Nessa
foto podemos ver os três engenheiros mergulhadores de Chornobyl, que heroicamente
morrem no segundo episódio da minissérie Chernobyl
de HBO. Na realidade, todos eles sobreviveram, apenas um deles, Boris Baranov,
morreu, mas só em 2005.
Dois
outros, Oleksiy Ananenko e Valery Bespalov vivem na Ucrânia e trabalham na indústria
atómica ucraniana, Bespalov
trabalha, salvo erro, na estação nuclear de Chornobyl, recentemente, ambos foram condecorados
pelo Presidente Petró Poroshenko. Bespalov
estava adoentado, e não foi presente, mas Ananenko recebeu a condecoração
pessoalmente. Um homem bastante vivaço, embora anda com uma bengala.
Petró Poroshenko condecora Oleksiy Ananenko, 2018 | foto: Obozrevatel |
O fa(c)to de os «mergulhadores de Chornobyl» sobreviveram, não incomodou, nem tão pouco, os autores da lenda, que reza que todos eles morreram uma semana após acidente (26/04/1986) e foram
sepultados em Moscovo, em caixões, ora de zinco, ora de chumbo. Na página da Administração estatal de Kyiv até hoje está publicada a petição que descreve estes mesmos caixões imaginários e propõe chamar uma rua de Kyiv em memória
dos mergulhadores heróicos. As
pessoas não querem saber dos fa(c)tos e adoram os heróis.
Os heróis devem ser lembrados e honrados em vida, a sua morte heróica não é necessária para serem considerados heróis (fonte).
Alguns
dias após o acidente, descobriu-se que o núcleo do IV reator de Chornobyl ainda
está derretendo. Debaixo de cerca 185 toneladas de material nuclear fundido, se
situava um reservatório com mais de 90 milhões de litros de água. Nesse caso,
se o núcleo tivesse tocado o líquido, teria havido uma poderosa explosão de
vapor radioativo, que poderia ter contaminado toda a Europa.
Imagem da minissérie Chernobyl de HBO |
Engenheiros
ucranianos imediatamente desenvolveram um plano – foi decidido enviar três
mergulhadores através das câmaras inundadas de IV reator, e quando estes chegarem
ao ponto de calor, deveriam encontrar um par de escotilhas, abrindo-as, para esvaziar
completamente água, enquanto o líquido ainda não fosse afetado pelo núcleo do
reator.
Monumento aos Baranov, Bespalov e Ananenko em Chornobyl: “Aos que salvaram o mundo” foto: Obozrevatel |
Baranov,
Bespalov e Ananenko se voluntariaram. Um deles segurava a lâmpada especial
debaixo da água e outros dois abriam as escotilhas. Não sem dificuldade, mas eles
conseguiram esvaziar o reservatório mortal.
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