terça-feira, novembro 16, 2021

O uso de crianças e mulheres na fronteira da União Europeia

O uso de crianças e mulheres na fronteira polaca/polonesa-bielorrussa lembrou a passagem do livro do comunista ucraniano-canadense John Hladun “Eles me ensinaram a traição” (“They taught me treason”, Toronto, 1947). Membro do partido comunista do Canadá, Hladun estudou em 1930 as técnicas subversivas na Universidade Internacional “Lenine” em Moscovo/u. Pela mesma universidade passaram Ho Chi Minh, Broz Tito, Wladyslaw Gomulka, e muitas outras figuras comunistas.
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Foi o que ele escreveu: “Disseram-nos que as greves e manifestações devem ser consideradas como operações militares e devem ser conduzidas nessa base. Devemos cuidar de organizar a opinião pública ao nosso favor, e especialmente em ganhar simpatia na polícia e nas Forças Armadas. Na luta contra a polícia, nunca devemos temer usar mulheres e crianças como nossos escudos. Recebemos relatos sobre greves e manifestações em diferentes países europeus, onde havia confrontos com polícia ou milícia. Com base nesses relatórios, analisamos ao pormenor os sucessos e erros táticos dos Partidos Comunistas [...] Nós terminamos a nossa formação em Trabalho Organizativo através de manobras táticas em que seguimos greves, demonstrações, lutas de rua e até mesmo uma longa caminhada até o alvo pretendido. Cerca de 300 estudantes agiram como trabalhadores de combate, alguns destacamentos de GPU faziam o papel de exército e da polícia. Os oficiais do Exército Vermelho eram juízes”. 

Jovens comunistas foram ensinados como fabricar as bombas, aos segredos de espionagem. Mas as pessoas com cérebros no lugar, em Moscovo/u começaram a sentir a dissonância cognitiva entre aquilo que foram ensinadas e da situação real em que o proletariado vivia na URSS. “Cheguei a Moscovo/u cheio de sede para fortalecer minha fé em um novo paraíso do homem, vê-lo com os meus próprios olhos. Agora me disseram grosseiramente que há coisas que os meus olhos não deveriam ver. E apenas pela precaução, caso os meus olhos vejam algo que não confirma os dogmas que eu fui ensinado, eu não tenho que acreditar aos m meus próprios olhos”. 

John (Ivan) Hladun (1902  – 11.04.1991) tornou-se anticomunista e entre 1928 à 1933 cooperou com os serviços especiais do Canadá, que tentavam reduzir a influência destrutiva dos comunistas aos trabalhadores canadenses, que recebiam o papel da carne de canhão n / boi de piranha na derrubada do governo capitalista.

John (Ivan) Hladun

Hoje estamos ver um ataque contra a União Europeia, uma crise pensada para causar as contradições entre os aliados. Famílias dos migrantes são jogadas contra o arame farpado, cerca de dez pessoas morreram. Prática absolutamente odiosa. Quase cem anos depois, obviamente, as táticas dos serviços especiais russos não mudaram, talvez fossem afiadas, às escalas, igualmente globais. Mas que propósito, então antes era a “ditadura do proletariado”, e agora a ditadura do crime? Talvez esta crise seja um lembrete de que Ucrânia não pode continuar ser uma zona tampão e não deve ser deixada fora da UE e da NATO/OTAN, pois, caso contrário, continuará ser usada como trampolim para futuras práticas subversivas do país vizinho.

2 comentários:

Anónimo disse...

A estratégia do Stalin era fazer com que a Europa lutasse entre si para depois desferir um golpe fatal. Hoje, a Erefii quer que a Polônia e a Ucrânia lutem entre si, para depois ocupar o leste ucraniano.

Só mudou a coleira, o urso é o mesmo.

Anónimo disse...

Por falar em Stalin estava lendo sobre os principais líderes bolcheviques da Guerra Civil Finlandesa: a maioria foi fuzilada (Kullervo Manner, Haapalainen, Eino Rahja, Evert Eloranta, Lehtimaki, Svechnikov). Todo mundo é stalinista até ser preso e fuzilado.