sábado, novembro 20, 2021

Bailarinas e cantoras ucranianas no GULAG soviético


Entre 1946 à 1953 foram presas na Romênia pelo NKGB soviético várias bailarinas e cantoras do Teatro de Ópera de Odessa. Geralmente eram condenadas aos 25 anos de GULAG sob acusação de “traição da pátria”. 

Estamos falando de meninas que trabalharam no Teatro de Ópera de Odessa ou cantavam em outras instituições semelhantes durante a II G.M., quando a cidade ucraniana de Odessa estava parcialmente ocupada pelo exército da Romênia. Após a saída da Romênia do Eixo e do fim da ocupação, as meninas deixaram a cidade e a União Soviética, mudando-se para a terra dos seus maridos. Os arquivos da secreta ucraniana SBU têm pelo menos 21 destes casos. Uma estória que será transformada num estudo histórico e eventualmente no roteiro de um filme. 

Sem condenar e nem justificar, muito menos fazer conclusões precipitadas ou vulgares devemos concordar: o mundo do teatro e cinema sempre atrai atenção especial dos homens e a concentração de beleza feminina está lá sempre muito alta. Ao longo da história os militares e os invasores davam muita atenção às atrizes. Mesma coisa se passou com as meninas de Odessa que chamavam atenção especial de patronos influentes. Mas geralmente os seus noivos eram simples jovens oficiais ou funcionários romenos. Eles sabiam namorar, alimentavam, tratavam bem e protegiam as suas namoradas. A grande maioria dos namoros terminou em casamentos oficiais na Romênia, depois de deixar a Odessa. 

Em 1944 a Romênia saiu do Eixo e se aliou à coligação/coalizão anti-Hitler, automaticamente os romenos tornaram-se aliados e começaram a construir o socialismo romeno. E suas esposas dançavam nos palcos romenos e até mesmo perante os militares soviéticos. 

Logo após o fim da II G.M. o NKGB soviético começou a perseguição das bailarinas. Todas elas eram acusadas ao abrigo da 1ª parte do Artigo 58º do Código Penal da Rússia Soviética – “traição à pátria”. Eram acusadas de deixar a URSS de forma “arbitral”. Num dos interrogatórios essa acusação é formulada dessa forma: 

Investigador: – Por que você deixou a URSS?

M: – Eu saí com o meu marido.

I: – Não temos-lhe questões a colocar. Eu a pergunto, porque você saiu?

M: – Eu o amo e, portanto, fui com ele.

I: – Você traiu a URSS, e deixou o seu país de uma forma voluntariosa... 

Após uma “investigação” curta todas as meninas recebiam quase sempre a pena máxima de 25 anos de GULAG, mais 5 de perca dos direitos cívicos. Muito raramente moças eram condenadas aos 10 anos. Logo após a morte do ditador comunista Estaline/Stalin todas elas foram amnistiadas. Mais tarde todas foram reabilitadas “devido a ausência do teor do crime”. 

Fonte 

Blogueiro: apesar de existirem as perseguições semelhantes contra as mulheres francesas ou norueguesas, este caso é notável pela perseguição extraterritorial, perseguição num país socialista e também são notáveis as penas muito pesadas aplicadas as mulheres, unicamente por deixarem o país sem a permissão expressa do Estado soviético omnipresente.

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