segunda-feira, outubro 31, 2011

Morreu Oleh Vitovych


No dia 24 de Outubro, morreu o político ucraniano, deputado da câmara municipal de Lviv (1990 – 1994) e do parlamento ucraniano (1994 – 1998), um dos fundadores da SNUM (1989 – 1991) e da UNA-UNSO, Oleh Vitovych.из основателей УНА-УНСО Олег Витович

No verão último, ele sofreu uma queda durante os jogos desportivos, onde facturou duas costelas, chegando perfurar um dos pulmões. A nova crise aconteceu em sua casa, Oleh conseguiu telefonar para as emergências médicas, mas a ambulância não chegou ao tempo”, – contou um dos seus companheiros, Ihor Mazur. 

Oleh Vitovych participou na guerra da Transnístria (contra Moldova) e da Abecásia (ao lado georgiano), desde 1999 estava desligado da vida política activa. 

O político tinha apenas 44 anos, deixa a viúva e uma filha. 

No dia 27 em Kyiv foi organizada a cerimónia solene em sua memória e no dia 28 de Outubro Oleh Vitovych foi sepultado no cemitério de Lychakiv em Lviv, segundo o testamento em que pede ficar ao lado dos militantes da UNA-UNSO que tombaram na Abecásia. A cerimónia do enterro foi bastante concorrida pelos moradores de Lviv, nela também estava presente Yuri Shukhevych, o líder histórico da UNA-UNSO e filho do comandante do UPA, general Roman Shukhevych. 

Fonte:   
http://una-unso.in.ua/?p=16690#more-16690


Bónus

Ensaio do Oleh Vitovych Amei e odiei Ucrânia ao mesmo tempo (Outubro de 2010)

domingo, outubro 30, 2011

Os vilões ucranianos de Hollywood

Por alguma razão politicamente incorrecta, Hollywood tem um gosto especial para atribuir os apelidos ucranianos aos inúmeros vilões e vilãs das suas diversas produções. É bastante difícil de acreditar que os vilões supostamente russos recebem os apelidos que terminam em –enko, –yenko, apenas pela “coincidência” ou porque os criativos “não sabem” distinguir as diversas origens étnicas. 

Vejamos apenas alguns exemplos aleatórios:  

No filme Iron Man 2 (2010), o super-vilão Ivan Vanko (Mickey Rourke), é o Chicote Negro que pretende destruir o Homem de Ferro. Apesar de possuir o apelido aparentemente ucraniano, no filme Ivan Vanko é filho de um cientista russo e na BD o seu pai era arménio. Curiosamente, o grupo dos vilões soviéticos Crimson Dynamo era composto na BD por 13 personagens (Boris Turgenev, Dmitri Bukharin, Gennady Gavrilov, etc.), apenas um deles teve o apelido “ucraniano” e apenas esta personagem foi repescada para servir de vilão no filme... 

Na série Alias” (Vingadora), a mãe e a tia da heroína principal, Sydney Bristow (actriz Jennifer Garner), são agentes do KGB e as personagens globalmente negativas que se chamam Irina Derevko (Lena Olin) e Katya Derevko (Isabella Rossellini). 

No filme “Death Race” (Corrida Mortal), um dos vilões tem o apelido Pachenko (Max Ryan), curiosamente, o filme é dirigido pelo realizador Paul Anderson, actual marido da ucraniana Milla Jovovich. É de notar que no original do remake, filme “Death Race 2000” (Corrida da Morte – Ano 2000), estrelado por David Carradine e Sylvester Stallone em 1975 não existiu nenhuma personagem com o apelido ucraniano. 

No filme “Crimson Tide” (Maré Vermelha), uma rebelião armada na Rússia comandada pelo ultra-nacionalista russo chamado Vladimir Radchenko (Daniel von Bargen), toma de assalto o arsenal nuclear para atacar os EUA. 

No filme “Santo”, o poder na Rússia está prestes a cair nas mãos do ultra-nacionalista russo Ivan Tretiak (Rade Serbedzija), outro mau da fita é o seu filho Ilya Tretiak (Valeri Nikolaev). 

Alem disso, várias vezes vemos nos filmes de Hollywood os vilões do KGB (ou as personagens soviéticas negativas, em geral), com os apelidos que acabam em –ko ou –enko, por exemplo Stas Siyanko (Oleg Shtefanko) no filme The Good Shepherd (O Bom Pastor). Claro que na vida real KGB teve vários operativos de origem ucraniana, mas não se percebe porque nas telas não aparecem os camaradas –in ou –ev.

sexta-feira, outubro 28, 2011

A URSS que Humanidade perdeu…


Como é sabido, a URSS estava “em frente de todo o planeta” não apenas no domínio do ballet e cosmos. Na década de 1980, a União Soviética também superava Ocidente em diversas áreas da vida quotidiana da sociedade.

1. A URSS era um dos líderes mundiais em número dos assassinatos (por 100.000 habitantes)
Em 1980, a URSS ocupava o 5° lugar no mundo em número dos assassinatos, superado apenas por países como Colômbia, que naquela década estava na auge da guerra contra o narcotráfico. A prevalência dos assassinatos na República Socialista Federativa Soviética da Rússia (RSFSR) era maior do que a média soviética. Se em 1970 na RSFS da Rússia se cometeram 9,8 mil assassinatos, em 1975 já eram 14.000 e em 1980 – 18.000. Em média, em 1989 na URSS eram assassinados (por 100.000 habitantes) os 12,4 pessoas, enquanto na França – 1,1; na Alemanha – 1,0; na Inglaterra – 1,04 e na Irlanda do Norte, onde decorria a luta armada entre IRA, grupos paramilitares protestantes e as forças policiais, este indício era de apenas 4,72.

2. A URSS era um dos líderes mundiais em número dos suicídios (por 100.000 habitantes)
Em 1984, a URSS ocupava o 2° lugar mundial em número dos suicídios, com índice de 38,8 casos por 100.000 habitantes. O número maior estava registado apenas na Hungria socialista em 1983, que era o líder absoluto neste domínio — 45,3 casos (por 100.000). Para comparação, em 2010 na Rússia este índice era de 23,1 (6° lugar mundial), assim como em 2006 nos vários países da União Europeia: França – 17,7; Alemanha – 9,4; Reino Unido – 9,2.

3. No início da década de 1980, a URSS era o maior consumidor mundial de álcool (per capita)
Se em 1960 na URSS se consumia (per capita, por ano) os 3,2 litros, em 1970 – 8,7 litros, já em 1980 – 10,8 litros. Com a prevalência maior na RSFS da Rússia. Os dados do Comité Estatal da Estatística (Goskomstat) apontam que em 1984 na RSFS da Rússia foram consumidos 10,5 litros de álcool legal (per capita), acrescentado de 3,3 litros da aguardente caseira na base de açúcar e 1,1 litros de outros produtos, que somavam os 14,9 litros (estes dados eram mantidos em segredo até 1988). No mesmo 1984, o segundo país em termos de consumo era a França com 13,5 litros. Além disso, enquanto nos países europeus se bebia maioritariamente o vinho (França, Itália, Portugal) ou a cerveja (Reino Unido, Alemanha), na URSS se consumia as bebidas alcoólicas fortes.

A URSS também era o 2° produtor mundial do álcool etílico (também largamente consumido pela população), a Grande Enciclopédia Soviética, no artigo “Indústria de álcool na URSS” mencionava o facto do que o país aumentava em mais de 50% a sua capacidade produtiva à cada 10 anos. Em 1974 o país alcançou o 2° lugar mundial, produzindo 184 milhões de toneladas, superado apenas pelos EUA com 260 milhões de toneladas. Em 1973 o Brasil produzia 45 milhões de toneladas, Alemanha Federal – 28,4; Reino Unido – 19,1; Itália – 18, França – 8,7.
O 91,6% do parque industrial de produção de álcool estava situado na Rússia, Ucrânia e Belarus. Além disso, a URSS cooperou tecnicamente com a Europa do Leste no domínio da produção de álcool, a Polónia em 1973 produziu 24,9 milhões de toneladas, ultrapassando Reino Unido e a França juntos, Roménia com 9,5 milhões e Checoslováquia com 13,3 milhões também superaram a França individualmente. O álcool barato e acessível contribuiu para a disseminação recorde de alcoolismo na URSS.

4. A URSS sempre liderava mundialmente em número de prisioneiros (por 100.000 habitantes)
Nos anos da repressão estalinista estes números eram especialmente gritantes, mas mesmo em 1986 na URSS estavam encarcerados 846 pessoas (por 100.000 habitantes). No Reino Unido este índice era de 148 pessoas, na Alemanha – 95, na França – 85, hoje na Rússia estão atrás das grades 611 pessoas. Os números soviéticos eram especialmente altos, pois vários crimes menores, delitos e até transgressões administrativas eram punidos com as penas afectivas, no Ocidente substituídos, entre outros, pelo trabalho comunitário.

5. Durante os 50 anos a URSS era um líder mundial em número dos abortos (por 100.000 habitantes)
A Rússia Soviética foi o primeiro país do mundo a legalizar os abortos em 18 de Novembro de 1920. Já em 1934 na URSS eram interrompidas 23,3% de todas as gravidezes (mais do que nos EUA em 2008), em Moscovo, no mesmo 1934, eram abortadas 73% das gravidezes.

Em 1965 na URSS foram feitos 5,6 milhões de abortos, nas décadas de 1970 – 1980 todos os anos na União Soviética se efectuavam mais de 4,5 milhões de abortos. Apenas recentemente, a China comunista que possui a população 9 vezes superior a da URSS, superou o “recorde” soviético de 1965. Em 1965 na RSFS da Rússia eram abortadas 60-65% das gravidezes, em 2008 na Rússia foram interrompidas 44,7% de todas as gravidezes. Uma das razões que levou a essa situação era a falta gritante na URSS dos preservativos e outros métodos contraceptivos.

6. Durante muitos anos a URSS era um líder mundial em número das violações (por 100.000 habitantes)
Em 1989 na RSFS da Rússia foram registadas 14,6 mil violações e a média soviética dava 10 violações por 100.000 habitantes, o número superado apenas pelo Lesoto, Suazilândia e África do Sul. No fim da década de 1980, 69% de todas as violações soviéticas eram registadas na RSFS da Rússia, já em 2008 a Rússia ocupa a nada má 36ª posição, com índice de 4,4 violações por cada 100.000 habitantes.

7. Na década de 1980, a URSS ocupava as primeiras posições em número dos divórcios, registando em 1980 os 4,2 divórcios por 1000 habitantes. Em 2004, a Rússia continua ocupar o 2° lugar mundial, registando 4,42 divórcios por 1000 habitantes por ano.

8. A URSS liderava em número dos fumadores e em quantidades de cigarros produzidos (em números absolutos)

Em 1975 na URSS foram produzidos 364,3 biliões de cigarros, sem contar com o tabaco empacotado e a makhorca (tabaco de baixa qualidade). A URSS ocupava o 3° lugar na produção de cigarros (após os EUA e a China), ocupando as posições do topo no consumo de cigarros. Os EUA que produziam 616 biliões de cigarros, exportavam a maioria da sua produção, a URSS fabricava os cigarros para o consumo interno. Durante os 10 anos, entre 1970 e 1980, o consumo dos cigarros aumentou na URSS em 50 biliões de unidades por ano (de 375,3 biliões para 424,6 biliões), com o consumo maior na RSFS da Rússia. A título de comparação, em 2005 na Rússia foram fumados 375 biliões de cigarros.

Mais uma vez a URSS cooperou tecnicamente com a Europa do Leste no domínio da produção de cigarros, elevando a produção da Polónia à 83,6 biliões por ano, da Bulgária à 71,4 biliões, Roménia à 28,8 biliões, Hungria à 24,5 biliões, Checoslováquia à 23,0 biliões, RDA à 19,9 biliões. Na URSS e na Roménia se produzia 5 cigarros por dia por cada habitante do país, incluindo os bebes, na Polónia – 7 e na Bulgária quase 40 cigarros por dia. Também não se deve esquecer que uma parte considerável da produção búlgara era exportada para a URSS (a principal marca búlgara vendida no país era a “BT”). Hoje a Rússia continua ocupar o 1° lugar em número dos fumadores (per capita), dados da OMS apontam que na Rússia fumam os 70,1% dos homens.


Fonte (com todas as estatísticas comparativas):

Como provei a chacha georgiana


Recentemente, teve a oportunidade de provar a chacha — bebida alcoólica nacional da Geórgia, com teor alcoólico de cerca de 45-50%, mais raramente até 60%. Chacha é uma espécie de aguardente de uva, antigamente era produzida com o bagaço que sobrava após a produção do vinho. Mas ainda vamos chegar lá... 

O nosso amigo D., trouxe chacha da Geórgia, onde recentemente estava em missão de serviço. Para não partir o produto tão raro, chacha foi colocada em uma garrafa plástica e viajou entre Tbilissi e Maputo na bagagem de porão. Em contrapartida, quatro garrafas do melhor vinho georgiano (11 Euros por garrafa !) foram confiscados pelas autoridades alemãs, embora estavam seladas em conformidade com todas as regras da IATA. 

O dono da chacha avisou: “Atenção é um produto perigoso, bebes um pouco, ficas com cabeça clara, mas as pernas já não andam”. Embora gostaria, muito bastante, de ficar neste estado, não foi possível pela pouca quantidade do produto salvo das garras da velha Europa e também porque comecei “testar” o produto ainda antes do dia “N”, quando foi combinado o nosso encontro alargado dos provadores – mores... 

A chacha ficou aprovada, se bebe muito suavemente, não “raspa” a garganta como horilka ou whisky e nem deixa as mazelas do dia seguinte (principalmente se aplicar a receita secreta, que por ser secreta não pode ser revelada aqui). No dia seguinte, a “testagem” foi repetida, desta vez no tal fórum alargado (perdeu quem não apareceu). Interessante, mas na Geórgia Ocidental, a chacha é acompanhada pelas comidas doces e na Geórgia Oriental pelos salgadinhos. Experimentando ambas as opções em dois dias diferentes posso atestar com autoridade que neste aspecto a sabedoria Oriental supera o conhecimento Ocidental... 

No fim ficou apenas uma única vontade, da próxima vez arranjar muito mais chacha, para poder viver a experiência verdadeiramente georgiana, do tipo: “O meu filho casou, no seu casamento bebi dois baldes de chacha”. 

Agora, eis o que conta sobre a chacha Cyxymu, o blogueiro georgiano mais famoso no mundo inteiro: 

A verdadeira chacha é produzida à partir da uva das castas georgianas Rkatsiteli e Isabella. A melhor chacha é feita de uva ligeiramente verde. Nas aldeias georgianas a chacha é feita quase em todas as casas, a sua receita é passada de geração em geração durante milénio. Chacha é produzida pela destilação (mais raramente dupla) do bagaço que sobra após a produção do vinho, depois é diluída com água e formada em pipas de carvalho. A chacha era clandestinamente produzida na Geórgia mesmo durante os anos de lei seca (introduzida de uma maneira brutal pelo Mikhail Gorbachov), a bebida até era vista como remédio. Nas aldeias georgianas pessoas têm por habito de tomar um copinho ou copo de chacha logo pelas manhas, principalmente no tempo frio ou sombrio. Essa tradição é tida como a receita de longevidade caucasiana. Embora não se deve esquecer que chacha é uma bebida alcoólica bastante forte, por isso é necessário acompanha-la por algum tipo de alimento. Caso contrário poderá ocorrer a embriagues forte ou até a intoxicação do organismo (no caso de ingestão de grandes doses).

Mais um facto interessante sobre a degustação da chacha. O provador molha o dedo na bebida e o acende. Se o fogo consumir toda a bebida sem queimar o dedo, estamos perante a chacha de qualidade absolutamente superior. Hoje a chacha é produzida na Geórgia quer artesanalmente, quer industrialmente, uma parte da produção é exportada para o estrangeiro (na loja uma garrafa da chacha corrente custa cerca de 10 USD / 16 GEL). Aos apreciadores de bebidas secas fortes se recomenda a chacha pura, outros podem beber chacha em coquetéis, adicionando a fruta fresca e gelo, escreve Cyxymu. 

Ler mais sobre a chacha (em inglês), autor Christian Callec.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Ucrânia e o lançamento do foguete brasileiro


O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, está no Brasil e quer expandir horizontes comerciais, tornando sua economia menos dependente da Rússia e da União Europeia, que sofre efeitos agudos da crise. No entanto, para não vir de mãos abanando, Yanukovych deve anunciar à presidente Dilma Rousseff, em reunião nesta manhã no Palácio do Planalto, o investimento de pelo menos R$ 120 milhões na binacional Alcântara Cyclone Space, que deverá lançar foguetes a partir da base de Alcântara, no Maranhão.

por: Diogo Alcântara

Os dois países juntos precisarão investir pouco mais de R$ 1 bilhão, cada um entrando com R$ 500 milhões. Até o momento, o Brasil já investiu R$ 218 milhões (equivalente a 42% do total de investimento brasileiro). Por outro lado, a Ucrânia entrou com R$ 98 milhões (o que equivale a 19% dos investimentos). Esse valor pode ser equiparado na visita de hoje. A binacional deve começar os testes de lançamento de foguetes a partir de 2013, desde que o cronograma seja cumprido.

A Ucrânia também deverá anunciar a transferência de tecnologia para produção de insulina no Brasil. A parceria seria feita com a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Trata-se de outro gesto de cooperação comercial entre os dois países. O volume de investimentos não foi divulgado.

Yanukovych, Dilma e ministros dos dois países devem assinar seis acordos nas áreas de defesa, saúde, agropecuária e promoção de investimentos. A conversa entre os dois presidentes deverá estreitar a relação bilateral em temas como biocombustíveis e esportes. Viktor Yanukovych fica três dias no País. Além da visita oficial, em Brasília, o presidente se encontrou com empresários e representantes da comunidade ucraniana no Brasil. Em 2011, o intercâmbio comercial entre os países deve superar US$ 1 bilhão, montante quatro vezes superior ao registrado em 2003. O valor ainda é considerado baixo para o fluxo comercial entre países.

Fonte:
Visita do Yanukovych no blogue do Planalto

segunda-feira, outubro 24, 2011

Senado brasileiro aprova acordo com Ucrânia


O Plenário do Senado aprovou no dia 20 de Setembro o texto de acordo internacional assinado pelo governo do Brasil com o governo da Ucrânia.

O acordo assinado entre os governos do Brasil e da Ucrânia, em Kyiv, em 2 de Dezembro de 2009, trata da isenção parcial de vistos diplomáticos. O acordo estabelece que não serão necessários vistos em passaportes válidos para entrar, permanecer, transitar e sair do Estado da outra parte contratante para fins de turismo e negócios. Essa isenção é válida para períodos de até 90 dias, durante um intervalo de 180 dias, contado da data da primeira entrada. 

A matéria foi relatada na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). 

Fonte Agencia Senado:
http://correiodobrasil.com.br/senado-aprova-acordos-internacionais-com-ucrania-franca-e-belgica%C2%A0/300463

p.s.

Parece que à partir do dia 4 de Novembro entra em vigor o acordo entre Brasil e Ucrânia, que abole a necessidade de visto turístico entre os dois países (até 90 dias por ano durante 180 dias desde a primeira entrada). Ou seja, será possível visitar Brasil / Ucrânia sem a burocracia da carta-convite, visto, prova dos rendimentos, etc.

A informação foi amplamente divulgada na TV e Net ucranianas, por exemplo aqui.

domingo, outubro 23, 2011

Gaddafi: fim de um ditador


Como qualquer ditador que se preze, coronel Gaddafi vivia no mundo da profunda ilusão, acreditando ser amado pelo seu povo. Os exemplos do Ceauşescu ou Saddam Hussein não o ensinaram absolutamente nada. Perdendo primeiro Bengazi, depois Tripoli e mais tarde o resto do país, em vez de se render e se entregar ao Conselho Nacional de Transição (CNT), Gaddafi pretendia crer nos seus últimos discursos de ser capaz de retomar o poder no país. Tal como Hussein, Gaddafi, que prometeu lutar até o fim, foi achado escondido num tubo de esgoto, mais próprio para um rato ou uma barata, tal como ele chegou a chamar os moradores da Bengazi, antes de prometer os exterminar e punir “sem nenhuma piedade”. 

Creio que nos próximos dias iremos ouvir vozes que vão lamentar a morte do ditador (já se começou a lamentar a “forma” da sua morte) e emitir inúmeras sugestões daquilo que CNT deveria ou não deve fazer. Tal, como no passado recente fez a União Africana, na voz do seu representante Jean Ping. Não dá para perceber onde é que estava este e outros “pacifistas” durante os 42 anos da vigência ditatorial do Gaddafi, que praticava os assassinatos dos dissidentes no exterior, desaparecimentos e assassinatos extra – judiciais dos opositores do seu regime dentro do país, apoiava as organizações terroristas internacionais, se preparava para invadir Bengazi, ordenou as violações em massa ou apaticamente assistia a violação brutal da Iman al-Obeydi... 

Será que os restantes ditadores ainda em activo, Bashar al-Assad, Chávez, Lukashenka ou Mugabe saberão tirar as ilações do fim inglório do Gaddafi? “They love me all”, — disse ele numa das suas raras entrevistas já após o início da revolução, referindo-se ao povo líbio. O que dirão no seu fim os restantes ditadores? “Еstoy libre del cáncer”, porventura... 

Ver o fim do ditador no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=k2pyhWmn4UE&skipcontrinter=1 

sábado, outubro 22, 2011

Museu dos Segredos Abandonados

Estes dias o nosso blogue encomendou na Ucrânia o novo romance da Oksana Zabuzhko, que combina engenhosamente o detective histórico, retrato social & psicológico, thriller místico, onde os sonhos e imaginação trocam os lugares para contar a história da Ucrânia nos últimos 60 anos.

Nas 830 páginas da edição ucraniana do “Museu dos Segredos Abandonados” são retratadas dezenas de vidas e histórias: os caminhos dos guerrilheiros do UPA, arquivos fechados do KGB, páginas dramáticas da vida esquecida na União Soviética nas décadas 1970-1980 e os tumultuados anos 1990. Tudo isso se encaixa na vida das personagens principais e cria uma nova perspectiva sobre o nosso presente.
Este é um romance sobre o amor e a morte – disse a escritora, – pois na realidade, nada nesta vida acaba com a morte.”
O livro inicialmente publicado na Ucrânia pela editora Fact, também foi publicado na Alemanha pela casa editorial Droschl, decorrem as negociações com as diversas editoras da Polónia, Rússia, Holanda, Suécia e Hungria.
Em 2010 o romance foi nomeado para o Concurso do melhor livro do ano na versão da BBC.

sexta-feira, outubro 21, 2011

Bordado que virou casaco


O fabricante ucraniano de roupa desportiva, de viajem e de aventura, Roket.com.ua, começou fabricar os casacos para esqui de montanha com os motivos do bordado tradicional ucraniano, também conhecido como vyshyvanka.
Na fabricação do casaco masculino é usada a membrana dupla com aquecedor (densidade de 100 gr/m²) e o forro quente (densidade de 250 gr/m²), todas as linhas da costura são hermeticamente coladas com a fita térmica. O casaco protege contra o frio de até – 25°C, as mangas têm o sistema de protecção contra a neve, o casaco também possui o fecho zip central; dois bolsos grandes com o fecho zip, um bolso na manga e dois bolsos interiores. O casaco do tamanho L/G e de cor preta ou branca pesa 1250 gr. Tempo de entrega ao pedido individual é de 15 dias.
O casaco é bordado com os elementos da tradicional vyshyvanka ucraniana. Ao mesmo tempo é completamente funcional para uso como equipamento para esqui de montanha.
O maior senão do casaco é o seu preço (do fabricante) de 1400 UAH (175 USD).
Contactos dos fabricantes (Sr. Roman / Sra. Kateryna)
Tel.: + 380 44 3834247
Telemóvel: + 380 63 4216552
e-mail: shoparrobaroket.com.ua
ICQ # 43817789

Pela informação obrigado ao usuário da FB, Yurko Zeleniy, que assegura que os fabricantes são pessoas simpáticas e sem problemas contactam os clientes, respondendo aos seus pedidos individuais. 

Pessoalmente quero felicitar Sr. Roman e Sra. Kateryna pela ideia inovadora e também sugerir a criação de uma página em inglês e já agora, em ucraniano, no seu sítio da Internet, neste momento mantido apenas em russo, porque não?!!

p.s.
A empresa também começou produzir as camisetas - vyshyvankas, aqui o preço é um pouco mais brando, 280 UAH (35 USD):
http://www.roket.com.ua/index.php?productID=180

quinta-feira, outubro 20, 2011

WikiLeaks: Lukashenka vs Yanukovych


A página WikiLeaks publicou a informação confidencial sobre o relacionamento tenso entre os presidentes da Belarus e da Ucrânia.
A WikiLeaks divulgou o telegrama confidencial do embaixador dos EUA na Ucrânia, William B. Taylor, Jr.  sobre os encontros com Viktor Yanukovych em 2006. O seu partido estava na oposição e Yanukovych se queixava da perseguição vinda da Yulia Tymoshenko.
Yanukovych contou ao embaixador americano que conhece bem um dos assessores do Lukashenka, baseado no interesse conjunto pelo desporto. Este assessor informou Yanukovych, que caso o seu partido se tornar parte de coligação governamental, Lukashenka estaria interessado em cooperação próxima com Ucrânia “em relação à Rússia”. Lukashenka não estava contente com o seu isolamento internacional e gostaria de se encontrar com Yanukovych. Por seu lado, Yanukovych disse ao embaixador americano que não se deve encurralar Lukashenka e pressiona-lo em demasia.
Yanukovych contou ao embaixador americano a seguinte história que demonstra o carácter do Lukashenka. Como é do conhecimento geral, o pai e avo do Yanukovych nasceram em Belarus, na aldeia de Yanuky (distrito de Dokshytsy na província de Vitebsk). Em 2003 Yanukovych visitou a aldeia semi – moribunda e ofereceu dinheiro (embora como funcionário do estado ele não ganhava para isso) para compra do novo transformador eléctrico. Lukashenka, quando soube do sucedido, fez um puxão valente de orelhas ao governador provincial e este bloqueou qualquer ajuda futura. Yanukovych telefonou ao Lukashenka e presidente da Belarus lhe disse que ele deveria, em primeiro lugar, pedir a sua permissão. Yanukovych respondeu que não pensava que isso era necessário, pois ele apenas deu o dinheiro, sem receber nada em troca. O presidente da Belarus respondeu que Yanukovych deve recordar: ele, Lukashenka, é patrão em Belarus.
Fonte:
http://kp.ua/daily/151011/306527 (em russo)
http://www.pravda.com.ua/news/2011/10/16/6675362 (em ucraniano)

Bónus

Assim como a biografia do próprio Yanukovych, a sua biografia familiar também está cheia dos momentos menos claros e até de mistérios. Por exemplo, na Internet são publicados os documentos, que pretendem provar que durante a II G.M., o seu pai, Fedor Vladimirovich Yanukovych, era o polícia auxiliar na administração de ocupação nazi alemã.
Outras fontes informam que o seu avo, Vladimir Petrovich Yanukovych, nos anos 1920 comandava um destacamento monárquico russo que operava nos territórios da Ucrânia, onde os seus homens queimavam as aldeias, expropriavam os alimentos, matavam e violentavam as populações ucranianas indefesas. Alegadamente, toda essa brutalidade do Yanukovych foi documentada no romance inacabado do Alexander Fadeyev, denominado “Carrasco de Polesia”, que alegadamente se encontra nos arquivos da Biblioteca Central Universal Científica A. N. Nekrasov em Moscovo.
Quando os exércitos monárquicos foram derrotados, V. Yanukovych passou para o lado dos vermelhos, participando nos fuzilamentos em massa dos oficiais brancos em Zhytomyr e Samara. Existem alegações que Yanukovych auxiliou o chekista Yakov Yurski durante o fuzilamento da família real russa em Yekatirenburgo (informação, alegadamente, confirmada na 3ª edição do livro do historiador russo Edvard Radzinsky, chamado “Deus, salve e apaguizua a Rússia”).
Mais tarde, o próprio Yanukovych caiu em desgraça e estava para ser fuzilado. No fim, ele foi enviado para o interior profundo da Belarus, onde rapidamente se dedicou à bebedeira, muito distante de toda a sua fogosidade revolucionária anterior.
Fonte (ver documentos):

Blogueiro
Primeiro, se for a verdade, a história do avo do Yanukovych não é tão fantástica como pode parecer à primeira análise. Na década de 1920, a troca de campos entre os vencidos e vencedores era bastante vulgar e quer nos exércitos monárquicos, quer nos bolcheviques, as carreiras eram feitas com o sangue e o sofrimento das populações civis. Segundo, tudo indica que na aldeia belarusa de Yanuky, a maioria dos homens tinha apelido de Yanukovych e como o tal é possível que o nosso carrasco e polícia auxiliar nazi não são avo e pai do Yanukovych, o presidente. Terceiro, também é bem possível que as qualidades do animal político do Viktor Yanukovych foram, de facto, herdados dos seus antepassados, que serviam de bom grado qualquer regime autoritário, com igual empenho e brutalidade.