Cansado
de contemplar a paisagem da sua aldeia natal, o cidadão russo Vasili
Kusakin (1976) decidiu viajar para Ucrânia para matar os ucranianos.
Capturado, julgado e condenado aos 8 anos da cadeia, agora escreve cartas ao
Putin, que, naturalmente, são ignoradas, segundo a velha máxima russa: “filho, nós não
te mandamos para lá”.
A
riquíssima, em termos de diamantes, gás e petróleo, região russa da Iacútia. Absolutamente
miserável, em termos de qualidade de vida, vila de Kysyl-Syr.
Um fervoroso fã de Putin, Zhirinovsky e do canal Russia Today, Vasya Kusakin
foi graduado no Colégio Politécnico de Tomsk, na especialidade “Operador de
produção de petróleo e gás”, no entanto, não desejou de trabalhar na empresa petrolífera,
que emprega a maior parte dos habitantes de Kysyl-Syr.
Com
início da guerra russo-ucraniana em 2014, e graças à propaganda constante na TV
e nas redes sociais russas, Kusakin ficou preocupadíssimo com a situação dos
cidadãos ucranianos de origem étnica russa, que viviam pacificamente na Ucrânia. Ao ponto de ficar
possuído, de uma forma ardente, pelo forte desejo de matar os “ukros”, ou seja,
os ucranianos.
Deixando
por trás a ex-esposa e três filhos, a mais nova – a menina de apenas 8 anos, ele
viajou até Ucrânia, onde participou nas diversas atividades mercenárias,
inserido nas unidades ilegais armadas, recebendo o seu salário, 20.000 rublos russos
(cerca de 307 dólares americanos). Capturado pelas forças ucranianas na vila de
Shyrokyne (região de Donetsk), com as armas nas mãos e julgado em 2017, Vasili foi
condenado aos 8 anos da prisão efetiva, que está cumprir na cadeia
operativa № 4 da cidade de Dnipro (a mesma, onde está preso Rafael
Lusvarghi).
Em
fevereiro de 2019, Kusakin escreveu ao Putin, implorando o líder russo de o
trocar por qualquer um dos POW´s ucranianos presos na Rússia, o pedido que não
mereceu qualquer resposta do presidente de seu país. Uma carta semelhante foi
escrita por 21 outros cidadãos e mercenários russos, de cerca 36 atualmente presos
na Ucrânia...
Ler a história completa do Vasya Kusakin |
Evdokia
Kusakina, a mãe, conta que o seu filho diz estar muito arrependido, e que pede
perdão a todos, especialmente aos ucranianos. Na prisão ucraniana Kusakin trabalha
como soldador na central de aquecimento. Sonha de ficar mais tempo na cadeia operativa
(onde cada dia é contado por dois, segundo a “lei Savchenko”). Este cidadão e
bom trabaiador, com as “mãos de ouro”, foi para Ucrânia para matar os
ucranianos por uma simples razão:
—
Porque é estúpido! Pediu um empréstimo no banco, queria ganhar dinheiro mais
rapidamente e saldar [o empréstimo]. É jovem, estúpido, explica a sua mãe.
A distância entre Kysyl-Syr e Shyrokyne, onde Kusakin foi
capturado, é de 9. 388 km, se viajar pela estrada, mas se voar, a tudo fica muito mais próximo – cerca de 6.000 km...
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