Em Moscovo foi aberta
uma exposição propagandística “Provas Documentais. Donbass. 365 dias”. Estrategicamente, aconteceu
no pavilhão da “Ucrânia” na “Exposição das Realizações da Economia Popular”
(VDNH), a joia expositória da economia socialista soviética.
A expo usa
fotografias, objetos, manequins, efeitos de maquiagem e instalações artísticas,
mostrando inequivocamente o que acontece com um país ou território, quando lá
chega e se implemente o dito “mundo russo”: destruição, degradação, saques, refugiados e mortes.
Exposição moscovita usa
os meios de segurança absolutamente fora de comum: há presença permanente de um
autocarro de polícia, os visitantes são inspecionados detalhadamente na
entrada, passam através dos detectores de metais, semelhantes aos usados nos
aeroportos.
A “estrela” da
exposição é a estela “Debaltsevo”, a propriedade municipal da cidade ucraniana
de Debaltseve, roubada e levada ilegalmente (!) para Moscovo. Os organizadores
nem sequer compreendem que a exibição pública do material saqueado e roubado os
coloca na mira de Haia. E informam com orgulho: “Para desmantelar
a inscrição e traduze-la ao Moscovo, foram envolvidas dezenas de
pessoas e máquinas especiais”.
Outro fruto de roubo é
mini autocarro “Gazel”, alegadamente também “achado” nas ruas de Debaltseve e trazido para
Moscovo sem o conhecimento e consentimento dos seus proprietários legais. Os
organizadores afirmam que pretendem levar a exposição “para a Europa”, escreve
o blogueiro russo Zyalt.
Não se sabe que Europa
será essa e qual é a razão de se preocupar tanto com a “Europa dominada pelos
gays pedófilos”. Mas caso isso acontecer, haverá a possibilidade de processar
os organizadores pelo roubo da propriedade, com a possibilidade destes serem
condenados no seu local mais (in)desejável, a temível “Gayroupa”.
Gagarin crucificado
Na cidade russa de
Perm, o artista local, Aleksandr Zhunev, foi levado à polícia, com a possibilidade de ser acusado formalmente
ao nível criminal ou administrativo por causa de uma imagem da sua autoria
(material: cartolina e cola), colocado para apreciação do público.
O próprio artista
explica o sucedido:
“Em 12
de abril de 2015 coincidem logo dois grandes feriados: o Dia da Cosmonáutica e a Páscoa (ortodoxa). Eu acho que essa confluência de circunstâncias do calendário é muito simbólica, porque a ciência e a religião
durante muito tempo estavam nos lados opostos das barricadas, tentando ganhar a sua quota de influência sobre as mentes. O trabalho “Gagarin. Crucificação” é a
minha tentativa de falar sobre o tema de confronto secular na linguagem de arte contemporânea” (FONTE).
Outro artista local, Tim Yefimov, propõe usar a
mesma imagem para levar as autoridade municipais à fazerem o seu trabalho. Basta
colar a imagem “incendiária” no local mais porco das suas vizinhanças (prédio,
elevador, murro, estrada, pátio, etc,), e indignar-se publicamente do
sucedido. Seguramente, as autoridades municipais russas mostrarão as maravilhas
de velocidade furiosa na liquidação de toda e qualquer “libertinagem” nas
redondezas. Ninguém, na Rússia atual, se arrisca à ser considerado como “nacional-traidor”.
Surgimento de uma nova
religião russa
Atualmente, a Rússia
vive o surgimento e afirmação de uma nova religião, que combina o populismo
local e aceitação frenética do poder estatal. A religião se chama “Vitória sobre
o fascismo alemão (Sic!) na Grande Guerra Patriótica”.
Os seus adoradores
levam a nova religião à todos os cantos e domínios da sociedade russa, desde os
bares de striptease, passando pela produção das bebidas alcoólicas até os
concursos de culturismo feminino (FONTE).
Ou como dizem os seus
adeptos: “Gagarin voo! Realmente voo!”
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