As fotografias mostram como a cidade ucraniana de Pripyat,
fundada em 4 de Fevereiro de 1970, era movimentada, desenvolvida e envolta em omnipresente
propaganda visual comunista. Pelo menos até o dia 26 de abril de 1986.
por: Marta Gonçalves Miranda, MAGG.pt
Já bateu “Breaking Bad“, “Vikings” e até “A Guerra dos
Tronos“. “Chernobyl” é a mais recente aposta da HBO e, com 9,7 em 10 no IMDb,
conta a história do desastre nuclear que atingiu a então Ucrânia Soviética. Do
enredo aos atores, a série documental criada por Craig Mazin está a ser um
sucesso entre críticos e audiência.
Prometeu com "átomo pacífico" nas suas mãos... |
"Glória ao PCUS" (edifício no primeiro plano) | "Paz ao Mundo" (prédio mais atrás) |
Um dos maiores elogios prende-se com a tentativa de
recriar o acidente da forma mais fidedigna possível. E, de facto, é como se de
repente estivéssemos na noite de 26 abril de 1986, quando a explosão do reator
4 da central nuclear de Chornobyl libertou uma quantidade de radiação
correspondente às 400 bombas atómicas de Hiroshima.
As promessas locais do 11º plano quinquenal |
Até hoje, ninguém sabe ao certo quantas pessoas foram (e
ainda serão) afetadas pelo desastre. De que forma é que a fauna e flora poderá
nunca mais ser a mesma, ou quando é que a zona de exclusão da central, neste
momento nos 30 quilómetros, poderá terminar. Tudo o que as imagens atuais nos
mostram é uma região abandonada, cujo silêncio é ocasionalmente interrompido
pelas excursões turísticas que invadem o local.
"URSS. Paz ao Mundo", ano 1977, daqui à dois anos a URSS invade o Afeganistão |
Porém, antes do acidente que obrigou à evacuação de 48
mil pessoas (47.500 de acordo com o último censo antes do desastre, para sermos
mais preciso), Pripyat era uma cidade cheia de vida. Uma vez que foi fundada
para receber os trabalhadores da central nuclear de Chornobyl, localizada a
apenas dois quilómetros da cidade, a população era muito jovem — a média era de
apenas 26 anos.
Mercearia soviética "Carne Peixe Legumes" |
Prometeu com "átomo pacífico" nas suas mãos... |
Os casamentos eram frequentes, recordaram mais tarde os
moradores. Tanto que estava a ser construído um salão para recém-casados, um
projeto que nunca chegou a ser concluído devido ao acidente. Segundo as
estatísticas da época, o crescimento populacional de Pripyat era de cerca de 15
mil pessoas, das quais cerca de 800 eram bebés nascidos na cidade.
O bairro em construção já conta com a propaganda visual comunista |
Recorde Pripyat antes do
desastre nuclear que mudaria a sua história para sempre. As imagens pertencem a
arquivos públicos e pessoais, e foram cedidas ao site dedicado à cidade, Pripyat City.
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