiro-chefe operacional adjunto da
estação, que no momento do acidente estava na sala de controlo do 4º bloco
energético, todas as ações do operador tinham sido previstas no manual e foram
efetuados no modo normal (não emergencial) no intuito de parar o reator.
3. Após uso de botão
de emergência, decorreram duas explosões com intervalo de alguns segundos, em
resultado dos quais o reator foi totalmente destruído. Mais tarde, o próprio
Dyatlov foi considerado como um dos culpados do explosão e recebendo a dose de
radiação de 550 Rem
(equivalente aos 5,5 Sievert)
e estando seriamente doente foi condenado à 10 anos de cadeia geral.
A posição de atribuição
da culpa exclusivamente ao pessoal da estação nuclear de Chorbobyl foi adotada
pela Comissão Estatal formada na União Soviética para investigar as causas do
desastre, pelo tribunal e pelo KGB, que conduziu a sua própria investigação.
Mesmo o relatório da AIEA
em 1986, em geral, apoiou esta posição.
Parque das diversões que nunca foi usado, a sua abertura deveria ocorrer em 1.V.1986
No entanto, quase 20
anos depois, o novo
relatório da AIEA reconheceu os erros das alegações do seu último relatório
sobre Chornobyl. No novo documento a organização confirmou que a maioria das
ações de operadores, que o regime soviético anteriormente chamou de violações,
na verdade, estavam conformes com as regras adotadas do momento ou não afetaram
o decorrer do acidente. Além disso, os especialistas em segurança nuclear notaram
a “cultura de segurança” muito baixa, praticada na estação nuclear naquele momento.
4. Em geral, o relatório “actualizado”
da AIEA de 1993, afirma que no dia antes do acidente no Chornobyl, o 4º bloco
energético funcionou com uma série de parâmetros modificados – sistema de
resfriamento de emergência do núcleo desligado e com a reduzida margem de
reatividade operacional.
Além disso, dizem os
especialistas, os funcionários da estação nuclear de Chornobyl não estavam
informados sobre os perigos de trabalhar nas condições alteradas. Nas vésperas
do acidente a margem de reatividade operacional estava abaixo dos valores
regulamentados, mas os operadores não sabiam o seu valor corrente e, portanto,
não sabiam que estavam violar os regulamentos.
Painel de controlo do 4º bloco energético do Chornobyl. O murro de concreto separa o painel
do espaço destruído na explosão do reator. O nível de radiação é alto, mas não é mortal.
É possível estar lá durante alguns minutos, respirando, usando a máscara. Foto atual.
Os liquidadores do
acidente e os bombeiros, já após o acidente também não foram informados sobre
os perigos de trabalhar nas instalações do bloco energético. “Quando eu soube da
explosão, ninguém nos disse que o nível de radiação era perigoso para a vida.
Era a época da antiga União Soviética, e o governo escondia nós as informações sobre
o perigo. O nível de radiação, onde eu trabalhava, já era muito perigoso. Eu
estava em um grupo de 20 pessoas, e apenas seis de nós agora ainda estão vivos”,
contou um dos funcionários da estação que se tornou o liquidador, Valery
Zabayaka, na conversa com o jornalista de Wired.com.
5. Já 20 minutos após a
explosão, no local estavam os funcionários do KGB de Pripyat. “Liguei ao chefe da Direção, general Bykov
e o informei sobre a situação, ele sabia tudo já às 2h00 de manha. Depois disso,
era necessário que o bloco energético pare e saia do Veneno
nuclear, mas nada foi feito. Isso se faz em 48 horas. Mas começaram
levantar o reator e essa é uma das razões”, – contou o ex-chefe do Departamento
do KGB de Pripyat, Victor Kolochko.
Os ex-funcionários do
KGB ucraniano contam que logo após o desastre todos os documentos sobre o caso
eram classificados de secretos, para evitar o pânico. No dia 27 de abril, foram
tiradas as primeiras fotografias do reator destruído, uma das cópias foi
enviada ao Milhail Gorbachov, outra ficou na posse do KGB ucraniano.
Na parte da tarde do
dia 27 de abril, os residentes de Pripyat foram informados via rádio sobre a evacuação
temporária. As 50.000 pessoas deixaram a cidade quase sem pertences, estando convencidos
de que em breve voltarão para as suas casas. Naquele mesmo momento, os
helicópteros começaram tentar cobrir o reator destruído com os materiais absorventes
(arreia e chumbo, que dizem se transformava em vidro e líquido, respetivamente,
antes de atingir o reator; todos os pilotos e membros destas tripulações já morreram).
A 3ª Direção Principal do Ministério da saúde da URSS (Informe Urgente de 26.04.1986, Nr. 1789-2s):
"adoção das medidas especiais, incluindo a evacuação da população da cidade não é necessária".
No dia 28 de abril no
programa “Vremya” (o principal noticiário soviético das 20h00), o locutor leu o
primeiro informe oficial da agência soviética TASS: “Na estação de energia nuclear
de Chornobyl ocorreu um acidente infortuno. Um dos reatores foi danificado. São
tomadas as medidas com intuito de eliminar as consequências do acidente. As
vítimas receberam a assistência necessária. Foi criada uma comissão
governamental para investigar o ocorrido”.
"Corrida ciclista da Paz, Kiev, 6-9 de maio de 1986!" (primeiro escândalo internacional ligado ao Chornobyl: algumas delegações dos países socialistas não vieram, imprensa soviética realmente chocada, "como eles puderam fazer isso?")
Quando no dia 1 de
maio de 1986, os moradores de Kyiv, acalmados pela imprensa soviética, saíram à
manifestação trabalhista na avenida Khreschatyk, na capital foi registrado um
dos maiores picos de radioatividade...
Wladimir Klitschko venceu
e mantêm os cinturões de IBF, WBA, WBO e IBO
Neste domingo, dia 26,
em Nova Iorque decorreu o combate de pesos pesados entre ucraniano Volodymyr (Wladimir)
Klitschko e o norte-americano Bryant Jennings. Tal como se esperava, ucraniano
defendeu o seu título, uma decisão unanime dos 3 referis, que atribuíram lhe a
vitória por: 116-111, 116-111 e 118-109.
Este foi o 66º combate
do Volodymyr, a sua 63ª vitória e 52ª pelo knock-out. Ucraniano pela 18ª vez
defendeu o seu título nas versões de IBF e IBO; 14ª (após a reconquista do
título) na versão de WBO; 8ª na versão WBA e 11ª na versão da revista “Ring”.
Nas vésperas, o
programa “Bom dia Portugal” da RTP, chamou Volodymyr de “russo”, mas após os
protestos enérgicos e atempados das comunidades ucranianas espalhadas pelo
mundo, retirou a notícia da sua página (embora sem retratar-se e sem pedir as
desculpas públicas, algo que continuamos à exigir e aguardar).
Os agentes estrangeiros
queriam aceder à informação civil e empresarial guardada no Instituto de
Registos e Notariado. Foram apanhados pelos SIS.
por: António José
Vilela e Nuno Tiago Pinto
No final de 2013, o
Serviço de Informações de Segurança (SIS),
detetou uma tentativa de intrusão por parte de espiões russos no Instituto de
Registos e Notariado (IRN). Os agentes estrangeiros quereriam aceder à
informação civil e empresarial guardada no IRN através de um funcionário da
instituição. A secreta portuguesa montou então uma operação de
contra-espionagem que culminou com o desmantelamento da missão russa e na
expulsão de dois funcionários da embaixada de Portugal.
Esta operação do SIS
correu em paralelo com a investigação da Polícia Judiciária (PJ) à alegada rede
de corrupção montada em torno da atribuição dos chamados vistos gold. A certa
altura, as duas cruzaram-se: os inspectores da PJ apanharam uma equipa da
secreta (entre eles o próprio diretor, Horácio Pinto) a fazer um varrimento
electrónico no gabinete do presidente do IRN, António Figueiredo, o principal
suspeito do caso dos vistos gold, actualmente em prisão preventiva.
Conheça todos os
detalhes desta teia que envolve magistrados, espiões e fugas de informação na
edição desta semana da revista Sábado.
De acordo com esta
perspetiva, os dados da informação civil foram alvo de cobiça por parte
dos espiões russos com o objetivo de permitir aos seus agentes uma circulação
discreta e fácil, sobretudo no espaço da União Europeia (FONTE).
E caso possuir qualquer
outra informação relevante sobre a atividade de espionagem russa em Portugal,
não deixe de partilhar essa informação com SIS:
Espiões russos expulsos
da República Checa
A secreta checa, o Serviço
de Segurança de Informação (BIS),
detectou recentemente no país uma rede de espionagem russa. Em resultado, a
República Checa deportou três espiões russos, um dos quais era diplomata
acreditado no país, um outro era diplomata recém-chegado e um terceiro, (presumivelmente o cabecilha do grupo), o
diplomata, acreditado num país terceiro e sem ligações formais à embaixada
russa em Praga, escreve Respekt.
O presidente da
Ucrânia, Petró Poroshenko, assinou o Decreto sobre a homenagem aosAtiradores
Ucranianos de Sich(USS)e do centenário da sua vitória contra as tropas russas na
batalha de monteMakivka(Cárpatos
Ucranianos), no decorrer da I G.M.
No texto do Decreto, explica-se a importância destes acontecimentos históricos:
Olena Stepaniv, a primeira mulher oficial do mundo, membro dos USS
“O decreto foi emitido,
contando com o papel importante das formações dos Atiradores Ucranianos de Sich (USS) em renascimento das tradições militares nacionais, da sua participação activa na
revolução ucraniana de 1917-1921 e no estabelecimento do Estado ucraniano no
início do século XX”.
Nomeadamente, além de
palestras tradicionais, exposições e congressos históricos, no âmbito deste Decreto,
em maio de 2015 no monte Makivka na região de Lviv, irão decorrer os eventos
comemorativos, com a participação ativa de diversos organizações juvenis da
Ucrânia.
Além disso, Petró Poroshenko
deu as orientações para batizar ou rebatizar as unidades militares ucranianas e
as instituições de ensino em memória dos Atiradores de Sich.
Blogueiro
Os ferozes combates posicionais
pelo controlo da monte Makivka decorreram entre 29 de abril à 4 de maio de 1915,
durante a I G.M. Os combates opuseram a divisão austro-húngara de infantaria,
comandada pelo Ignaz Edler von Fleischmann (1857-1929), que contava com sete
centenas da 1ª e 2ª companhia dos Atiradores de Sich e o exército russo.
Memorial aos ucranianos caídos na batalha de Makivka
No decorrer dessa
batalha as unidades ucranianas mostraram a sua bravura especial. Mais tarde, em
1917-1921, os veteranos da unidade participaram ativamente no estabelecimento e
na defesa da República Popular da Ucrânia (UNR) e da República Popular da
Ucrânia Ocidental (ZUNR).
Arquiduque Wilhelm com camisa bordada ucraniana
Um dos membros dos
Atiradores de Sich era Arquiduque Wilhelm
da Áustria (Wilhelm Franz von Habsburg-Lothringen), também conhecido pelo
seu pseudónimo ucraniano de Vasyl Vyshyvaniy (1895 – 1948).
Bónus
O Centro UA Crisis organiza em Kyiv a
exposição fotográfica e leilão de caridade “Aeroporto”, da autoria do fotógrafo Sergei Loiko:
A exposição é dedicada
aos defensores do aeroporto de Donetsk, aos ciborgues ucranianos. Eles se
tornaram uma lenda e as suas histórias ficarão com os ucranianos para sempre. As
suas emoções e faces foram imortalizadas pelos objetivos do Sergei Loiko. Durante a exposição será
realizado um leilão silencioso, onde poderão ser compradas as fotos exibidas. Todos
os fundos recolhidos serão utilizados para fins de caridade.
Os ciborgues na exposição
Sergey Loiko no meio dos ciborgues, único vestido de civil
Os militares da 173ª
Brigada aerotransportada do exército dos EUA (173-rd Airborne Brigade Combat
Team), que chegaram à Lviv para participar nos exercícios militares conjuntos
americano-ucranianos “Fearless Guardian”, começaram os treinos conjuntos com os
efetivos da Guarda Nacional da Ucrânia no polígono de Yavoriv.