Na noite de 25 para
26 de abril de 1986, na estação nuclear de Chornobyl, colocada em funcionamento
em 1977, se deu a explosão, que destruiu o 4º bloco energético, matando e
retirando a saúde de milhares “liquidadores” da avaria e mudando para sempre o
destino de milhões de ucranianos.
Alvo das críticas do
mundo ocidental e desconfiança dos seus próprios cidadãos, a União Soviética
procedeu tal, como sempre procedia nas situações semelhantes: colocando em segredo
do estado os dados sobre a maior catástrofe tecnológica do século XX.
A edição ucraniana
NV, reuniu os 5 pontos mais importantes que durante anos foram classificados de
segredo do Estado:
Edifício do hotel "Polissya" |
1. A estação,
construída à maneira soviética, na antecipação das datas previstas, já dois
anos após a colocação em funcionamento do 1º bloco energético começou criar
preocupação aos especialistas e engenheiros. No informe da autoria do KGB da
Ucrânia, datado de 17 de janeiro de 1979, pode-se ler:
“Em algumas áreas da
estrutura do 2º bloco da estação nuclear de Chornobyl, foram registados os factos de desalinhamento dos projetos e da violação
de tecnologia das obras de construção e de instalação, o que pode levar às
avarias e acidentes”.
Grafiti atual |
Segundo os dados, tornados
públicos pela secreta ucraniana SBU em 2006, entre 1983 e 1985 por causa dos
trabalhos de construção e de montagem de má qualidade, violação das normas
tecnológicas e regras de segurança radioativa, na estação foram registadas 5
avarias e 63 casos de mal funcionamento dos equipamentos. Último caso se deu em
fevereiro de 1986.
2. A explosão do 4º
bloco energético, colocado na sua capacidade projetada 3 meses antes do tempo
previsto (prática soviética que permitia receber os prémios e que levava às inúmeras
tragédias), se deu às 1:23 do dia 26 de abril de 1986. A avaria se deu no decorrer da experiência para estudar a possibilidade de utilizar a inércia do rotor do
gerador de turbina para produzir a eletricidade, caso no futuro, se registar a
paragem de emergência do reator.
Grafiti atual |
A experiência deveria
ser conduzida em uma potência do reator de 700 MW, mas antes de início tinha
caído até 30 MW. O operador tentou restaurar a capacidade e começou a
experiência às 1:23:04 com em indicadores abaixo dos previstos em 200 MW. Alguns
segundos depois a potência do reator começou a crescer e em 1:23:40 o operador
pressionou o botão de segurança de emergência.
Mais tarde, exatamente
essas ações serão classificados como a versão oficial do acidente. No entanto,
de acordo com Anatoly Dyatlov, o engenheiro-chefe operacional adjunto da
estação, que no momento do acidente estava na sala de controlo do 4º bloco
energético, todas as ações do operador tinham sido previstas no manual e foram
efetuados no modo normal (não emergencial) no intuito de parar o reator.
3. Após uso de botão
de emergência, decorreram duas explosões com intervalo de alguns segundos, em
resultado dos quais o reator foi totalmente destruído. Mais tarde, o próprio
Dyatlov foi considerado como um dos culpados do explosão e recebendo a dose de
radiação de 550 Rem
(equivalente aos 5,5 Sievert)
e estando seriamente doente foi condenado à 10 anos de cadeia geral.
A posição de atribuição
da culpa exclusivamente ao pessoal da estação nuclear de Chorbobyl foi adotada
pela Comissão Estatal formada na União Soviética para investigar as causas do
desastre, pelo tribunal e pelo KGB, que conduziu a sua própria investigação.
Mesmo o relatório da AIEA
em 1986, em geral, apoiou esta posição.
Parque das diversões que nunca foi usado, a sua abertura deveria ocorrer em 1.V.1986 |
No entanto, quase 20
anos depois, o novo
relatório da AIEA reconheceu os erros das alegações do seu último relatório
sobre Chornobyl. No novo documento a organização confirmou que a maioria das
ações de operadores, que o regime soviético anteriormente chamou de violações,
na verdade, estavam conformes com as regras adotadas do momento ou não afetaram
o decorrer do acidente. Além disso, os especialistas em segurança nuclear notaram
a “cultura de segurança” muito baixa, praticada na estação nuclear naquele momento.
4. Em geral, o relatório “actualizado”
da AIEA de 1993, afirma que no dia antes do acidente no Chornobyl, o 4º bloco
energético funcionou com uma série de parâmetros modificados – sistema de
resfriamento de emergência do núcleo desligado e com a reduzida margem de
reatividade operacional.
Além disso, dizem os
especialistas, os funcionários da estação nuclear de Chornobyl não estavam
informados sobre os perigos de trabalhar nas condições alteradas. Nas vésperas
do acidente a margem de reatividade operacional estava abaixo dos valores
regulamentados, mas os operadores não sabiam o seu valor corrente e, portanto,
não sabiam que estavam violar os regulamentos.
Os liquidadores do
acidente e os bombeiros, já após o acidente também não foram informados sobre
os perigos de trabalhar nas instalações do bloco energético. “Quando eu soube da
explosão, ninguém nos disse que o nível de radiação era perigoso para a vida.
Era a época da antiga União Soviética, e o governo escondia nós as informações sobre
o perigo. O nível de radiação, onde eu trabalhava, já era muito perigoso. Eu
estava em um grupo de 20 pessoas, e apenas seis de nós agora ainda estão vivos”,
contou um dos funcionários da estação que se tornou o liquidador, Valery
Zabayaka, na conversa com o jornalista de Wired.com.
5. Já 20 minutos após a
explosão, no local estavam os funcionários do KGB de Pripyat. “Liguei ao chefe da Direção, general Bykov
e o informei sobre a situação, ele sabia tudo já às 2h00 de manha. Depois disso,
era necessário que o bloco energético pare e saia do Veneno
nuclear, mas nada foi feito. Isso se faz em 48 horas. Mas começaram
levantar o reator e essa é uma das razões”, – contou o ex-chefe do Departamento
do KGB de Pripyat, Victor Kolochko.
Os ex-funcionários do
KGB ucraniano contam que logo após o desastre todos os documentos sobre o caso
eram classificados de secretos, para evitar o pânico. No dia 27 de abril, foram
tiradas as primeiras fotografias do reator destruído, uma das cópias foi
enviada ao Milhail Gorbachov, outra ficou na posse do KGB ucraniano.
Na parte da tarde do
dia 27 de abril, os residentes de Pripyat foram informados via rádio sobre a evacuação
temporária. As 50.000 pessoas deixaram a cidade quase sem pertences, estando convencidos
de que em breve voltarão para as suas casas. Naquele mesmo momento, os
helicópteros começaram tentar cobrir o reator destruído com os materiais absorventes
(arreia e chumbo, que dizem se transformava em vidro e líquido, respetivamente,
antes de atingir o reator; todos os pilotos e membros destas tripulações já morreram).
A 3ª Direção Principal do Ministério da saúde da URSS (Informe Urgente de 26.04.1986, Nr. 1789-2s): "adoção das medidas especiais, incluindo a evacuação da população da cidade não é necessária". |
No dia 28 de abril no
programa “Vremya” (o principal noticiário soviético das 20h00), o locutor leu o
primeiro informe oficial da agência soviética TASS: “Na estação de energia nuclear
de Chornobyl ocorreu um acidente infortuno. Um dos reatores foi danificado. São
tomadas as medidas com intuito de eliminar as consequências do acidente. As
vítimas receberam a assistência necessária. Foi criada uma comissão
governamental para investigar o ocorrido”.
Quando no dia 1 de
maio de 1986, os moradores de Kyiv, acalmados pela imprensa soviética, saíram à
manifestação trabalhista na avenida Khreschatyk, na capital foi registrado um
dos maiores picos de radioatividade...
Fonte:
http://nv.ua/lifestyle/life/godovshchina-avarii-na-chaes-pyat-faktov-kotorye-skryvala-sovetskaya-vlast-v-1986-m-45471.html
Wladimir Klitschko venceu
e mantêm os cinturões de IBF, WBA, WBO e IBO
Neste domingo, dia 26,
em Nova Iorque decorreu o combate de pesos pesados entre ucraniano Volodymyr (Wladimir)
Klitschko e o norte-americano Bryant Jennings. Tal como se esperava, ucraniano
defendeu o seu título, uma decisão unanime dos 3 referis, que atribuíram lhe a
vitória por: 116-111, 116-111 e 118-109.
Este foi o 66º combate
do Volodymyr, a sua 63ª vitória e 52ª pelo knock-out. Ucraniano pela 18ª vez
defendeu o seu título nas versões de IBF e IBO; 14ª (após a reconquista do
título) na versão de WBO; 8ª na versão WBA e 11ª na versão da revista “Ring”.
Nas vésperas, o
programa “Bom dia Portugal” da RTP, chamou Volodymyr de “russo”, mas após os
protestos enérgicos e atempados das comunidades ucranianas espalhadas pelo
mundo, retirou a notícia da sua página (embora sem retratar-se e sem pedir as
desculpas públicas, algo que continuamos à exigir e aguardar).
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