O
Supremo Tribunal da Federação Russa ordenou a liquidação da Memorial
International, uma das organizações de direitos humanos mais antigas e
reverenciadas, que narrava a repressão política comunista e se tornou um
símbolo da democratização russa à seguir do colapso da União Soviética.
A
razão formal reivindicada pelo Gabinete do Procurador Geral é a recusa de
Memorial de colocar o rótulo do “agente estrangeiro” nas suas publicações.
Mas
no tribunal, foi finalmente dita a verdadeira razão para a eliminação de Memorial
Internacional: o Gabinete do Procurador Geral afirma que organização estava interpretando
incorretamente a história soviética, “criando uma visão enganadora da URSS como
um estado terrorista”, “despeja as críticas sobre as autoridades do estado”.
A
decisão da Suprema Corte confirmou novamente que a história do terror político,
organizada e efectuada pelo poder do Estado não, para a Rússia não é um tema
acadêmico que se interessa apenas aos especialistas, mas um problema agudo da
modernidade. Rússia é um país que precisa de uma compreensão honesta e
conscienciosa do passado soviético; nisso é a chave do seu futuro. É impossível
acreditar que a eliminação judicial do Memorial Internacional removerá esta
questão da agenda. A memória das tragédias do passado é necessária à sociedade
russa e pós-soviética.
Memorial
Internacional já informou que pretende recorrer da decisão do Supremo Tribunal russo,
possivelmente apelando ao Tribunal Internacional dos Direitos Humanos. No
entanto, no dia 29 de Dezembro o mais que provável que outro fecho espera o “Centro
dos Direitos Humanos Memorial”, nas mãos do Tribunal de Moscovo.
Como
melhor descreveu a situação um dos internautas russos: “a vingança dos capangas
de Estaline/Stalin leva irreversivelmente a uma nova catástrofe”.
Na
prisão do Kremlin, na escola, no hospital, no campo de futebol, na oficina, ao
volante ou na Diáspora os ucranianos vão recordar solenemente neste sábado, 27
de Novembro, às 16.00 horas, a memória das vítimas do Holodomor de 1932-1933.
O
dia 27 de novembro, neste sábado, é o Dia da Memória das vítimas do Holodomor. Acendem
uma vela na sua janela, visitem os memoriais, expliquem às crianças o preço da
perca da liberdade.
Honrem
onde quer que estejam!
Destruição
dos ucranianos como uma Nação – este era o objetivo dos organizadores do
Holodomor. Finalmente eliminar a língua, a cultura, a história, tudo o que torna
os ucranianos únicos neste mundo. Por isso a envergadura do crime foi tão
grande, por isso foram mortas milhões de pessoas.
Mesmo
os que sobreviveram em 1932-1933 se tornaram as suas vítimas. Tiveram que
esquecer quem eles eram, quem eram os seus antepassados, o que os seus
descendentes deveriam preservar para o mundo. Tinham que esquecer quem os
matava e por quê.
Morte
e esquecimento – essa era a meta de Estaline e os seus comparsas em relação aos
ucranianos.
Que
não foi alcançada. Ucranianos sobreviveram e não esqueceram. Existem e se lembram.
Existem, exactamente porque que se lembram.
Se
lembrem do Holodomor.
Lembrem
que as disputas internas ajudavam ao inimigo externo.
Lembrem
o que acontece com aqueles, à quem faltarão as forças para defender a
liberdade. Quem pretenderá troca-la pelo pão. Que após a perca da liberdade perderá o
pão.
Lembrem
de quão caro sai a fé cega em slogans
atraentes. Como “terra aos camponeses” se facilmente transformou em “camponeses
debaixo da terra”.
Mas
também lembrem dos ucranianos se levantavam à luta contra o regime
comunista. Pelas suas revoltas, eles conseguiam desferir-lhes os rudes golpes, o
tornaram mais fraco, incapaz de repetir, algures numa outra parte da Europa escravizada,
os crimes da escala do Holodomor.
Lembrem daqueles ucranianos que compartilhavam o seu último pão, enfraquecidos pela
fome, mostravam ao mundo a força de humanidade.
Lembrem
a vingança de um jovem ucraniano em Lviv, pelo assassinato de milhões de seus
irmãos e irmãs, que se tornou uma manifestação da dignidade nacional.
Lembrem daqueles ucranianos que preservaram a memória do passado, embora pagavam por isso,
com a sua liberdade e até mesmo com a sua vida.
Lembrem
dos não-ucranianos que tiveram a força de dizer a verdade ao mundo, mesmo
quando ninguém os queria ouvir.
Esta
memória é revanche ucraniana pelos milhões de mortos. Ela os torna mais fortes,
porque dentro da memória os mortos voltam à vida, se participem do lado ucraniano
nas lutas atuais.
Por
isso os herdeiros dos assassinos então procuram apagá-la. Eles tentaram reescrever
os livros de história na Ucrânia, fechavam arquivos, espalhavam as inverdades sobre
o Holodomor.
Mas
a verdade se revelou mais forte, memória – insuperável. E assim transformou os
ucranianos.
As
mãos da criança, que há vinte anos, acendeu, pela primeira vez a vela da
memória, tornaram-se nas mãos de um soldado segurando uma arma, protegendo os seus
pais.
Olhos
que, ficavam em lágrimas pela história que contava avó sobre a sua
sobrevivência em 1932-1933, agora olham com confiança para o inimigo através de
uma mira.
Uma
Nação que se uniu nos momentos para honrar os mortos de fome no passado, se uniu
para proteger o seu futuro e criou um exército poderoso. A tristeza pelos
antepassados mortos dá força para proteger os seus descendentes.
Entre
1946 à 1953 foram presas na Romênia pelo NKGB soviético várias bailarinas e
cantoras do Teatro de Ópera de Odessa. Geralmente eram condenadas aos 25 anos
de GULAG sob acusação de “traição da pátria”.
Estamos
falando de meninas que trabalharam no Teatro de Ópera de Odessa ou cantavam em
outras instituições semelhantes durante a II G.M., quando a cidade ucraniana de
Odessa estava parcialmente ocupada pelo exército da Romênia. Após a saída da
Romênia do Eixo e do fim da ocupação, as meninas deixaram a cidade e a União
Soviética, mudando-se para a terra dos seus maridos. Os arquivos da secreta
ucraniana SBU têm pelo menos 21 destes casos. Uma estória que será transformada
num estudo histórico e eventualmente no roteiro de um filme.
Sem
condenar e nem justificar, muito menos fazer conclusões precipitadas ou
vulgares devemos concordar: o mundo do teatro e cinema sempre atrai atenção
especial dos homens e a concentração de beleza feminina está lá sempre muito alta.
Ao longo da história os militares e os invasores davam muita atenção às atrizes.
Mesma coisa se passou com as meninas de Odessa que chamavam atenção especial de
patronos influentes. Mas geralmente os seus noivos eram simples jovens oficiais
ou funcionários romenos. Eles sabiam namorar, alimentavam, tratavam bem e
protegiam as suas namoradas. A grande maioria dos namoros terminou em casamentos
oficiais na Romênia, depois de deixar a Odessa.
Em
1944 a Romênia saiu do Eixo e se aliou à coligação/coalizão anti-Hitler, automaticamente
os romenos tornaram-se aliados e começaram a construir o socialismo romeno. E
suas esposas dançavam nos palcos romenos e até mesmo perante os militares
soviéticos.
Logo
após o fim da II G.M. o NKGB soviético começou a perseguição das bailarinas.
Todas elas eram acusadas ao abrigo da 1ª parte do Artigo 58º do Código Penal da
Rússia Soviética – “traição à pátria”. Eram acusadas de deixar a URSS de forma “arbitral”.
Num dos interrogatórios essa acusação é formulada dessa forma:
Investigador:
– Por que você deixou a URSS?
M:
– Eu saí com o meu marido.
I:
– Não temos-lhe questões a colocar. Eu a pergunto, porque você saiu?
M:
– Eu o amo e, portanto, fui com ele.
I:
– Você traiu a URSS, e deixou o seu país de uma forma voluntariosa...
Após
uma “investigação” curta todas as meninas recebiam quase sempre a pena máxima de
25 anos de GULAG, mais 5 de perca dos direitos cívicos. Muito raramente moças
eram condenadas aos 10 anos. Logo após a morte do ditador comunista
Estaline/Stalin todas elas foram amnistiadas. Mais tarde todas foram
reabilitadas “devido a ausência do teor do crime”.
Blogueiro:
apesar de existirem as perseguições semelhantes contra as mulheres francesas ou
norueguesas, este caso é notável pela perseguição extraterritorial, perseguição
num país socialista e também são notáveis as penas muito pesadas aplicadas as
mulheres, unicamente por deixarem o país sem a permissão expressa do Estado
soviético omnipresente.
O
uso de crianças e mulheres na fronteira polaca/polonesa-bielorrussa lembrou a
passagem do livro do comunista ucraniano-canadense John Hladun “Eles me
ensinaram a traição” (“They taught me treason”, Toronto, 1947). Membro do partido
comunista do Canadá, Hladun estudou em 1930 as técnicas subversivas na Universidade
Internacional “Lenine” em Moscovo/u. Pela mesma universidade passaram Ho Chi Minh,
Broz Tito, Wladyslaw Gomulka, e muitas outras figuras comunistas.
Foi
o que ele escreveu: “Disseram-nos que as greves e manifestações devem ser
consideradas como operações militares e devem ser conduzidas nessa base.
Devemos cuidar de organizar a opinião pública ao nosso favor, e especialmente
em ganhar simpatia na polícia e nas Forças Armadas. Na luta contra a polícia,
nunca devemos temer usar mulheres e crianças como nossos escudos. Recebemos
relatos sobre greves e manifestações em diferentes países europeus, onde havia confrontos
com polícia ou milícia. Com base nesses relatórios, analisamos ao pormenor os
sucessos e erros táticos dos Partidos Comunistas [...] Nós terminamos a nossa
formação em Trabalho Organizativo através de manobras táticas em que seguimos
greves, demonstrações, lutas de rua e até mesmo uma longa caminhada até o alvo pretendido.
Cerca de 300 estudantes agiram como trabalhadores de combate, alguns
destacamentos de GPU faziam o papel de exército e da polícia. Os oficiais do
Exército Vermelho eram juízes”.
Jovens
comunistas foram ensinados como fabricar as bombas, aos segredos de espionagem.
Mas as pessoas com cérebros no lugar, em Moscovo/u começaram a sentir a
dissonância cognitiva entre aquilo que foram ensinadas e da situação real em que
o proletariado vivia na URSS. “Cheguei a Moscovo/u cheio de sede para fortalecer
minha fé em um novo paraíso do homem, vê-lo com os meus próprios olhos. Agora me
disseram grosseiramente que há coisas que os meus olhos não deveriam ver. E
apenas pela precaução, caso os meus olhos vejam algo que não confirma os dogmas
que eu fui ensinado, eu não tenho que acreditar aos m meus próprios olhos”.
John (Ivan) Hladun (1902 – 11.04.1991) tornou-se
anticomunista e entre 1928 à 1933 cooperou com os serviços especiais do Canadá,
que tentavam reduzir a influência destrutiva dos comunistas aos trabalhadores
canadenses, que recebiam o papel da carne de canhão n / boi de piranha na
derrubada do governo capitalista.
John (Ivan) Hladun
Hoje
estamos ver um ataque contra a União Europeia, uma crise pensada para causar as
contradições entre os aliados. Famílias dos migrantes são jogadas contra o
arame farpado, cerca de dez pessoas morreram. Prática absolutamente odiosa. Quase
cem anos depois, obviamente, as táticas dos serviços especiais russos não
mudaram, talvez fossem afiadas, às escalas, igualmente globais. Mas que
propósito, então antes era a “ditadura do proletariado”, e agora a ditadura do
crime? Talvez esta crise seja um lembrete de que Ucrânia não pode continuar ser
uma zona tampão e não deve ser deixada fora da UE e da NATO/OTAN, pois, caso
contrário, continuará ser usada como trampolim para futuras práticas
subversivas do paísvizinho.
O
brasileiroRafael
Lusvarghi, detido na Ucrânia 2016 e condenado em 2017 e 2019 por crimes de
formação e participação em grupos armados ilegais, foi condenado no Brasil por tráfico
de drogas, devendo passar os próximos 8 anos na cadeia, em regime inicial fechado.
O
réu Rafael Marques Lusvarghi, pela prática dos crimes de tráfico de droga é
condenado à pena privativa de liberdade de 8 anos, 1 mês e 6 dias, em regime
inicial fechado, além de 780 dias-multa.
Considerando
que o réu respondeu ao processo todo preso e que foi condenado ao cumprimento
da pena em regime inicial fechado, foi-lhe negado o direito de recorrer em
liberdade. O Ministério Público brasileiro recomenda a manutenção do réu na mesma
prisão em que já se encontra (art. 387, § 1º, do CPP).
Quando
da prisão do réu, além das drogas foram apreendidos: a) aparelho celular marca
BLU; b) aparelho celular marca Samsung; c) aparelho celular marca Aura; d) R$
259,70 (duzentos e cinquenta e nove reais e setenta centavos) em espécie; e)
3,70 Euros; f) vários sacos plásticos de tamanhos variados; g) passaporte em
nome do acusado; h) balança de precisão; i) bolsa contendo anotações diversas;
j) rolos de papel filme; k) MacBook IBM; l) motocicleta Honda Biz 125 ES, ano
2008/2009, cor cinza, placa ECD9357; m) 350 munições de calibre 9mm; e, n)
mouse e adaptador de MacBook. Por se tratar de crime de tráfico de drogas,
consoante artigo 63 da Lei nº 11.343/2006, o perdimento de qualquer bem e valor
apreendido nos autos, em favor do FUNAD, é efeito da condenação, na forma do
artigo 91, caput, do Código Penal. A Constituição Federal, em seu art. 243,
parágrafo único, dispõe que todo e qualquer bem de valor económico apreendido
em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será
confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no
tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades
de fiscalização, controlo/e, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas
substâncias.
Todos
os demais itens apreendidos serão encaminhados à destruição, por não
possuírem valor económico relevante. Além disso, o MP determinou, a destruição das
amostras das drogas apreendidas, mediante certificação nos autos (artigo 72 da
Lei nº 11.343/2006 e artigo 525 das NSGJ), e das munições igualmente
apreendidas.
Após
o trânsito em julgado dessa sentença o réu é intimado ao pagamento da pena de
multa, no prazo de 10 (dez) dias (art. 49, § 1º, do CP). Não havendo pagamento
da pena de multa no prazo estabelecido, a Secretaria irá certificar nos autos e
remeter ao Ministério Público para as providências necessárias, a teor do
entendimento firmado pelo STF na ADI 3150/DF e na AP 470/MG. O réu será advertido
que, exceto em caso de absoluta impossibilidade económica, que deve ser
devidamente comprovada, o não pagamento da pena de multa impede a extinção da
punibilidade pelo cumprimento integral da pena privativa de liberdade, a teor
do entendimento do Supremo Tribunal Federal firmado na ADI 3.150/DF, e encampado
pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do AgRg no REsp 1850903-SP.
Em
28 de outubro de 1913, em Kyiv, foi absolvido e imediatamente libertado, pela
decisão do júri popular, Mendel Beilis, acusado de assassinato ritual judaico
de uma criança ortodoxa.
No
dia 12 de março de 2011, numa caverna nos arredores de Kyiv, as crianças
encontraram o corpo morto de um menino com muitas feridas de corpo. O morto foi
identificado como Andrei Yuschinsky, um estudante de doze anos da classe
preparatória da Escola eclesiástica de Kyiv. A investigação do caso foi confiada
ao investigador dos casos criminais ordinários. Mas alguns dias depois, o caso
ganhou uma conotação inesperada. O movimento nacionalista monárquico russo,
conhecido genericamente como “centelhas negras” afirmou que o assassinato teve
o caráter ritual e foi perpetuado pelos judeus para extrair a sangue ortodoxa.
No
processo, que decorreu em Kyiv entre 23 de Setembro à 28 de Outubro de 1913,
participou, do lado da acusação, na qualidade do perita, Ivan Sikorsky, psiquiatra,
ensaísta e professor da Universidade de São Vladimir de Kyiv, membro honorário
da Academia Eclesiástica de Kyiv. Polaco/polonês russificado, professor Sikorsky
era notório antissemita, anti-ucraniano e nacionalista russo, o pai do famoso criador
de aeronaves Igor Sikorsky.
Ivan
Sikorsky chamou os alegados assassinato rituais de “vingança racialista, ou a vendetta dos filhos de Jacob aos
sujeitos da outra raça”. O famoso escritor, jornalista e defensor dos direitos
humanos, ucraniano Vladimir
Korolenko, que estava presente no processo e no tribunal, avaliou assim o
discurso de Sikorsky: “Professor Sikorsky, em vez de uma avaliação
psiquiátrica, começou a ler à partir de um caderno a coletânea de contos
macabros, que nada tinham ver com a ciência”.
O
funcionário do Departamento de Polícia de Kyiv, Venedikt Dyachenko, telegrafava
ao São Petersburgo, mantendo a monarquia informada sobre o decorrer do
processo: “o povo simples, lendo a peritagem do Sikorsky, expressa grande ódio aos
judeus, ameaçando com um pogrom”.
A
sociedade russa da psiquiatria deliberou uma resolução especial, dedicada às
alegações do Sikorsky: “pseudocientíficas, não correspondem aos dados objetivos
do exame forense ao corpo de Yuschinsky e não correspondem às normas da Carta
do Processo Penal”. Na primavera de 1913 o XII Congresso médico do império russo
“Pirogov” adotou a resolução especial contra o as deliberações do Sikorsky. No
outono de 1913 as deliberações do Sikorsky foram condenadas pelo Congresso
Médico Internacional em Londres e pelo 86º Congresso de Naturalistas e Médicos
alemães em Viena.
Mendel
Beilis foi defendido por vários advogados famosos. Entre os seus mandatários
oficiais estava o jornalista russo Vladimir Nabokov (o futuro autor da “Lolita”), que
estava presente no processo como correspondente do jornal liberal “Rech”.
Após
a sua libertação, juntamente com a família Beilis deixou o império russo,
mudando-se, primeiramente para a Palestina, e depois aos EUA, onde morreu em
1935. Foi o autor do livro biográfico “História do meu sofrimento”. O livro foi
publicado em ídiche, inglês e em russo.
A
principal razão da absolvição do Mendel Beilis foram os enormes esforços do
investigador da polícia de Kyiv Nikolay/Mykola Krasovsky, despedido e até preso
pela sua recusa em cumprir as ordens superiores de confirmar o assassinato
ritual, conduzindo uma investigação privada, conseguindo chegar aos verdadeiros
assassinos, apresentando aos jurados a versão completa do assassinato,
reforçada com diversas evidências e testemunhos.
Mykola/Nikolay Krasovskiy, antes de 1917 @Wikipédia
Em
março de 1917 Mykola Krasovsky foi nomeado pela Rada Central da Ucrânia como
Comissário-chefe do Departamento de Investigação Criminal da Polícia (Milícia)
de Kyiv, que ele liderou até Junho de 1918. Participou da atividade clandestina
antialemã, foi detido em julho de 1918 e foi condenada pelo tribunal militar alemão
aos 2 anos de prisão. Depois da queda do Estado Ucraniano (Hetmanato) em
dezembro de 1918 foi libertado. A partir de 1919 trabalhou no Ministério do
Interior / dos Assuntos Internos da República Popular da Ucrânia (UNR), depois foi
transferido ao Estado-geral do Exército da UNR, onde desde maio de 1920 encabeçou
o Bureau de informação (serviços de inteligência e da contrainteligência). Após
a queda e ocupação da UNR pelos bolcheviques e evacuação à Polónia, por algum
tempo trabalhou no 2º Departamento (inteligência e contrainteligência) do Estado-maior
do exército da Polónia, em novembro de 1921 voltou ao serviço anterior. O seu destino
posterior é desconhecido.
Condenada
em 1950 sob acusação de “declarações caluniosas sobre alguns membros do governo
soviético”, a jurista Nina Gnevkovskaya notabilizou-se na década de 1970 pela
repressão e perseguições contra os dissidentes soviéticos.
Nascida
em 1926, em Tachkent no Uzbequistão, no momento da sua prisão Nina era estudante do Instituto Jurídico à
Distância da União, filha do general do MGB. Pela decisão da Reunião Especial do
MGB em 29 de julho de 1950 foi condenada aos 7 anos de GULAG. Cumpriu a pena na
cidade russa de Vyatka, trabalhou no campo de concentração como cozinheira. Foi totalmente
reabilitada pelo Conselho Judiciário do Tribunal Supremo da URSS em 20 de
janeiro de 1954. Nos materiais de reabilitação foi indicada a razão real da sua
condenação: “Ao longo de vários anos foi violada/estuprada pelo Lavrenti Béria,
após a perca do interesse por este foi presa”.
Em
agosto de 1968, a investigadora sénior do Gabinete do Procurador de Moscovo/u, a
Conselheira Júnior da Justiça, Nina Gnevkovskaya, foi nomeada para investigar o
caso da “Manifestação
de 25 de Agosto de 1968 ”.. Várias vezes interveio com condenações nos
processos políticos contra os dissidentes na década de 1970, dizia (de acordo
com vários testemunhos), que foi condenada no passado “devido a viatura” do Béria.
Participou, pessoalmente, nas buscas e interrogações de muitos dissidentes e dos
seus parentes, casos doVadim Delaunay e Lyudmila Alekseeva.
Ficou
perdida na história até a década de 2000, quando em 29 de maio de 2001, num programa
da TV russa “1º Canal” (ORT) profere a frase: “Esses chamados defensores dos
direitos humanos não precisam nem de liberdade, nem os direitos humanos. Eles simplesmente
não queriam trabalhar, nem estudar, mas queriam viver à custa dos fundos que lhes
pagavam os países antissoviéticos, Itália, Israel, e outros”.
O
mercado soviético sempre foi caraterizado pela falta gritante de bens mais
elementares do consumo popular. As piores situações se verificavam no ramo do calçado,
roupas, eletrodomésticos e viaturas.
A
tabela demonstra a falta gritante de vários bens do consumo no mercado
soviético (comparação feita entre os “mercados paralelos” das cidades de Tartu
na Estónia e de Moscovo, em janeiro-fevereiro de 1990): uma viatura custava 2-3
vezes acima do seu preço oficial. A máquina soviética de lavar a roupa “Vyatka"
(uma cópia pirata da “Indesit” italiana) oficialmente custava 550 rublos, no
mercado paralelo 2-3 vezes mais.
Os
preços de eletrodomésticos ocidentais eram absolutamente proibitivos, mesmo
assim constituíam o sonho da elite soviética e serviam de uma espécie de status social dos seus detentores.
É
de notar que em 1990 o salário mínimo soviético era de 70 rublos. Salário médio
(na educação e serviços) era de 150 rublos. Um dólar valia 0,59 copeque no
câmbio oficial e 2-3 rublos no câmbio paralelo. Desde 1921 o estado soviético
proibiu aos seus cidadãos todas as operações privadas com as divisas, punindo
os prevaricadores com as penas entre 3 à 15 anos de cadeia efectiva com ou sem o
confisco de bens. Em alguns casos a lei soviética previa a pena da morte pelas
operações com as divisas estrangeiras.
Também
é de mencionar que na Ucrânia os preços poderiam estar 20-30% abaixo dos
praticados em Moscovo. E que os preços altos de Tartu poderiam ser explicados,
parcialmente, pelo nível da vida mais alto na Estónia ainda soviética.
Imagem
original da tabela de preços @Janosh Tadeysh
Ucrânia
lançou um museu virtual dedicado exclusivamente à agressão russa, perpetuada, desde 2014, contra o Estado ucraniano soberano.
O
Ministério dos Negócios Estrangeiros / das Relações Exteriores da Ucrânia,
juntamente com outras instituições estatais/duais, ativamente se juntaram à
criação de um museu virtual de agressão russa. Fatos específicos e evidências
de crimes da Federação da Rússia são agora coletados online e disponíveis em
ucraniano e em inglês.
Ucrânia,
aposta numa ferramenta da guerra da informação, para poder combater a
propaganda e fakes russos através do poder da verdade e dos fa(c)tos. Russos e os
seus simpatizantes gostam de perguntar pelas evidências, zombando da realidade,
afirmando que “eles não estão lá”. Agora um simples link será suficiente para
colocar um ponto em discussões semelhantes.
A
página contém uma ampla variedade de dados objetivos e verificados por
organizações ucranianas e internacionais, em ucraniano e inglês. Em particular:
·evidências testemunhais;
·dados de arquivo;
·fontes históricos orais;
·informações da imprensa/mídia;
·decisões e resoluções de organizações
internacionais;
Em
setembro de 1932, na cidade chinesa de Changai foi oficialmente formada a
organização social “Comunidade ucraniana”, que reunia no seu meio diversos
ucranianos étnicos residentes naquela cidade.
A
permissão para o registo da comunidade foi obtida no Consulado francês, que
geria uma parta da cidade chamada de Concessão francesa, habitada por cerca de
600 mil pessoas, na sua maioria chineses. Mas alguns meses depois, a polícia
francesa anulou a permissão, possivelmente devido ao lobi russo, bastante
influente na parte francesa da cidade. Dessa forma a comunidade ucraniana se
mudou para a parte internacional de Changai, gerida pela Municipalidade
britânica, onde foi inaugurada a nova casa em 26 de Novembro de 1932. Os
ucranianos convidaram para a inauguração os representantes georgianos, dos
povos do Cáucaso, lituanos e tártaros.
A
comunidade ucraniana em Changai tinha os seguintes objetivos: a) defesa dos
interesses culturais e nacionais dos ucranianos; b) preservação da vida sócio cultural
normal da comunidade ucraniana; c) apoio material e moral de compatriotas no
leste da Ásia com a ajuda da palavra impressa ucraniana.
Estima-se
que no início da década de 1930 em Changai viviam cerca de 5.000 ucranianos
étnicos, com diversos graus de consciência nacional e com diversa situação social
e económica.
Em
dezembro de 1937 decorreu o novo registo da “Comunidade ucraniana”, foi
comprado o espaço de chancelaria, escola e grupo teatral. A comunidade possuía um
programa diário regular na rádio local, que era ouvido em Changai e Harbin.
Dois
anos depois, em 31 de Dezembro de 1939 a “Comunidade ucraniana” se transformou
em “Colónia Nacional da Ucrânia” (UNK). Que declarava como o seu objetivo a “assistência
e proteção de ucranianos na China, em particular, na cidade de Changai”. Os
membros da Colónia elegeram o comité representativo, Ukrainian Reprehensive Comittee.
A Colónia admitia membros maiores de 18 anos que deveriam «ser dignos
representantes da ucrainidade em todas as dimensões da vida e apoiar o bom nome
da Colónia Nacional da Ucrânia”. Existia a ala juvenil da UNK, que admitia os
membros com as idades de 14–17 anos. As candidaturas eram votadas pelo
plebiscito geral dos membros da Colónia.
Para
defender e preservar a sua identidade ucraniana, junto às autoridades chinesas
de Changai e no Município da cidade o comité chamado Ukrainian Association in Shanghai.
Durante
os anos da sua existência a Comunidade Ucraniana (mais tarde – Colónia Nacional
da Ucrânia, Comité Representativo Ucraniano, Clube Ucraniano) publicou três
jornais: Comunidade de Changai (1938), A Voz Ucraniana no Extremo Oriente (1941
– 1944) e The Call of the Ukraine (1941 – 1942, em inglês), tinha um programa
na rádio (1941 – 1942), possuía a escola, grupo de teatro, biblioteca. Existia
uma unidade ucraniana no sei do Corpo Voluntário
de Changai(SVC).
Após
o fim da II G.M., o Comité Representativo Ucraniano ficou engajado na evacuação
dos ucranianos da China para EUA e Argentina. Com ajuda da congénere ucraniana
de Buenos-Aires, cerca de 200 vistos foram atribuídos aos ucranianos de Changai.
Como
o fim de ilusões em relação à possibilidade de voltar à Ucrânia livre de
ocupação soviética, a esmagadora maioria dos ucranianos de Changai optou por se
mudar aos países onde já havia grandes comunidades de ucranianos, e, portanto,
a possibilidade de preservar sua própria cultura – no Canadá, EUA ou Austrália.
Assim, o fim da II G.M. e mudanças políticas na China ditaram o fim da presença
ucraniana naquela região (fonte).
O
Instituto da Memória Nacional da Ucrânia divulga as fotos únicas de mulheres
que combateram pela Independência ucraniana nas fileiras do Exército Insurgente
da Ucrânia (UPA) entre 1942 e os meados da década de 1950.
Kateryna Meschko
As
fotos foram apresentadas pela Lesya Bondaruk, a pesquisadora sénior do
Departamento regional Ocidental do Instituto da Memória Nacional da Ucrânia. Em
todas as fotos até hoje só é conhecida a identidade real de duas mulheres: Olha
Kozlovska e Kateryna Meschko (fonte).
A
história incrível de dois cientistas ucranianos que viajavam por quase toda Ucrânia nas décadas
de 1920-30, fotografando o país da ápoca pré-Holodomor e registando as suas obras de arte
perdidas para sempre.
Stefan
Taranushenko e Pavlo Zholtovsky conseguiram retratar o mundo ucraniano, gradualmente
perdido devido as políticas culturais do estado comunista soviético, que
pretendia apagar as memórias culturais e religiosas dos ucranianos. Em 1933, os
cientistas foram presos e condenados, acusados de pertencerem ao “bloco
fascista russo-ucraniano”.
90
anos atrás, dois estudiosos de arte viajaram por quase toda Ucrânia com as suas
câmaras fotográficas, tirando milhares de fotos e desenhos de igrejas e
sinagogas, casas, cidades, aldeias e outros monumentos históricos únicos que
foram posteriormente destruídas pelo regime soviético. Eles também visitaram as
regiões predominantemente ucranianas na província russa de Bryansk. Os
cientistas fizeram isso no ponto de viragem da coletivização – antes do
Holodomor – no final da década de 1920, no início da década de 1930. Uma
incrível história das viagens dos estudiosos permaneceu conhecida apenas entre
os cientistas. Radio Liberdade, se baseando nas fotos originais das
Taranushenko e Zholtovsky, conta como era Ucrânia antes do Holodomor e o que o
país perdeu para sempre.
De
acordo com avaliação do historiador Viktor Vechersky, das mais de 170 igrejas
descritos ou mencionados como existente na década de 1930 no estudo de Stefan
Taranushenko, apenas 16 sobreviveram até os dias de hoje.
No
outono de 1933 Zholtovsky e Taranushenko foram presos num processo fabricado. Na
companhia de outros cerca de 20 museólogos, os cientistas foram acusados de
participar no “bloco fascista russo-ucraniano”. Zholtovsky foi condenado aos 3
anos de GULAG, Taranushenko – aos 5 anos. Entre muitas acusações, este último
foi acusado de organizar as expedições científicas “para intensificar as atividades
da organização contra revolucionárias, na margem direita do rio Dnipro, recrutamento
novos membros na periferia”.
Apenas
após o fim da II G.M. aos cientistas foi permitido retornar à Ucrânia.
Zholtovsky voltou à cidade de Lviv em 1946,e Taranushenko em 1953 – à Kyiv. Ambos
foram politicamente reabilitados em 1958.
No
tempo do pós-guerra Pavlo Zhultovsky tornou-se um dos melhores estudiosos de arte
da Ucrânia: escreveu dezenas de artigos, publicou várias monografias, recebeu
prémios estatais. “Em geral, tudo é amargo e pesado, assim como o feliz, e
bonito na minha vida pessoal, lembrava Zholtovsky, está intimamente ligado aos
monumentos da antiguidade: quando eles eram destruídos - Eu vim junto com
outras figuras da nossa cultura para os campos de concentração: quando terminou
a época misteriosamente chamada de “culto de personalidade”, eu tive a sorte de
voltar ao meu trabalho outra vez, já como um especialista respeitado”. Até o
final da sua vida ele sempre participava nas expedições. Durante uma destas
expedições, com 81 anos de idade ele morreu.
Stefan
Taranushenko publicou em 1976 um estudo fundamental chamado “Arquitetura
monumental de madeira da região [da margem esquerda do rio Dnipro] da Ucrânia”.
No entanto, o texto do seu trabalho foi cortado era ao meio, retirando as informações
sobre as igrejas ucranianas da região de Bryansk, e os textos com as descrições
das igrejas foram muito reduzidos. No mesmo ano, com idade de 86 ele morreu.
Apenas em 2012 e 2014 o seu trabalho foi publicado na versão integral.
De
1939 a 1953, quase um milhão de pessoas foi deportado para o Gulag soviético
dos territórios europeus anexados pela URSS no início da II G. M. e aqueles que
caíram sob a influência soviética após a guerra: alguns para campos de
trabalho, mas a maioria como deportados nas aldeias da Sibéria e da Ásia
Central.
Os prisioneiros do GULAG saem do campos de concentração pela amnistia comunista para ficar à trabalhar na mesma região como deportados forçados
Uma
equipa internacional de pesquisadores reuniu 160 depoimentos destes deportados,
fotografias de suas vidas, documentos de arquivos e filmes privados e públicos.
Muitas dessas testemunhas nunca antes falaram das suas experiências traumáticas
no GULAG comunista.
A luta pela comida entre os prisioneiros do GULAG
Dois prisioneiros moribundos são interrogados pelo comandante do campo
Na
base destas declarações e desses documentos o Museu das Memórias do GULAG convida
você a explorar um capítulo muitíssimo negligenciado da história da Europa (em francês, inglês, polaco e russo).
A página polaca Kresy-Siberia, criada e mantida pelo
Clube Polaco/Polonês de Glasgow apresenta depoimentos em vídeo de mais de 700 sobreviventes
do GULAG soviético e as suas histórias de repressões e da luta pela liberdade. Com
os dados (em inglês e polaco) de mais de 66.000 cidadãos polacos/poloneses, os que sobreviveram e os
que morreram na II G. M.
A série documental “Colapso. Como os ucranianos destruíram o Império do Mal” já pode e deve ser vista online. A série é uma ferramenta de profunda reflexão sobre o passado histórico da Ucrânia nos momentos antecedentes da restauração da sua independência política em 1991.
Os
realizadores tentaram usar a linguagem cinematográfica a mais próxima possível
de todas as gerações: tanto a geração de participantes e testemunhas oculares
dos eventos, quanto aqueles para quem a restauração da Independência da Ucrânia
está tão longe como o Batismo de Kyiv ou a Segunda Guerra Mundial.
Tentou-se
desconstruir os mitos de que “a Independência caiu de bandeja aos ucranianos” e
“a URSS foi destruída pelos americanos”.
Foi
escolhido um nome um tanto irônico, um tanto provocativo, para que todas essas
gerações repensem o processo do colapso da URSS em toda a sua complexidade e
polêmica.
Quem
já viu diz que a obra não ficou nada mal.
Comentem!
Divulgue na blogosfera e nas redes sociais!
1º capítulo. Dia do medo.
2º capítulo. Noite de raiva.
3º capítulo. Sem euforia.
4º capítulo. Default.
5º capítulo. Efeito dominó.
6º capítulo. Independência.
7º capítulo. À beira de uma catástrofe nuclear. Colapso no Natal.
Centro
Memorial do Holocausto “Babyn Yar” divulgou na Ucrânia os primeiros 159 nomes dos
nazis(tas) que matavam os judeus ucranianos na ravina de Babi/Babyn Yar, em
Kyiv. Observa-se
que durante 80 anos, desde a tragédia e apesar da grande quantidade de
evidências coletadas após a II G.M., os criminosos praticamente não foram
condenados.
O
Centro
Memorial Babyn Yar começou a coletar evidências e testemunhos que revelam a
verdade sobre a terrível tragédia. E no 80º aniversário das execuções de Babyn
Yar, lançando a primeira parte de um extenso estudo sobre aqueles que mataram
judeus ucranianos em setembro-outubro de 1941. Então, em apenas dois dias, entre
29 à 30 de Setembro pelo menos 33.771 pessoas foram executados em Babyn Yar.
Embora
os comandantes das unidades nazistas que executaram os assassinatos sejam bem
conhecidos dos historiadores, a nova informação divulgada pelo Centro Memorial descreve
em detalhes as biografias e testemunhos de comandantes e soldados comuns que mataram
judeus, mulheres e crianças., jovens e velhos em Babyn Yar.
Apesar
das confissões, evidências e testemunhos fornecidos na década de 1960 por
alguns militares nazis(tas) que cometeram os assassinatos, apenas uma pequena
parte dos envolvidos foi julgada por seus crimes terríveis. A fim de
identificar todos os que estiveram envolvidos ou tomaram parte direta nas
execuções de judeus em Babyn Yar, o Centro Memorial do Holocausto criou um
grupo de trabalho científico.
Centenas
de soldados e polícias alemães, alem do pessoal das SS estiveram envolvidos em
execuções de Babyn Yar, neste momento o Centro Memorial divulgou a os nomes e
as biografias dos primeiros 159 participantes nos fuzilamentos.
Todos
são alemães ou alemães étnicos (Volksdeutsche) nascidos na Alemanha, no império
russo ou nos outros países sob o domínio do 3º Reich. Tinham entre 20 e 60
anos. Alguns com a formação superior, outros não. Havia entre eles engenheiros
e professores, motoristas e vendedores. Alguns foram casados. A esmagadora
maioria voltou à vida normal após a II G.M. Os soldados que cometeram o
terrível massacre testemunharam nos tribunais alemães e foram considerados
inocentes, com exceção de alguns comandantes e soldados rasos.
“Alguns
mataram, outros tiravam judeus de suas casas e ainda outros levaram seus
pertences e bagagens. Alguns entregavam as armas, enquanto outros serviram
sanduíches, chá e vodca aos assassinos. Todos eles são culpados de crimes em
massa. Qualquer pessoa que estivesse envolvida de alguma forma, direta ou indiretamente,
deveria ser considerada culpada”, disse o padre Patrick Debois, chefe do
Conselho Académico do Centro Memorial do Holocausto Babyn Yar, fundador da
organização Yahad-in Unum.
É
de recordar que no dia 29 de setembro de 2021 assinala-se o 80º aniversário das
execuções em massa em Babyn Yar. Esta tragédia se tornou um dos símbolos mais
terríveis do Holocausto.
Anúncio alemão em russo, ucraniano e elemão ordenando os judeus de Kyiv se apresentar às autoridades alemãs
Durante
dois dias, de 29 a 30 de setembro de 1941, a primeira execução em massa de uma
população civil desarmada foi executada em Kyiv ocupada pelos nazis(tas). Em
geral, de 29 de setembro a 11 de outubro, os nazis(tas) mataram quase toda a
população judia da cidade – mais de 50 mil homens, mulheres e crianças. Só nos
primeiros dois dias de execuções, quase 34.000 pessoas foram mortas. Nos dias 1,
2, 8 e 11 de outubro – foram executadas mais cerca de 17 mil pessoas. No total,
os nazis(tas) executaram em Babyn Yar cerca de 100.000 cidadãos, além de judeus
as vítimas eram ciganos, nacionalistas ucranianos pertencentes ao OUN-M, prisioneiros
soviéticos do RKKA, doentes do hospital psiquiátrico, entre outros.