O
jornalista russo Yuriy Dud´h apresentou recentemente o seu novo filme documental,
chamado “Kolyma – pátria do nosso medo”. O filme é dedicado à região de Kolyma,
um dos muitos locais onde se situava o famigerado arquipélago GULAG – o sistema dos campos de
concentração soviéticos.
O
filme é bastante comprido, 2h17, mas é bem feito: a história das repressões comunistas
é vista através das histórias pessoais daqueles, que foram atingidos pelas repressões
estalinistas em massa. Além disso, o filme mostra uma região bonita e as
pessoas que ainda hoje lá vivem e trabalham.
Em
2019, a taxa de aprovação do Estaline/Stalin chegou na Rússia aos 70%. Os seus
apoiantes, geralmente, acreditam em explicações bastante infantis para aceitarem
os crimes de estalinismo: “apenas os culpados eram presos”, “sem trabalho
escravo o país [União Soviética] não teria o dinheiro”, “Estaline/Stalin nada
sabia sobre as repressões e fuzilamentos”, “exageros locais”, “os números são
influenciados pelos democratas”, “Estaline/Stalin ganhou a guerra [II G.M.], o
resto não conta”, etc.
Questão
ucraniana
No
filme aparecem os infográficos sobre os prisioneiros do GULAG, mas a questão
não é comentada, nem discutida – no entanto, em 1949, ucranianos perfaziam 48% dos
prisioneiros do GULAG, em 1953 este percentual aumentou para 53%.
Entre
1951 e 1953 praticamente desaparecem os prisioneiros com mais de 45 anos de
idade, muito possivelmente, morrem, não aguentando o trabalho semi-escravo nas
fábricas e minas. No entanto, a percentagem de ucranianos presos com idades de até
25 anos aumenta significativamente – até 10% em apenas 2 anos.
Além disso, são pessoas
que no fim da II G.M., tinham no máximo 17 anos em 1945, ou seja, não participaram
na guerra. Esta percentagem indica um aumento significativo da resistência ao
sistema soviético no território da Ucrânia entre os jovens precisamente no
período pós-guerra (fonte).
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