A permissão para o registo da comunidade foi obtida no Consulado francês, que geria uma parta da cidade chamada de Concessão francesa, habitada por cerca de 600 mil pessoas, na sua maioria chineses. Mas alguns meses depois, a polícia francesa anulou a permissão, possivelmente devido ao lobi russo, bastante influente na parte francesa da cidade. Dessa forma a comunidade ucraniana se mudou para a parte internacional de Changai, gerida pela Municipalidade britânica, onde foi inaugurada a nova casa em 26 de Novembro de 1932. Os ucranianos convidaram para a inauguração os representantes georgianos, dos povos do Cáucaso, lituanos e tártaros.
A comunidade ucraniana em Changai tinha os seguintes objetivos: a) defesa dos interesses culturais e nacionais dos ucranianos; b) preservação da vida sócio cultural normal da comunidade ucraniana; c) apoio material e moral de compatriotas no leste da Ásia com a ajuda da palavra impressa ucraniana.
Estima-se que no início da década de 1930 em Changai viviam cerca de 5.000 ucranianos étnicos, com diversos graus de consciência nacional e com diversa situação social e económica.
Em dezembro de 1937 decorreu o novo registo da “Comunidade ucraniana”, foi comprado o espaço de chancelaria, escola e grupo teatral. A comunidade possuía um programa diário regular na rádio local, que era ouvido em Changai e Harbin.
Dois anos depois, em 31 de Dezembro de 1939 a “Comunidade ucraniana” se transformou em “Colónia Nacional da Ucrânia” (UNK). Que declarava como o seu objetivo a “assistência e proteção de ucranianos na China, em particular, na cidade de Changai”. Os membros da Colónia elegeram o comité representativo, Ukrainian Reprehensive Comittee. A Colónia admitia membros maiores de 18 anos que deveriam «ser dignos representantes da ucrainidade em todas as dimensões da vida e apoiar o bom nome da Colónia Nacional da Ucrânia”. Existia a ala juvenil da UNK, que admitia os membros com as idades de 14–17 anos. As candidaturas eram votadas pelo plebiscito geral dos membros da Colónia.
Para defender e preservar a sua identidade ucraniana, junto às autoridades chinesas de Changai e no Município da cidade o comité chamado Ukrainian Association in Shanghai.
Durante os anos da sua existência a Comunidade Ucraniana (mais tarde – Colónia Nacional da Ucrânia, Comité Representativo Ucraniano, Clube Ucraniano) publicou três jornais: Comunidade de Changai (1938), A Voz Ucraniana no Extremo Oriente (1941 – 1944) e The Call of the Ukraine (1941 – 1942, em inglês), tinha um programa na rádio (1941 – 1942), possuía a escola, grupo de teatro, biblioteca. Existia uma unidade ucraniana no sei do Corpo Voluntário de Changai (SVC).
Após o fim da II G.M., o Comité Representativo Ucraniano ficou engajado na evacuação dos ucranianos da China para EUA e Argentina. Com ajuda da congénere ucraniana de Buenos-Aires, cerca de 200 vistos foram atribuídos aos ucranianos de Changai.
Como
o fim de ilusões em relação à possibilidade de voltar à Ucrânia livre de
ocupação soviética, a esmagadora maioria dos ucranianos de Changai optou por se
mudar aos países onde já havia grandes comunidades de ucranianos, e, portanto,
a possibilidade de preservar sua própria cultura – no Canadá, EUA ou Austrália.
Assim, o fim da II G.M. e mudanças políticas na China ditaram o fim da presença
ucraniana naquela região (fonte).
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