O
mercado soviético sempre foi caraterizado pela falta gritante de bens mais
elementares do consumo popular. As piores situações se verificavam no ramo do calçado,
roupas, eletrodomésticos e viaturas.
A
tabela demonstra a falta gritante de vários bens do consumo no mercado
soviético (comparação feita entre os “mercados paralelos” das cidades de Tartu
na Estónia e de Moscovo, em janeiro-fevereiro de 1990): uma viatura custava 2-3
vezes acima do seu preço oficial. A máquina soviética de lavar a roupa “Vyatka"
(uma cópia pirata da “Indesit” italiana) oficialmente custava 550 rublos, no
mercado paralelo 2-3 vezes mais.
Os preços de eletrodomésticos ocidentais eram absolutamente proibitivos, mesmo assim constituíam o sonho da elite soviética e serviam de uma espécie de status social dos seus detentores.
É de notar que em 1990 o salário mínimo soviético era de 70 rublos. Salário médio (na educação e serviços) era de 150 rublos. Um dólar valia 0,59 copeque no câmbio oficial e 2-3 rublos no câmbio paralelo. Desde 1921 o estado soviético proibiu aos seus cidadãos todas as operações privadas com as divisas, punindo os prevaricadores com as penas entre 3 à 15 anos de cadeia efectiva com ou sem o confisco de bens. Em alguns casos a lei soviética previa a pena da morte pelas operações com as divisas estrangeiras.
Também é de mencionar que na Ucrânia os preços poderiam estar 20-30% abaixo dos praticados em Moscovo. E que os preços altos de Tartu poderiam ser explicados, parcialmente, pelo nível da vida mais alto na Estónia ainda soviética.
Imagem original da tabela de preços @Janosh Tadeysh
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