sexta-feira, outubro 08, 2021

Divulgados os nomes dos 159 nazis que fuzilavam os judeus em Babi Yar

Centro Memorial do Holocausto “Babyn Yar” divulgou na Ucrânia os primeiros 159 nomes dos nazis(tas) que matavam os judeus ucranianos na ravina de Babi/Babyn Yar, em Kyiv. Observa-se que durante 80 anos, desde a tragédia e apesar da grande quantidade de evidências coletadas após a II G.M., os criminosos praticamente não foram condenados. 

O Centro Memorial Babyn Yar começou a coletar evidências e testemunhos que revelam a verdade sobre a terrível tragédia. E no 80º aniversário das execuções de Babyn Yar, lançando a primeira parte de um extenso estudo sobre aqueles que mataram judeus ucranianos em setembro-outubro de 1941. Então, em apenas dois dias, entre 29 à 30 de Setembro pelo menos 33.771 pessoas foram executados em Babyn Yar. 

Embora os comandantes das unidades nazistas que executaram os assassinatos sejam bem conhecidos dos historiadores, a nova informação divulgada pelo Centro Memorial descreve em detalhes as biografias e testemunhos de comandantes e soldados comuns que mataram judeus, mulheres e crianças., jovens e velhos em Babyn Yar. 

Apesar das confissões, evidências e testemunhos fornecidos na década de 1960 por alguns militares nazis(tas) que cometeram os assassinatos, apenas uma pequena parte dos envolvidos foi julgada por seus crimes terríveis. A fim de identificar todos os que estiveram envolvidos ou tomaram parte direta nas execuções de judeus em Babyn Yar, o Centro Memorial do Holocausto criou um grupo de trabalho científico. 

Centenas de soldados e polícias alemães, alem do pessoal das SS estiveram envolvidos em execuções de Babyn Yar, neste momento o Centro Memorial divulgou a os nomes e as biografias dos primeiros 159 participantes nos fuzilamentos. 

Todos são alemães ou alemães étnicos (Volksdeutsche) nascidos na Alemanha, no império russo ou nos outros países sob o domínio do 3º Reich. Tinham entre 20 e 60 anos. Alguns com a formação superior, outros não. Havia entre eles engenheiros e professores, motoristas e vendedores. Alguns foram casados. A esmagadora maioria voltou à vida normal após a II G.M. Os soldados que cometeram o terrível massacre testemunharam nos tribunais alemães e foram considerados inocentes, com exceção de alguns comandantes e soldados rasos. 

“Alguns mataram, outros tiravam judeus de suas casas e ainda outros levaram seus pertences e bagagens. Alguns entregavam as armas, enquanto outros serviram sanduíches, chá e vodca aos assassinos. Todos eles são culpados de crimes em massa. Qualquer pessoa que estivesse envolvida de alguma forma, direta ou indiretamente, deveria ser considerada culpada”, disse o padre Patrick Debois, chefe do Conselho Académico do Centro Memorial do Holocausto Babyn Yar, fundador da organização Yahad-in Unum. 

É de recordar que no dia 29 de setembro de 2021 assinala-se o 80º aniversário das execuções em massa em Babyn Yar. Esta tragédia se tornou um dos símbolos mais terríveis do Holocausto. 

Anúncio alemão em russo, ucraniano e elemão ordenando os judeus
de Kyiv se apresentar às autoridades alemãs

Durante dois dias, de 29 a 30 de setembro de 1941, a primeira execução em massa de uma população civil desarmada foi executada em Kyiv ocupada pelos nazis(tas). Em geral, de 29 de setembro a 11 de outubro, os nazis(tas) mataram quase toda a população judia da cidade – mais de 50 mil homens, mulheres e crianças. Só nos primeiros dois dias de execuções, quase 34.000 pessoas foram mortas. Nos dias 1, 2, 8 e 11 de outubro – foram executadas mais cerca de 17 mil pessoas. No total, os nazis(tas) executaram em Babyn Yar cerca de 100.000 cidadãos, além de judeus as vítimas eram ciganos, nacionalistas ucranianos pertencentes ao OUN-M, prisioneiros soviéticos do RKKA, doentes do hospital psiquiátrico, entre outros.

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