79 anos atrás, em abril-maio de 1940, os carrascos do NKVD, fuzilaram cerca
de 22.000 (21.857 já identificados) cidadãos polacos, prisioneiros das
autoridades soviéticas, o crime contra a humanidade conhecido como Massacre de Katyn.
As vítimas foram executadas na floresta de Katyn, em campos de concentração
situados nas localidades de Starobelsk e Ostashkov, no quartel-general da NKVD em Smolensk, nas
cadeias em Kalinin e Moscovo, todos na Rússia; em alguns locais da Belarus; em Kharkiv, na
Ucrânia, e em outros lugares próximos. Do total dos assassinados, cerca de 8
mil eram militares prisioneiros de guerra, outros 6 mil eram policiais e os
restantes civis, pertencentes à elite intelectual polaca: professores,
artistas, pesquisadores, historiadores, presos sob a acusação de serem
sabotadores, espiões, latifundiários, donos de fábricas, advogados, sacerdotes
e funcionários públicos perigosos.
Todos eles eram cidadãos da 2ª República polaca, em termos étnicos:
polacos, belarusos, judeus (entre 500 à 600 pessoas) e ucranianos.
Os carrascos soviéticos demoraram um mês e meio, naquilo que se chamava “a
operação de limpeza dos campos”. Os polacos eram trazidos em comboios de 500
pessoas cada, vindos dos diversos locais da URSS, onde eles estavam
aprisionados. Diversos prisioneiros estavam contentes, achavam que serão libertados...
Antes de fuzilamento, as vítimas eram roubadas pela última vez, lhes
retiravam as alianças, crucifixos, pertences valiosos, depois amarravam as
mãos atrás, usando o arame, levavam até a vala comum e disparavam na nuca. De
seguida os corpos alinhados eram cobertos com a terra.
Nas décadas de 1980-1990, os estudantes soviéticos na Polónia eram doutrinados pela embaixada da URSS, que os instruía como responder as possíveis
perguntas sobre a questão de Katyn. Os estudantes deveriam dizer que os
culpados eram nazis, que por sua vez tentaram culpabilizar os soviéticos. Nos
meados da década de 2000, o Ministério da Justiça russo, repetiu a deixa na sua
resposta ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, argumentando que dado que as primeiras listas
dos assassinados eram compiladas pelos alemães, estas não podiam ser
consideradas como provas.
Apenas em 1990, Gorbachov admitiu a culpa soviética, entregando ao Wojciech Jaruzelski uma
parte dos documentos secretos sobre o massacre; o maior número de documentos
foi entregue à parte polaca pelo Boris Yeltsin em 1991. Os últimos foram libertados
pelo presidente russo Medvedev durante a sua cadência presidencial. Em novembro
de 2010, a Duma Estatal russa aprovou uma declaração culpando Estaline e outros
dirigentes soviéticos por haverem pessoalmente ordenado o massacre. Agora, Polónia
possui praticamente o dossier completo das decisões políticas da liderança
comunista: decisões do Bureau Político, com assinaturas do Estaline e Molotov,
relatórios dos carrascos ordinários, etc.
Após a II G.M., a URSS tentou culpabilizar oficialmente os nazis pelo seu
próprio crime, através do Tribunal de Nuremberga. Preparando as peritagens falsas
e instruindo as “testemunhas”. O tribunal rejeitou em absoluto essa tentativa, mas
a propaganda soviética teimava em culpar Alemanha quase até o fim da
Perestroica...
Blogueiro
Atualmente, os diversos neo-estalinistas e pró-soviéticos defendem novamente
a tese negacionista, apontando o uso no massacre de Katyn das pistolas alemãs
“Walther”.
Sabe-se que em Katyn, os carrascos do NKVD usavam a munição de calibre 7,65
de marca “Geco 7.65D”, produzida pela fábrica alemã de “Gustaw Genschow Co.”. A
munição, que após 1928 era vendida em quantidades consideráveis para Polónia,
Países Bálticos e para a URSS. Além disso, em Katyn foram encontrados os
cartuchos de fabrico soviético (Gracian Jaworowski, “Nieznana relacja о grobach katynskich”, Zeszyty Historyczne, Paris, 45,
1978:4).
Mais do que isso, as balas de calibre 7,65x17, fabricadas pela “Geco”
podiam ser disparadas quer pelas diversas pistolas alemãs, quer pelas belgas: “Browning”
de 1900 e 1910 e até mesmo pela americanas “Savage 1907” (FONTE).
Mas a verdadeira prova do crime soviético, como é obvio, não se encontra na
origem das armas-assassinas. Pois, até é bastante habitual que em diversas
operações clandestinas os governos usam o armamento dos seus adversários ou da
terceira parte, basta lembrar os preparativos semelhantes na Operação Mar Verde.
À semelhança da Gestapo nazi, o NKVD soviético era uma pesada máquina burocrática, onde
nenhum prisioneiro podia ser fuzilado ou morrer de causas naturais, sem que
seja lavrado um auto e que sejam informados os superiores. Então, 22.000
prisioneiros polacos não poderiam desaparecer das cadeias e campos de
concentração do NKVD em 1940 sem que isso seja contabilizado e justificado nos documentos
do NKVD. E não existe nenhum documento neste sentido. Muito pelo contrário,
sabe-se que NKVD fazia tudo para matar todos os prisioneiros em seu poder antes da chegada
das tropas alemãs em 1941, após o início da guerra nazi-soviética. Os milhares
de prisioneiros ucranianos, judeus e novamente polacos, foram assassinados nas
cadeias de NKVD na Ucrânia Ocidental, nos dias (e as vezes horas) imediatos à entrada do
exército alemão nas respetivas localidades, onde estes cidadãos estavam detidos (ler mais: Tragédia
da Ucrânia Ocidental).
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