Na
sequência da fome russa
de 1921, uma das consequências diretas de políticas soviéticas do “comunismo
de guerra”, o programa americano American
Relief Administration (ARA), alimentava diariamente até 10,5 milhões de
pessoas. As operações foram encerradas em junho de 1923 após se descobrir que a
Rússia soviética renovou a exportação de grãos.
Fome russa de 1921 | foto @kpbs.org |
O
programa ARA foi formado pelo Congresso dos Estados Unidos em 24 de fevereiro
de 1919, com um orçamento de 100 milhões de dólares. Seu orçamento foi
impulsionado por doações privadas, o que resultou em mais 100 milhões de
dólares. Na sequência imediata da I Guerra Mundial, ARA entregou mais de quatro
milhões de toneladas de material de socorro aos 23 países europeus devastados
pela guerra.
Cartaz do ARA na Rússia: Dadiva do povo americano fonte @Hoosier State Chronicles |
No
auge das suas operações, ARA empregava 300 funcionários americanos, mais de 120
mil russos e alimentava diariamente 10,5 milhões de pessoas. Suas operações na
Rússia soviética foram encabeçadas pelo coronel William N. Haskell. A Divisão
Médica da ARA funcionou de novembro de 1921 à junho de 1923 e ajudou a superar
a epidemia do tifo que devastava a Rússia. As operações de alívio de fome da
ARA funcionaram paralelamente com operações de alívio de meninositas, judeus e quaker,
de ambito menor.
foto @arquivo |
«O
portador deste cupão alimentou o pequeno órfão faminto da Rússia soviética por
um dia», EUA, 1923
Faça click para ler mais |
O
epicentro da fome russa de grandes proporções de 1921 na região de Volga estava
na cidade de Buzuluk, que recebeu o grosso modo da ajuda estrangeira –
principalmente dos quakers britânicos e americanos. Ao pedido e com a permissão
das autirdades soviéticas, eles começaram o programa, de larga escala, de
fornecimento dos alimentos às populações carenciadas da cidade e das outras
localidades do distrito de Buzuluk (ler mais: A
grande fome russa e ajuda anglo-americana).
No entanto, não foi a
primeira vez que os norte-americanos salvavam os russos da fome. Basta recordar
a grande fome russa de 1891-92 que ceifou as vidas de cerca de 400.000
camponeses russos. O número das vítimas poderia ser muito maior se não fosse a
ajuda e empenho da sociedade civil norte-americana, desde filantropos famosos
até os populares anónimos (ler mais: A
história proibida da grande fome russa: a preciosa ajuda americana).
O
movimento de solidariedade americana foi retratado em dois quadros do famoso pintor
russo de origem arménia e ucraniana, Ivan Aivazovskii,
esquecidos e ignorados na Rússia atual. Ambos são dedicados à época em que os
EUA e dos americanos salvaram milhares de camponeses russos da morte certa, a
morte que poderia ser evitada pelo seu próprio governo, mas não foi. A morte
que foi impedida exatamente pelos cidadãos norte-americanos, considerados, por muitos
russos, como os seus “inimigos № 1”.
Intervenção
militar americana na Rússia soviética em 1918-1920
Força Expedicionária Americana “Sibéria”, cidade de Vladibostok, agosto de 1919 foto @Wikipédia |
Os historiadores e
ativistas conotados com a esquerda, costumam apontar o facto de que os EUA interviram
militarmente na Rússia soviética, no decorrer da sua guerra civil em 1918-1920.
No entanto, é omitido o facto de que a Força Expedicionária Americana “Sibéria”
(American
Expeditionary Force Siberia) e Expedição “Urso Polar” (Polar Bear Expedition),
pratiamente não participaram em combates. O general americano William S. Graves,
que comandava os 7.950 homens da AEF “Siberia” chegou ser acusado pelas forças
anticomunistas russas de favorecer os insurgentes bolcheviques, que atuavam
absolutamente livremente nas áreas de sua responsabilidade, controladas pelas forças
americanas.
339ª unidade de infantaria da Força Expedicionária americana no norte da Rússia (Archangelsk) foto @PrintScrean YouTube |
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